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COMO NASCE UMA HERESIA?

 COMO NASCE UMA HERESIA?
  

 

 

Introdução
Heresias Neopentecostais

Pastores e demais líderes evangélicos começam a demonstrar preocupação
diante das extravagâncias que estão surgindo nos púlpitos brasileiros. A cada dia
que passa surgem novas práticas anti e extrabíblicas. Não uso, como alguns, o
eufemismo de classificar esses descaminhos de “modismos”. Coloco-os no rol das
heresias.
As críticas que antes corriam apenas à boca pequena, agora tomam corpo e são
divulgadas em sites de expressão. A Igreja Evangélica já não pode calar diante de
tamanha irracionalidade. Não desejamos ser julgados pelo pecado de omissão. O
povo brasileiro precisa saber que tais tolices, como a seguir exemplificamos, estão
à margem do evangelho que nos foi ensinado por Jesus. Na verdade, se trata de
um outro evangelho.
Em detrimento da Palavra, multiplicam-se os púlpitos festivos. Encenações
inusitadas, objetos ungidos e mágicos, entrevistas com demônios, amuletos,
“mercadorias” diversas, tudo é válido no desvario em que se envolvem pregadores
e ouvintes.
A impressão que se tem é que o evangelho, da forma que foi anunciado pelos
apóstolos nos primeiros tempos, já não serve para os dias atuais. Falar de
pecado, arrependimento, perdão e santidade se tornou antiquado, obsoleto,
repreensível. É preciso entreter os ouvintes, apresentar uma nova atração a cada
semana, tudo semelhante ao que vemos na sociedade consumista. Mas o que é
preciso mesmo, e com urgência, é botarmos a boca no trombone e denunciar o
que estão fazendo com o evangelho.
Ovelhas há que já perderam a noção do que é ser cristão. Não sabem sequer por
que Jesus morreu. Têm o dízimo como meio de obter bênçãos espirituais e
materiais. Não conhecem o evangelho da renúncia, da resignação, do sofrimento,
do carregar a cruz, do contentar-se com o pouco. Certa vez conversando com um
jovem neopentecostal, ele disse: “Se sirvo a Jesus, quero ser rico, ter uma boa
casa e carro importado”. Os anos se passaram e nada disso aconteceu. Ele e
seus pais pararam de ofertar e estão com a fé em declínio. É o que está
acontecendo: gazofilácios cheios, pessoas vazias. O pai desse jovem me revelou
que entrou nessa porque acreditou nas entrevistas que falam de riqueza fácil.
Agora ele percebe que os que estão mais pobres não são convidados a falar de
sua pobreza.
São de arrepiar os relatos que se encontram no site
http://webbethel.com/gondim09.htm, de autoria do pastor Ricardo Gondim. É difícil
de acreditar que um grupo de cristãos, liderados pelo pastor, alugue um
helicóptero e, com dezenas de litros de óleo, passe a ungir a cidade do Rio de
Janeiro, derramando uma caneca de óleo aqui, outra ali. Fico a meditar como o
líder conseguiu envolver irmãos de boa fé nesse projeto inusitado. O óleo da
“unção” deve ter caído em lugares pouco recomendáveis para o mister, tais como
animais mortos, fezes e valas fétidas.
Mais incrível é o uso de urina para demarcar território. Essa você não vai
acreditar. Está no referido endereço. Em Curitiba, um grupo de irmãos, liderado
pelo pastor da igreja, entendeu que deveria demarcar seu território com urina,
como fazem os leões e lobos. Após beberem muita água para encher bem a
bexiga, seguiram para pontos estratégicos da cidade e passaram a URINAR.
Quando li a notícia, pensei que a palavra estivesse errada. Talvez fosse REUNIR.
Mas era urinar mesmo. Foram horas e horas urinando. O comboio de veículos
parava em pontos preestabelecidos, e, ali, a um sinal, um deles aliviava a bexiga.
Ora, esse tipo de lógica poderá levar irmãos a situações mais degradantes ainda.
Degradantes, patéticas e irracionais. Algum irmão desse grupo poderá descobrir
que determinada espécie animal demarca seu território com suas próprias fezes.
Certamente não atentaram para o contido no Art. 233 do Código Penal que trata
da prática de “ato obsceno em lugar público”, e estipula a pena de detenção de
três meses a um ano, ou multa. A jurisprudência indica que a micção em lugar
público configura o crime previsto no referido Artigo, ainda que não haja intenção
de vulnerar o pudor público.
Pelas perguntas e respostas a seguir é possível comparar o evangelho de ontem
com o de hoje. Após ouvirem a pregação de Pedro, muitos, compungidos,
perguntaram: “Que faremos?” Pedro respondeu: “Arrependei-vos”, e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo” (At 2.37-38). A resposta, hoje, seria:
“Participe das campanhas, faça o sacrifício do dar tudo, e seja próspero”.
Atendendo à curiosidade de Nicodemos, Jesus disse: “Quem não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). A resposta no outro evangelho: “Seja
dizimista fiel”. Se alguém perguntasse a Tiago o que deveria fazer para livrar-se
dos encostos, ele prontamente diria: “Sujeitai-vos a Deus; resisti ao diabo, e ele
fugirá de vós” (Tg 4.7). A resposta do evangelho festivo seria: “Use sal grosso,
sabonete de descarrego, vassouras, fitas, colares, cajados, pedras, e seja
dizimista fiel”. Se o pecado do rei Davi – adultério e co-autoria num homicídio -
fosse nos dias de hoje, a culpa seria do encosto que estaria nele. Uma série de
exorcismos, cinqüenta quilos de sal grosso, uma dúzia de sabonetes seriam
necessários para pôr o encosto em retirada. Às indagações sobre como ter o
necessário à vida, Jesus respondeu: “Não pergunteis que haveis de comer, ou que
haveis de beber, e não andeis inquietos. Buscai antes o reino de Deus, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas” (Lc 12.29,31). A resposta no
evangelho da prosperidade: “Toque no lençol mágico”.
O Apóstolo Paulo confessa que “orou três vezes ao Senhor” para que o livrasse de
um espinho na carne. Mas o Senhor, em vez de atendê-lo, respondeu: “A minha
graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Reconhecendo a
vontade soberana de Deus, Paulo se conforma e continua com seu espinho. E
declara: “Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas”, pelo que
“sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições,
nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte”
(2 Co 12.7-10). A orientação para esses casos, nos púlpitos festivos, é a seguinte:
“Exija de Deus seus direitos”. Sofredores como o Apóstolo, o servo Jó e muitos
outros desconheciam esse caminho “legal” para exigir direitos assegurados.
Com relação à substituição do "pedir" pelo "exigir", como fazem alguns
neopentecostais, vejam o seguinte. Pedir, do grego aiteõ, sugere a atitude de um
suplicante que se encontra em posição inferior àquele a quem pede. É esse o
verbo usado em João 14.13 – “E tudo quanto pedirdes em meu nome...” – e 14.14
– “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. “Pedir”, do grego erõtaõ,
indica com mais freqüência que o suplicante está em pé de igualdade ou
familiaridade com a pessoa a quem ele pede, como, por exemplo, um rei fazendo
pedido a outro rei. “Sob este aspecto, é significativo destacar que o Senhor Jesus
NUNCA usou o verbo aiteõ na questão de fazer um pedido ao Pai”, por ter
dignidade igual Àquele a quem pedia. (Jo 14.16; 17.9,15,20 – Fonte: Dic. VINE).
Por essas e outras, há muita gente confundindo alhos com bugalhos.
Repassa-se a idéia de que crente não deve chorar nem passar por qualquer tipo
de sofrimento. Crente deve ser próspero. A verdade, por muitos desconhecida, é
que a fidelidade a Deus não nos garante uma vida livre de dores, aflições e
sofrimento. Dizer que aos crentes e fiéis dizimistas está garantia uma vida de
flores, sem lágrimas, sem luta espiritual, sem aperto financeiro, é conversa para
boi dormir. Jesus disse que seus seguidores deveriam carregar sua própria cruz,
caminhar por um caminho apertado e passar por uma porta estreita “No mundo
tereis aflições; na verdade todos os que desejam viver piamente em Cristo
padecerão perseguições” (Jo 16.33; 2 Tm 3.12). Era da vontade de Deus que
Paulo pregasse o evangelho em Roma. Apesar de sua fidelidade a Deus, os
caminhos lhe foram difíceis. Enfrentou provações várias, naufrágio, tempestade,
prisões.
Não podemos fazer ouvidos moucos à zombaria e piadas em torno desse “outro
evangelho”. As pessoas tendem a nivelar todas as Igrejas Evangélicas pelo que vê
na televisão, ou pelo que vê num ou outro culto. Eu pensaria da mesma forma se
não fosse evangélico. É preciso esclarecer a opinião pública sobre o que diz a
Bíblia a respeito de cada nova idéia extravagante. Que se façam ouvir as vozes e
o protesto dos líderes que defendem a pregação de um evangelho livre de
heresias e irracionalidade.
Sem conhecer a verdade bíblica se torna difícil detectar as heresias. Ouça este
conselho: não coma pela mão dos outros, mas examine você mesmo se o que o
seu pastor prega está de acordo com a Palavra. Se você não estiver devidamente
preparado para esse exame, consulte outros irmãos.
A Série
COMO NASCE UMA HERESIA - I
Meus irmãos. Depois de sete dias em jejum e oração, tive uma visão. Jesus,
montado no jumentinho, entrava em Jerusalém e, ao passar por mim, disse: -
Filhinho, assim como este jumentinho está me carregando, ele carregará seus
problemas para bem longe. Diga a meu povo que uma vez por ano, durante uma
campanha de sete sábados, todos orem com uma réplica deste jumento nas
mãos. Os que fizerem esse sacrifício com fé, serão prósperos.
Por isso, iniciaremos na próxima semana a campanha do jumento. Nossos
pastores estarão no templo, montados em seus asnos, para recebê-los. Vocês
terão oportunidade de tocar e montar no jumentinho de Jesus. Mandamos fazer
dez mil réplicas desse santo animalzinho. Todo o estoque está ungido. Por uma
bagatela de cinqüenta a quinhentos reais, dependendo da opção, vocês poderão
adquirir um exemplar. Temos modelos pequenos para serem pendurados no
pescoço, e maiores, para serem montados na Igreja, na hora da bênção.
Adquiram já o seu. No momento da montaria poderão até tocar a “trombeta para
derrubar muralhas”.
Conforme descrição dos jumentólogos, esse animal possui uma cruz no seu
dorso, indicativa de que carregará sua pobreza para bem longe. O jumento será o
seu “bode emissário”. Leiam: “E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça
do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e
todas as suas transgressões, e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça
do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado. E assim
aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e deixará o
bode no deserto” (Lv 16.8,21,22). Portanto, a minha visão tem apoio bíblico. Mas é
preciso uma palavra de poder. Montem seus jumentos e, ao terminar a oração dos
pastores, determinem: Jumentinho de Jesus, eu te ordeno: leve a minha pobreza
para longe. Ao fim dos sete sábados, todos os que adquiriram a imagem do
eqüídeo receberão uma oração especial.
Assim nascem as heresias. As ovelhas apenas ouvem e obedecem. Tomara que
essa visão ilustrativa não seja levada a sério e passe da ficção à realidade.
COMO NASCE UMA HERESIA – II
Barbunção
O jumentinho voou nas asas da internet e aterrissou em lugares distantes. Tão
próxima da realidade ficou a ficção, que dos Estados Unidos um pastor, perplexo,
me perguntou se realmente eu acreditava no amuleto do jumentinho, como meio
de adquirir prosperidade. Outro pastor, aqui do Brasil, pediu-me perdão por haver
entendido que eu virara heresiarca. E teve um que me pediu permissão para usar
o exemplo em aulas de hermenêutica.
Como não fizera nenhum preâmbulo, pois iniciei o artigo com a pregação do
suposto pregador, e levando em conta que somente nas duas últimas linhas disse
que se tratava de uma ilustração, compreende-se a perplexidade de alguns. Mais
de uma vez tive de dizer: Eu, heresiarca? Jamais.
Como vimos no exemplo do jumentinho, as heresias não raro vêm associadas a
algum relato bíblico. No caso em tela, recorri à figura do “bode emissário”. Tenho
plena convicção de que essa heresia seria bem recebida se apresentada por um
líder carismático.
Não se pode descartar a possibilidade de existir algum interessado, a matutar com
seus botões: “Sabe que é uma boa idéia!? Como não pensei nisso antes!?”. Um
bem-humorado irmão me alertou sobre um possível plágio; a idéia poderia ser
roubada. Ora, patentear uma heresia para evitar cópia seria um caso único na
história das religiões, além de muito curioso. Eu não faria tal coisa. Os
heresiólogos ficariam atônitos sem saber como explicar tal fenômeno.
Apenas imaginei como as heresias surgem. Determinados grupos usam
pirâmides, cristais, símbolos, pulseiras, figas e penduricalhos diversos. Com
engenho e arte é possível conseguir uma razoável diversificação na produção de
novos amuletos.
O interesse de um professor em usar o exemplo do jumentinho em aulas de
hermenêutica, animou-me a continuar dando outros exemplos, utilizando somente
emblemas bíblicos. O objetivo é alertar crentes e não crentes contra a palavra
enganosa. Vejamos mais um exemplo de “como nasce uma heresia”.
Está escrito na Bíblia: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em
união. É como o óleo precioso sobre a cabeça,que desce sobre a barba, a barba
de Arão, e que desce à orla das suas vestes” (Salmo 133.1-2). Além disso, Deus
ordena que os homens não danifiquem “as extremidades da barba” (Lv 19.26).
Fazendo a vontade do Criador, os anciães de antigamente conservavam barbas
bem compridas. A queda de Adão e Eva levou os homens a serem desobedientes.
Por isso, se apresentam hoje de cara lisa, imberbes, sem nenhum temor a Deus.
Voltar à austeridade dos velhos tempos é um imperativo divino. Num sonho que
tive, um velhinho de barbas brancas como a neve se aproximou de mim e disse:
“Deixai crescer a barba, nem que seja apenas simbólica. Você é o meu
mensageiro. Entrego-lhe a responsabilidade de avivar a minha Igreja. Não temas,
eu estarei sempre com você”. Fiquei trêmulo e quase desmaio.
Daí porque, meus fiéis seguidores, vocês deverão doravante usar uma barba
simbólica. Uma barbicha ficará muito bem. O prazo para a formação da barbicha
será de trinta dias, ao fim dos quais vocês se apresentarão no templo para
receberem a unção da barba, a barbunção. Sete gotas de óleo ungido serão
derramadas sobre cada barbicha. A partir daí, a unção será renovada a cada trinta
dias. Como está dito no Salmo 133, a barbicha será símbolo de união entre os
irmãos.
As mulheres estão dispensadas dessa obrigação por óbvias razões. Todavia,
deverão ostentar um broche com uma barbicha estilizada, símbolo de união
conjugal estável. Vocês sabem que a união faz a força e a força produz
prosperidade. Todos devem atender ao chamado de Deus, sob pena de serem
atacados por gafanhotos devoradores que devorarão seus bens, suas rendas, sua
paz.
Colocaremos cem mil broches à disposição das mulheres que nunca negaram sua
fé. Não será desta vez que negarão a Cristo. Esses símbolos podem ser
adquiridos pelo preço simbólico de cinqüenta reais. Os broches folheados a ouro
custarão de quinhentos a mil reais. Qualquer sacrifício é válido para ganharmos a
vida eterna.
COMO NASCE UMA HERESIA – III
O melungido
Espero que os exemplos apresentados nesta série de artigos sirvam para alertar o
povo de Deus contra a introdução de elementos estranhos ao Evangelho. Tais
elementos surgem ou pelo lançamento amuletos, os quais, dizem, possuem o
poder de gerar prosperidade e neutralizar forças malignas, ou por palavras
proféticas, como por exemplo: “Jesus voltará no ano de 2007, num sábado”. Além
disso, a “confissão positiva”, importada dos Estados Unidos via Kenneth Hagin e
outros, tem encontrado guarida em alguns grupos.
No momento, me ocupo em imaginar como surgem as heresias via lançamento de
produtos na praça. São tantos que já perdi a conta. A maioria caiu de moda, virou
ferro velho, perdeu o poder ou a unção. Como ocorre na economia de mercado, a
demanda exige novos lançamentos para que a chama da fé continue acesa. Fico
a imaginar a pequenez dessa fé.
Sobre a “barbunção”, meu último lançamento, conforme “Como nasce uma
Heresia – II”, um irmão me escreveu:
“Li a sua matéria e achei interessante...as pessoas facilmente se deixam levar.
Sobre a unção da barba, conheço irmão de determinado ministério que diz não ter
unção um presbítero sem bigode”. Diz também que nesse mesmo ministério
ensinam haver certa relação de causa e efeito entre pessoas sem barba e a queda
de Adão e Eva.
Vejam que a ficção e a realidade estão muito próximas. É possível que a heresia
do jumentinho – cuja figura continua aparecendo nesta série como símbolo de
heresia - também já tenha sido lançada. É possível que a de hoje, o “melungido”,
esteja no mercado, em algum lugar. Tudo é possível ao homem sem
conhecimento da Palavra. Respondi ao dito irmão que chá de capim queimado
poderá se transformar numa heresia de sucesso, desde que haja um bom trabalho
de convencimento.
Alguém poderia perguntar: “Mas que fazer quando houver um grande número de
objetos? Já temos o jumentinho e o broche com a barbicha estilizada. Onde
colocar tanta coisa?” Não se preocupem. Logo mais lançarei a “Arca da
Prosperidade”, onde serão entesourados todos os objetos ungidos. Todavia, hoje
pretendo falar sobre as propriedades espirituais do mel. Leiam: “Entre os que de
mulher têm nascido, não apareceu ninguém maior do que João o Batista”, disse
Jesus (Mt 11.11). E sabe qual era o principal alimento dele? Mel silvestre. Está na
Bíblia (Mt 3.4). A Canaã prometida foi a terra da prosperidade porque lá manava
leite e mel (Êx 3.8). Mel proporciona saúde, saúde é sinônimo de vida próspera.
Ouça o que Deus diz: “Come mel, meu filho, porque é bom; o favo de mel é doce
ao teu paladar” (Pv 24.13).
Para o cumprimento dessa palavra, importamos uma tonelada de mel do deserto
por onde passou o povo de Deus, sob a liderança de Moisés. Mel puro, mel
ungido. Quer ser próspero? Participe da campanha “melungido”. Durante sete
sextas-feiras, faremos distribuição de pequena porção de mel aos fiéis. Ao toque
da trombeta, todos, de uma só vez, sorverão o mel da prosperidade. A distribuição
será gratuita, porém sem sacrifício não há bênçãos. A cada semana, antes de
tomar o “melungido”, cada fiel, aquele que realmente crê na providência divina,
deverá dar uma oferta de amor à Igreja. Mel sem sacrifício é como o ramo que não
dá fruto: só serve para ser lançado fora e ser queimado.
Venha participar dessa grande demonstração de fé. As qualidades terapêuticas do
mel são indiscutíveis. E, como vimos, irrefutável seu valor espiritual. O nosso mel
é de origem floral, processado pelas abelhas a partir do néctar das flores. O seu
valor espiritual é garantido porque todo o estoque foi ungido. Mel sem unção é mel
comum. Venha tomar o “melungido” e seja um vencedor. A bênção começará a
surgir somente ao fim das sete sextas-feiras. É necessário cumprir as sete
semanas para não quebrar a corrente espiritual.
COMO NASCE UMA HERESIA - IV
Sandalhaço e Dobradinha
Estive orando três dias e três noites no monte. Pedi a Deus que me mostrasse o
caminho para o avivamento de sua igreja. De repente, fui levado em espírito para
o céu. Lá estavam reunidos o Pai, o Filho e o Espírito. Não via rosto nenhum.
Eram três luzes que me ofuscavam e se fundiam numa só. Não ouvia três vozes,
mas uma só. Compreendia perfeitamente qual dos três estava falando comigo. A
comunicação era apenas mental.
A Luz, representando o Filho, aproximou-se mais de mim e me disse – “Meu
irmão, você está encarregado de uma grande missão. Ouvi a sua súplica. Vou
usá-lo como vaso de honra para reavivar o meu povo que padece por falta de
sacrifício. O sacrifício que ordeno agora é o do dízimo duplo, isto é, não mais dez
por cento, mas vinte por cento. Lance uma grande campanha com o título “A
dobradinha santa do dízimo”. Todos os anos, nos meses de fevereiro, junho e
novembro, meus irmãos deverão participar da dobradinha santa. Lembre-lhes que
colhe mais quem mais semeia”.
A Luz também me disse que nos meses da dobradinha os que aderirem à
campanha, homens, mulheres e crianças deverão calçar sandálias. A vitória é
certa para quem usá-las. Abrir-se-ão as portas; os caminhos ficarão mais largos,
as dificuldades menores. As sandálias transmitem energia positiva e afastam a
negativa. O pai do filho pródigo, quando este retornou, deu-lhe de presente
sandálias novas (Lc 15.22). “João Batista disse que não era digno de desatar a
correia das minhas sandálias”, disse a Luz.
Agora, meus amados, vamos às instruções. O próximo mês de fevereiro é o
primeiro da dobradinha e do sandalhaço. Vamos mostrar que somos o povo
escolhido de Deus. Não haverá salvação para quem ficar de fora. A partir de
janeiro, colocaremos à disposição dos fiéis 500.000 pares de sandálias de várias
cores e tamanho. Os preços variam de R$15,00 a R$70,00. Foram feitas com
couro de camelos do Egito, por onde o povo de Deus peregrinou por quarenta
anos. É couro ungido. Estas custam mais caro. Para os menos exigentes, temos
sandálias em couro de bode ungido do riquíssimo e abençoado sertão nordestino.
As sandálias deverão ser calçadas no primeiro dia do primeiro mês da campanha,
e somente deverão ser retiradas no último dia. Somente o usuário poderá atar e
desatar as correias das sandálias. Assim como Jesus se colocou em nosso lugar
na cruz, vocês devem fazer esse sacrifício, isto é, usar um calçado que foi usado
por Ele. É um ato de gratidão. Leiam: “Sede imitadores de Deus, como filhos
amados” (Ef 5.1). Jesus pede que todos façam esses dois sacrifícios: a
dobradinha do dízimo e uso das sandálias. Muito mais Ele fez por nós.
Nossos adversários irão dizer que isto é uma heresia. Não dêem ouvidos a tais
comentários. Sempre haverá os inimigos da fé, os falsos mestres a ensinar
heresias destruidoras. Vocês viram que tudo que falamos aqui é bíblico. No
período da campanha, nossos pastores também estarão participando do
sandalhaço. Só do sandalhaço.
COMO NASCE UMA HERESIA - V
O Machado da Prosperidade
A situação daqueles homens era desesperadora. O ferro do machado, com que
cortavam a madeira para a construção de uma habitação, caiu na água (2 Reis
6.5).
Talvez você esteja enfrentando o mesmo problema em sua vida. Sua vida
financeira está arruinada. Você está sem forças até para lutar. A sua única fonte
de renda, o emprego, foi perdida. Seu desespero é semelhante ao daqueles
homens. O seu machado caiu. A sua fé desapareceu.
Assim como Eliseu fez flutuar aquele machado, nós iremos fazer reapareceu a sua
fé. Você será restabelecido no seu emprego e sua vida espiritual e financeira será
reconstruída. Veja o relato da Bíblia: “Perguntou o homem de Deus [Eliseu]: Onde
caiu? Mostrando-lhe ele o lugar, Eliseu cortou um pau, lançou-o ali, e fez flutuar o
ferro” (v.6).
Iremos usar a mesma fé de Eliseu para fazer flutuar a sua prosperidade. Você
poderá achar que tudo foi de água abaixo, que não há mais condições de reaver
seus bens, seu emprego, sua paz. Agora, ouça o que você precisa fazer. No
próximo mês lançaremos a campanha do “Machado da Prosperidade”. Os que
dela não participarem perderão a bênção.
Iremos instalar no templo a “Máquina de flutuação de machados”. No seu interior
estarão duzentos mil pequenos machados de plástico, de quatro centímetros de
comprimento, fabricados em Jerusalém e, portanto, já ungidos na origem. A
Máquina, do estilo caça-níquel, será acoplada a um pequeno tanque com água.
Ao ser acionado um botão, imediatamente um machadinho flutuará no tanque ao
lado. Esse será o seu “Machado da Prosperidade”. Guarde-o com carinho. O
machadinho poderá ser usado como broche, guardado na carteira ou colocado
dentro de um copo dágua benzida. Se usado na água, deverá ficar exposto na
sala principal da casa durante sete semanas. Durante esse tempo não será tocado
por ninguém. Findo esse prazo, ele estará superungido. Em razão de sua leveza,
o machadinho flutua sem problema. Ele será a materialização de sua fé. Daí para
frente é só contar as moedas. Você será próspero.
Talvez você esteja indagando: E a oferta? Pensou bem. Vocês já sabem como
funciona. A pergunta revela bom condicionamento. O sacrifício da oferta é
indispensável. Antes de acionar o botão da Máquina, você depositará no lugar
indicado vinte moedas de R$1,00. Para atender a demanda, a máquina funcionará
24 horas, durante os trinta dias da campanha. As máquinas serão instaladas nas
dez maiores capitais do Brasil. A “Máquina de flutuação de machados” possui
mecanismos que permitem a imediata contagem das santas ofertas. As moedas
serão mecanicamente acondicionadas em sacos plásticos com até duzentas
unidades, lacrados com o símbolo de nossa congregação. Um carro-forte ficará à
disposição para, ao final do dia, transportar o numerário para um banco, onde será
feito o santo depósito da Casa do Tesouro.
Os machadinhos da prosperidade poderão ser entregues em domicílio. Para isso
ofereceremos três opções: reembolso postal, depósito prévio em conta a ser
anunciada e cheque pré/30 dias. Esta última opção será válida somente para
aquisição superior a dez machadinhos.
