Nas Escrituras, beijo nos pés significa adoração, devoção. Lembremos quando Maria, aquela da qual o Senhor expulsou sete demônios, quando ela compreende que aquela Pessoa que ela achava ser o jardineiro, perto da tumba, era o Senhor Jesus, então ela agarra aos seus pés. Essa atitude de agarrar os pés, de beijar os pés, tipifica reverência, dedicação e afeição. Mas o beijo na boca tipifica intimidade. Não é algo mecânico, não é algo circunstancial, é expressão de algo onde há realidade. Muitas vezes nós treinamos tanto essa questão de nos beijar, que se alguém colocar juntos um poste e a mulher, bem provável que beijaremos o poste. Sai do serviço dá aquele beijinho, volta da outro beijinho. Mas esse beijo aqui em Cantares é expressão de intimidade, ou seja, face a face. Admiro muito a intimidade que Moisés desfrutava com o Senhor. Uma vez dentro Moisés da tenda, descia a coluna de nuvem e punha-se à porta da tenda; e o SENHOR falava com Moisés. Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda. Êxodo 33:9,11.
Na vida conjugal ninguém tem esse direito de intimidade fora do relacionamento conjugal. Intimidade é do cônjuge e de ninguém mais. Nós fomos chamados para a intimidade com Deus e com nosso cônjuge. Não fomos chamados para viver uma hipocrisia relacional, dar beijos comerciais, mas sim, parte da expressão que temos experimentado. O amor clama por intimidade. O que é o amor? Deus! Alguns filhos de Deus entenderam bem isto. Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água. Salmos 63:1.
Há um clamor dentro de nós, que morremos e ressuscitamos com Cristo; que esse amor é o próprio Deus em Cristo, que habita em nós pelo Espírito Santo, que é a nossa força motriz que vai nos impulsionar a custa de tudo no caminho da intimidade. Em primeiro lugar, teremos intimidade vertical, isto é, com Deus. Em segundo lugar, intimidade relacional, ou seja, com aquele que está mais perto de nós. Esse relacionamento é tão especial, tão seleto nos propósitos de Deus: Casamento. Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros. Hebreus 13:4.
Que possamos viver uma vida de intimidade em primeiro lugar com o Amante de nossas almas, o Senhor Jesus. E em segundo lugar com o nosso cônjuge, que é aquela pessoa que o Senhor colocou ao nosso lado para que partilhemos essa intimidade. E que esse ambiente sirva para ser tecida em nós a confiança. Porque é sobre o solo da confiança que se edifica a comunhão. E é sobre o solo da comunhão que se pratica a confissão. E quão importante é na vida conjugal a confissão. Essa deve ser a nossa realidade dia a dia. Quem vive uma vida de comunhão e confissão com o Senhor; também vive essa verdade com o seu cônjuge. Agora nós sabemos o que significa “os dois uma só carne”. Era assim com Cristo e o Pai. Eu e o Pai somos um. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? João 10: 30 e 14:9.
Em nosso ninho relacional que é o casamento, devemos nos sentir plenamente envolvidos um com o outro. Enquanto a pessoa não perceber em espírito, alma e corpo, aliás, esse é o único relacionamento de duas pessoas na face da terra que inclui esses três níveis. Nós nos relacionamos com os irmãos em espírito, se fosse possível plenamente. Em alma e, se isso fosse possível plenamente, comungando nossa mente, emoções, nossos desejos, mas corpo não. Por que corpo não? Porque o Senhor reservou nosso relacionamento de corpos para uma experiência conjugal. Por isso o relacionamento conjugal é tão especial, por ser incluídos esses três níveis plenamente. Comunhão em espírito, porque nós somos um no Senhor, também por isso não devemos casar em jugo desigual. Comunhão em alma, porque fomos chamados para a intimidade, “beija-me com os beijos da sua boca”. Entrando um na vida do outro, este é um chamado maravilhoso. Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Filipenses 2:2.
O amor de Deus é o amor incondicional, ou seja, Deus quando nos amou, Ele mesmo se comprometeu conosco. Ele tem compromisso conosco. Quando cremos em nossa inclusão no corpo de Cristo, somos libertos do pecado e com isso “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo”. Portanto, nunca devemos edificar a intimidade fora do compromisso. A nossa intimidade deve ser edificada sobre esse elo do amor de Deus. Casamento começa com aliança, ou seja, compromisso. Irmãos o mundo não sabe nada disso. Sob o solo do compromisso a semente pode ser plantada, e este solo não treme, pois Ele é firme, a base de compromisso. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. Mateus 7:24-25.
Em que base o nosso relacionamento com Deus foi estabelecido? Na base da aliança. Quando o Senhor partiu o pão naquela noite, ele disse: “Este é o sangue da nova aliança derramado em favor de muitos para remissão de pecados”. Essa é a segurança do Seu amor, e também que podemos desenvolver um relacionamento com Deus sem que Ele nos rejeite por motivo nenhum, porque já fomos acolhidos. É assim que também se edifica o casamento. O Senhor não nos chamou para sermos casais medíocres. Casais medíocres deviam ser casais do mundo, pois só têm condições de viver o padrão médio, ou seja, a mediocridade. A nova criatura deve dar um testemunho de uma vida conjugal plena de amor e intimidade. Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? Amós 3:3.
Os filhos de Deus em Cristo não foram chamados para ter uma vida conjugal de segunda classe, de terceira categoria, somos santos de Deus, e fomos chamados em nosso relacionamento conjugal para experimentar a benção da intimidade. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Efésios 5:31.
Para concluir devo dizer sobre a importância da oração a dois. Nada poderá contribuir mais para a boa comunicação e comunhão do casal do que irem os dois juntos à presença do Senhor para adorá-lo e para intercederem por si próprios, pelos seus filhos, pela igreja, pelos amigos. A oração é uma das coisas mais íntimas que um casal pode compartilhar. Adão e Eva tinham uma intimidade verdadeira apenas quando eles eram íntimos de Deus. Mas logo que eles pecaram, um começou a culpar o outro e os problemas começaram. Por isso, se você quiser ter mais alegria e menos discussão no seu casamento, combinem de orar juntos pelo menos uma vez ao dia. Eu aconselho que vocês acordem meia hora antes e orem pelos planos, família, trabalho, etc. Vocês perceberão que ao buscar a Deus, vocês serão mais cheios de amor, pois Deus é amor, e com isso conseguirão amar um ao outro. Tudo posso naquele que me fortalece. Filipenses 4:13. Amém.
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