Até hoje nenhum de nossos lançamentos permaneceu em vigor por mais de
quatro meses, mas, se essa “heresia construtiva” vingar, daremos um prazo maior
de validade. Alguém perguntará: Por que chamar de heresia o ungido Machado da
Prosperidade? É para que vocês aprendam a se defender das investidas de
nossos adversários. Quando disserem que tudo isto são heresias destruidoras,
respondam: “Não, não e não. São heresias construtivas e nós estamos nos dando
muito bem com elas”.
Alguém poderia perguntar: “O que fazer com as dezenas de objetos abençoados
que já possuímos?”. Essa pergunta nem deveria ter sido feita. Nossos verdadeiros
e fiéis seguidores não fazem perguntas. Os que fazem tal pergunta são pessoas
de pouca fé. Não conhecem a Bíblia nem os desígnios de Deus. Vivemos de glória
em glória, de luz em luz. A nossa vida espiritual se renova a cada dia. Diz a
Palavra que vivemos em “novidade de vida”. Como é então que querem continuar
com as coisas velhas? Ora, o que é velho já passou. Viva a cada dia uma nova
unção. E essa nova unção está em suas mãos, agora, via “O Machado da
Prosperidade”. Tome posse dessa bênção e seja feliz.
COMO NASCE UMA HERESIA - VI
O Cinto da verdade
Este é o produto que estava faltando em sua coleção de objetos ungidos. São eles
que nos transmitem bênçãos e com as bênçãos a prosperidade. São facilitadores
de nossa fé. São como os trilhos de uma ferrovia. Deslizando por eles a
locomotiva não sai da linha, segue rumo a um lugar seguro.
Fico feliz quando visito meus seguidores e vejo em suas casas esses facilitadores.
No alto da geladeira, o “jumentinho”. Lembram-se dele? Continua ali abençoando
o lar. Junto a ele, o “Machado da Prosperidade” flutua dentro de um copo dágua.
Olho para os pés do homem de Deus e vejo que ainda usa as “Sandálias de
Jesus”. No rosto, ainda curte uma barbicha bem aparada e ungida.
Nosso Deus é um Deus de grandes coisas. Jamais se contentaria em que seu
povo ficasse de braços cruzados, a olhar para o passado. Deseja que seus
instrumentos de trabalho sejam renovados a cada dia. A batalha é constante. Não
lutamos contra pessoas humanas, mas contra o Maligno. A Bíblia recomenda o
uso de determinados apetrechos para que tenhamos vitória. Os que ficam de fora,
os que duvidam, os murmuradores não serão abençoados. Leiam:
“Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do
Diabo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade” (Ef.
6.10,14).
Eis a chave da vitória, do sucesso e da prosperidade. Com o cinto estaremos
seguros e firmes na batalha contra o nosso maior inimigo. Ele, o Diabo, deseja
sugar todo o seu dinheiro, se possível, todo o seu salário mensal. Pelo desejo
dele, você ficaria sem nada para comer e daria tudo a ele. Mas estou aqui para
fortalecê-lo. Chegou o “Cinto da Verdade”. Dê adeus aos problemas espirituais e
financeiros. Você se sentirá seguro. Vamos todos amarrar Satanás. No exato
momento em que você colocar o cinto ungido, sentirá um aperto no abdômen e
um alívio no coração.
Ninguém pode negar que João Batista foi um homem abençoado. Não foi rico,
mas também naquele tempo ele não precisava de dinheiro. Para quê? Ele vivia
mesmo no deserto! Eis o relato bíblico: “As roupas de João eram feitas de pelos
de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura” (Mt 3.4). Usava o quê? Um
cinto de couro. Agora, nos tempos modernos, Deus orienta seu povo a usar o
“cinto da Verdade” para afastar o inimigo.
Colocaremos 400.000 cintos à disposição dos fiéis. Foram fabricados com
materiais diversos, de vários tamanhos e cores. Há cintos em couro de primeira
qualidade; cintos de linho, largura e comprimento diferenciados. Para nossas
santas mulheres mandamos confeccionar cintos em linho puro, produzidos com lã
importada dos campos de Israel. O nosso Departamento de Lançamento de
Produtos Ungidos – DELPU já ultimou as medidas de marketing para o
lançamento em grande estilo. O Espírito me disse que quem não participar ficará
desprevenido. Já imaginou você no templo vendo todo mundo com o Cinto da
Verdade, e você sem?
O Espírito também me instruiu para não vender os cintos. Serão distribuídos
gratuitamente. Mas há uma condição: o cinto só será entregue mediante um voto
de trezentos reais. Se o seu salário for inferior a esse valor, vale um voto de
menor valor, mas nunca abaixo de duzentos reais. Para este material, não
receberemos cheque pré. Agora vamos às instruções de uso. Primeiro, durante os
sete primeiros dias do mês de agosto de cada ano, todos os fiéis que desejarem
participar do “cinturaço”, comparecerão ao culto cingidos com o “Cinto da
Verdade”, o CV. O primeiro dia será o da unção. Os fiéis que fizerem e cumprirem
o voto, receberão o CV. Depois ficarão de pé e receberão uma oração especial.
Somente após a oração é que colocarão os cintos. Será um momento de grande
emoção e alegria. Os demais, que não quiseram fazer o voto, ficarão sentados e
envergonhados. Que Deus tenha misericórdia deles. Nos dias seguintes, todos os
participantes continuarão freqüentando o templo e usando o CV. Até o fim dos
sete dias os retardatários, os que se arrependeram de seus pecados e resolveram
participar, têm chance de fazer o voto e receber o CV. Vamos lá, a nossa
segurança está no cinto. Outro dia um irmão me perguntou: - A unção do cinto só
dura sete dias? Quanta ingenuidade! O objeto de fé se acaba, mas a unção é
duradoura. Outro dia ouvi uma crítica azeda. Diziam que “nossos objetos ungidos
funcionam como uma cenoura colocada à frente de um jumento: ele nunca
alcança a cenoura, mas continua andando rápido na esperança de alcançá-la”.
Quanta falta de fé nos propósitos divinos. Todos os nossos produtos são lançados
com embasamento bíblico. O melhor é que nossos seguidores não dão ouvidos a
vozes discordantes.
COMO NASCE UMA HERESIA - VII
O sacrifício do voto e da galinha
Antes de alguém pensar que se trata de plágio, declaro que a heresia do
“Sacrifício do Voto” é completamente diferente da que circula no mercado. O título
pode ser semelhante, mas os métodos são diferentes. Heresiarca que se preza
não copia as heresias de outro colega.
Eu estava passeando pelas ruas de Paris, onde pretendo comprar um
apartamento, quando, de repente, uma voz inaudível falou ao meu coração:
“O meu povo está perecendo por falta de sacrifício. Convoque o meu povo para
fazer um sacrifício dantes nunca visto na história de minha Igreja. Eu me
sacrifiquei por todos, mas ninguém quer sacrificar-se por mim”.
Sabia que o Senhor estava falando comigo. Então, ainda enlevado com aquela
voz, perguntei: - “Senhor, o sacrifício pode ser em dinheiro vivo ou em animais? E
o Senhor respondeu apenas com uma palavra: “PODE”. Fiquei mais feliz ainda. O
pensamento do Senhor ajustava-se ao meu pensamento. Fiquei tão contente que
entrei numa loja e comprei cinco ternos para bem me apresentar ungido diante do
povo de Deus.
Desta vez, meus irmãos, vocês não terão em mãos qualquer objeto ungido. É
fantástico. Assim como Jesus se ofereceu para o sacrifício, vocês farão um “voto
de sacrifício” como gratidão ao Senhor, por tudo que Ele fez. Quem ficar de fora
desse sacrifício não será abençoado. Perderá a qualidade de filho de Deus, e
quando morrer sua alma ficará eternamente ardendo no inferno. Quem deseja
fazer o sacrifício do voto? Ótimo, vejo que todos aceitaram. Vamos agora às
instruções.
Estão lembrados de que o Senhor permitiu dois tipos de voto: um em dinheiro vivo
e um em animais. O Senhor deixou comigo a decisão de escolher quais animais
devem ser sacrificados e qual o montante do voto. Louvo a Deus pela confiança
depositada neste humilde servo. Outro dia, após apresentar esta heresia num de
nossos templos, um irmão me perguntou: - “Meu grande pastor, no mês passado
eu fiz um voto de duzentos reais para ser abençoado. Permita-me indagar qual a
validade daquela bênção”. Após saber que ele tinha oito anos de fé, respondi:
“Meu amado, as bênçãos são adicionadas às já existentes. A cada voto você
recebe uma bênção especial. Pelos meus cálculos você já deve ter feito vinte e
três votos. Pois bem, quando uma nova bênção se junta à anterior, há um efeito
multiplicador. Se nesses oito anos você tivesse feito apenas um sacrifício, teria
apenas uma bênçãozinha medíocre, sem expressão, uma bênção que não lhe
garantiria nem um prato de comida. Ademais, se não houver constante sacrifício, a
sua fé tende a perecer, e “sem fé é impossível agradar a Deus”. Como você
demonstrará a sua fé se você não faz o sacrifício? Fé sem obras é morta. Sem
voto você é um homem morto. Como Deus vai encher seus bolsos de dinheiro se
você rejeita a voz do meu coração, isto é, do coração que recebeu a voz de Deus?
Ou será que você não gosta de prosperidade? Pessoal, quem aqui não gosta de
dinheiro? Viu, ninguém levantou a mão. Então, é dando que se recebe. Com Deus
o negócio é mão dupla.
Mais uma alma rebelde se levantou contra Deus, e me disse: - “Meu grande
pastor, não tenha por mal as minhas ignorantes palavras, mas gostaria de sua
orientação. A Bíblia diz que “o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender
é melhor do que a gordura de carneiros”, conforme está em 1 Samuel 15.22”. “Diz
também, amado pastor das nossas almas, que “Sacrifício e oferta não
quiseste...holocausto e expiação pelos pecados não reclamaste...deleito-me em
fazer a sua vontade”, como está em Salmos 40, versos de 6 a 8”. “Entendo,
amado pastor – continuou a alma rebelde – que já somos salvos e abençoados
pela fé no Senhor Jesus Cristo, e, assim, constituídos filhos de Deus, e que nada
que façamos poderá aumentar a bênção adquirida pelo eficaz sacrifício do
Senhor, na cruz. Já somos propriedade dEle, pois fomos comprados com Seu
sangue redentor”.
De vez em quando encontramos esses corações renitentes. São pessoas que em
lugar de ficarem atentas ao que seus pastores dizem ficam decorando passagens
bíblicas ou lendo coisas indevidas na internete. Respondi-lhe que participar do
“Voto de Sacrifício” é um sinal de obediência a Deus. Trazer uma galinha colocá-la
aos pés do altar, como veremos a seguir, é também um ato de obediência. Ou
querem duvidar de mim? Será que não recebi o mandamento de Deus? Ou será
que não sou um ungido de Deus? Todo o meu ser e meus pertences pessoais são
ungidos; minha gravata, meias, lenços, camisas, pijamas, lençóis de cama, óculos,
caneta até a minha dentadura é ungida.
Retornemos às instruções. Nos dias trinta de junho e primeiro de dezembro de
cada ano, cada família comparecerá ao templo para fazer dois sacrifícios. O
primeiro será o “Voto do Sacrifício” , de valor igual a um salário mínimo vigente na
época. No mesmo dia os que querem ser abençoados depositarão aos pés do
Senhor uma galinha viva, de qualquer raça e idade, desde que sem defeito, em
bom aspecto, devidamente alimentada e vacinada. Se não houver galinha
disponível, que venham os frangos. A vacina é uma exigência legal. A família que
tiver apenas uma galinha, que põe um ovo diário para reforço alimentar, traga-a
assim mesmo. Quanto maior o sacrifício, maior a bênção. Este princípio vale para
o sacrifício do voto. Para não dizerem que esta heresia não é bíblica, ouçam:
“Quando alguma pessoa cometer ofensa, e pecar por ignorância nas coisas
sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por oferta um carneiro sem defeito do
rebanho...”, como está em Levítico 5.15. São muitas as citações na Bíblia que
falam em sacrifício e oferta de animais. No momento estou exigindo uma galinha.
É o começo de uma longa caminhada. Amanhã, conforme as revelações que
receber, quem sabe surgirá a necessidade de um porco ou de um bode para o
sacrifício. Alguém poderá perguntar: por que os dois votos de sacrifício, o do
dinheiro e o da galinha? Aqui funciona o princípio da potencialização da bênção.
Uma bênção sobre outra potencializa os efeitos das duas. Duas bênçãos valem
mais do que uma bênção. Dois sacrifícios valem mais do que apenas um
sacrifício. Dito isto, desejo explicar a destinação das galinhas.
Mandamos construir uma granja com cem galpões para o sacrifício das aves
ofertadas, numa área de dez mil metros quadrados. A comercialização desses
animais é uma realidade que se impõe. O lucro correspondente será totalmente
carreado para a bendita Casa do Tesouro. Contratamos dez avicultores e cinco
sanitaristas para controlar e fiscalizar o desenvolvimento das aves até o seu
abate. Cinqüenta obreiros foram convocados para darem o dízimo de seu tempo
na recepção das ofertas e manutenção dos galpões. Nosso objetivo é oferecer à
população carne congelada de galinha “da terra” e de frango a preços
competitivos, em embalagens de até três quilos. A sua oferta ajudará a população
carente. Vejam quão elevados são nossos objetivos. Nos primeiros anos,
atenderemos apenas o mercado interno. Esse negócio será “a galinha-dos-ovosde-
ouro” que dará grande impulso aos nossos projetos evangelísticos. Na
verdade, a galinha ofertada voltará à mesa do ofertante pelo menor preço da
praça. E mais, ao passar por nossos frigoríficos toda a produção receberá uma
unção especial, a “Unção do Alimento”. E o dinheiro do sacrifício do voto? Será
destinado também à abençoada Casa do Tesouro. Vamos todos unidos ao voto do
sacrifício e ao sacrifício da galinha.
COMO NASCE UMA HERESIA - VIII
Capim Santo
Tenho novidades para vocês. Outro dia, quando iniciava o meu discurso num dos
nossos templos, um irmão gritou: “Qual será o preço do sacrifício”? Fiquei feliz e
ao mesmo tempo triste. Feliz pelo bom condicionamento em que estão as ovelhas
do meu aprisco. Triste fiquei pela ironia implícita. O importante é que todos já
estão conscientes de que os sacrifícios precisam ser renovados. Sem sacrifício é
impossível agradar a Deus. Como agradaremos a Deus sem as obras do
sacrifício? Ora, a fé sem obras é morta.
Nossos adversários alegam que o sacrifício de Jesus foi completo e eficaz e que
somos salvos não por nossos méritos e sacrifícios, mas pela graça divina
derramada sobre os que nele confiam. Eu lhes digo que vocês não devem dar
ouvidos a vozes estranhas. Ouçam o seu pastor: “As ovelhas de modo nenhum
seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não reconhece a voz dos
estranhos... O bom pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10.5,11). Quem é o
pastor de vocês? Quem encaminha vocês diariamente ao matadouro, aliás, ao
sacrifício para que tenham vida abundante? Quem criou dezenas de objetos e os
ungiu, a fim de a fé de vocês fossem materializadas? Quem aqui pode sair de
casa sem a sua imagem, aliás, sem o seu amuleto de estimação? Quem pode
negar que eles proporcionam paz, felicidade, segurança e, especialmente,
prosperidade?
Quem não se lembra do “jumentinho”, do “Machado da Prosperidade”, do “Cinto
da Verdade”, do “Sacrifício da Galinha”, do “Barbunção”, do “Sandalhaço” e de
tantos outros meios de bênçãos colocados à disposição de vocês? Quem não se
lembra do “princípio da potencialização da bênção” criado e ensinado por mim, e
que tantos benefícios trouxeram a vocês?
Não fiquem ansiosos quanto ao valor do novo sacrifício. Vejo irmãos inquietos já
contando seus trocados. Nunca exigi sacrifício superior ao que vocês podem
suportar. Primeiro, informo que criei o “Livro de Registro de Heresias”, para evitar
plágio. Funciona como registro de patente. A partir de então minhas criações
estão patenteadas e só poderão ser copiadas com meu prévio consentimento. O
“Termo de Abertura” está assim redigido:
“O presente livro com 500 folhas numeradas tipograficamente de 1 a 500 destinase
ao registro das heresias criadas pelo Pastor Airton Evangelista da Costa. É
proibida a reprodução de métodos e símbolos concernentes às heresias aqui
registradas, sob pena de os infratores, respeitados os direitos autorais,
responderem criminalmente em juízo e se sujeitarem às penalidades da lei”.
Agora vamos à novidade do dia. Decididamente entramos na era das plantas
medicinais como veículo de bênçãos. A de hoje dispensa maiores comentários
porque seu nome já diz tudo: Capim Santo. Quem não conhece as qualidades
terapêuticas dessa planta? Milhões de pessoas, até ovelhas nossas, vêm
utilizando o capim santo para curas de seus males físicos. É sabido que o chá
dessa planta, também conhecida como erva cidreira, é usado como refrigerante,
como calmante e sedativo; contra gases intestinais, dores musculares, etc. Porém,
qual o efeito no plano espiritual?
O “capim santo”, que, como o próprio nome indica, já é santo, fica mais santo
ainda quando ungido. Após a unção, adquire propriedades espirituais, tornando-se
assim um santo remédio espiritual. Instalamos uma verdadeira indústria para sua
manipulação e fabricação do chá, que será acondicionado em garrafas de dois
litros. A nossa plantação de 100 hectares do referido capim está bem
desenvolvida. Estimamos uma produção de um milhão de garrafas dentro dos
próximos 45 dias. O importante é que usaremos água fluidificada na composição
do chá. Alguns chamam de água benta. Além disso, estamos fabricando a “Pasta
da Concupiscência”, feita das cinzas do capim, destinada a anular os efeitos
nocivos dos desejos carnais. Usada sobre os olhos, nos lábios e orelhas, refreia o
desejo de ver, falar e ouvir coisas contrárias à vontade de Deus, como, por
exemplo, pornografias. A pasta será acondicionada em latinhas de 200 gramas. O
início da distribuição dos novos produtos está previsto para o dia quinze de agosto
deste ano. O lançamento será em grande estilo. Defronte à nossa sede será
plantado um enorme pé de capim santo.
As propriedades espirituais do santo capim santo são as seguintes: assegura
prosperidade econômica e afasta energias negativas. Outros objetos ungidos,
anteriormente lançados, tinham essas propriedades, mas estão com prazos de
validade vencidos. Modo de usar: duas colheres de sopa ao deitar. A validade
desse novo produto é por tempo indeterminado. Terminado o estoque, a ovelha se
dirigirá a qualquer um dos nossos pontos de distribuição, cumprirá o voto do
sacrifício, como explicarei a seguir, e levará os dois litros de chá e o brinde da
pasta.
Falei em distribuição, mas há um detalhe muito importante. Sem o seu sacrifício a
bênção não funciona. A Máquina de Flutuação de Machados, a MFM, foi adaptada
para receber as ofertas e liberar as garrafas de chá. O sacrifício será de cinqüenta
reais. Pagou, levou. Sem sacrifício não há bênção, sem bênção não há salvação.
Nossos adversários poderão até dizer que todo esse dinheiro virá para o meu
bolso. Não é verdade. Gasto muito com a criação dos produtos, com sua
divulgação, com matéria-prima, com empregados, etc. O lucro se destina à Casa
do Tesouro.
A participação de todos é indispensável. Muitas ovelhas já assimilaram a idéia e
deram um nome mais popular para o produto: “O Chá da Bênção”. Gostei. A voz
do povo é a voz de Deus. Não fique de fora. Tome posse da sua bênção. O chá é
seu. Será a sua porção diária de bênção.
COMO NASCE UMA HERESIA - IX
A Arca da Prosperidade
Sabemos que os amuletos do esoterismo ou do ocultismo não produzem qualquer
benefício espiritual. Os que tenho lançado, todavia, possuem um ingrediente que
os diferencia dos demais: a unção. Os amuletos do paganismo não são ungidos.
Os meus são diferentes porque passam necessariamente pelo ritual da unção com
óleo importado de Israel. Ora, “o justo viverá da fé”, diz a Bíblia. Portanto, sem fé
não há amuleto ungido que funcione.
Antes de apresentar meu novo produto, desejo informar que nos primeiros dias da
campanha do “sacrifício do voto e da galinha” recebi milhares de aves. Trinta mil
galinhas e frangos são sacrificados em minhas granjas, diariamente. Desejo
ajudar muitas pessoas pobres, isto é, vender o produto pelo menor preço do
mercado.
Mas agora preciso falar do meu mais novo lançamento: A “Arca da Prosperidade”.
A terra estava cheia de violência. Então, Deus mandou Noé construir uma grande
“arca de madeira de cipreste”, e lhe disse: “Eu trago o dilúvio sobre a terra, para
destruir tudo o que tem vida debaixo dos céus. Mas contigo estabelecerei a minha
aliança, e entrarás na arca tu e contigo os teus filhos, a tua mulher e as mulheres
de teus filhos”. Recomendou também que na arca fossem colocados os animais,
dois de cada espécie. Como sabemos, todos foram salvos do dilúvio que se
abateu sobre a terra (Gn 6,7,8 e 9).
Deus quer renovar o pacto com seu povo. A violência de nossos dias supera em
muito a dos tempos de Noé. É hora de aceitarmos a provisão de Deus. Vamos
todos entrar na Arca da Prosperidade. Este gesto simbólico produzirá benefícios
espirituais imensuráveis. Entrar na arca será uma prova de nossa fé. Naquele
tempo, as pessoas não deram atenção ao chamado de Deus. Hoje, os que
conhecem a verdade, estão prontos a aceitar o convite. Entrar na arca significa
afastar de vez as forças negativas. Deus contemplará cada um que tomar essa
decisão.
Mandei construir uma arca de madeira cipreste – a mesma usada por Noé - de
vinte metros de comprimento por quatro de largura, que será instalada no meio do
templo. As ovelhas entrarão na arca, percorrerão toda a sua extensão e sairão
pela porta dos fundos. No seu interior, encontrarão um grande gazofilácio, onde
serão depositadas as ofertas do sacrifício, e um depósito com água benzida, que
poderá ser bebida ou passada no rosto. Trata-se de uma bênção adicional. Para
permitir que a fila ande mais depressa, os familiares do ofertante não entrarão na
Arca. Mulher e filhos ficam de fora, em espírito de oração. Serão distribuídos
gratuitamente aos ofertantes um broche com a figura de uma arca. O Espírito
Santo me falou que esse sacrifício deve ser de cem reais. Maior sacrifício
experimentou Noé e seus familiares. Alguém me perguntou se os cem reais
podem ser dados diretamente aos pobres. Respondi que não, não e não. O
sacrifício válido é aquele depositado aos meus pés, aliás, aos pés do Senhor.
A passagem pelo interior da Arca da Prosperidade redundará em vitória diante do
inimigo. Será vencido o dilúvio das doenças, da pobreza, dos problemas
conjugais. Da mesma forma como Noé e sua família foram vitoriosos, as ovelhas
sairão da barca com mais poder, mais força, mais fé. A Arca ficará em exposição
no Templo Central durante a primeira quinzena de setembro. Depois disso, a
relíquia percorrerá todas as principais capitais do país.
Nota: Este trabalho objetiva enfatizar a facilidade com que as heresias são
criadas, e como facilmente são aceitas e assimiladas pelos desavisados. O
“pacote” consiste em vender a idéia com aparência de verdade. Primeiro, escolhese
o amuleto; depois procura-se um versículo bíblico que lhe dê sustentação. O
resto é marketing.
COMO NASCE UMA HERESIA - X
A Serpente da Fé
Hoje é noite de bênçãos. Fiquemos atentos, em reverência à Palavra. Abram suas
bíblias no Livro de Números, capítulo 21, versículos de 7 a 9. Diz assim o Livro
Sagrado:
“O povo veio a Moisés, e disse: Pecamos, pois temos falado contra o Senhor e
contra ti. Ora ao Senhor que tire de nós as serpentes. Então Moisés orou pelo
povo. Disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente, e põe-na sobre uma haste.
Todo aquele que for mordido, e olhar para ela, viverá. Moisés fez uma serpente de
bronze, e a pôs sobre uma haste. Então quando alguém era mordido por alguma
serpente, se olhava para a serpente de bronze, vivia”.
Esta palavra me trouxe uma nova revelação. Neste exato momento, enquanto lia a
Bíblia, o Espírito falou ao meu ouvido. Tudo está confirmado. A serpente de
bronze, criada por Deus, precisa ser restabelecida. O povo tem sofrido por todo
esse tempo porque desprezou os símbolos sagrados. Recebi a missão de
restaurá-los. Naquele tempo, o povo foi castigado por seus pecados de
murmuração. Não confiou nas promessas de Deus. As serpentes venenosas
foram o instrumento usado para castigar os murmuradores.
Quantos, meus irmãos, não andam murmurando contra Deus, por pensamentos
ou palavras. Quantos não estão em pecado de omissão, não fazendo aquilo que
deveriam fazer. Feche seus olhos, dobre a sua cabeça. Medite em seus pecados.
Você está separado de Deus. Você precisa aumentar a sua fé. Deus enviou o
castigo, mas em seguida providenciou a solução. A serpente de bronze é a
solução. Se serviu para os israelitas, servirá para vocês.
A serpente é o símbolo da cura. Vamos reaprender a olhar para a serpente e
receber a cura; com a cura, receber a prosperidade e com a prosperidade viver de
bem com a vida. A serpente serve de exemplo. Leia: “Sede prudentes como as
serpentes e simples como as pombas” (Mt 10.16). Não só a prosperidade e cura
receberemos dela, mas também a prudência. Observemos seu modus vivendi,
como ela se prepara para atacar; a sua agilidade; como ela segura a presa e não
solta mais; o magnetismo de seu olhar, tudo isso podemos colocar em prática para
sermos prósperos, para tomar posse das bênçãos e não soltá-las facilmente; para
sermos ágeis no acúmulo de riquezas. Vocês já viram uma serpente doente? Pois
é, com ela aprenderemos a desfrutar perfeita saúde. Dito isto, vamos às
instruções.
Mandamos fabricar cinqüenta mil serpentes para aplicativos em broches, colares,
pulseiras, brincos, meias, lenços, gravatas, camisas e blusas. Esses objetos
poderão ser adquiridos em qualquer de nossas lojas. Os usuários da serpente
darão uma grande demonstração de fé, convictos de que não foi em vão a
recomendação divina sobre a cura para os que olhassem para a serpente. Para
quem desejar algo mais real, em nossas cisternas de répteis estão duas mil
serpentes trazidas do deserto do Egito. Antes de embarcarem para cá, elas foram
ungidas nas águas do Jordão. Vamos às instruções.
A cada ano, no último dia de outubro, todos comparecerão ao grande culto da
serpente. Amarrada a uma haste de metal, estará uma grande jibóia de vinte
metros de comprimento. Ao lado esquerdo desse símbolo, estará um reservatório
de água fluidificada, onde a serpente esteve quarenta dias e quarenta noites para
infusão da unção. Todos levarão suas bolsas, colares, pulseiras, gravatas, meias,
lenços e blusas para receberem os bons fluídos. No lado direito, o Grande
Gasofilácio das Ofertas Alçadas. Estipulamos uma oferta de cinqüenta reais.
Portanto, meus irmãos, não fiquem de fora da Campanha da Grande Serpente.
Quem não participar, ficará sem a bênção ofídica. Apressem-se em adquirir os
apetrechos recomendados. Doravante, farão parte do quotidiano de vocês, como
sinal de fé. Não dêem ouvidos aos contradizentes. Vão dizer que serpente é coisa
do diabo; que nós só queremos o dinheiro das ovelhas; que o rei Ezequias
destruiu a serpente de bronze para não ser adorada; que as coisas do Antigo
Testamento não servem para os dias de hoje, etc. Vocês estão proibidos de ouvir
a voz do engano. Confiem na minha palavra. As ovelhas conhecem a voz do
pastor e não se deixarão levar pela voz do enganador. Vocês são testemunhas de
que nunca fizemos pressão psicológica sobre as ovelhas para fazerem ofertas
cada vez maiores; nunca extorquimos ninguém; falamos em dinheiro só o
estritamente necessário; nunca vendemos amuletos, etc. tudo fazemos por puro
amor às amadas ovelhas. Que a bênção do sucesso continue sendo derramada
sobre vocês.
COMO NASCE UMA HERESIA - XI
O Capacete, as Botas e as Luvas da Salvação
Amadas ovelhas. Nossos concorrentes chegaram primeiro e acabaram de lançar
as “vestes brancas”, capazes de limpar o corpo e a alma de todas as mazelas; de
doenças, de traumas, pecados, maldições, setas malignas e pobreza.
Era pensamento meu mandar confeccionar quinhentos mil casacos brancos para
serem vendidos abaixo do preço de mercado. Mas deixemos isso de lado. Em
compensação, estou lançando, para alegria de vocês, três produtos de uma só
vez. Vejam como funcionam:
CAPACETE BRANCO - Usado em cultos de libertação, o capacete protege das
setas do diabo, limpa a mente dos pensamentos impuros e garante vida eterna:
“Tomai também o capacete da salvação” (Ef 6.17). Atenção: só serve se for de cor
branca, símbolo de pureza. Temos em estoque milhares de unidades, de vários
tamanhos, para crianças e adultos. As mulheres usarão um modelo especial, com
uma florzinha.
BOTAS BRANCAS - As botas brancas, também devem ser usadas nos cultos de
libertação, quando vocês se apresentam para a expulsão dos demônios do mês.
Protegem os pés das “astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A Bíblia recomenda que
calcemos “os pés na preparação do evangelho da paz” (v.15). As botas brancas
evitam que as ovelhas andem por caminhos tortuosos; ajudam a pisar na cabeça
do diabo: “Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente”
(Sl 91.13). Lembrem-se do seguinte: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes,
e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19).
Como tomar posse dessa bênção se não estivermos devidamente preparados?
Nossa fábrica de botas está trabalhando a todo vapor para atender a demanda.
LUVAS BRANCAS - São uma proteção espiritual. Protegem as mãos das setas
diabólicas que entram pelos dedos; evitam o contágio com o mundo exterior nos
dias de purificação. Garantem aos seus usuários o poder para expulsar demônios
e curar enfermos: “Imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.18).
Como fazer isso se não estivermos com mãos limpas? Leiam: “Chegai-vos a
Deus, e Ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores” (Tg 4.8). As luvas são
fabricadas em couro de camelos dos arredores de Jerusalém. Temos modelos a
preços populares fabricados com couro de jumento.
À disposição, portanto, três amuletos de valor espiritual inestimável. Fica aqui
nosso lembrete: não dêem ouvidos aos nossos adversários. Eles dirão que tudo
isso não passa de uma palhaçada; que os filhos de Deus não precisam de objetos
de bênção; que todos já são ricamente abençoados; que a pior maldição é não
estarmos em Cristo, etc. Não ouçam essas doutrinas de demônios. Contra elas,
usem os amuletos à disposição de vocês. Alguém me fez uma pergunta
interessante: O que fazer com os amuletos anteriores? Respondo: Vocês vão
desprezar o prato em que comeram? Se vocês foram muito abençoados com eles,
guarde-os; poderão até usá-lo, eventualmente. Muitos ainda estão com prazo de
validade em vigor.
Mais uma coisa: no mês do lançamento desses três amuletos, vocês deverão
trazer um dízimo dobrado, e receberão uma dupla unção. Última observação: os
capacetes, botas e luvas só funcionam se adquiridos em nossos templos, pois
eles são ungidos na fase de fabricação.
COMO NASCE UMA HERESIA - XII
O Relógio da Bênção
Amados irmãos! A partir de amanhã será lançada no mercado uma bênção
revolucionária, incapaz de ser superada por qualquer heresiarca. Foram muitos
dias de estudo e meditação com nossos 666 pastores.
Desejava descobrir um instrumento capaz de abençoar mecanicamente toda a
membresia; capaz de reproduzir a minha voz onde quer que esteja o irmão.
Quando estava em meditação, apareceu a visão de um relógio, e o relógio falava:
- Eu te abençôo. A cada hora a bênção era repetida. Então, nasceu a idéia do
“Relógio da Bênção”. Ora, a Bíblia recomenda que devemos abençoar as
pessoas, e não amaldiçoar.
Adquirindo o tal amuleto, os irmãos serão abençoados em todos os momentos.
Receberão a minha bênção, com a minha voz, ainda que estejam dormindo. Não é
formidável? A minha voz é inconfundível. Vocês já a conhecem muito bem. Vejam
o que diz a Bíblia:
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem” (Jo
10.27).
Dito isto, informo que mandei fabricar dez mil relógios de vários modelos,
tamanhos e cores (de pulso, de parede, para crianças e adultos). A partir de
amanhã já estarão nos postos de venda. Vocês poderão programar a bênção para
ser recebida a cada sessenta minutos, a cada duas, três ou quatro horas. E
podem optar por um som mais suave, recomendável durante a noite. Sugiro que
os relógios sejam programados para emitir bênçãos de hora em hora. A
mensagem completa que vocês ouvirão é a seguinte:
“Eu o abençôo. Não se esqueça do dízimo e da campanha do mês”.
Vocês poderão adquirir uma unidade para ser usada no pulso, e outra para ser
usada na parede de sua casa. Bom será que cada membro da família possua o
“Relógio da Bênção”. A melhor notícia: o novo amuleto será vendido pelo menor
preço do mercado. As unidades mais simples, sem fundo musical, custarão
R$49,99; as mais sofisticadas, com pulseiras cromadas e a prova d´água, podem
chegar a R$299,00, com garantia de seis meses.
Em breve, marcaremos uma reunião especial para ungirmos todos os relógios.
Alguém poderia até perguntar o que fazer com os demais amuletos, como, por
exemplo, o jumentinho, o mel ungido, o cinto, o capim santo, etc. Ora, não se
esqueçam do princípio balizador do uso de amuletos: “O poder de um amuleto é
potencializado por outro amuleto”. Isto é, quando mais amuletos, mais bênçãos.
Vocês não devem desprezar os antigos instrumentos. Através deles, muitos
ganharam carros importados e mansões; ficaram ricos. Ora, ser cristão é sinônimo
de uma vida boa, folgada, livre de doenças, de aflições. Para ficar mais ainda de
bem com a vida, adquira já o “Relógio da Bênção”.
Outros produtos lançados na série “Como Nasce Uma Heresia”, pela ordem de
lançamento:
I – O jumentinho
II - Barbunção
III – Mel Ungido
IV - Sandalhaço
V – O Machado da Prosperidade
VI – O Cinto
VII – O Voto
VIII – Capim Santo
IX – A Serpente da Fé
X – Capacetes, botas e Luvas
...
Como Derrubar Várias Heresias de uma só Cajadada
“Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Com esta afirmação de Jesus ao
ladrão crucificado podemos demolir pretensões de vários contradizentes. É a lei
do menor esforço. Se podemos derrubar várias heresias com apenas um
versículo, por que gastar tempo argumentando com muitas passagens bíblicas?
Se a heresia ainda demonstrar sinais vitais, em razão de argumentos de seus
defensores, então podemos usar outros cajados mais dolorosos.Vejamos.
Purgatório
Aquele homem, ao crer em Jesus e clamar por misericórdia, foi imediatamente
perdoado. Além disso, ficou sabendo que logo após sua morte iria descansar em
paz. Segundo a doutrina católica do purgatório, ele seria imediatamente jogado
numa espécie de masmorra, onde passaria um bom tempo, até que as rezas
movessem o coração de Deus. Qual a doutrina certa? A dos homens ou a de
Jesus? O purgatório também não existiu para Estêvão, que antes de morrer
entregou seu espírito a Jesus (At 7.59). Ver meu artigo “O Purgatório e o Sangue
de Jesus”.
Mortalidade da alma
Os exterminadores dizem que a alma sucumbe com o corpo na sepultura. Em
outras palavras, dizem que a parte imaterial do homem não sobrevive, morre com
o corpo. Ora, o corpo do ladrão iria ficar no túmulo, mas seu espírito iria para o
paraíso. Alegam alguns mortalistas que as coisas não são bem assim, pois Jesus
não subiu naquele mesmo dia. Esquecem que onde está o Pai está o Filho. Leiam:
“Eu e o Pai somos um”; “Quem me vê a mim, vê o Pai”; “Ninguém VEM ao Pai
senão por mim”. Jesus também disse que não deveríamos temer os que matam o
corpo mas não podem matar a alma (Mt 10.28). Mais uma vez declara a
imortalidade da alma. Foi isso o que aconteceu com Estêvão e com o ladrão na
cruz. Mataram o corpo, mas o espírito sobreviveu. Jesus nos ensinou uma
realidade espiritual através da parábola do rico e Lázaro (Lc 16.19-31). Ali está
dito que o corpo desce ao pó e o espírito segue seu destino. Ver meu artigo
“Reflexões sobre a Imortalidade da Alma”.
Batismo pelos mortos
O mormonismo ensina e pratica o batismo pelos mortos. Consiste em se batizar
alguém que já morreu. Como não se pode batizar um espírito, um mórmon faz as
vezes do falecido. Acho que não existe uma heresia mais braba do que esta.
Talvez se iguale a esta, em extravagância, o ato de urinar em pontos estratégicos
de uma cidade para marcar território, ou a do uso de sal grosso para afastar
demônios. Pois bem, Jesus teria se esquecido de batizar o ladrão? Aferram-se os
contradizentes à tese de que Jesus continua evangelizando os espíritos em
prisão. Deduzem que os espíritos convertidos deverão descer às águas. Como
espírito por óbvias razões não pode ser molhado e não existe água no mundo
espiritual, Jesus espera que a sua igreja batize os mortos. Ao afirmar a salvação
do ladrão, Jesus tinha certeza de que alguém iria batizá-lo dois mil anos depois?
Como ele foi direto para o paraíso sem batismo? Ver meu artigo “Batismo pelos
Mortos” – debate.
Reencarnação
Segundo a doutrina espírita da reencarnação, referido ladrão deveria voltar à terra
inúmeras vezes, nascer, morrer, nascer de novo até o total pagamento de sua
dívida. Nada disso aconteceu. Jesus desconhecia esses nascimentos e mortes. O
perdão de Jesus foi total e incondicional. Estêvão com certeza também não sabia
que para chegar ao céu teria de enfrentar muitas vicissitudes, pois entregou seu
espírito diretamente a Jesus. O rico e o pobre, como ensinou Jesus (Lc 16.19-31),
também não tiveram que “sofrer” encarnações. O profeta Elias foi direto para o
céu, sem ter que penar em outras vidas (2 Rs 2.1,11 – ver meu artigo “O
Espiritismo e a Reencarnação”).
Maldição hereditária
Será que Jesus se esqueceu de que aquele homem crucificado a seu lado estava
cheio de maldições hereditárias que deveriam ser quebradas antes de sua subida
para o paraíso? E Estêvão? E Elias? Os apóstolos em suas primeiras pregações
teriam se esquecido desse detalhe tão importante? Nada disso. A pior maldição é
ser descrente. Os que não crêem já estão amaldiçoados e condenados (Jo 3.18).
Em Jesus, todos os vínculos satânicos, algemas, laços, pactos e maldições são
quebrados, pois “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).
Ver meu artigo “Maldição Hereditária”.
A negação da divindade de Jesus
Ao perdoar os pecados do ladrão e garantir sua salvação, Jesus estaria agindo
como um lunático ou mentiroso? Não é mais razoável admitir que só quem perdoa
pecados é Deus e que naquele momento quem estava perdoando era
verdadeiramente o Deus encarnado? Como Jesus poderia garantir a salvação
daquele homem se Ele realmente não fosse Deus? Ouçam: “Disse-lhe Filipe:
Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo
estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como dizes
tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.8-9. V. Jo 1.1,2,3,4,14). Ver meu estudo “A
Divindade de Jesus – II”.
“Deve reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso
tanto para admoestar na sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt
1.9).
Sessão de Descarrego é Blasfêmia Contra o Espírito
Santo
No dia 9 de fevereiro de 2005, fui convidado a comparecer a uma das várias
sessões de descarrego da Igreja Universal. O convite veio pela televisão. Na
telinha, um rapaz bem-apessoado, com ar de seriedade, convidava católicos,
espíritas e evangélicos, todas as pessoas, a participarem das referidas sessões,
onde teriam a oportunidade de tocar num enorme lençol vermelho, o “manto dos
milagres”. Ao final da campanha, o lençol seria cortado em inúmeros pedaços, que
seriam distribuídos aos fiéis. O apresentador não revelou se as frações do lençol
seriam doadas ou vendidas. Também não mencionou um só versículo da Bíblia
para validar a singular campanha. Como o convite me veio publicamente, tenho
razões suficientes para, usando a internet, apresentar as razões da minha recusa.
Onde está a blasfêmia?
O crente em Jesus é selado com o Espírito Santo (Ef 1.13; Ap 9.4); é templo do
Espírito (1 Co 6.19); é sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14); é filho de Deus
pela fé em Jesus Cristo (Jo 1.12); é ricamente abençoado com a graça salvífica
(Ef 2.8-9); pela obediência a Deus, os demônios não lhe podem ter acesso (Tg
4.7; 1 Jo 5.18). Pergunto: eu iria descarregar o quê? O Espírito Santo? As
bênçãos a que faço jus? Passaria a confiar nas bênçãos provindas dum lençol
sujo, substituindo-o pela proteção do Senhor? Ora, fazer isso é rejeitar de forma
pública e explícita as bênçãos espirituais que o Espírito nos proporciona. Se eu
aceitasse o convite, estaria confirmando a existência de muitos males em meu ser.
Mas em Cristo “somos novas criaturas” e já estamos limpos pela Palavra em que
temos crido (Jo 15.3).
Sujo?
Referido lençol passa várias semanas sem lavagem. É tocado por milhares de
pessoas. Ao passar por cima dos fiéis, como que fazendo uma cobertura
compacta, diminui a ventilação e o oxigênio e facilita a proliferação de vírus e
bactérias. Os crentes, como luzes do mundo, não devem ficar debaixo de
cobertas, no escuro, em trevas. Ademais, o uso de amuletos é incompatível com a
vida do crente.
Amuletos?
O lençol funciona como um amuleto. Surge de tempos em tempos para
proporcionar “libertação”. A fé passa a ser depositada nos pedaços de pano. Ora,
amuleto é “pequeno objeto a que se atribui poder mágico de afastar males”. É
exatamente isso que ocorre: a fé em Deus (Mc 11.22) é substituída pela fé no
amuleto. O uso de tais objetos, próprios do esoterismo, é uma danosa
substituição.
Substituição?
Antes da redenção em Cristo, as ovelhas careciam de algo tangível para ver e
tocar. Ao serem impactadas pelo Evangelho e convidadas a adorar a Deus em
espírito e em verdade (Jo 4.24), sentiram uma lacuna, um vazio; isto é, instalou-se
a síndrome da abstinência de imagens, de qualquer coisa palpável; de amuletos.
Entenderam? O que pode estar acontecendo é que o Evangelho que lhes foi
apresentado, por não ser cristalino e genuinamente puro, não as impactou de
verdade.
E os testemunhos de bênçãos recebidas?
O crente é abençoado quer toque quer não toque em qualquer coisa. Uma coisa
não pode substituir a fé em Deus. As eventuais bênçãos recebidas se explicam
em razão da bondade de Deus, e não pelo toque em artefatos. O emprego, a cura,
a paz viriam de qualquer modo. Há mais de quatrocentos milhões de crentes que
não tocam em lençol e se sentem ricamente abençoados.
Deus ensina como os males se afastam: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti o
diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós” (Tg 4.7-8).
"Minha Igreja Está Pior do Que Terreiro de Macumba"
O relato a seguir é continuação do artigo "O Boi do Sacrifício e o Sacrifício da
Oferta". Trata-se de testemunho verdadeiro de quem esteve lá, viu e ouviu, e ficou
estarrecida. A testemunha não autorizou a divulgação do seu nome nem do nome
da igreja, da qual já se desligou.
"Pastor, eu fiquei realmente estarrecida!! Passei ontem o dia todo lendo o material
que o Senhor me mandou. Os cultos da Igreja ... é igualzinho ao que aquele expastor
relatou. Chego á conclusão que aquele lugar nunca pertenceu a Deus.
- Os filhos de Deus que não ofertam são amaldiçoados
Na última terça-feira dia 18/01/05, fui à reunião do descarrego, e o pastor no meio
da reunião começou a falar sobre a famosa "Fogueira Santa de Gideão". Ele disse
que as pessoas que eram fiéis a Deus, subiram no altar com muita Fé no dia
16/01/05 no Domingo, para entregar o "Segundo Boi". Ele contou que a Fé era tão
grande, teve pessoas que chegou a vender propriedades para colocar o sacrifício
(DINHEIRO) no altar, e também disse que as pessoas que não participaram da
Fogueira Santa, estavam todas amarradas pelo diabo, mas que ele já estava
orando e jejuando por estas pessoas, rsss (Desculpa Pastor, tenho que rir pra não
chorar) e disse que esta semana será a "Semana da Perseguição", disse que as
pessoas que não tinham feito o sacrifício poderiam fazer no próximo Domingo dia
23/01/05. E disse que iria ungir todo mundo com o óleo santo de Israel que ele
tinha conseguido, e também disse que daqui a seis meses terá outra Fogueira
Santa em nome do Senhor Jesus Cristo, e que ninguém vai ficar de fora, porque o
"Diabo tá amarrado". Depois ele disse. ("Eu Creio, diga graças a Deus bem forte
pra Jesus"), e logo em seguida disse ("Tá Ligado pessoal?") As pessoas bateram
palmas e ele disse ("Amém").
- Reunião sem pregação da Palavra e sem misericórdia - Só dinheiro
Depois disso ele cantou uma música, fez uma brincadeirinha para descontrair, e
logo em seguida perguntou para todos lá reunidos se alguém sabia quem era o
Dono do Ouro e da Prata, e todos responderam que era Deus. Ele concordou e
disse - Mas de prata já estamos cansados, queremos o Ouro). E pediu para os
obreiros pegar uns saquinhos amarelos e entregar para as pessoas. Nos explicou
que era pra pegarmos todas as moedas que tivéssemos em casa, rapa
tudo(moedas de troco, gavetas, etc..), colocar dentro do saquinho e levar depois
pra Igreja, disse que Deus nos abençoaria com o Ouro, ai fez todo aquele "Ritual
que parece Teatro", cantou mais uma música, ai veio a oferta. Disse para as
pessoas ofertar com que podia, com R$100,00... R$50,00... R$10,00... R$5,00 ou
R$1,00, depois fez uma oração e se despediu de todos e encerrou a reunião.
Pastor agora quanto à Fogueira Santa, eu achei que era apenas uma por ano,
mas pelo o que eu entendi, esta fogueira acontece duas ou três vezes ao ano.
- Cegueira espiritual, e fanatismo alimentado anos a fio pela pregação de uma
caricatura de evangelho
Pra mim foi uma decepção muito grande. Eu estava com o meu coração
totalmente aberto e puro, e eles pisaram na bola, mas ainda bem que eu
enxerguei isso a tempo. Mas o que me da dó mesmo, são aquelas pessoas
humildes sem nenhuma cultura e sem informação. E o pior é que se eu tentar abrir
os olhos delas, elas irão dizer que eu estou com o diabo no corpo.
- Há filhos da teologia da prosperidade que estão em situação miserável porque
todo o dinheiro que sobra vai para a Igreja
Pastor eu tenho uma conhecida que perdeu o filho dias atrás assassinado, e ela
participa das reuniões da Igreja, há anos. Ela é pobre, trabalha de dia pra
defender a janta da noite; o filho dela morreu no dia 28/12/04, e eu fui no velório
dele; o coitado não teve nem um enterro digno, ela disse que o único dinheiro que
ela tinha, era o da "Fogueira Santa" e que não iria tocar no dinheiro de jeito
nenhum. E o pior o Senhor não sabe, ela ligou para o pastor no dia do velório para
ele ir orar para todos queue estavam ali presentes, e ele foi. Agora vem a
pergunta, será que ele não pensou nem um pouquinho na situação que se
encontrava aquela mulher? Será que ele não se lembrou dela no Domingo
passado quando ela subiu com o envelope no altar para entregar o sacrifício?
Olha Pr Airton, é muita falta de Jesus no coração; não é julgar. Todos nós somos
pecadores, mas estes pastores e esta Igreja passaram dos limites; é muita
maldade. Essa Igreja está pior do que qualquer terreiro de Macumba; eles usam o
nome de Deus, e são os próprios demônios. E que Deus me perdoe se eu estiver
sendo injusta".
O Boi do Sacrifício e o Sacrifício da Oferta
Recebi a seguinte consulta de uma recém-convertida:
“Pastor Airton, estou com uma dúvida muito grande. Gostaria de saber mais sobre
a história de Gideão e os midianitas. Pelo que eu entendi é que o Anjo do Senhor
apareceu a Gideão e pediu para que ele sacrificasse o segundo boi de seu pai e
derrubasse o Altar de Baal. E assim ele fez; e com os 300 homens destruiu os
midianitas. Mas gostaria de saber o seguinte: Por que a Igreja ...[ela pediu para
não citar o nome da igreja em que congrega] em época de sacrifício de Gideão,
pede para fazermos sacrifícios com dinheiro, propriedades, etc?
Exemplo: Se eu for participar da Fogueira...[nome de uma campanha anual dessa
igreja], se eu tenho uma casa e um carro, a Igreja diz que meu segundo boi será o
carro. Outro exemplo: Se eu tenho duas casas, a igreja diz que o segundo boi será
a segunda casa, se eu tiver apenas uma casa, mas se tiver aquele dinheirinho
poupado (ex: R$2.000,00) a igreja diz que esses dois mil reais são o segundo boi
[e precisa dar à igreja]. Agora, a minha maior dúvida é: Que tipo de sacrifício Deus
pediu pra Gideão? O sacrifício que a Igreja pede tem o mesmo sentido do
sacrifício que Deus pediu para Gideão? A igreja diz que se participarmos com Fé e
acreditarmos, Deus nos devolverá em dobro o que sacrificamos e estaremos
protegido dos diabos e demônios. Me esclareça estas dúvidas; estou freqüentado
a Igreja, há apenas a 1 mês, e me sinto perdida. Observo que se todo o início de
cada ano, em época de Fogueira..., eu terei que dar o que de maior valor eu
consegui naquele mesmo ano, em forma de sacrifício como foi pedido a Gideão,
nunca conseguirei prosperidade financeira, pois tudo que ganharei no ano, terei
que por em sacrifício no ano seguinte. Gostaria por seu intermédio e seu profundo
conhecimento, maiores esclarecimentos a respeito do assunto abordado".
RESPOSTA
[Antes, desejo comentar o seguinte: vejam os leitores como estão caminhando
alguns segmentos da Igreja Evangélica. Vejam que perversidade estão praticando
contra pessoas ingênuas, de boa fé, novos convertidos, que fazem qualquer coisa
para não desagradar a Deus. Que maldade estão fazendo com essa gente; não
apenas com os novos, mas com os velhos; repassa-se a idéia de que a melhor
aplicação financeira é na igreja, que dá uma rentabilidade de cem por cento;
apanha-se qualquer passagem da Bíblia e faz-se uma vinculação fajuta ao
sacrifício da oferta, sem a qual - dizem - o crente, o filho de Deus não será
abençoado. O “ou dá tudo ou não tá com nada” e “se um não der, há dez que
darão” são normas que vigoram há mais de vinte anos].
Você, com suas palavras, derrubou o raciocínio dos teólogos de sua igreja. Há
uma incoerência, como você reconhece, no ensino que você relata. Dizem que as
ovelhas recebem em dobro o que ofertam, mas que todos os anos as ovelhas
devem ofertar o que de maior valor conseguiram. Quando terão a tão sonhada
prosperidade material prometida? Toda a prosperidade vai para a igreja. Não se
vai à igreja para TER prosperidade. Isso é materialismo mesquinho. Igreja é lugar
de transformação de vidas. Aceita-se Jesus para SER nova criatura, receber o
“fruto do Espírito” (Gl 5.22) e crescer, isso sim, na “na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
Quando as ovelhas param um pouquinho para raciocinar; quando elas não comem
tudo pelas mãos dos outros, mas procuram refletir, descobrem que tudo não
passa de uma estratégia sabiamente montada para arrecadar mais e mais.
Como os pastores são ovelhas diante do grande Pastor, e como tal devem,
também, dizimar e ofertar com a mesma fidelidade com que exigem do rebanho,
eles por sua vez devem estar sentindo na carne o que é dar quase tudo que
ganhou no ano anterior. Mas será que eles também são dizimistas e ofertantes?
Tenho minhas dúvidas.
Não é boa a hermenêutica que busca em fatos do Antigo Testamento motivos
para aumentar a arrecadação das igrejas. O princípio dos sacrifícios de animais na
antiga dispensação era o de que sem derramamento de sangue não há perdão de
pecados. Esses sacrifícios apontavam para Cristo, o Cordeiro de Deus (Jo 1.29).
“Convinha-nos tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime do que os céus, que não necessitasse, como os
sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios... mas Cristo, tendo vindo
como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio de um maior e mais
perfeito tabernáculo...e não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo
seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, havendo
obtido uma eterna redenção. Se a aspersão do sangue de bodes e touros, e das
cinzas de uma novilha santifica [santificava] os contaminados... quanto mais o
sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a
Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus
vivo?” (Hb 7.26,27; 9.11,12,13,14).
Não é boa a doutrina que coloca sobre as ovelhas um jugo difícil de suportar,
como bem você está admitindo. Jesus disse: “Meu jugo é suave e o meu fardo é
leve” (Mt 11.30). Em repreensão aos escribas e fariseus, Ele observou: “Atam
fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem nos ombros dos homens; eles,
porém, nem com o dedo querem movê-los” (Mt 23.4). Você, cara leitora, já está
sentindo o peso do fardo. [Se a leitora se diz perdida no começo de sua fé, quanto
mais perdida ficará dentro de mais algum tempo]
O apóstolo Paulo, ao pedir ofertas, dizia: “Cada um contribua segundo propôs no
seu coração, não com tristeza ou por necessidade, pois Deus ama ao que dá com
alegria” (2 Co 9.7). E mais: “Cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar,
conforme a sua prosperidade” (1 Co 16.2). Esse é o tipo de ajuda que Deus quer.
Que não seja por coação, mas por amor; que seja conforme a prosperidade de
cada um; que seja com alegria, mas não por constrangimento.
Respondendo mais diretamente à sua indagação, digo que o “boi” oferecido em
holocausto por Gideão não pode servir de modelo e razão para darmos à Igreja
metade de nossos bens ou aquilo de maior valor que ganhamos. Fazer vinculação
é perverter a sã doutrina. É descabida e condenável sob todos os aspectos a
pressão sobre as ovelhas usando tais expedientes.
Quanto à segunda parte de sua consulta, digo que o crente, para ser abençoado,
não necessita de participar dessa ou daquela campanha anual. Os sacrifícios
anuais fizeram parte do Antigo Testamento, como dito acima. A nossa salvação
está garantida pelo único e eficaz sacrifício de Cristo. Se precisarmos fazer
sacrifícios anuais, estaremos voltando às práticas do Antigo Testamento e já não
somos salvos pela graça, mas pelas obras (Ef 2.8-9). Começamos a ser
abençoados a partir do momento em que aceitamos Jesus como Senhor e
Salvador e passamos à condição de filhos de Deus (Jo 1.12; Rm 10.9). Muito mais
abominável é exigir de um membro o pagamento para participar de uma reunião
anual, considerando-se que as ovelhas já contribuem mensalmente com seus
dízimos e ofertas.
A exigência de sacrifícios anuais está em desacordo com a Palavra de Deus. A
exigência de sacrifícios pecuniários acima de dez por cento está em desacordo
com os princípios do dízimo, segundo os quais os crentes devem ficar com
NOVENTA POR CENTO de seus ganhos. Os bens, adquiridos com esses noventa
por cento, já estão portanto dizimados. Se qualquer um desses bens for ofertado,
então a oferta será muito superior a dez por cento; será dízimo sobre dízimo.
Dízimo significa ficar com noventa por cento. Essa é a vontade de Deus. Parece
que este detalhe, no seu caso, não está sendo considerado.
Trazer os sacrifícios de animais do Antigo Testamento e aplicá-los à realidade
atual, vinculando-os ao sacrifício do dízimo e à necessidade de renovadas
bênçãos é um fato inusitado e estranho ao Cristianismo. Se alguma igreja estiver
com real dificuldade financeira, carente portanto de aporte de recursos, o caminho
melhor será apresentar aos fiéis a demonstração de receita e despesa do mês. As
ovelhas, conhecendo a situação, farão contribuições espontâneas de acordo com
as posses de cada um. Portanto, o boi do sacrifício nada tem a ver com o
sacrifício do dízimo.
RESPOSTA DA CONSULENTE
Pr Airton
Fico muito grata por ter respondido meus e-mails!! Obrigado por ter esclarecido
todas as minhas dúvidas. Eu cheguei a uma conclusão, vou procurar uma outra
Igreja, eu quero conhecer a palavra de Deus, e os cultos da referida igreja,
infelizmente, são o que o senhor mesmo disse, eles passam uns 40 minutos
falando apenas em dinheiro; eu lamento eles tem tudo pra ensinar a palavra de
uma forma mais clara e honesta, mas a forma deles ensinar é essa, então devo
respeitar, mas lá não vou mais.
Pr Airton, o senhor poderia indicar uma Igreja, onde eu possa aprender os
ensinamentos da palavra? Eu me sinto tão perdida, não sei onde ir. Eu não quero
ir mais à referida igreja, é dificil vc continuar frequentando um lugar que vc perdeu
a confiança, por mais que eu tente ir, sempre ficará alguma dúvida, e eu não
quero fazer as coisas pela metade, não adianta eu continuar frequentando um
lugar, apenas por ir, não estarei sendo justa com o meu coração e principalmente
com o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Mais uma vez, obrigado por ter respondido meu e-mail
de uma forma clara e objetiva.
Obrigado mesmo Pastor, eu agradeço de coração.
RESPOSTA DO PASTOR:
Creio que você tomou uma decisão certa. Fico feliz por haver ajudado você nessa
caminhada. Uma pessoa não pode conviver o tempo todo com sinais tão visíveis
de ganância e de deturpação de textos sagrados. Divulguei na minha página
(www.palavradaverdade.com) a sua consulta e respectiva resposta, sem
identificação de sua pessoa. O exemplo serve para milhares de outros irmãos.
Respeito a crença de todos, mas nenhum respeito tenho por desvios doutrinários
ou heresias.
A igreja citada faz parte do grupo neopentecostal, de fácil identificação. Basta
conferir quantos minutos passam falando em dinheiro; tudo gira em torno de maior
arrecadação. Quanto à melhor igreja, você deve visitar várias; peça ao Espírito
Santo que lhe oriente; sinta o clima e então tome uma decisão.
Disponha sempre. Quando tiver alguma dúvida, me procure.
Entre o Chifre de Boi e a Obediência
Antes de conhecermos a verdade usávamos qualquer coisa para afastar o Maligno
e obter bênçãos espirituais. Vejam algumas das práticas:
1) Queima de incenso – Enchíamos nossas casas de fumaça com uma defumação
geral. Acreditávamos que as forças do mal fugiriam. Ora, onde está escrito que os
demônios não toleram fumaça?
2) Chifre de boi – Era colocado na porta principal ou em qualquer outro lugar da
casa. Ainda se vê esse amuleto por aí, até em casas comerciais. O objetivo é o
mesmo, o de afastar as forças malignas. Onde está escrito que o diabo e seus
anjos têm medo de chifre de boi?
3) Sal grosso – Muitos usam o sal grosso misturado ao óleo. Espalham-no ao
redor da casa; colocam em pontos estratégicos de uma rua ou bairro. A intenção é
combater, repreender, resistir ao mal. O uso está relacionado ao ocultismo. Onde
está escrito que o diabo e seus demônios detestam sal? E por que somente o sal
grosso produz resultados?
4) Fitinhas amarradas no braço – As fitas permanecem no braço até que
apodreçam e caiam. A intenção é atrair bênçãos, e, em conseqüência, afastar
anjos maus. Onde está escrito que uma fitinha amarrada no braço produz
benefícios espirituais?
5) Pedras preciosas ou semipreciosas – Muito usadas no esoterismo. Tal como a
pirâmide e a figura do Buda, as pedras teriam o poder de transmitir energias
positivas. Usam até pedras comuns, sem nenhum valor geológico. Tendas e mais
tendas são armadas nos shoppings para a venda de produtos esotéricos e
ocultistas. E são muitos os que adquirem seus produtos. O sal grosso também é
vendido nessas tendas, onde também se utiliza a adivinhação: tarô, cartomancia,
bola de cristal, etc.
É grande a parafernália de objetos usados com o fim de atraírem energias
positivas, e, em conseqüência, afastarem as negativas. Todavia, eis o que a
Palavra de Deus diz:
“Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a
Deus, e ele se chegará a vós” (Tg 4.7-8). Outra versão: “Obedeçam a Deus,
enfrentem o Diabo, e ele fugirá de vocês. Cheguem perto de Deus, e ele chegará
perto de vocês” (BLH).
Dois caminhos estão postos diante das pessoas: escolher os valores do mundo ou
os valores de Deus, pois “ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus (4.4). Algo
semelhante está na primeira carta de João: “Sabemos que todo aquele que é
nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda Aquele que nasceu de Deus, e
o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.18). BLH: “Sabemos que os filhos de Deus não
continuam pecando, porque o Filho de Deus os guarda, e o Diabo não pode tocar
nele”.
Então, o “sujeitar-vos a Deus” (Tg 4.7) tem muito a ver com o novo nascimento. A
palavra chave desse versículo é obediência irrestrita, conseqüência de uma nova
vida em Cristo Jesus. Não precisamos fugir do maligno; ele é que foge de nós. A
partir do momento em que passamos à condição de “luz do mundo”, as trevas
fogem, pois não pode haver comunhão das trevas com a luz (2 Co 6.14; Jo 1.5).
Muitos, porém, procuram um atalho para driblar o caminho estreito da obediência
a Deus. Em vez de obedecer e confiar, desobedecem e desconfiam. Quem usa
um amuleto de qualquer tamanho, peso, cor, tipo, origem não crê em Deus. Sua
confiança está depositada em coisas, em objetos, em pedaços de madeira, de
vidro de porcelana ou de qualquer outro material.
Ao seguir por um atalho, sempre muito florido e atraente, as pessoas perdem de
vista o verdadeiro caminho. Ficam perdidos no meio da floresta. Ficam a procurar
saídas para seus problemas, suas angústias, seus traumas, remorsos e
padecimentos vários. Os amuletos são atalhos, são caminhos que levam à
perdição. Em vez de afugentar o diabo, atraem-no. Vamos ler Tiago 4.7 na forma
negativa: “Não vos sujeitai a Deus; não resisti ao diabo, e ele não fugirá de vós”.
Uma vida sem Jesus é uma vida propensa a ser infernizada pelo diabo. Uma
pessoa que não resiste ao diabo estará com ele por todo o tempo; tem como
companheiro e amigo inseparável o maior inimigo dos homens e de Deus.
Realmente esta não é a melhor das opções. A melhor é atender ao seguinte
chamado: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu
vos aliviarei” (Mt 11.28).
Pobreza é coisa do diabo ou falta de fé?
Pobre é aquele “que não tem o necessário à vida; sem dinheiro ou meios”
(Dicionário Aurélio). “Pobreza – A lei judaica era cuidadosa acerca dos pobres.
Eles tinham direito de apanhar aquém e além o que se deixava ficar no campo
depois da ceifa, ou depois da vindima, ou depois da colheita de azeitonas (Lv
19.9,10. Dt 24.19,21; Rt 2.2). No ano sabático eram os pobres autorizados a ter
parte nas novidades (Êx 23.11; Lv 25.6); e se eles tinham vendido alguma porção
da sua terra, ou tinham cedido a sua liberdade pessoal, tudo isso lhes devia ser
restaurado no ano do Jubileu (Lv 25.26 e seg.; Dt 15.12 e seg.). Além disso, eram
protegidos contra a usura (Lv 25.35, 37; Dt 15.7,8; 24.10 a 13); recebiam uma
porção de dízimos (Dt 26.12.13); e ainda sob outros pontos de vista tinha de ser
considerada a sua situação (Lv 19.13; Dt 16.11,14)” (Dic. Bíblico Universal –
Buckland).
A lei mosaica não considerava a pobreza uma falta de fé ou uma obra demoníaca.
Os israelitas amparavam os pobres: “Não fecharás a mão ao teu irmão pobre” (Dt
15.7). Notem que existiam pobres que, apesar dessa condição, eram chamados
de irmãos. Deus não garantiu que todos os justos seriam ricos, pelo contrário:
“Nunca deixará de haver pobres na terra. Portanto eu te ordeno: Livremente
abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na
terra” (Dt 15.11). Com base nessa palavra, os filhos da teologia da prosperidade
deveriam lançar uma campanha nacional em favor dos irmãos pobres, e destinar
parte do dízimo para esse fim, utilizando a mesma energia com que usam o Antigo
Testamento (Malaquias 3.10) para arrecadar dinheiro. O apóstolo Paulo deixou o
exemplo: “Pois pareceu bem a Macedônia e a Acaia fazer uma coleta para os
pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como
devedores que são para com eles” (Rm 15.26-27). Fala-se em ajuda e não em
falta de fé.
Jesus teve a mesma postura com relação aos pobres. O auxílio aos pobres foi por
Ele usado como um dos requisitos à salvação do jovem rico (Mt 19.21); repetiu a
profecia do Pentateuco: “Sempre tereis convosco os pobres” (Mt 26.11), elogiou
uma “viúva pobre” que fez uma oferta pequena, mas de bom coração (Mc 12.43) e
nunca expulsou um espírito de pobreza. Em nenhum momento, em toda a Bíblia,
há qualquer indício de que a pobreza é conseqüência direta da falta de fé. Jesus
curou muitos pobres, pregou as boas novas para milhares de necessitados, mas
nunca ensinou que a riqueza provém da fé. Agora, vejam o contraste nas palavras
dos mestres da confissão positiva:
“Não somente a ansiedade é um pecado, mas também o ser pobre, quando Deus
promete a prosperidade” (Robert Tilton, citado por Hank Hanegraafff, “Cristianismo
em Crise”, p.200). Para Tilton, o pobre é um miserável pecador.
“O diabo é que impede o dinheiro de chegar a você...”. “A doença e a enfermidade
procedem de Satanás...” (Kenneth Hagin, citado por John Ankerberg e John
Weldon, em Os Fatos sobre o Movimento da Fé). “Não ore mais por
dinheiro...Exija tudo o que precisar. Deus quer que seus filhos usem a melhor
roupa. Ele quer que dirijam os melhores carros e quer que eles tenham o melhor
de tudo...simplesmente exija o que você precisa” (Kenneth Hagin, citado por Paulo
Romeiro, em Supercrentes, 9a edição, 2001, p. 43). Quão longe estão estas
palavras do evangelho do arrependimento, do perdão, do caminho estreito, do
carregar a cruz, da humildade!
“Você quer prosperar? O dinheiro vai cair sobre você da esquerda, da direita e do
centro. Deus começará a fazê-lo prosperar, pois o dinheiro sempre se segue à
retidão... Diga comigo: Tudo que eu possa desejar já está em mim” (Benny Hinn,
citado por John Ankerberg). Os seguidores desses “heróis da fé” ficam sabendo
que a vida cristã é um mar de rosas. É só fazer o sacrifício pecuniário e dinheiro
vai chover do céu. Jesus disse que os que quisessem segui-lo deveriam carregar
sua cruz. Seria carregar uma cruz recheada de dinheiro?
Papas da prosperidade
Ao dizer que pobreza é do diabo, as estrelas da teologia da ganância fazem
ouvidos moucos às palavras de Paulo: “Menosprezais a igreja de Deus, e
envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos
louvo” (1 Co 11.22). Nas igrejas onde a pobreza é conseqüência de falta de fé, os
pobres são envergonhados e os ricos exaltados. Estes, porque são mais
generosos nas ofertas, recebem uma oração especial, específica e demorada. Os
gurus exigem das ovelhas ofertas cada vez maiores para que possam – eles ou
elas? – receber bênçãos cada vez maiores. Quando o pobre ofertante continua
pobre; quando o aposentado, a professora e o operário continuam ano após ano
recebendo o mesmo salário, sem perspectiva de melhora, os arautos chegam à
mais perversa das conclusões: falta de fé ou espírito maligno. A solução é se
submeterem a novos sacrifícios, sempre em dinheiro. Se cem, duzentos ou
trezentos ficam desiludidos e se libertam desse ciclo vicioso, não há problema:
outros, em maior número, tomam seus lugares e a arrecadação continua
crescendo. Diante dessa situação de crise por que passa o Cristianismo, muito
bem se expressou Hank Hanegraaff:
“A coragem de Lutero estabeleceu uma poderosa reforma que expôs todas as
chantagens e extorsões que grassavam naqueles dias de trevas. Atualmente, uma
nova reforma é urgentemente necessária. A pilhagem dos pobres, santificada
pelas bulas papais dos anos passados, é estranhamente similar, hoje, aos apelos
duma nova geração de “papas da prosperidade”. Tetzel espoliava os pobres de
seus dias prometendo-lhes libertação do purgatório. Os falsos mestres da
atualidade estão engrupindo toda uma geração com promessas de liberdade da
pobreza e prosperidade” (Cristianismo em Crise, p.211).
Os arautos dessa doutrina ensinam que os cristãos devem ser ricos, buscar a
riqueza, exigir de Deus a riqueza. Em contraste, a Palavra aconselha:
“Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele; tendo,
porém, sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Os que querem ficar
ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e
nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram
da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.7-10).
A Bíblia diz que Deus escolheu os pobres para serem ricos na fé e herdeiros do
Reino (Tg 2.5). Eis a prova de que pobreza não é falta de fé. Os pobres, não tendo
bens para neles depositar sua confiança, depositam-na exclusivamente no
Senhor.
Jesus nasceu em um lar pobre. A oferta de um par de rolas ou dois pombinhos,
quando da apresentação do menino ao Senhor, em Jerusalém (Lc 2.24), indica
que José e Maria eram pobres, pois assim dizia a lei: “Se os seus recursos não
forem suficientes para um cordeiro, então tomará duas rolas ou dois pombinhos,
um para o holocausto e outro para a oferta pelo pecado” (Lv 12.8). Tal fato
significa dizer que todos devemos ser pobres? Não. Significa que José e Maria
não tinham fé suficiente? Que estavam sendo atormentados por um espírito
maligno? Inadmissível. Pedro não tinha “nem ouro nem prata” para dar ao
mendigo, mas tinha algo muito mais valioso, que era fé em Jesus Cristo, o
Nazareno (At 3.6). Se o modismo da confissão positiva existisse no tempo de
Paulo, ele seria considerado um fracassado na fé, ou possuído pelo demônio da
pobreza. Contrariando a teologia da prosperidade e sem medo de ser chamado de
incrédulo, declarou que passou fome, sede, frio e nudez, situação em que os
crentes da prosperidade não querem nem ouvir falar (2 Co 11.27). Além disso teve
a ousadia de dizer que sentia prazer nas fraquezas e nas necessidades, “pois
quando estou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.10). Nos dias de hoje, se
algum filho da confissão positiva fizer declaração semelhante será aconselhado a
fazer uma série de sacrifícios pecuniários e a submeter-se a uma sessão de
libertação.
Em substituição à teologia da prosperidade e da ganância não podemos pregar a
teologia da pobreza. Mas podemos dizer com segurança que a riqueza não deve
ser a meta principal do crente. Devemos buscar em primeiro lugar o Reino de
Deus e a sua justiça (Mt 6.33). Se a riqueza vier, que seja para glória de Deus; se
não, estejamos contentes e conformados com o que temos, confiantes em que
Deus suprirá nossas necessidades (1 Tm 6.8; cf. Mt 6.25,31,34).
Pontos de contato
Quase todos os desvios doutrinários apresentados no Brasil pelos representantes
da teologia da prosperidade são copiados dos gurus norte-americanos. A
estratégia do “ponto de contato” (figas, cordões, lenços e lençóis, cajados, água
benta, etc) assemelha-se à tática usada por Robert Tilton para aumentar o saldo
de sua conta bancária. Vejam sua tática: “Envie-me seu pano verde de oração
como meu ponto de contato com você!... Quando eu tocar em seu plano será
como se estivesse tocando em você!... Quando você tocar nesse pano, será como
pegar minha mão e tocar-me. Quero que a unção que Deus pôs sobre a minha
vida, em favor de milagres financeiros e de prosperidade fluam diretamente da
minha mão para a sua... Então você reinará na vida como um rei”.
Os falsos mestres da extorsão dizem possuir unção para dar e vender, mais para
vender do que para dar. Desejam igualar-se Àquele que disse: “Alguém me tocou;
senti que de mim saiu poder” (Lc 8.46).
A idéia é fixar na mente das ovelhas a necessidade de serem ricas, de ajuntarem
tesouros aqui na terra, como meio de serem felizes. A felicidade em Cristo,
todavia, não advém do ter, mas do ser.
Quero Mudar meu Anjo da Guarda
- Acho que não ouvi direito. Você deseja trocar o seu anjo da guarda? É isso
mesmo?
- É sim, meu pastor.
- Você pode me dizer a razão disso?
- É que a minha melhor amiga trocou seu anjo e está se dando muito bem. Ela
estava num miserê sem fim. Nada dava certo na sua vida. Participou de tudo
quanto foi campanha, e nada.
- E agora?
- Agora tudo melhorou. Antes ela pensava que o seu problema era falta de fé ou
coisa do diabo. Finalmente descobriu a causa de sua aflição. Ela já arrumou um
emprego e melhorou da dor de cabeça.
- E isso foi trabalho do novo anjo?
- Sim, meu pastor. O meu anjo anda meio preguiçoso. Que Deus me perdoe, mas
ele não tem me guardado como devia. Outro dia levei uma topada e quase
rebento o pé; continuo no mesmo emprego, ganhando a miséria de um salário
mínimo; meu namorado ainda não se converteu; já fui assaltada três vezes, e
outras coisas têm acontecido comigo.
- E por que você acha que a culpa é do seu anjo?
- Porque a obrigação dele é me livrar de todos os males, e ainda fazer prosperar a
minha vida. Se ele não cumpre suas obrigações, compete-me, como filha de
Deus, exigir a substituição.
- Mas o que devo fazer?
- Quero que o senhor ore por mim e exija de Deus a mudança do meu anjo.
- Exigir?
- Sim, amado pastor. Deus prometeu atender a todos os meus pedidos. Está
escrito: “Tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebestes”. Pela fé, já tenho
novo anjo e posso cantar o hino da vitória!
- Mas os anjos são mensageiros de Deus, estão a serviço de Deus, e não está
bem claro na Bíblia que todos os crentes possuem um anjo de guarda.
- Pastor, ou o senhor muda meu anjo ou eu mudo de igreja. Outra coisa, eu quero
que o nome do meu novo anjo seja Raimundinho, o mesmo nome do meu
namorado.
- Minha querida ovelha, não posso fazer essa oração. Seria a heresia das
heresias.
- Pastor, eu pago o que for necessário. Minha amiga fez o sacrifício e hoje está
rindo com as paredes. Vale a pena.
- Que sacrifício?
- O sacrifício do voto. Se eu não fizer algum sacrifício não receberei a bênção.
- Como ela sabe que Deus a atendeu?
- Ela não viu com os olhos carnais o seu novo anjo, mas o recebeu pela fé. E ela
está muito bem com o Fernandinho.
- Fernandinho?
- Sim, o anjo tem o mesmo nome do seu namorado. Agora é moda.
- Pastor, prometo dedicar-me de corpo e alma ao meu novo anjo. Orar por ele,
conversar todos os dias com ele, fazer tudo de acordo com a sua vontade.
- Mas isso é angelolatria!
- Seja o que for, pastor, eu quero é estar bem com a vida. De que vale freqüentar
uma igreja se nem o nosso anjo nos protege? E mais: quero que esse novo anjo
não durma no ponto, como o que tenho agora. Exijo que ele esteja a meu serviço
vinte e quatro horas por dia. Se desta vez não conseguir o que quero, largo tudo e
volto pro mundo. Quero comer em bons restaurantes, vestir bem, ter carros
importados, ter saúde perfeita, morar numa mansão e me casar com um
empresário bem sucedido, loiro dos olhos azuis.
A conversa acima poderá acontecer. Já considerada a heresia das heresias, o
movimento de mudança do anjo da guarda toma corpo. É mais um modismo.
Outras ondas virão. Talvez inventem de mudar o Consolador. Talvez o Espírito
tenha sido muito exigente em convencer-nos dos pecados, em falar de justiça e de
juízo. Quem sabe tenha chegado a hora de ser substituído. É só pedir, aliás,
exigir. Não seria melhor pedir um anjo de luz? O deus deste século pode se
transformar em um deles, e está pronto para nos dar até os reinos do mundo.
Quero Devolver Meu Anjo da Guarda
- Você de novo? O que deseja agora?
- Como lhe disse, troquei meu anjo da guarda.
- E agora? Tudo está dando certo?
- Que nada! Foram-se minhas economias.
- O anjo levou seu dinheiro?
- Não, pastor. Gastei com o voto de sacrifício e a compra de uma camiseta.
- E a vida como está?
- Nada melhorou. Meu namorado continua bebendo, meu patrão não me deu
aumento de salário. Pra completar, fui atropelada e fraturei um braço.
- Mas essas coisas acontecem.
- Então pra que serve o anjo da guarda, se ele não guarda nada? Outro dia eu
estava muito gripada, com falta de ar e dor de cabeça. Aí gritei: -
Raimundinhoooooo. Anjo Raimuuunndinho onde estás? Ele me deu calado por
resposta. De que vale um anjo desse que nem conversa com a gente?
- E o nome dele é Raimundinho?
- O senhor não se lembra? É o mesmo nome do meu namorado.
- Qual o seu desejo agora?
- Quero que o senhor me aceite de volta pra sua igreja
- Mas não há nenhum problema.
- Há um problema, pastor. Quero devolver o anjo da guarda. Esse que me deram
deve ter sido despedido por algum pobre coitado. Aí veio parar na minha vida.
Pastor, eu tenho uma sugestão.
- Qual?
- Os anjos deveriam ser cadastrados pelas igrejas. Cada um teria seu currículo.
Aquele anjo que fez prosperar seus protegidos seria bem recebido. Os demais,
menos eficientes, ficariam sem emprego. Por exemplo, anjo de pastor próspero
todo mundo quer por qualquer preço.
- E por que você não volta lá para fazer a devolução do anjo?
- Eles não aceitam devolução. Não há prazo de garantia. E novamente teria que
fazer novos votos.
- Você deve esperar mais um pouco. Aguarde os resultados com paciência.
- Não, pastor. Com esse anjo eu não fico mais nem um dia. Eu quero é que ele
perca meu endereço.
- Mas na minha igreja não fazemos essa permuta. Os anjos são mensageiros de
Deus. São enviados para nos dar livramento em situações de emergência, se
Deus assim quiser. Ou são enviados para nos transmitir uma mensagem especial.
Você nunca deveria ter entrado nessa de trocar seu anjo. Não é bíblico.
- E como minha amiga tão logo trocou de anjo arrumou um emprego?
- É porque ela iria ser empregada de qualquer modo. Quer um conselho: Entregue
a sua vida ao Senhor, confie nEle e tudo Ele fará.
Cada Crente Possui um Anjo da Guarda?
Há poucas semanas, a Igreja Universal do Reino de Deus lançou, através da TV,
a campanha de troca do anjo da guarda. Antes de fazermos qualquer análise da
validade de tal proposta, examinemos, primeiro, se realmente cada crente possui
um anjo protetor.
Vejamos os comentários de alguns teólogos:
“1 Rs 19.5 – “um anjo o tocou e lhe disse [a Elias]: Levanta-te e come”; Sl
91.11,12 – “Aos seus anjos dará ordem a teu respeito para te guardarem em todos
os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos para que não tropeces com
teu pé em pedra”; Dn 6.22 ´”O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos
leões para que não me fizessem dano”; Mt 4.11 – “chegaram os anjos e o
serviram” – Jesus foi o tipo de todos os crentes; 18.10 – “Não desprezeis algum
destes pequeninos porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem
a face de meu Pai”; compare v. 6 – “um destes pequeninos que crêem em mim”;
ver Meyer, Comen. In loco, que considera estas passagens como prova da
doutrina dos anjos da guarda. Lc 16.22 – “o mendigo morreu ... e foi levado pelos
anjos para o seio de Abraão”; Hb 1.14 – “Não são todos eles espíritos
ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a
salvação?” Compare At. 12.15 – “E diziam: é o seu anjo” – de Pedro que estava
batendo à porta. A afirmação “expressa uma crença popular prevalecente entre os
judeus de que nem se afirma nem se nega”. “Simplesmente se diz em relação aos
crentes como uma classe, que há anjos, que são seus anjos; mas não há nada
aqui, ou em outro lugar que mostre que um anjo tenha o encargo pessoal de um
crente”... “A intervenção deles é aparentemente ocasional e excepcional – não por
opção deles, mas só no que lhes é permitido ou ordenado por Deus. Por isso não
devemos conceber os anjos como intermediários entre nós e Deus, nem devemos,
sem a revelação especial do fato, atribuir-lhes em qualquer caso particular os
efeitos que as Escrituras geralmente atribuem à providência divina. Como os
milagres, portanto, as aparições angélicas geralmente marcam a entrada de Deus
em novas épocas nos desdobramentos dos planos dele. Por isso lemos sobre os
anjos na conclusão da criação (Jó 38.7), na doação da lei (Gl 3.19), no nascimento
de Cristo (Lc 2.13), nas duas tentações no deserto e no Getsêmani (Mt 4.11, Lc
22.43); na ressurreição (Mt 28.2), na ascensão (At 1.10), no juízo final (Mt 25.31)”.
– Teologia Sistemática, Augustus H. Strong, Vol. I, Editora Teológica, 2002,Cap
IV, Seção IV, p. 662,663).
“Tais são as declarações gerais das Escrituras sobre este tema, e com elas
devemos contentar-nos. Sabemos que eles são os mensageiros de Deus; que são
agora, como sempre foram, usados na execução de mandatos; contudo, mais que
isso, nada é positivamente revelado. Se cada crente individualmente tem um ano
guardião, não se declara com alguma clareza na Bíblia [Realce nosso]. A
expressão usada em Mt 18.10, em referência às criancinhas, “cujos anjos” lemos
que contemplam a face de Deus no céu, é entendida por muitos como a favorecer
tal concepção. O mesmo sucede com a passagem de At 12.7, que menciona o
anjo de Pedro (v.5). Mas esta última passagem não prova mais que Pedro tivesse
um anjo guardião, que o fato de a criada ter dito que ele era um fantasma prova a
superstição popular acerca desta questão. A linguagem registrada não é a de uma
pessoa inspirada, mas a de uma serva destituída de instrução, e não pode ser
tomada como de autoridade didática. Apenas prova que os judeus daqueles
tempos criam em aparições espirituais. A passagem de Mateus tem mais
revelância. Ensina que as crianças têm anjos guardiães; ou seja, que os anjos
protegem seu bem-estar. Mas não prova que cada criança, ou que cada crente,
tem seu anjo guardião pessoal [Realce nosso]. Em Daniel 10 se faz menção ao
Príncipe da Pérsia, o Príncipe da Grécia e, falando aos hebreus, de Miguel, seu
Príncipe, em um sentido tal que tem levado a grande maioria dos comentaristas e
teólogos de todas as eras da Igreja a adotar a opinião de que a certos anjos foi
confiada a supervisão especial de determinados reinos.... Nem no Velho nem no
Novo Testamento encontramos indicação de que as nações pagãs tenham ou
tiveram um anjo guardião ou um espírito maligno posto sobre elas.... é por certo
desaconselhável adotar sobre a autoridade de uma passagem duvidosa, em um
único livro da Escritura, uma doutrina destituída do apoio de outras partes da
Palavra de Deus... Está claro, à luz do que se ensina em outras partes, que
existem certos seres espirituais mais excelsos que os homens, tanto bons quanto
maus; que são muitíssimos numerosos; que são muitíssimos poderosos; que têm
acesso ao nosso mundo e estão ocupados em suas atividades; que têm diferentes
hierarquias e ordens; e que seus nomes e títulos indicam que eles exercem
domínio e atuam como governantes. Isso procede no tocante aos anjos maus e
aos bons; e, sendo procedente, nada há na opinião de que um anjo particular
exerça controle especial sobre uma nação, e outro sobre outra nação, que entre
em conflito com a analogia da Escritura” (Teologia Sistemática, Charles Hodge,
Hagnos, 2001, cap. XIII, p.476/7).
“A idéia de que cada crente ou Igreja tem seu anjo da guarda é questionável. Para
alguns, o pensamento parece não ter suficiente base nas Escrituras. Uma
passagem muito usada é Mateus 18.10, mas ela é muito geral para provar este
ponto, embora pareça indicar que há um grupo de anjos particularmente
encarregados de cuidar das criancinhas. Atos 12.15 também não está provando
que haja um anjo da guarda, mas apenas indica que naquele tempo discípulos
acreditavam em tais anjos. No Novo Testamento, a ênfase é que o crente tem o
Espírito Santo habitando nele e o próprio Senhor Jesus está com ele “todos os
dias”. Nossa relação com Deus é mais direta agora do que antes da vinda de
Cristo e do derramamento do Espírito Santo (Hb 10.19-22). Portanto, somos
ensinados a buscar a presença e proteção do próprio Filho de Deus, e Ele, se
desejar, poderá servir-se de anjos para nos abençoar (Hb 1.14) (Manuel de
Teologia Sistemática, Zacarias de Aguiar Severa, AD.Santos, 1999, cap 6-II, pp.
157/8).
Observemos que os anjos são enviados por Deus (Anjo, hebraico: malak; grego:
angelus = mensageiro, enviado) para determinadas missões: Dn 6.22: “O meu
Deus enviou o seu anjo”; 1 Rs 19.5: “um anjo o tocou e lhe disse...”; Lc 1.26: “No
sexto mês foi o anjo Gabriel enviado por Deus... a uma virgem... Maria”. Se essas
pessoas tementes a Deus tivessem cada uma seus respectivos anjos guardiães,
seria dispensável o envio de outro anjo para socorrê-las ou transmitir mensagens.
O próprio anjo da guarda, também mensageiro, também poderoso, se
encarregaria da missão. Deus pode colocar um anjo protetor ao lado de
determinado crente? Pode, mas a Palavra, própria para nossa orientação e
ensino, não dá apoio à idéia de um anjo permanente para cada crente.
Agora, examinemos a seguinte hipótese. Se cada crente tivesse um anjo da
guarda designado por Deus, rejeitar esse anjo protetor e desejar substituí-lo por
outro seria um ato de desconfiança nos emissários do Senhor, e um ato de
rebeldia contra Deus. Por acaso Deus, agindo de forma irresponsável, enviaria um
anjo que não tivesse plenas condições de cumprir sua missão? Admitida a
possibilidade de haver anjos ineficazes e preguiçosos, caberia ao crente “propor”,
“exigir”, “rogar” a sua substituição? Todos os atributos da Divindade (onipresença,
onisciência, onipotência, imutabilidade, eternidade) seriam incapazes de detectar
a incapacidade ou fraqueza de determinado anjo guardião? Seríamos nós que
deveríamos apontar defeitos nos exércitos celestiais que estão a serviço de Deus?
Uma vez aceita a substituição, tal anjo não serviria para mais nada? Deus iria
castigar seus anjos mediante o juízo e o entendimento de miseráveis pecadores?
Qual a doutrina ou texto bíblico, mesmo que seja isolado, em que a Igreja
Universal se baseou para propor a cada cristão brasileiro a mudança de seu anjo
da guarda? É possível imaginar que uma Igreja do tamanho da Universal, com
dezenas de milhares de seguidores, possa lançar um ensino a milhões de
brasileiros (pela TV todos foram convidados, inclusive o autor deste trabalho) sem
que, previamente, seus teólogos tenham examinado a questão à luz das Santas
Escrituras? Recuso-me a imaginar, embora, pelas evidências, incline-me a fazê-lo,
que essa denominação tenha lançado uma campanha, através da qual são
veiculadas mensagens bíblicas para fortalecimento espiritual do rebanho, sem que
essas mensagens sejam passadas na peneira da Bíblia Sagrada.
A verdade é que muitos irmãos estão meditando sobre essa questão. Primeiro,
perguntam se de fato cada um possui um anjo da guarda. Segundo, se, em caso
afirmativo, seria correto desejar a sua substituição? Vejamos o que diz o
Dicionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade:
“Cada servo de Deus possui, segundo alguns segmentos do Cristianismo, um anjo
especialmente designado para guarda-lo e servi-lo. Os que defendem tal
posicionamento citam as seguintes passagens: Mateus 18.10 e Atos 12.15.
Todavia, se ambos os versículos forem devidamente analisados, chegaremos à
conclusão que, a bem da verdade, não há o que se convencionou chamar “anjo da
guarda”.
“De conformidade com tal ensinamento, o “anjo da guarda” fica permanentemente
ao nosso lado; de nossa volta não arreda pé, nem aceita outra missão. Mas não é
isto o que vemos, por exemplo, na segunda passagem citada. Em Atos 12.10,
observamos que, tão logo o anjo coloca Pedro em segurança, aparta-se do
apóstolo. O texto é mais do que claro: “...e logo adiante o anjo apartou-se dele”.
Vê-se, por conseguinte, que o agente celestial permaneceu ao lado de Pedro
apenas o tempo suficiente para livrá-lo do cárcere”.
“Mais adiante, está registrada uma observação que, a rigor, não pode ser
emprestada para fortalecer quaisquer pontos doutrinais por representar apenas o
registro de uma crença oriunda do rico folclore judaico. Quando Pedro bateu à
porta da casa onde os irmãos estavam reunidos, ficaram tão atônitos que
disseram: “É o seu anjo”, por não haverem acreditado estar o apóstolo já livre da
prisão”.
“Como se sabe, embora toda a Bíblia seja inspirada por Deus, nem tudo o que
nela se encontra foi dado pelo sopro de Deus. As palavras de Herodes, por
exemplo, não foram inspiradas por Deus, e, sim, o registro delas. Eis porque não
devemos fundamentar doutrina e ensinos em passagens isoladas. Toda e
qualquer verdade somente deve ser aceita como dogma desde que repouse sobre
o fundamento dos profetas e apóstolos”.
“Quanto à outra passagem citada, também não deve servir de pretexto para
alicerçar o ensinamento do anjo da guarda. Prestemos atenção a estas palavras
do Senhor Jesus: “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu
vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai
celeste” (Mt 18.10). Não disse Jesus que os anjos ficavam constantemente ao
redor dos pequeninos, mas que viam constantemente a face do Pai. O que
podemos depreender desta declaração? Primordialmente, que os anjos tão logo
cumpriam sua missão na custódia das crianças, voltavam a Deus; em seguida,
retornavam à Terra para desempenhar outras tarefas semelhantes. Na expressão
“seus anjos”, entendemos que há determinadas guarnições de agentes celestiais
especialmente designadas para cuidar das crianças”.
“Encerrando este tópico, como se há de interpretar o Sl 34.7? Inspirado pelo
Espírito Santo, garantiu Davi: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o
temem, e os livra”. Nesta declaração, extraímos esta paráfrase: “O anjo do Senhor
monta acampamento para estar sempre pronto a socorrer os que temem a Deus”.
Conforta-nos, pois, saber que há um grande exército de seres angelicais prestes a
intervir em nosso favor”.
O entendimento de que cada crente possui um anjo particular parece ter surgido
primeiramente no seio da Igreja Católica. Vejamos o que ensina em seu
Catecismo:
“Do mesmo modo, a vida da Igreja se beneficia da ajuda misteriosa dos anjos. Em
sua Liturgia, a Igreja se associa aos anjos para adorar o Deus três vezes Santo;
ela invoca a sua assistência. Além disso, festeja mais particularmente a memória
de certos anjos (S. Miguel, S. Gabriel, S. Rafael, os anjos da guarda). Desde o
início (Mt 18.10) até a morte (Lc 16.22), a vida humana é cercada por sua
proteção (Sl 34.8; 91.10-13) e por sua intercessão (Jó 33.23-24; Zc 1.12; Tb
12.12). Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à
vida (S. Basílio, Ad. Eunomium 3.1). Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na
fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos a Deus”
(Catecismo da Igreja Católica, questões 334 a 336).
Entendo que a ICAR ensina o culto aos anjos (“festeja mais particularmente a
memória... [deles]”. Segundo o Dicionário Aurélio, festejar significa “fazer festa a,
ou em honra de. Comemorar, celebrar”; Culto: “Adoração ou homenagem à
divindade em qualquer de suas formas e em qualquer religião. Modo de
exteriorizar o culto; ritual; veneração, preito”. Sabemos que na prática os festejos
em honra aos santos são uma verdadeira adoração. Jesus disse que somente
Deus deve ser adorado (Mt 4.10). A Igreja Católica aponta os Salmos 34.8 (34.7
em nossas versões) e 91.10-13, Mateus 18.10 e Lucas 16.22 para justificar a
doutrina do “anjo da guarda”. Se analisarmos com a devida atenção, verificaremos
que esses versículos não apóiam de forma concreta a existência de um anjo
destinado a cada cristão, individualmente. Com relação aos anjos protetores das
crianças, Mateus 18.10 fala que “os seus anjos nos céus”. Se estão “nos céus”,
não estão ao lado de cada criança. Lucas 16.22 diz que “o mendigo foi levado
pelos anjos para o seio de Abraão”. Não diz que foi levado por seu anjo da guarda.
Ora, o mendigo poderia muito bem ter sido levado por seu anjo guardião. Leiam
isto:
“Ninguém vos prive do prêmio, afetando humildade ou culto aos anjos,baseandose
em visões, enfatuado sem motivo algum na sua mente carnal” (Cl 2.18). A
Nova Versão Internacional registra: ‘Não permitam que ninguém que tenha prazer
numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio.
Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna
orgulhosa”.
“Os falsos mestres ensinavam que era preciso reverenciar e adorar os anjos,
como mediadores, para ter comunhão com Deus. Para Paulo, invocar os anjos
seria substituir Jesus Cristo como cabeça auto-suficiente da igreja (v. Cl 2.19).
Hoje, a crença de que Jesus Cristo não é o único intermediário entre Deus e o
homem é posta em prática na adoração e oração a santos mortos, como
padroeiros e mediadores. Essa prática despoja Cristo de sua supremacia e
centralidade no plano redentor de Deus. Adorar e orar a qualquer pessoa que não
seja Deus Pai, Deus Filho ou Deus Espírito Santo são práticas antibíblicas, e por
isso devem ser rejeitadas” (Comentários da Bíblia de Estudo Pentecostal).
Portanto, muito cuidado deve ser dispensado na formulação de doutrinas que
possam induzir os fiéis a se comunicar com os anjos, ou a buscar a sua proteção.
A infeliz proposta de “trocar de anjo da guarda”, embora restrita a um pequeno
grupo, poderá suscitar nas ovelhas – e creio que assim acontece – o desejo de
prestar culto aos anjos. A advertência está dada: “Trata-se de alguém [aquele que
tem prazer na adoração de anjos] que não está unido à Cabeça, a partir da qual
todo o corpo, sustentado e unido por seus ligamentos e juntas, efetua o
crescimento dado por Deus” (Cl 2.19-NVI).
O Fundo do Poço: O Espírito Santo Transformado em
Mercadoria
“Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de
prata. Então Judas, aquele que O traíra, vendo que Jesus fora condenado,
devolveu, compungido, as trintas moedas de prata aos anciãos” (Mt 26.15; 27.3).
O amor ao dinheiro é capaz de tudo; foi capaz de levar Judas Iscariotes, um dos
Doze, à traição. Cheio de remorso, devolveu as trinta moedas. Mas era tarde: sua
alma estava a caminho do inferno. Leiam o relato a seguir e reflitam sobre a
situação de extrema miséria humana a que chegaram alguns grupos religiosos, os
quais não podem mais fazer parte da valorosa Igreja Evangélica. Vejam que para
receber o Espírito não há mais necessidade de arrependimento, como disse
Pedro: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38).
Meus comentários entre colchetes:
“A Paz do Senhor, Pastor”.
Li a sua mensagem [“O Boi do Sacrifício e o Sacrifício da Oferta”] e voltei à minha
historia recente, quando também fiz parte daquele lugar. Sempre muito atento à
palavra de DEUS, começou a ocorrer em mim uma espécie de conflito, pois eles
liam um versículo e sem seguida era pedido para "fazermos um propósito, um
desafio a DEUS”. Mais envelopes, mais ofertas! E mais coisas que nem gosto de
lembrar. Comecei a comparar aquelas atitudes com as do Senhor Jesus, que não
anulou ofertas e nem dízimos, mas que não agia daquela maneira. Certa vez, eu
me lembro, colocaram uma "Taça enorme de Azeite" em cima do altar, e lá dentro
três chaves: uma de Cherokee, uma de Mitsubish e outra de uma Mercedes.
Quem tivesse "Fé" para vender o carro atual, e levar o dinheiro todo para "DEUS",
e fazer o sacrifício da Fogueira, seria abençoado com uma daquelas chaves
"ungidas" e recompensado com o veículo daquela marca [Por que o sacrifício gira
sempre em torno de dinheiro? Não se fala em sacrifício da obediência, da oração
intercessora, da visita aos doentes e oprimidos, do jejum?] Isso me doeu
profundamente, porque vi três pessoas simples, se não me falha a memória, um
rapaz, um homem de aproximadamente trinta anos e uma senhora, a desafiar ao
Senhor pela troca do carro! [Soube de caso em que os fiéis recebem ordem para
vender utensílios domésticos e levar o dinheiro para a igreja]. Eu sou dizimista e
ofertante por amor à obra do Senhor, mas aquilo me deixou envergonhado. Fiquei
imaginando se eu levasse um amigo meu para conhecer os caminhos do Senhor
Jesus e de repente aprontassem um "Desafio" desse tipo, eu iria morrer de
vergonha. A gota dágua veio no culto seguinte, da entrega do "sacrifício da
fogueira". Eles disseram o seguinte: "O Espírito Santo é a maior riqueza do
Cristão; se você deseja receber o Espírito Santo, você fará um sacrifício MAIOR
do que aquele que você fez na "fogueira", e DEUS vai te honrar e você será
batizado com Espírito [com dinheiro, compramos coisas, objetos, mercadorias]. A
partir daí orei ao Senhor e saí da Igreja. Imediatamente encontrei um lugar que
prega a palavra de verdade e hoje estou em uma Igreja, e não em um programa
de Financiamento Celestial. Perdoe-me estar comentando isso, mas que fique
claro que a obra de DEUS precisa de dinheiro e concordo com meios lícitos e
bíblicos de contribuição, ensinados na Bíblia Sagrada. Se seguissem
verdadeiramente a Palavra de DEUS, o povo não se sentiria ofendido ou confuso,
mas, infelizmente, por atos desses ditos "pastores-executivos-empresários", muita
gente não quer nem visitar uma Igreja Evangélica. Hoje estou feliz em uma
IGREJA; lá estou plenamente realizado, e cheio da certeza de que o Senhor nos
ouve, supre as nossas necessidade, basta fazermos a Sua vontade e buscá-lo
com carinho, sinceridade e dedicação. Pela herança que nos foi dada pelo
Senhor, Ele nunca esquecerá de suprir nossas necessidades materiais”.
“Pastor, um dos motivos que levam as pessoas a não saírem desse grupo
religioso, o senhor citou com muita perfeição. Eles colocam na cabeça das
pessoas que as outras Igrejas ‘não sabem usar a Fé”, e muitas vezes ridicularizam
o "Crente", dizendo que sempre anda com roupas feias, ternos inadequados, etc.
E o pior, que esses crentes conhecem ao Senhor Jesus, mas morrem na miséria,
isto é pregado lá. Eu ouvia: "Se Abraão é rico, e você é filho de Abraão, você tem
que ser rico também, tem que dinheiro, carro, comprar a empresa do seu patrão",
"essa é diferença”; eles dizem: “vejam como crescemos e os outros não”. Devido
ao fato das pessoas quererem as bênçãos e principalmente soluções "imediatas"
para suas privações e problemas, caem facilmente nesse teatro. Eu tenho o
propósito de orar por esses irmãos. E tem mais: todo mundo que está contra eles,
possui "Demônio", demonio-da-miseria, demônio disso, daquilo e por ai vai, creio
que ouvimos mais os nomes dos demônios do que o de Jesus [Uma das
características das seitas é ensinar que a verdade está em seus domínios, fora
dos quais não há salvação. Como aconteceu com aquela jovem do “Boi de
Gideão”, o denunciante livrou-se das escamas dos olhos antes de se tornar um
fanático, estágio do qual somente o sangue de Jesus pode libertar!
APÊNDICE
Loucos por Dinheiro
Em nome da fé evangélica algumas denominações estão extrapolando no zelo por
arrecadar numerário para a manutenção da Casa do Senhor. Ora, o compromisso
de ajuda pecuniária do crente se restringe única e exclusivamente ao dízimo – dez
por cento de seus ganhos – e ao cumprimento das ofertas alçadas, se estas,
examinados os motivos, forem indispensáveis ao atendimento de alguma despesa
extra. Vejam:
"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que delas vos
advenha a maior abastança" (Malaquias 3.10). O texto também fala em ofertas
alçadas (verso 8).
Tem havido uma interpretação perversa dessa passagem bíblica. Os dízimos
passaram a ser um meio de salvação, e não há limites na fixação das ofertas. É
preciso que os desavisados entendam que não podemos comprar as bênçãos de
Deus; que não asseguramos a salvação com as obras de nossas mãos; que
devemos buscar "primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33).
Em primeiro lugar devemos garantir a nossa salvação mediante sincero
arrependimento, confissão dos pecados, mudança de vida, aceitação de Jesus
como Senhor e Salvador. Na qualidade de salvos, de crentes em Jesus, então
cumpriremos seus mandamentos, inclusive o de dizimar, e, nessas condições,
faremos jus a todas as bênçãos e promessas catalogadas na Bíblia. Vejam:
"Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é dom
de Deus – NÃO PELAS OBRAS, para que ninguém se glorie" (Efésios 2.8). O
dízimo e as ofertas alçadas não salvam, mas os salvos são dizimistas e ofertam
com alegria. Somos salvos PARA as boas obras; não somos salvos PELAS boas
obras.
Não podemos colocar a fé no dízimo, na campanha da qual participamos, nem na
denominação em que congregamos. A fé salvífica é a fé no Senhor Jesus, na Sua
morte e ressurreição (João 3.18; Romanos 10.9; Efésios 2.8). Nenhuma religião
ou denominação, seja católica, seja evangélica, é caminho de salvação. O
caminho é Jesus (João 14.6).
O que se tem tornado público e notório – e já toma proporções insuportáveis no
Corpo de Cristo, se é que dEle fazem parte – é a busca sistemática e insaciável
por recursos financeiros junto aos fiéis. Não resiste a uma análise mais profunda o
argumento de que ninguém é forçado a contribuir, de que ninguém contribui contra
sua própria vontade.
A grande maioria dos que buscam essas denominações que anunciam um
evangelho deturpado e viciado, são almas frágeis, enfraquecidas pelos embates
da vida, e ali vão dispostas a fazer o sacrifício que for sugerido ou determinado.
Não têm o conhecimento bíblico para refutar as heresias. Assim, acreditam que se
venderem todos os seus bens e entregarem todo o dinheiro "aos pés de Jesus"
terão resposta imediata de Deus. A teoria do TUDO OU NADA é antibíblica e,
portanto, herética.
Certas denominações têm ensinado que riqueza é um sinal do favor de Deus, e
pobreza um sinal da falta de fé. Esta teologia é antibíblica e herética. Aqui e acolá
tomamos conhecimento de casos de pessoas desesperadas porque depositaram
seus bens no cofre da denominação, e agora não possuem nada; que tentaram
"comprar" felicidade e bênçãos divinas, e agora ficaram a ver navios; e, o mais
terrível, perderam completamente a fé. Vejam o que Jesus disse:
"Bem-aventurados vós, os pobres, pois vosso é o reino de Deus; bem-aventurados
vós, que agora tendes fome, pois sereis fartos; bem-aventurados vós, que chorais,
pois haveis de rir; mas ai de vós, os ricos, pois já tendes a vossa consolação"
(Lucas 6.20-24). Só os pobres serão abençoados, e os ricos irão para o inferno?
Não. Há ricos que não colocam o coração nas riquezas, e são salvos; há pobres
que anseiam por serem ricos e não são abençoados. Vejam:
"Os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e
perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e nessa cobiça
alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (1
Timóteo 6.9-10). Os exemplos a seguir, pelo inusitado e extravagância teológica,
sem paralelo na história recente da Igreja, denotam uma situação de ambição
desenfreada, de loucura inteligente, de ânsia incontida, só comparável aos tempos
da diabólica Inquisição e da venda de indulgências.
Sabem os promotores do mercantilismo religioso, que o povo brasileiro traz
consigo a herança maldita da idolatria, exemplo das imagens dos santos falecidos,
como algo tangível, visível, capaz de "auxiliar" na comunhão com Deus.
Sabedores disto, procuram preencher a lacuna substituindo os ícones por outras
coisas, seja uma rosa, uma fitinha, um cajado, um manto, uma vassoura. É
realmente uma jogada inteligente. É imperioso que o povo de Deus saiba que
COISAS não transformam vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições,
não purificam os lares. A finalidade da Igreja não é arrecadar dinheiro, e o
principal compromisso dos crentes não é contribuir com somas cada vez maiores.
Vejamos quais são essas coisas.
VASSOURA CONSAGRADA – Durante a campanha os fiéis adquirem por bom
preço uma vassoura que, depois de ungida, servirá para varrer toda contaminação
da casa. Os comerciantes das localidades onde a campanha da vassoura é
lançada lucram muito. Ora, a Bíblia diz claramente que o diabo foge de nós se
estivermos sujeitos a Deus (Tiago 4.7). Se não abrirem os olhos espirituais esses
fiéis irão pro inferno com vassoura e tudo.
SABONETE DO DESCARREGO – Tomando-se sete banhos com determinado
sabonete, adquirido por bom preço, todos os males fogem. Além de Tiago 4.7,
temos João 8.32, 36: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará; porque se
o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". O sabonete só limpará a sujeira
do corpo. A sujeira da alma só sairá se deixar o pecado.
ÓLEO DE ISRAEL – O ensino de que o óleo de Israel ou de Jericó é ungido não
encontra amparo na Palavra de Deus. Esse óleo, vendido a bom preço nas
campanhas, não é em nada superior a qualquer óleo comprado em qualquer
mercearia. O óleo não cura; é apenas um complemento. Veja: "Está alguém entre
vós doente? Chame os prebísteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo com óleo
em nome do Senhor" (Tiago 5.14). As dificuldades e os custos de frete para trazer
um tonel de óleo de tão longe colocam dúvida sobre sua real origem.
GOTAS DO SANGUE DE JESUS – Esta é uma das maiores blasfêmias: a venda
de doze gotinhas "vermelhinhas e milagrosas", em cartelas. É o máximo de
heresia e falta de temor a Deus. O nome e o sangue de Jesus não devem ser
vulgarizados. Ademais, trata-se de uma mentira, e mentira é do diabo, o pai da
mentira.
PEDRA DE ISRAEL – Leilão de pedra de Israel. Um absurdo. Muitos crentes
pensam que tudo que vem de Israel é santo e purificador. O que nos purifica e
santifica é Jesus em nós; é a justificação que recebemos no momento em que O
aceitamos como Senhor e Salvador pessoal. Se forem muitas pedras, só servirão
para algum serviço de construção, e nada mais.
PAGODE GOSPEL – Pistas de dança destinadas aos imitadores de Cristo.
Dançar coladinho ou não coladinho é uma prática incompatível com a vida cristã.
Não quis acreditar quando me contaram que há casos em que, após a cerimônia
religiosa, afastam-se as cadeiras e a turma cai no embalo, com bebida alcoólica e
tudo mais. Jesus faria isso? Jesus convidaria seus discípulos para um forrozinho,
após um dia de trabalho? Jesus se agradaria se, ao entrar numa sinagoga,
encontrasse um bacanal desse?
QUEIMAR PECADOS E PROBLEMAS – Consiste em cada um escrever seus
problemas num papel para serem queimados no púlpito. Com isso, entendem que
estão livres de suas aflições, dificuldades e pecados. Mentira do diabo. É preciso
arrepender-se, confessar os pecados, e deixá-los (Provérbios 28.13; Atos 2.38;
Romanos 10.9),
O MANTO DE JESUS – O manto foi ungido, então todos deverão tocar no manto
de Jesus – antes dando sua oferta -, assim como fez a mulher com fluxo de
sangue. Mentira do diabo. O manto não é de Jesus, e a graça não virá pelo
simples toque num pedaço de tecido comprado na loja da esquina. A graça vem
pela comunhão com Deus, pela fé na redenção que há em Jesus Cristo, que
morreu para que tivéssemos vida abundante (João 3.16; 10.10).
SAL GROSSO - Sal grosso afasta demônios. Então compre sal grosso. Mentira do
diabo. O que expulsa demônios é o poderoso nome de Jesus (Marcos16.17) e
uma vida de sujeição a Deus (Tiago 4.7). O que se depreende desses atos
indecorosos, é que os fiéis dessas seitas são consumidores cativos em potencial
que consomem qualquer coisa, até capim queimado: "Mas os homens maus irão
de mal a pior, enganando e sendo enganados" (2 Timóteo 3.13). O sal grosso não
serve nem como condimento na culinária doméstica.
CAJADO DE MOISÉS – A bênção estaria num pedaço de madeira, chamado
"cajado de Moisés". Mentira do diabo. O pedaço de madeira foi adquirido no
carpinteiro da esquina, não é e não representa o cajado de Moisés. E ainda que
fosse, tal objeto nenhuma bênção poderia trazer ao povo de Deus. O crente já é
abençoado porque nele mora o Espírito Santo. Coisas não produzem favores
divinos. . Já somos herdeiros das bênçãos celestiais: "Se somos filhos, somos,
logo, herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo" (Romanos
8.17).
A Bíblia dá a receita para ficarmos livres das investidas do diabo e de seus
demônios: "Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Lavai as mãos, pecadores, e vós de
duplo ânimo, purificai os corações" (Tiago 4.7-8). Para uma pessoa livrar-se do
mal basta aproximar-se de Deus com fé e obediência, arrepender-se e afastar-se
do pecado. Veja: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e
orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (2 Crônicas
7.14). Não é preciso enxotar o diabo. Ele fugirá diante de um crente fiel.
Dispensáveis, pois, vassoura santa, sabonete ungido, sal grosso, óleo de Jericó e
tantas outras inutilidades.
Não sei por qual razão os mercadores ainda não lançaram no mercado da fé
produtos de há muito conhecidos, tais como vela de sete dias, rosário, imagens e
chifre de boi. E por que não uma pirâmide ungida, uma cabeça de bode, um
tridente para ferrar o diabo? Ou uma corda para amarrar os demônios? Por que
não santificar e ungir todos os símbolos do Movimento Nova Era e do ocultismo, e
vendê-los? Poder-se-ia alegar que o sagrado estava tomando o lugar do profano.
Que tal a idéia da imagem ungida do Senhor Jesus na Glória? Pois o seu sangue
e o seu manto já não estão nas prateleiras? Há realmente campo para
diversificação nessa área: o perfume de Madalena, já cantado em hinos, poderia
ser ungido para ser usado no dia-a-dia; os cabelos que enxugaram os pés de
Jesus; o jumentinho ungido, que carregou Jesus; pedaços da cruz de Cristo;
pequenas gotas do mar vermelho, por onde o povo passou.; a capa milagrosa de
Elias; fios da barba de Arão. Prossigamos:
TUDO OU NADA – Esse é o último sacrifício para quem está no fundo do poço;
para quem participou de muitas campanhas e nada conseguiu. É o tiro de
misericórdia. As entrevistas televisivas não contemplam os casos de desespero;
apresentam os que obtiveram sucesso. Realmente Deus opera por Sua infinita
misericórdia, mas não pelo uso de objetos ou entrega de dinheiro. Se você
continuar assim, meu amigo, minha amiga; se você continuar confiando em
objetos, em coisas, você perderá tudo, ficará sem nada., e colocará em risco sua
salvação.
ASSOCIADOS – Aquele que se tornar sócio, e contribuir mensalmente com certa
quantia será ricamente abençoado. E já começam a surgiu "entrevistas" de sócios
que receberam bênçãos. Os que não aceitam o papel de inscrição de contribuinte
ficam numa situação de constrangimento diante da "real" possibilidade de perder a
bênção. Isso é mentira do diabo. Na Igreja do Senhor Jesus temos crentes,
irmãos, irmãos de Jesus, santos, salvos, justos, filhos de Deus; não temos
associados. Igreja não é clube social. Contribua ou não, o crente é um filho de
Deus, uma pessoa bem-aventurada e herdeiro das promessas. As bênçãos
recebidas são por sua condição de crente, e não pela qualidade de associado de
um ministério.
ROSA DE SAROM – Rosa ungida, adquirida em campanha por bom preço,
destinada a ungir a casa e afastar os males. Nada a ver com o evangelho do
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Nada a ver com a igreja primitiva dos
apóstolos. Essas rosas tiradas do jardim mais próximo ou compradas no floricultor
nada têm a ver com a declaração da donzela sulamita, em Cantares 2.1: "Eu sou a
rosa de Sarom, o lírio dos vales". O nome é sugestivo e a rosa é bela... mas para
nada serve. É meio de ganhar dinheiro fácil.
PALMILHA SANTA – Se o irmão calçar a palmilha, comprada em campanha por
bom preço, conseguirá tudo o que desejar; se entrar num carro novo, numa
concessionária, certamente irá ganhar o carro. Heresia e mentira do diabo. Vê-se
em toda essa loucura inteligente uma forma criativa de aumentar a renda.
Nenhuma dessas invenções resiste a um confronto com a Palavra de Deus. A
Bíblia diz: "Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra, e vive tranqüilo" ;
"deleita-te no Senhor e ele te concederá os desejos do teu coração"; "entrega o
teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará" (Salmos 37.3-5).
ROSÁRIO – O rosário de tal marca é ricamente ungido e beneficia quem o usa.
Heresia pura. Rosário de fábrica nenhuma serve pra coisa alguma. Jesus ensinou
de forma clara como devemos orar: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento
e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê
o que está oculto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como
os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos" (Mateus 6.6-7).
Nenhum objeto pode ser veículo da graça de Deus. Jesus ensinou a orar ao Pai, e
a adorá-lO em espírito e em verdade (João 4.23) Ouçam: "não useis de vãs
repetições", são palavras de Jesus.
EXIGIR DE DEUS – Uma interpretação estapafúrdia de Marcos 11.24 ensina que
devemos exigir de Deus aquilo a que temos direito. O versículo diz: "Por isso vos
digo que tudo o que PEDIRDES em oração, crede que recebestes, e será vosso".
Dizem que PEDIR pode ser entendido como EXIGIR. Milhares de pessoas estão
de forma arrogante exigindo bênçãos. Quem somos nós para exigirmos de Deus
alguma coisa? E a soberana vontade de Deus não conta? Então teremos que
alterar outras passagens bíblicas, tais como: Mateus 7.7-8: "Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á"; "Pois aquele que PEDE, recebe'.
Mudemos para "Aquele que EXIGE, recebe". Mudemos também todo o enunciado
de 2 Crônicas 7.14, em que Deus declara que só responde a orações de pessoas
humildes, arrependidas e convertidas. Mudemos então muitos outros versículos
que nos ensinam a PEDIR a Deus, e não dEle exigir (João 16.24; Tiago 1.5). Se
Paulo soubesse dessa novidade teria EXIGIDO a cura do seu espinho na carne,
mas ele pediu três vezes a Deus e não foi atendido (2 Coríntios 12.8).
Devo dar nota dez pela criatividade dessas denominações chamadas "cristãs".
Realmente o lançamento de objetos (coisas) no mercado da fé é bastante
diversificado e tem alcançado os objetivos perseguidos, ou seja, o de elevar a
arrecadação. Que essas palavras sirvam de alerta aos irmãos que, por fé, aceitam
as orientações e ensinos de seus líderes religiosos. Deus não se manifesta
através de objetos, de sabonete, vassoura, imagens, óleo importado, cajado, nem
por meio de campanhas destinadas a arrecadar dinheiro. Quem confia num
pedaço de pedra de Israel, também confia numa vela de sete dias e num chifre de
boi para livrar-se das maldições. O crente não precisa de sal grosso para espantar
demônios; ele próprio é sal da terra e luz do mundo, para combater a corrupção e
as trevas. Reflitam nas palavras do apóstolo Paulo:
"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos anunciamos, seja amaldiçoado" (Gl 1.8). E os vendilhões do
templo e mercadores da fé reflitam nessas palavras:
"Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que
o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta
palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois,
dessa tua iniqüidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o
pensamento do teu coração, pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de
iniqüidade" (Atos 8.20-23).
"E [Jesus] entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e
compravam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração, mas vós
fizestes dela covil de salteadores" (Lucas 19.45-46).
As Mercadorias da Fé
Em decorrência do artigo acima de minha autoria, sob o título
"Loucos por Dinheiro", em que alertei o povo de Deus sobre algumas heresias no
meio evangélico, recebi mensagem do Sr. Wladimir Crippa, obreiro da Igreja
Universal do Reino de Deus (IURD), a seguir respondida. A essência deste debate
que se inicia gira em torno do seguinte questionamento: o cristão-evangélico
necessita usar alguma coisa tangível (cordões, anéis, pulseiras, vassouras,
varinhas mágicas, pedras, cajados, rosas, sal grosso, etc), que funcionariam como
amuletos, para receber ou aumentar as bênçãos divinas, garantir salvação,
aumentar a fé ou afastar demônios ou maldições?
Convém verificar nas páginas seguintes que o Sr. Wladimir em nenhum momento
contestou o uso, pela IURD, dos objetos sob comentário. E não poderia fazê-lo
porque é público e notório; são práticas realizadas à luz do dia. Tal fato me dá a
garantia de que não usei de informações sem fundamento. Por outro lado, em
nenhum momento, em "LOUCOS POR DINHEIRO", nomeei as denominações
envolvidas, com o que evitei cometer alguma injustiça. Espalhei carapuças de
todos os tipos e tamanhos, sem especificar QUEM, apenas descrevendo o QUÊ,
com o objetivo de alertar e esclarecer, não de denunciar. Lembrei-me do que
ocorreu na última Ceia do Senhor: "Um de vós me trairá". E Judas, apresentou-se:
"Por acaso sou eu, Senhor" (Mt 26.21-22). Vamos ao assunto.
Wladimir - Temos presenciado, nos últimos anos, o surgimento de várias práticas
no meio cristão-evangélico, das mais estranhas. Pessoas se jogando no chão às
gargalhadas e se dizendo cheias do Espírito Santo; outras emitindo sons de
animais, como cachorros, macacos, gatos, etc; outras ainda se colando na parede,
se dizendo "grudadas" pelo Espírito Santo; movimento G-12, etc...
Tudo isso é muito estranho, sem fundamento bíblico, mas não chega a
surpreender, afinal, a Palavra de Deus já nos adverte: "Porque surgirão falsos
cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível
fora, enganariam até os escolhidos." Mateus 24:24
Enquanto assistimos, preocupados, o crescimento destas manifestações, temos
presenciado, por outro lado, pastores e teólogos preocupados com o crescimento
do movimento denominado pela imprensa e por teólogos mais conservadores de
"neo-pentecostalismo". Estes pastores e teólogos se lançam, com uma fúria até
assustadora, haja visto que nem a Igreja Católica e os setores da imprensa que
criticam os evangélicos o fazem dessa forma, contra as lideranças dessas
denominações, que têm crescido muito no Brasil e no mundo nos últimos anos. É
ainda mais estranho porque não vemos estes mesmos pastores e teólogos
comentando e criticando estes movimentos citados no início deste texto.
Airton - Concordo com a afirmação de que coisas estranhas estão surgindo e
devemos combatê-las, em defesa da pureza do Evangelho. A atitude passiva de
apenas "presenciar", de apenas se "preocupar", além de não produzir resultados
satisfatórios, não se insere, creio, no "bom combate da fé" (2 Tm 4.7). Sobre os
"falsos profetas" leia final do testemunho número 1, abaixo.
Wladimir - Este é o caso, infelizmente, do pastor Airton Evangelista da Costa. O
pastor Airton se deu ao trabalho de escrever um texto que, do início ao fim, se
propõem a criticar aquilo que ele chama ironicamente de "zelo por arrecadar
numerário para a manutenção da Casa do Senhor."
Airton - Vê-se aí uma incoerência. O sr. Wladimir afirma que se deve contestar
aquilo que julgamos ser contrário à Palavra de Deus. Eu, em "LOUCOS POR
DINHEIRO", combati aquilo que considero estranho ao Evangelho, ou seja, o uso
de objetos para usufruir melhores bênçãos de Deus ou para afastar maldições.
Então, o sr. Wladimir é que foi "infeliz" na exposição de seu pensamento. O
aumento do faturamento é conseqüência direta da venda desses objetos. Ou será
que estes estão dando prejuízos?
Wladimir - Antes de comentar o texto do pr. Airton, gostaria de comentar que
tenho visto, na convivência com irmãos de outras denominações, diáconos,
obreiros, bispos e membros das Igrejas Batista, Metodista, Anglicana, Assembléia
de Deus, Quadrangular, entre outras (convivo com estes irmãos há alguns anos,
pois durante um período fui aluno do Seminário Batista do Rio Grande do Sul,
onde estudavam membros de várias denominações, e a partir daí estabeleci
várias amizades) o problema enfrentado pela maioria delas em se manter
financeiramente.
Infelizmente, a verdade é que os membros de muitas denominações aprendem o
lado fácil do Evangelho, aprendem que o Senhor é bom, quer nos salvar, nos cura,
liberta, nos deu a Salvação pela Sua Graça, mas não aprendem a ser dizimistas, a
ofertar, não aprendem que a vida cristã é uma vida de sacrifício também. O
Senhor Jesus já disse: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo,
tome sobre si a sua cruz, e siga-me" Mateus 16:24
Como resultado desse ensinamento repassado nas Igrejas, o que tenho visto são
irmãos reclamando que não conseguem manter missionários em outros países,
missionários passando necessidades básicas, templos que iniciam a ser
construídos ou reformados e a obra não consegue ser terminada, falta de
instrumentos musicais nas Igrejas, membros que não são dizimistas, etc.
Airton - Os meios não justificam os fins. A igreja deve manter-se com os dízimos e
as ofertas alçadas e voluntárias. As despesas devem ser estabelecidas de acordo
com essas receitas. A compra e venda de objetos para serem usados como
amuletos, ainda que com o objetivo de cobrir despesas extras, não condiz com a
vida cristã.
Wladimir - Graças a Deus que na Igreja onde sou membro é ensinado que temos
direitos com Deus (temos direitos como filhos de Deus ou não pr. Airton?) mas
temos também deveres, entre os quais estão o de sermos dizimistas, ofertantes, e
andar nos passos do Senhor Jesus, renunciando a este mundo e ao "brilho"
oferecido por ele. E é graças aos dízimos e ofertas que ela tem crescido, aberto
templos por este mundo afora, transmitido a Palavra de Deus através de rádios e
programas de televisão, desenvolvido um trabalho assistencial cada vez mais
importante, levando a Palavra às prisões, hospitais, e tudo isso sustentado por
membros fiéis que sabem da importância de sua contribuição.
Airton - Nada contra. Se a igreja cresce "graças aos dízimos e às ofertas",
louvemos a Deus por isso.
Wladimir - Discutindo o texto propriamente dito do pr. Airton, encontramos, logo no
início, declarações que não são verdadeiras. Afirma o pr. que tem sido ensinado
nestas Igrejas que ele está criticando que "Os dízimos passaram a ser um meio de
salvação". Quero dizer que nunca ouvi, em lugar algum, a afirmação de que a
salvação é obtida através dos dízimos. Nem na programação da Rede Globo,
atacando os evangélicos, ouvi algo semelhante! Qualquer membro de
denominação evangélica sabe que os dízimos são uma prova de fidelidade do
crente para com o Senhor, e que em troca desta fidelidade o Senhor promete
"abrir as janelas do céu e derramar bênçãos sem medida". Não há como distorcer
a interpretação destes versículos, onde Deus claramente promete uma
contrapartida por parte dEle àqueles que O provarem nos dízimos e nas ofertas.
Airton - Na prática, ensina-se que quanto maior a oferta, maior a bênção,e os fiéis
são colocados em situação constrangedora. Os depoimentos a seguir falam mais
alto: (mantive em sigilo o nome completo e o endereço dos depoentes, porque não
autorizado a divulgá-los).
Testemunho número 1 - "Sou novo convertido mas gostaria de sempre ser novo
no primeiro amor. Tempos atrás minha mãe começou a freqüentar a iurd, e
todo dinheiro que eu dava para as compras sumia e as compras cada vez
menos. Eu sendo filho único, achei que tinha algo errado. Um dia fui na iurd
para pesquisar; fiquei abismado com o que vi: vinha um pastor pedia dinheiro,
saia e vinha outro vendia sal; vinha outro, vendia óleo; vinha outro, vendia rosa
ungida, por fim começaram a pedir uma alta oferta, que foi abaixando até chegar
a trinta reais. Como eu não participei de nenhuma [minha mãe, sim] o pastor
começou a olhar para mim e lá do púlpito me cobrava e dizia: você não quer a
benção de Deus?
Como eu continuava quieto, ele mandou um obreiro conversar comigo; mas uma
vez me senti uma ovelha nas mãos de lobos, e senti por minha mãe como eu não
coloquei a mão no bolso, o pastor perguntou para a igreja: quem quer pagar para
este irmão? Só vou orar quando alguém pagar por ele, porque aqui todos têm que
receber a bênção. Então, um irmão levantou e deu cinqüentas reais e o pastor
disse para mim: - Está vendo irmão? Você deve para este irmão, e dívida tem que
ser paga. Desde então comecei uma luta travada para tirar minha mãe dali,
prometendo levá-la para outra igreja, onde pela misericórdia de Deus me converti,
sou dizimista, ajudo a casa de Deus, mas não por força nem por violência, mas
pelo espírito do Senhor.
Muito me comoveu pastor os demais falarem sobre loucos por dinheiro, estava já
pensando: - será que os servos de Deus nunca irão posicionar contra? Afinal
estes são os falsos profetas que comem a gordura e a lã das ovelhas e deixamnas
famintas da palavra de Deus" (Abel).
Comentários - O depoimento desse jovem diz muito mais do que meu artigo,
porque revela como funciona a denominação do sr. Wladimir. Nota-se que são
palavras sinceras, verdadeiras, vindas do fundo da alma. Abel estava procurando
uma oportunidade para soltar o seu grito de protesto.
Vimos que a bênção de Deus está condicionada à oferta, não importando se o
dízimo fora dado ou não; que aquele que não quer ou não pode ofertar é
humilhado publicamente, o que faz com que todos ofertem para se livrarem da
repreensão pastoral; que o tempo que deveria ser dedicado à Palavra é
consumido com as vendas dos diversos produtos e com as exigências de ofertas;
que as ofertas "voluntárias" daquela mãe estavam diminuindo a capacidade de
compra de alimentos para sua casa; que o referido irmão estava ansioso que
surgisse alguém que denunciasse tais práticas, e alegrou-se quando leu
"LOUCOS POR DINHEIRO"; que ele encontrou paz em outra denominação
evangélica.
Testemunho número 2 - "Amado pastor Airton. Eu e uma irmã daqui do trabalho
fomos libertos da enganação desta seita que é a IURD. Onde anulam o sacrifício
vicário do Senhor Jesus Cristo, onde pseudopastores (nem todos porque
felizmente existem pastores e bispos verdadeiros homens de Deus) que assacam
o dinheiro do povo. Eu como ex-obreiro da IURD, atesto que para um pastor subir
na obra, a sua fé é medida através de do volume de ofertas que obtém. Isto é de
Deus? Sou da Assembléia, e depois que deixei aquela seita espírita fui
tremendamente abençoado. A paz do Senhor Jesus cristo" (Humberto).
Comentários – Outra revelação importante. Não é o grau de santidade,
espiritualidade, consagração e fidelidade a Deus, que é contado na elevação dos
obreiros a missões mais elevadas. O que conta é o volume arrecadado. Essas
práticas quando reveladas por um ex-obreiro recebe mais crédito. A denúncia de
que "assacam o dinheiro do povo" confirma o relato do primeiro testemunho. A
exploração religiosa, nos limites aqui colocada, não se trata de um caso de
polícia?
Testemunho número 3 - "Os abusos a que me referi aconteceram aqui em
Ribeirão Preto. Fui chamado para visitar um casal que estava afastado da IURD a
pedido de um membro de minha igreja. Ao chegar lá encontrei um casal de exobreiros
completamente decepcionados na fé. Eles me relataram que haviam visto
de tudo lá dentro. Disseram que os testemunhos de bênçãos que vão ao ar pela
TV são todos forjados. Os endemoninhamentos são todos forjados.
Quase sempre são as mesmas pessoas que representam o "teatro". Mas o que
fez eles abandonarem a IURD foi um fato absurdo. O bispo estava expulsando um
demônio de uma moça (dessa vez era verdade). Ele chacoalhava tanto a cabeça
dela que uma nota de R$ 10,00 caiu de seu bolso (dela). Ao ver a nota, o bispo
pediu que todos fechassem os olhos para que o demônio saísse da moça. Quando
todos fecharam, ele abaixou-se, pegou a nota e colocou-a no bolso. O casal de
obreiros viu tudo e daquele dia em diante abandonou a IURD e o evangelho, pois
hoje eles não querem mais saber "dos crentes".
Conheci uma senhora que faleceu há pouco tempo. Numa campanha na IURD ela
foi desafiada a dar tudo o que possuía sob a promessa de receber um carro zero
Km das mãos de Deus. Ao doar seus R$ 450,00, recebeu uma chave de papelão
simbolizando a chave de seu carro zero. O tempo passou e o carro não veio. Ao
queixar-se com o pastor, ele respondeu-lhe que ela não teve fé suficiente. Quando
a vi, ela estava totalmente desequilibrada e desanimada de sua fé. Isso é a IURD.
Não podemos ficar calados" (Pastor M).
Comentários - Dinheiro, dinheiro, dinheiro.
Testemunho número 4 - "Já que é para desmascarar o inimigo também vou
testificar o que uma de nossas irmãs nos contou recentemente, pois ela vem da
IURD de Toronto Canadá; que em um dos cultos em que ela esteve o Pr. tinha
uma fita cassete áudio nas mãos e perguntou à igreja se tinha alguém de fé para
receber uma grande bênção, e que teria fé para dar uma oferta de $500.00
dolares e levaria a fita, diz ela que com muita insistência levantou o homem e deu
este dinheiro, então ele começou a elogiar a fé deste homem para incentivar
outros
E baixou para $400.00. $200,00 $100,00 $50,00 e quando chegou nos $10,00
esta irmã pagou e também enquanto lá estava, (mas que das pessoas) para mim
um crime lembrar os jogadores de pingüins na beira das estradas brasileiras onde
se coloca 3 dedais para a pessoa descobrir onde está a pedrinha, e sempre tem
espertalhão e ganha muito fácil e o coitado que assiste vai na mesma, ganha a
primeira e depois perde todas ou cai fora logo" (Pastor João).
Comentários – Dinheiro, dinheiro, dinheiro; comércio de qualquer coisa, e qualquer
coisa pode servir como demonstração de fé. Infelizes dos demais fiéis que ficaram
sem "uma grande bênção". Infelizes dos herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo; infelizes dos filhos de Deus, que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador.
Quem não pode dar mais está irremediavelmente perdido. Sair da reunião sem a
oração especial do pastor, porque não pôde ofertar, seria cair em desgraça.
Ora, a Bíblia diz: "Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra, e vive tranqüilo.
Deleita-te no Senhor, e ele concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu
caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. Descansa no Senhor, e espera
nele" (Salmos 37.3-7).Já somos ricamente abençoados porque somos filhos de
Deus, justificados, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Ouvi de uma irmã
uma história que me deixou perplexo. Um vendedor ambulante lhe perguntou se
era verdade que se comprasse um lote de um determinado terreno estaria
comprando um lugar no céu, pois ouvira isso em determinada igreja. A que ponto
estamos chegando. Será que o título "LOUCOS POR DINHEIRO", que dei ao meu
artigo, foi indevido? Julgue.
Testemunho número 5 - Caro pastor Airton. Primeiramente nossos
agradecimentos por nos brindar com esse trabalho muito bem elaborado sobre os
desvios doutrinários dos neopentecostais. Lamentavelmente a indústria da fé tem
substituído os sãos princípios que emanam da Palavra de Deus. Com a adoção de
práticas místicas e outros elementos de sabor duvidoso, as correntes dos
"milagres" há muito perderam o fio da meada no que tange ao verdadeiro sentido
do Evangelho de Cristo.
Como no romanismo, onde até o Senhor Jesus é substituído por coisas, relíquias,
ossos de santos, manto e por sua mãe, no meio dito evangélico só mudam os
ingredientes, permacendo o mesmo sentido. A finalidade é quase a mesma:
auferir lucros para manter a organização a pleno vapor. Enquanto isso a verdade
continua sendo ignorada pela multidão em demanda do benefício. Uma verdadeira
inversão de valores tem ocorrido ultimamente com a adoção de medidas
"profiláticas" visando libertar o corpo em detrimento da alma que permanece tão
maculada como uma fornalha a expelir fuligem.
A mensagem das centenas de "igrejas" são direcionadas, quando não ao poder de
Midas, ao aspecto físico e material de seus membros. Nota-se que o convite feito
aos milhares são no sentido de receberem benefícios físicos e prosperidade,
nunca para que o ser humano se reconheça pecador, arrependa-se e entregue-se
a Jesus. Fossem os apelos nesse sentido, adivinhe se as igrejas estariam tão
cheias como acontece nesses meios.
Irmão Airton. Vozes têm que se levantar, arautos precisam fazer valer suas
finalidades ante o caos reinante onde o caráter homocentrista suplanta o
teocêntrico. A continuar esse estado de coisa a mensagem real de salvação
tenderá a ser empanada pela ambição de inescrupulosos "líderes" que não têm o
mínimo temor de Deus. Aliás, se tivesse, não considerariam o Criador como um
reles empregado obrigado a auferir dividendos aos "pedintes da sorte".
Temos pesquisado seu trabalho na Internet, principalmente os artigos contra o
romanismo e os desvios neopentecostais. Às vezes temos desejo de aproveitar
esse material visando o esclarecimento de grupos adidos às doutrinas católicas
porém, não o fazemos em respeito aos direitos autorais do ilustre irmão. Assim
sendo gostaríamos que o ilustre pastor nos informasse da possibilidade de
direcionarmos alguns elementos de sua lavra a tais expedientes" (Oliveira).
Wladimir - Concordo inteiramente com o pr. Airton quando ele diz "O dízimo e as
ofertas alçadas não salvam, mas os salvos são dizimistas e ofertam com alegria.
Somos salvos PARA as boas obras; não somos salvos PELAS boas obras. "
Justamente por concordar com ele não entendi até o momento porque ele fez uma
afirmação tão distorcida em seu texto. Mas prossigamos. Mais adiante afirma o
pastor: "A grande maioria dos que buscam essas denominações que anunciam um
evangelho deturpado e viciado, são almas frágeis, enfraquecidas pelos embates
da vida, e ali vão dispostas a fazer o sacrifício que for sugerido ou determinado."
É verdade pastor Airton, a imensa maioria das pessoas que procuram nossas
Igrejas estão praticamente no fundo do poço. A última porta em que elas batem
são nas nossas. Elas chegam até nós, muitas vezes, porque antes buscaram em
centros espíritas, em benzedeiras, nas portas da Igreja Católica ou de Igrejas
Evangélicas tradicionais, e lá disseram a elas (isso quando estavam abertas, pois
a maioria destas igrejas abre 3, 4 vezes por semana, e até - pasmem! - somente
no domingo, como é o caso de uma Igreja Metodista e uma Anglicana aqui perto
de onde moro) que é da "vontade de Deus" que ela passe por aquela situação de
sofrimento, de humilhação (até citam "os humilhados serão exaltados"), que a vida
é assim mesmo, etc. Ou seja, a pessoa está aflita, desesperada, passando
necessidades, e quando vai buscar uma palavra de fé, uma saída para essa
situação, recebe essa "pá de cal"...
Airton - Os fatos verídicos denunciados nos testemunhos acima dizem exatamente
o contrário. Não são palavras minhas. Milhares de depoimentos iguais a esses
poderiam ser aqui transcritos se os prejudicados dispusessem dos meios
necessários para fazê-lo. O sr. Wladimir resvala para um campo perigoso, o de
afirmar que somente na IURD há salvação. O catolicismo diz a mesma coisa, ou
seja, fora da igreja católica não há salvação. As Testemunhas de Jeová, idem,
idem. Esta é uma das características das seitas.
Os mais de vinte milhões que congregam em outras igrejas estariam em situação
desesperadora, no "fundo do poço", segundo o raciocinio do sr. Wladimir. Os
irmãos de outras denominações teriam que participar do leilão do óleo e da pedra
de Israel? Teriam que pendurar um cordão de ouro no pescoço e usar uma aliança
no anular para afastar demônios? Teriam que usar a varinha mágica ou a palmilha
ungida da prosperidade, ou manter junto ao corpo um lenço ungido?
Wladimir - É triste ver pessoas que estudaram tantos anos, fizeram seminários,
estudaram filosofia, teologia, sociologia, arqueologia, antropologia, demonstrarem
tanta falta de fé em Jesus. É triste ver que essas pessoas desconhecem a
existência do diabo (que é bíblica!), desconhecem que ele veio para "roubar, matar
e destruir" (João 10:10), que não é historinha pra criança dormir, que ele, o diabo
e os demônios, agem realmente na vida das pessoas, etc.
Airton - Quais irmãos, de quais igrejas evangélicas desconhecem a existência do
diabo e dos demônios, e que desconhecem a afirmação de Jesus que está em
João 10.10? Triste é a situação de muitos que estão enleados, confundidos e
embaraçados por doutrinas que ensinam que as bênçãos de Deus podem ser
compradas com o vil metal. Releia os testemunhos acima. Em triste situação ficou
aquele rapaz vendo minguarem os parcos recursos de sua mãe. Em triste situação
estão tantos outros, aos milhares, que, mal se livraram da idolatria das imagens,
ficaram emaranhados na armadilha dos cajados, da vela de cem dias, da rosa de
sarom, e em outras inutilidades.
Wladimir - É justamente por ouvir estes tipos de afirmações que estas pessoas
continuam a procurar saídas para suas situações e acabam chegando às nossas
Igrejas, guiadas certamente pelo Espírito Santo e também motivadas por um
intenso trabalho de evangelização realizado por milhares de servos e servas do
Senhor Jesus, que diariamente saem às ruas, às prisões, às favelas, que entram
nos lares através das rádios, da televisão, mostrando para estas pessoas aflitas
que há uma solução, que o Senhor Jesus pode transformar a vida destas pessoas,
que Ele veio para que "todos tenham vida, e vida em abundância", e além desse
trabalho evangelístico, as portas de nossas Igrejas estão abertas diariamente, de
domingo a domingo, durante todo o ano, sem nenhum dia de feriado. Graças a
Deus! Graças a Ele por ter levantado um povo que sustenta essa Obra com seus
dízimos e ofertas!
Airton - "Ouvindo estes tipos de afirmação"? Que o diabo não existe? Quem, onde,
como, porque, quando?
Wladimir - Mas continuemos a analisar o texto do pr. Airton. Ele segue tecendo
seus comentários, colocando-se sempre como o homem iluminado, que sabe o
que é certo e o que é errado, o bem e o mal, ao ponto de questionar se as
denominações que ele critica são parte do Corpo de Cristo (do qual, certamente,
ele deve se achar parte). Vejamos a declaração do pastor: "O que se tem tornado
público e notório – e já toma proporções insuportáveis no Corpo de Cristo, se é
que dEle fazem parte – é a busca sistemática e insaciável por recursos financeiros
junto aos fiéis."
Airton - Releia os testemunhos acima que respondem por mim. Aqueles atos são
praticados por líderes que não gostam de dinheiro, que não valorizam o dinheiro,
que não são loucos por dinheiro, que não colocam o dinheiro como prioridade no
culto? Ou a Palavra é a prioridade; a pregação do arrependimento, da doutrina do
pecado? Parece não existir o sacrifício do jejum, da consagração, da resistência
ao pecado e ao sistema mundial; o sacrifício de suportar e vencer as tentações; de
suportar as injúrias e de receber com humildade o castigo e a repreensão de
Deus.
Wladimir - Seguindo em seu texto, afirma o pastor Airton que "A teoria do TUDO
OU NADA é antibíblica e, portanto, herética." Esta declaração não chega a
surpreender, afinal, o pr. Airton já havia mostrado, através de suas declarações,
que ele sabe dizer quem faz parte e quem não faz parte do Corpo de Cristo.
Agora, consequência natural, ele se arvora em "verdadeiro intérprete da Bíblia" e
diz o que é bíblico e o que seria, segundo ele, heresia. Que estranho pastor, acho
que o sr. deveria ler mais a Bíblia... Quer dizer que com Deus não existe TUDO ou
NADA? Em outras palavras, existe o "um pouquinho basta"? Deus não nos pede o
TUDO? Ele aceita menos que cem por cento? Podemos nos entregar a ele 90% e
deixar 10% para o mundo?
Airton - Pelo que está escrito em Malaquias 3, Deus deseja que fiquemos com
90%. Deus quer toda a nossa vida consagrada a Ele; cem por cento de nosso
coração para Ele; cem por cento de nossa adoração; cem por cento de nossa
confiança: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará" (Sl
37.5). Por que o TUDO OU NADA deve se traduzir sempre em dinheiro, dinheiro,
dinheiro?
Wladimir - Quando Deus ordenou a Abrão que saísse de sua terra e fosse para
onde Ele dissesse, Deus não estava pedindo o TUDO de Abrão? Que largasse
TUDO que ele tinha onde estava e fosse, "sem lenço e sem documento", para um
lugar que ele, Abrão, ainda nem sabia onde era? E com Gideão, também não foi
assim, quando o Senhor apareceu a ele (Juízes 6) e Gideão ofereceu um sacrifício
estipulado por ele mesmo, Gideão, de um cabrito e pães ázimos? Esse sacrifício
foi oferecido de acordo com a vontade de Gideão, mas o Senhor queria mais, e
pediu a Gideão que fosse feito um sacrifício verdadeiramente de sacrifício ("E
aconteceu naquela mesma noite, que o SENHOR lhe disse:
Toma o boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derruba
o altar de Baal, que é de teu pai; e corta o bosque que está ao pé dele." - Juízes
6:25). Ou seja, Gideão não estava dando o seu TUDO, estava oferecendo um
cabrito, que muito provavelmente nem faria falta para ele e sua família. Mas o
Senhor queria uma prova de fé de Gideão, e por isso pediu o 2º boi, que seria,
certamente, o boi que substituiria o 1º boi, que estava sendo usado pelo pai de
Gideão no trabalho do dia-a-dia, e que já estava velho. Ou seja, o 2º boi era a
garantia da continuidade do sustento da família de Gideão. E Gideão deu o seu
TUDO.
E por acaso não aconteceu o mesmo com os Apóstolos quando Jesus os chamou
para O acompanharem? Não dizia o Senhor para eles largarem TUDO,
abandonarem a vida que eles levavam, seus bens, familiares, TUDO, e segui-Lo?
Vejamos:
"E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado
Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E
disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles,
deixando logo as redes, seguiram-no. E, adiantando-se dali, viu outros dois
irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai,
Zebedeu, consertando as redes; E chamou-os; eles, deixando imediatamente o
barco e seu pai, seguiram-no." Mateus 4:18-22
Airton - Ouçamos a palavra de um homem de Deus: "É impressionante como uma
igreja como a IURD cega uma pessoa dessa forma! Um indivíduo desses nem
imagina que:1) A teologia do Velho Testamento tinha uma Terra Prometida na
Palestina, e a teologia do Novo Testamento tem uma Terra Prometida no Céu. 2)
O Velho Testamento avaliava a bênção de Deus pela prosperidade material, e o
Novo Testamento avalia a bênção de Deus pelo "renunciar" a tudo por Cristo (não
pela igreja!). 3)
O Apóstolo Paulo afirmou que todos os símbolos e utensílios do Velho Testamento
eram "sombras" das coisas que estavam por vir EM CRISTO. 4) "De que adianta
ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma"? 5) "Não ajunteis
tesouros na terra, onde traça e ferrugem corrói, e ladrões minam e roubam"; 6) O
Apóstolo Paulo afirmou: "tendo o que comer e com que nos vestirmos, demo-nos
por contentes"; 7) Que temos uma Pátria nos céus, de onde aguardamos o
Salvador.
É, prezado participante desta lista, a IURD deveria reavaliar os seus conceitos,
pois finalmente está assumindo seu ministério de VATICANO 2, pois a
argumentação do indivíduo que respondeu ao ilustre Pastor Airton Evangelista da
Costa é a mesma que o VATICANO ORIGINAL vem usando ao longo de todo o
tempo, mantendo a burguesia, a casta nobre e a realeza, em nome do DAR TUDO
PARA A IGREJA. Lamentável....Tem a minha solidariedade absoluta, Pastor
Airton! Pastor Wagner Antonio de Araújo, professor de História Eclesiástica e
História dos Batistas na Universidade Brasileira de Teologia, São Paulo, SP.
Pastor da Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP".
Realmente, a cada dia acentua-se a semelhança da IURD com a Igreja Católica.
O uso de imagens, dizem os católicos, têm uma função pedagógica, a de ajudar
os fiéis a crescerem na fé. Tocando em alguma coisa, vendo alguma coisa,
usando algum objeto (velas, água benta, rosário, imagens) facilita o crescimento
espiritual dos fiéis. Discurso semelhante ouve-se de obreiros da IURD. Leiam:
"Sou obreiro da Universal a cinco anos, e moro em Brasília. Caro Pastor, de fato
minha igreja utiliza um ou outro recurso citado em seu "estudo" (se é que
podemos chamá-lo assim) porque sabemos da grande inveja que as outras igrejas
pentecostais nutrem pela Universal. Usamos estes recursos para despertar a fé
nas pessoas".
De forma semelhante ao Wladimir, esse obreiro confirma o uso de objetos, como
identificados em LOUCOS POR DINHEIRO. Ora, a fé é despertada pelo ouvir a
palavra de Deus (Rm 10.17). Passados mais de uma dezena de anos da IURD, e
mais de mil anos na Igreja Católica, seus fiéis ainda precisam do uso de objetos
para um despertamento de fé. Quando a fé realmente é vivenciada, despertada?
Chegará um momento em que os fiéis deixarão de usar as imagens do Vaticano
ou os objetos da IURD porque ficaram amadurecidos na fé? Não, é a resposta. Já
não conseguirão viver sem eles, porque já fazem parte de sua vida religiosa.
Wladimir - A Bíblia está repleta de citações e passagens onde o Senhor pede o
TUDO ou NADA para o homem. Para concluir, vou citar apenas mais uma
passagem, onde um jovem não quis oferecer o seu TUDO, quando solicitado por
Jesus, e o Senhor não aceitou menos que o TUDO:
"E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei
para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há
bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os
mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás
adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho
guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se
queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um
tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se
triste, porque possuía muitas propriedades." Mateus 19: 16-22.
Airton - Não creio que os líderes da IURD, incluindo o sr. Wladimir, estejam
cumprindo o "vender tudo e dar aos pobres". Esta prática seria contrária à teologia
da prosperidade. Talvez, por descuido, o sr. Wladimir deixou escapar essa, o que
é lamentável. Seguida à risca a palavra de Jesus, os obreiros da IURD que
ganhassem um carro com o uso da "palmilha ungida" ou a "varinha mágica" teriam
que, imediatamente, vendê-lo e distribuir o dinheiro aos pobres. E ficariam
novamente pobres.
Os pobres, ao receberem qualquer bem, também procederiam da mesma forma. E
todos seriam sempre pobres. Logo, logo os talimãs (rosas, varinhas, fitinhas e
colares, etc) perderiam o sentido e não seriam mais comprados. E o tiro sairia pela
culatra. Não, não é nada disso. Aquela palavra de Jesus (Mateus 19.16-22) foi
específica para aquele jovem que colocava o coração nas riquezas. Não constitui
uma doutrina. Ainda que fosse, seria para distruibuir os bens com os pobres, e
não dá-los à igreja. Qualquer irmão pode possuir bens, muitos bens,mas devem
glorificar a Deus por isso; trabalhar com justiça, sem avareza e não se deixar
dominar pela riqueza, a qual deve ficar sob nosso domínio, e não nós sob o
domínio dela.
Wladimir - Mais à frente o pastor reinicia seus ataques, denominando os
evangélicos dos quais ele discorda de "promotores do mercantilismo religioso".
Critica, com razão, a idolatria, mas daí concluí que as denominações neopentecostais
criaram uma outra forma de idolatria. Afirma, também com razão, e
concordo plenamente com ele, que "É imperioso que o povo de Deus saiba que
COISAS não transformam vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições,
não purificam os lares."
Airton - Então, demos glórias a Deus porque o Sr. Wladimir concorda com o que
eu afirmei: "COISAS" não trazem bênçãos, não transformam vidas, não afastam
maldições, não purificam lares". Quanto a isso estamos então de acordo.
Wladimir - E a seguir inicia a citar essas "coisas" que, segundo ele, estão sendo
utilizadas nas igrejas que ele critica como uma forma de arrecadar mais e mais
recursos financeiros. Não irei fazer aqui referência aos objetos que ele cita, mas
quero sim propor uma discussão sobre se é correto e lícito utilizar-se destes
objetos ou não.
Airton - Não irá fazer referência aos objetos por qual motivo? Esta é uma rara
oportunidade que tem o senhor de discriminar todos os amuletos usados pelos
fiéis da IURD, até porque alguns dos por mim citados podem não pertencer à sua
igreja. Seria o caso de esclarecer. O obreiro de Brasília confirmou que a IURD usa
"alguns" dos produtos mencionados. Ora, se a IURD usa e se dá bem; se os fiéis
da IURD usam e se dão bem; se bênçãos realmente têm sido derramadas em
decorrência do uso desses objetos – do contrário e por consciência a IURD não os
venderia nem estimularia sua prática – não vejo razão para o senhor não nos dar
uma explicação razoável sobre cada um.
Ademais, se o senhor crê que esses objetos servem para alguma coisa, qualquer
pessoa poderia usá-los, independente de ser da IURD ou não. Em razão disso,
peço a sua permissão para relacionar aqueles que me chegam ao conhecimento,
ao mesmo tempo em que lhe peço explicações sobre cada um (espécie, modo de
uso, finalidades, bênçãos testemunhadas e valor da oferta pertinente), a fim de
que não venha eu a cometer alguma injustiça: cajado de Moisés, varinha mágica,
palmilha santa, óleo e pedra de Israel, fitinha para amarrar ao braço, anel de ouro,
cordão de ouro, sal grosso, manto de Jesus, lenços ungidos, vassoura
consagrada, sabonete do descarrego, gotas vermelhas, rosa de Sarom, velas de
cem dias, água ungida.
Por exemplo, soube que o anel de ouro representa a nova e eterna aliança em
Cristo. Não acredito, porque a pessoa poderá usá-lo e não ser convertida. O
cordão, necessariamente de ouro (não deve custar pouco dinheiro), serviria para
expulsar maldições. Não acredito quer a IURD esteja ensinando isso, porque em
Cristo estamos livres das maldições (Jo 8.32,36). Tenho dúvidas quanto ao uso do
cajado; seria apenas tocado pelos obreiros ou cada um levaria um cajado para
casa? Quanto ao sal grosso, seria colocado ao redor da casa? Seria mesmo para
expulsar demônios? É difícil acreditar porque não me consta que demônios
tenham horror a sal. Ademais, Jesus nos ensinou a expulsá-los usando o Seu
nome (Marcos 16.17).
Veja, sr. Wladimir, faz-se necessário um esclarecimento. Ora, se esses objetos
funcionam na IURD, não funcionariam em outras igrejas? As casas de produtos
esotéricos possuem uma cartilha para explicar o uso de cada fetiche. Veja os
exemplos: PROPRIEDADE DAS PEDRAS – Ágata: reforça os efeitos das outras
pedras. Tonifica e fortalece corpor e mente. Água marinha: Simboliza força. Auxilia
no tratamento das doenças lombares. Sandália magnética: Estimula e agiliza o
funcionamento do sistema nervoso (As sandálias de Jesus, de que falou João
Batista, seriam uma boa idéia?) Olho de gato: Usada para aumentar a beleza,
preservar a juventude e impedir ruína financeira Os adeptos das Nova Era usam
pirâmides, estrelas, pendentes, e símbolos diversos. Eles também demonstram
uma "atitude de fé" ao usar esses amuletos. Há por acaso alguma diferença entre
usar no pescoço um cordão de ouro ungido ou um cordão de ouro com uma figa?
Wladimir - A opinião do pastor Airton é clara. A repito para que não restem
dúvidas: "É imperioso que o povo de Deus saiba que COISAS não transformam
vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições, não purificam os lares."
Gostaria que o pastor lesse as passagens abaixo e depois as comentasse:
"E disse o SENHOR a Moisés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma
haste; e será que viverá todo o que, tendo sido picado, olhar para ela. E Moisés
fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, picando
alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia."
Números 21:8-9
Airton - O mesmo argumento é usado pelo catolicismo em defesa do uso de
imagens, Diz o catolicismo, também, que Deus mandou construir querubins para a
arca da aliança, e com isso tenta justificar a veneração/adoração às esculturas.A
IURD usa o argumento da serpente para justificar o uso de objetos para "ajudar na
fé".
A serpente de bronze foi especialmente recomendada por Deus para um fim
especial, numa situação específica, para um povo que ainda não sabia o que era
crer num Deus invisível. Tão logo começaram a adorar a serpente e crer somente
nela, o rei Ezequias a destruiu (2 Rs 18.4). A Bíblia não recomenda ressuscitar a
serpente de metal.
Da mesma forma, Deus não recomendou um cajado para cada crente para livrarse
da escravidão do pecado. Nada no texto nos leva a considerar que serpentes
de metal, vendidas nas igrejas, possam servir para curar mordidas de cascavel.
Ademais, Moisés não exercia o comércio de compra e venda de serpentes.
Hoje, os cristãos não precisamos desse símbolo de fé. Isaías revelou que "Ele
tomou sobre Si as nossas enfermidades, e "pelas Suas pisaduras fomos
sarados"(Is 53. 4,5), e Jesus arrematou: "Em meu nome, porão as mãos sobre os
enfermos, e os curarão" (Mc 16.17-18). Agora, olhamos para Jesus, o autor e
consumador da fé (Hb 12.2). Não precisamos de talismãs, de lenços, de broches
nas camisas.
Hoje temos o poderoso nome de Jesus para expulsar demônios; temos Ele próprio
em nossas vidas para nos libertar do pecado e das maldições, "porque se o Filho
vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). "O poder vivificante da
serpente de metal prefigura a morte sacrificial de Jesus Cristo, levantado que foi
na cruz para dar vida a todos que para Ele olharem com fé.
Sobre esse evento, o próprio Jesus disse: "E, como Moisés levantou a serpente no
deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.14,15).
Wladimir - "Então tomou Jacó varas verdes de álamo e de aveleira e de
castanheiro, e descascou nelas riscas brancas, descobrindo a brancura que nas
varas havia, E pôs estas varas, que tinha descascado, em frente aos rebanhos,
nos canos e nos bebedouros de água, aonde os rebanhos vinham beber, para que
concebessem quando vinham beber. E concebiam os rebanhos diante das varas,
e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas." Gênesis 30:37-39.
Airton - "Um princípio fisiológico foi empregado por Jacó. Essa espécie de artifício
é empregada para obter-se cavalos e cães de certa cor. Cordeiros brancos, até
hoje, são obtidos rodeando-se o ambiente do acasalamento com objetos brancos"
(O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova, 1990). "Deus havia escolhido
Jacó para que ele viesse a tornar-se o pai das doze tribos de Israel não porque ele
fosse reto, mas por causa da graça de Deus. O Senhor pôde abençoar Jacó
segundo a sua graça, mesmo sendo ele um pecador" (Norman Geisler). Nada no
texto leva-nos a considerar que podemos comercializar varinhas mágicas,
ungidas, para conseguirmos ganhar algum bem. Varinha mágica está mais para a
bruxaria do que para o Cristianismo.
Wladimir - "Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o
lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o
Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo." João 9:6-7
Airton - Jesus usou de outras formas para curar enfermos, mas não recomendou
nenhuma delas. A Sua recomendação básica é a que está em Marcos 16.17-
18:"Em meu nome, porão as mãos sobre os enfermos e os curarão". Em Tiago
5.15 também está escrito que devemos orar pelos enfermos, em nome do
Senhor". Saliva ungida, nem pensar.
Wladimir - E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga
da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada
no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele
cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e
com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até
amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis:
Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão;
e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR. E eu passarei pela
terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os
homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o
SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes;
vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de
mortandade, quando eu ferir a terra do Egito." Êxodo 12:7-13
Airton - "O cordeiro da Páscoa e seu sangue prenunciam Jesus Cristo e seu
sangue derramado, como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"(Jo
1.29,36; Is 53.7; At 8.32-35; 1 Co 5.7; Ap 13.8). Deus ordenou o sinal do sangue,
não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios,
mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da
redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do "Cordeiro de Deus", que
séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29)" (Bíblia de Estudos
Pentecostal). O sangue de Jesus não pode ser comparado a gotinhas vermelhas –
certamente mercurocromo – às quais são atribuídos poderes miraculosos. Essa
prática, se realmente é exercida, tem um nome: vilipêndio, afronta, desrespeito,
ultraje ao sangue redentor do nosso Salvador.
Wladimir - "De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham
em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este
passasse, cobrisse alguns deles." Atos 5:15
Airton - Que bom se as sombras pudessem ser vendidas...
Wladimir - "E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e
gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada,
Chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo
do seu sangue." Lucas 8:43-44
Airton - Tocar na orla do vestido de Jesus era o mesmo que tocar nEle. Jesus
exalava poder. Ademais, aquela mulher concentrou sua fé em Jesus, não foi nos
seus vestidos. Ela desejou e conseguiu ter um encontro com Jesus, não foi com o
Seu manto. O texto em nada sugere a possibilidade de um tecido qualquer,
comprado numa loja qualquer, possa conter poderes místicos para curar
enfermos, ainda que os vestidos de Jesus venham a ser "clonados". Se para tocar
no suposto manto do Senhor os fiéis precisam soltar algumas moedas aos pés do
Mestre, estamos diante de uma situação de venda de milagres e de exploração da
fé religiosa.
Os fiéis devem ser orientados a buscarem o Senhor. Leia: "E se o meu povo, que
se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se
converter de seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus
pecados, e sararei a sua terra" (2 Cr 7.14). Sem conversão não há salvação nem
bênçãos. Se as pessoas não atenderem as condições estabelecidas por Deus,
não há cajado de Moisés que dê jeito, nem vassoura consagrada, nem sal grosso,
nem palmilha santa ou anel da aliança. Mas uma vez digo que essas COISAS são
inutilidades, quinquilharias, superstições, fetiches, talismãs que para nada servem.
Wladimir - Estas passagens acima mostram o quê? Com certeza não se referem a
sangue milagroso, sombra poderosa, saliva do milagre, lodo mágico, varas
maravilhosas, serpente da cura, vestido divino, etc... Lembremos, mais uma vez,
das palavras do pastor Airton: "É imperioso que o povo de Deus saiba que
COISAS não transformam vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições,
não purificam os lares."
Na verdade, pr. Airton, o sr. está realmente certo. Estas coisas, objetos, que foram
usados e que estão registradas tanto no Antigo Testamento quanto no Novo,
realmente não são, por si só, nada. Mas estes objetos, quando usados com fé,
operaram sem nenhuma dúvida milagres. Transformaram vidas, trouxeram
bênçãos, afastaram maldições, purificaram os lares sim!
Airton - Primeiramente, é preciso notar, Wladimir, que o senhor concordou quando
disse que essas COISAS são inúteis. A saliva e o manto de Jesus não eram
objetos ungidos e manipulados por mãos pecadoras. O sangue nas ombreiras,
que identificava o povo de Deus, apontava simbolicamente para o Sangue do
Cordeiro, além de fortalecer o princípio da obediência. Não precisamos ter fé em
COISAS (num ventilador, num liquidificador, num espelho ou numa rosa) para
sermos novas criaturas.
Leia: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo" (`2 Co 5.17). "Está em Cristo", para
regeneração, significa aceitá-LO como Senhor e Salvador, arrepender-se,
confessar os pecados e deixá-los; crê que Deus O ressuscitou dentre os mortos
(Mc 1.15; Rm 10.9; Pv 28.13). Ademais, a Bíblia diz que a Palavra de Deus
transmite fé aos ouvintes (Rm 10.17). Jesus sabendo disso mandou que
pregássemos o Seu Evangelho (Mc 16.15).
Logo, a fé não ocorre pelo uso de uma enorme variedade de COISAS, mas pelo
conhecimento da Palavra revelada. Mas de vinte milhões de irmãos tiveram suas
vidas transformadas porque depositaram sua confiança e creram no Senhor
Jesus. Milhões de milagres sem precisar de velas de cem dias, sal grosso,
sabonete de descarrego ou óleo de Israel para ungir os olhos. Basta tão somente
ser morada do Espírito Santo. Leia: "Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e
que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16).
Considero uma situação constrangedora e ridícula, até jocosa, a figura de um filho
do Rei, retornando para casa, com uma vassoura debaixo do braço, na mão um
cajado, na outra segurando uma rosa, e sobre a sua cabeça uma pedra. Tudo isso
para ajudar na transformação de sua vida, aumentar a sua fé, purificar seu lar. O
sacrifício de Cristo na cruz teria sido insuficiente? A libertação que há em Seu
nome seria insuficiente? Se temos pouca fé, devemos recorrer a Jesus (Lc 17.5).
Os objetos não proporcionam qualquer benefício espiritual para quem os utiliza.
Pelo contrário, poderão causar sérios problemas de ordem espiritual – além dos
de ordem financeira - porque seus usuários estão com sua fé dividida.
Wladimir - Mas tudo está na atitude de fé ou não que a pessoa vá ter. Todas estas
pessoas tiveram atitudes de fé. Todas tomaram uma atitude, creram, confiaram
em Deus, e o Senhor operou. Deus precisaria utilizar destes objetos, destas
coisas? Não, o Senhor não precisaria, com certeza. Mas Ele usou! E nós, hoje,
continuamos usando. Talvez nada disso pareça ou tenha alguma lógica, alguma
racionalidade. Mas quem disse que a fé precisa ter?
"ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé
entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." Hebreus 11:1-3
Airton - O texto cima não fala em uso de COISAS. A fé a que se refere é a fé em
Deus. Leia o que Jesus afirmou: "Tende fé em Deus" (Mc 11.22).
Wladimir - Eu fico a imaginar o que o sr, pastor Airton, faria se vivesse naqueles
dias e chegasse um homem e lhe dissesse: "Vem cá Airton, fecha os olhos. Eu
vou dar uma cospida, misturar com lodo e colocar nos teus olhos, ok? Depois você
vai lá no tanque de Siloé e lave seus olhos, que vais passar a enxergar, tá certo
meu filho?" Eu imagino qual seria sua reação. Talvez o sr. pensasse: "Esse cara
está louco!! Pra quê isso? Eu creio em Deus, não preciso fazer nada disso! Basta
ter fé!" ... bom, nem vou imaginar mais nada...
Airton - Com certeza eu teria crido e teria sido curado, como de fato aconteceu
com aquele cego. E com certeza Jesus não teria exigido qualquer grande oferta
para essa grande bênção.
Wladimir - O pastor Airton conclui seu texto parabenizando as denominações que
critica por sua criatividade: "Devo dar nota dez pela criatividade dessas
denominações chamadas "cristãs". Realmente o lançamento de objetos (coisas)
no mercado da fé é bastante diversificado e tem alcançado os objetivos
perseguidos, ou seja, o de elevar a arrecadação. Que essas palavras sirvam de
alerta aos irmãos que, por fé, aceitam as orientações e ensinos de seus líderes
religiosos. Deus não se manifesta através de objetos, de sabonete, vassoura,
imagens, óleo importado, cajado, nem por meio de campanhas destinadas a
arrecadar dinheiro." Estenda a sua nota dez, pastor, também ao Senhor, haja visto
que o nosso exemplo, inspiração e "criatividade" vem d'Ele. E pelo que li, na linha
seguinte ao término de seu texto, o sr. parece que já está se tornando "criativo"
também na arte de "arrecadar dinheiro", ao colocar à venda a sua pregação
através de fitas K-7.
Airton - O seu exemplo vem dEle? Exemplifique. Jesus não mandou ninguém
confiar em COISAS, em varinhas mágicas, em colares, em lenços, em bijuterias,
mas declarou que deveríamos crer nEle (Jo 3.18). Aliás, Jesus repreendeu os
comerciantes do templo. Leia: "Depois, entrando no templo, começou a expulsar a
todos os que nele vendiam e compravam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha
casa sertá casa de oração, mas vós a transformastes em esconderijo de ladrões"
(Lc 19.46). Tenho dezenas de estudos bíblicos e mensagens publicados na
internet e somente em LOUCOS POR DINHEIRO foi informado que o assunto
estava disponível em áudio. É porque LOUCOS POR DINHEIRO é um assunto
especial e precisa da maior divulgação possível. Milhares de irmãos que não têm
acesso à rede de computadores poderão ouvir a mensagem em áudio, que
também servirá para transmissão em emissoras de rádio. Além disso, alcançará
as pessoas analfabetas. Não declaro que a fita é ungida, não funciona como
amuleto, e não custa R$500,00 a unidade (releia depoimento número 4).
Renovo o pedido que fiz linhas atrás ao sr. Wladimir, para que, ao responder as
questões ora colocadas, divulgue os nomes de todos os objetos de uso corrente
na sua igreja, que possuem poderes especiais para favorecer seus usuários,
informando modo de usar e finalidade (expulsar anjos maus, livrar-se das
maldições, trazer paz, conseguir ganhar dinheiro fácil, aumentar a fé, etc). Parto
do princícpio de que: (a) o sr. Wladimir, como homem de Deus, não omitirá
nenhum nome e falará toda a verdade; (b) a verdade não deve ficar escondida; (c)
o sr. Wladimir terá a melhor boa vontade de divulgar a doutrina de sua igreja, no
particular, aqui defendida com fervor; (d) a divulgação minuciosa evitaria
especulações de minha parte e de tantos outros; (e) seria uma falta de ética da
minha parte pensar que o sr. Wladimir teria vergonha de detalhar o uso desses
objetos. Por fim, para não ficar só em minhas palavras, transcrevo a seguir alguns
trechos do estudo "Objetos que Trazem Bênção e Maldição: Um Estudo sobre o
Uso de Objetos e a Fé", de Augusto Nicodemos Lopes.
"Nos cultos de muitas igrejas de libertação, objetos variados são empregados
como canais de bênção. Eles são ungidos (abençoados) nos cultos com o objetivo
de passarem ao fiel algum tipo de benefício. Os mais comuns são a água
fluidificada (colocada sobre o rádio ou TV durante a oração do "homem de Deus"),
a rosa ungida, ramos de arruda, sal grosso, óleo, água, vinho, pedrinhas trazidos
da "terra santa" (Israel), fitinhas, pulseiras e lenços".
"Embora os líderes dessas igrejas insistam que esses objetos abençoados
funcionam apenas como apoio para a fé dos crentes, ao fim, acabam sendo
usados como talismãs, fetiches e outros objetos "carregados" de poder espiritual.
Os seus possuidores devem usá-los de acordo com algum tipo de ritual, após o
culto. A água pode ser bebida em casa, após a oração de consagração. O "cajado
de Moisés" deve ser usado para bater naquilo que o crente gostaria de ter (um
carro novo, por exemplo). Lenços ungidos devem ser carregados junto ao corpo
por determinado tempo, geralmente durante o tempo de uma corrente de oração".
"Muitas vezes objetos são "abençoados" nessas igrejas com o objetivo de
espantarem e expelirem demônios. A idéia que está por detrás desse uso religioso
de artigos e objetos é o de que as entidades espirituais (anjos e demônios) podem
ser atingidas através dos sentidos como cheiros, cores, gosto e vozes. Nesse
ponto os cristãos do primeiro século se afastaram significativamente das práticas
exorcistas do Judaísmo da sua época, que foram desenvolvidos no período
intertestamentário. Os métodos rabínicos de tratar com demônios incluía o uso de
tochas de fogo à noite, amuletos, filactérios, fórmulas mágicas, fumigações, entre
outros. A idéia era que essas coisas teriam em si algum tipo de poder mágico
contra os demônios. No cristianismo primitivo, entretanto, a idéia de que demônios
pudessem ser atingidos através de sons, cheiros ou coisas materiais e tangíveis,
está ausente".
"É importante dizer que não duvido da sinceridade e da boa-fé dos que empregam
esses objetos. Entretanto, podemos estar sinceramente enganados no que diz
respeito ao culto a Deus, como os judeus na época de Paulo (Rm 10.1-2). É minha
convicção que o uso desses objetos como apoio para fé ou canal de bênçãos não
faz parte do culto agradável a Deus que nos é ensinado nas Escrituras".
"Salta aos olhos de quem conhece as práticas religiosas populares que o uso de
objetos ungidos pelas igrejas de libertação é bastante semelhante ao benzimento
de objetos no baixo espiritismo, artes mágicas e no ocultismo em geral.
Entretanto, essas igrejas argumentam que a prática tem base na Bíblia.
Provavelmente a passagem bíblica mais citada é Atos 19.12, onde se relata o uso
dos aventais e lenços de Paulo para expulsar demônios em Éfeso. É preciso
salientar, entretanto, que esse acontecimento é o único do gênero que temos
registrado no Novo Testamento. Fez parte dos "milagres extraordinários" que o
Senhor realizou em Éfeso pelas mãos de Paulo (At 19.11)."
"Devemos interpretar essa passagem da mesma forma como interpretamos os
relatos do Antigo Testamento sobre o cajado de Moisés (Ex 8.5,16) e o manto de
Elias (2 Re 2.8,14). Esses objetos foram veículos materiais do poder miraculoso
desses homens. O propósito das narrativas acerca do poder que havia neles foi
mostrar o extraordinário poder de Deus nas vidas dos seus possuidores,
comprovando que a sua mensagem vinha realmente da parte de Iavé. O ponto é
que esse poder era tão grande que até as coisas com as quais Moisés e Elias
tinham contato diário se tornavam canais através dos quais ele era transmitido".
"Além dessas ocorrências no Antigo Testamento mencionadas acima, outros
eventos são citados como justificativa para o uso de objetos como veículos do
poder divino. Moisés fez uma serpente de bronze (Nm 21.9). Eliseu usou um prato
novo com sal para miraculosamente sanar as águas de Jericó (2 Re 2.19-22), um
pouco de farinha para purificar uma comida envenenada (2 Re 4.38-41), um pau
para fazer flutuar um machado que caiu no rio (2 Re 6.1-7). Sob seu comando, as
águas do Jordão serviram para curar a lepra de Naamã (2 Re 5.1-14). Seu bordão
parece que era usado para realizar milagres (2 Re 4.29) e seus ossos
ressuscitaram um morto (2 Re 13.20-21). O profeta Isaías usou uma pasta de
figos para curar Ezequias (2 Re 20.7)".
"Alguns eventos narrados no Novo Testamento são também citados como prova.
As vestes de Jesus tinham poder curador. Não somente a mulher com um fluxo de
sangue foi curada ao tocá-las (Lc 8.43-46), mas muitas outras pessoas doentes
(Mt 14.36; Mc 6.56; cf. Lc 6.19). Em pelo menos duas ocasiões, Jesus usou saliva
para curar cegos (Mc 8.22-26; Jo 9.6-7), e em outra, para curar um mudo (Mc
7.33). Aparentemente, a sombra de Pedro, após o Pentecostes em Jerusalém,
acabava por curar a quem atingisse (At 5.15)".
"Devemos entender, entretanto, qual o objetivo dessas narrativas. Em todas elas,
o conceito é sempre o mesmo. Jesus e os apóstolos eram tão cheios do poder de
Deus que as coisas com as quais tinham contato íntimo se tornavam como que
em extensões deles, para curar e abençoar as pessoas. O objetivo é idêntico:
enfatizar a enormidade do poder de Deus em suas vidas, e assim, atestar que a
mensagem pregada por eles, bem como pelos profetas do Antigo Testamento,
vinha de Deus. A prova eram os poderes miraculosos tão extraordinários que até
mesmo vestes, bordões, ossos, saliva, sombra e lenços desses homens
transmitiam o poder curador de Deus que neles havia. É dessa forma que
devemos entender o relato de Atos 19 sobre o poder curador dos lenços e
aventais de Paulo".
"Evidentemente, essas passagens não servem como prova de que, hoje, as
igrejas evangélicas podem abençoar objetos e usá-los para expelir demônios,
proteger seus possuidores contra forças negativas e curar moléstias. Notemos as
principais diferenças entre o uso destes objetos nos relatos bíblicos e o uso que é
feito hoje pelas igrejas de libertação".
"1. Foram usados como símbolos - Em vários casos, o papel de objetos na
execução dos milagres bíblicos é melhor entendido como tendo sido simbólico. De
alguma forma estavam relacionados à natureza do milagre: uma serpente de
bronze para curar mordeduras de serpentes, um pedaço de pau para fazer um
machado flutuar, sal e farinha para purificar águas e comida (os dois elementos
eram usados nos sacrifícios), ossos para trazer vida e água do Jordão para
"limpar" a lepra. Nas igrejas de libertação, muito embora se diga que os objetos
funcionam simbolicamente como apoio para a fé, acabam sendo aceitos pelos fiéis
menos avisados como possuindo em si mesmos alguma virtude ou poder".
"2. A natureza dos milagres em que foram empregados - Os objetos fizeram parte
de milagres que não vemos serem repetidos hoje. A melhor maneira de provar que
o uso de objetos ungidos hoje opera a mesma liberação do poder divino como nos
eventos relatados na Bíblia, seria abrir rios, ressuscitar mortos, curar leprosos,
cegos e aleijados, sanear águas amargas e limpar comidas envenenadas usando
objetos pessoais dos missionários e obreiros dessas igrejas. Entretanto, os
"milagres" efetuados pelos objetos ungidos nas igrejas de libertação nem de perto
se assemelham aos prodígios extraordinários narrados nas Escrituras".
"3. Seu uso limitou-se ao momento do milagre - Nenhum dos objetos empregados
na Bíblia preservaram algum "poder" em si mesmos após o milagre ter ocorrido. A
serpente de bronze, até onde sabemos, não foi mais usada para curar mordidas
de serpentes após o incidente no deserto, muito embora os judeus supersticiosos
passassem a adorá-la como a um deus. É natural supor que Eliseu, após usar o
manto de Elias para abrir as águas, usou-o normalmente como peça do seu
vestuário, sem que o mesmo exercesse qualquer poder mágico nas coisas em que
tocava. O sal, a farinha e o pedaço de pau que ele usou para fazer milagres foram
tirados da vida normal e retornaram a ela após seu uso. Não retiveram qualquer
propriedade miraculosa em si mesmos. Semelhantemente, os lenços e aventais
de Paulo tiveram um uso especial somente em Éfeso, e provavelmente somente
durante um determinado período, ao longo dos três anos que o apóstolo passou
ali. Em contraste, as igrejas da libertação ungem e abençoam objetos e atribuem a
eles efeitos que permanecem muito tempo após a cerimônia. É algo bem diferente
do uso ocasional feito pelos profetas e apóstolos".
"4. Os objetos estavam ligados à pessoa dos homens de Deus - Alguns dos
objetos usados eram coisas pessoais dos homens de Deus, como a capa de Elias,
o bordão de Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e, num
certo sentido, a sombra de Pedro. Eles só foram empregados por isso. O alvo era
mostrar o extraordinário poder de Deus sobre tais homens. Quando refletimos no
fato de que somente coisas pessoais dos profetas, do Senhor Jesus e dos
apóstolos foram usadas, perguntamo-nos se nossos objetos pessoais teriam o
mesmo poder. A resposta humilde deve ser "não". Os profetas, o Senhor e os
apóstolos foram pessoas especiais e pertenceram a uma época especial e única
dentro da história da revelação. A suspeita de que nossos objetos pessoais são
impotentes para realizar milagres fica ainda mais fortalecida quando não
descobrimos nas Escrituras qualquer exemplo de coisas dos crentes comuns
sendo usadas com esse fim".
"5. Nenhum dos objetos empregados foi ungido ou abençoado - Essa é uma
diferença fundamental. Nas igrejas de libertação, os objetos são ungidos,
abençoados, fluidificados e consagrados através da oração e da imposição de
mãos dos pastores e obreiros, depois do que, passam supostamente a ter poderes
especiais. No entanto, em nenhum dos casos mencionados nas Escrituras, os
objetos empregados nos milagres passaram, antes, por uma cerimônia de
consagração. A Bíblia desconhece totalmente a "unção" de coisas com o fim de
serem empregadas em atos miraculosos, para atrair as bênção de Deus, ou ainda,
para expelir demônios e doenças.
É verdade que no Antigo Testamento alguns objetos, utensílios e mobília do
tabernáculo, e depois, do templo, foram ungidos com sangue e óleo. Mas o
propósito não era investir essas coisas de poderes especiais, e sim separá-las do
seu uso comum para o uso sagrado nos rituais de sacrifício. Eliseu não ungiu nem
consagrou, pela oração, o sal, a farinha e o pedaço de árvore que usou para
operar milagres. Nem Isaías ungiu a pasta de figo para curar a úlcera de
Ezequias. Nem mesmo a serpente de bronze passou por uma consagração, antes
de ser erigida diante do povo envenenado pelas serpentes. Os lenços e aventais
de Paulo não passaram pela imposição de mãos do apóstolo antes de serem
levados aos doentes e endemoninhados. O que dava "poder" àqueles objetos era
o fato de que pertenciam, ou foram manipulados, por pessoas sobre quem o poder
de Deus repousava de forma extraordinária".
"A conclusão inescapável é que não existe qualquer fundamento bíblico para que,
hoje, unjamos e abençoemos objetos com o propósito de transmitir, através deles,
uma medida do poder de Deus. Mais uma vez repito: creio que Deus faz milagres
hoje. Creio que ele poderia usar o que quisesse para fazer isso. Entretanto, creio
também que Deus nos revela em Sua Palavra os seus caminhos e seus meios de
agir, para que não sejamos iludidos pelo erro religioso. E se vamos usar as
Escrituras como regra da nossa prática, bem como critério para discernirmos a
verdade do erro, acabaremos por rejeitar a idéia de que, pela oração e unção,
determinados objetos repassam uma bênção de Deus aos seus possuidores".

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