Introdução
Será que a “mulher” de Apocalipse 12 é, de fato, Maria? Os estudiosos da Igreja Romana asseveram que o capítulo supracitado refere-se à ascensão de Maria aos céus, em corpo e alma.
Em nítido contraste a isso, ainda que em 819 festejou-se pela primeira vez a “assunção de Maria”, somente “dia 1.º de novembro de 1950, o Papa Pio XII fez um pronunciamento ex cathedradeclarando a Assunção de Maria como uma doutrina infalível da Igreja Católica”.[1] Diante disso, como pode o livro de Apocalipse (escrito em torno de 70 e 95 d.C.) revelar a assunção de Maria? Parece até brincadeira! Foi por isso que um padre, numa conceituadíssima revista católica, ao responder um leitor que perguntou sobre em que parte da Bíblia é citada a ascensão de Maria, teve de afirmar:
Não precisamos imaginar o corpo de Maria subindo ao céu rodeado de anjos. Não precisamos, porque ninguém nunca disse como foi a assunção. [...] A Bíblia não diz que Maria subiu ao céu em corpo e alma, mas diz muitas outras coisas dela.[2]
Tais “estudiosos” brincam, sem nenhum pejo nem constrangimento, ou seja, na caradura, com a inteligência das pessoas; porém, eles caem na própria cova que cavaram! (Ec 10.8).
Portanto, será mostrado que Maria não é a “mulher” de Apocalipse 12. Também esta não é a Igreja como afirma os “reformados”, pois a Escritura interpreta a Si própria e assegura a resposta final.
1 – A ilógica interpretação do Romanismo sobre a identidade da mulher
O Catolicismo Romano sem nenhuma autoridade tem afirmado, há tempos, que a mulher vestida de Sol é Maria. O tanto é que as imagens de algumas das “supostas” aparições de Maria têm estrelas, Sol ou Lua sobre si (ou quando do pisoteio a serpente), como exemplo a Virgem das Graças, a Virgem de Guadalupe, Virgem da Assunção, Virgem Desatadora dos Nós, Imaculada Conceição etc.
Nas literaturas católicas tudo isso é plenamente confirmado, a exemplo:
Aconteceram fatos prodigiosos [com Maria] que o Apocalipse descreve no capítulo 12: elevada para junto de Deus em corpo e alma – conforme atesta a tradição mais antiga –, teve sua cabeça cingida por uma “coroa de doze estrelas” (v. 1), sendo proclamada por Jesus “Rainha do céu e da terra”. Não se trata de um mero adorno, mas de uma tarefa muito especial a realizar, conforme refere uma vez mais o Apocalipse: ‘combater o sedutor do mundo inteiro, satanás, a serpente antiga e seus anjos’ (Ap 12,9), até sua completa e definitiva derrota. E, ao mesmo tempo, proteger a “descendência [da Mulher]: que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12,17). Para exercer tão excelsa missão, foi-lhe concedido um poder quase ilimitado, aparecendo no céu com um grande sinal antidiabólico: “A Mulher vestida de sol” (Ap 12,1) [...] Aquele “grande sinal no céu” que o dragão infernal persegue implacavelmente, é de fato a nossa Mãe, e nos somos “a sua descendência”.[3]
Até mesmo as bíblias católicas, em suas notas de rodapé, afirmam que a mulher de Apocalipse 12 é Maria. Algumas asseveram que é a Maria e também a Igreja. Como exemplo:
Esta ‘mulher’ representa a Imaculada Mãe de Cristo e dos homens, e a Igreja, mãe daqueles que crêem. Muitos traços dessa descrição são, por isso, aplicados a Maria Santíssima e à Igreja de Cristo. O ‘sol’ que a reveste é Cristo; as ‘estrelas’ são, para Virgem, as virtudes, e para a Igreja os Apóstolos; a ‘lua’ sob os pés indica que Maria e a Igreja estão acima de tudo o que é mutável. A Igreja, esposa de Cristo, gera para a graça e para a glória, entre perseguições sem conta, milhões de filhos para o reino de Deus. Maria gerou a Cabeça e coopera na geração dos membros, gerados pela Igreja mediante os sacramentos, com o auxílio de Maria, proclamada ‘Mãe da Igreja’.[4]
De fato, a única coisa que almeja a Igreja de Roma é salvaguardar a sua antibíblica e pagã doutrina de prestar culto, devoção e honraria a Maria, o que, à luz da Bíblia, não passa de invencionice, uma vez que só Deus é digno de glória! (Is 42.8; 1Tm 1.17). Do mesmo modo que os pagãos prestavam culto a Astarote, aclamando-a “rainha dos céus” (cf. Jr 7.18; 44.17-19), a Igreja Católica aplica tal termo a Maria, imitando-os. Enquanto isso, as Sagradas Escrituras revelam Maria — serva do Deus Altíssimo — bem diferente da “Maria católica”. Ela reconheceu que era pecadora, por isso precisava de salvação (Lc 1.47); admitiu sua humildade ante o Senhor (Lc 1.48). Logo, é chamada de bem-aventurada por todas as nações, isto é, “muito feliz”, e “agraciada” por Deus “entre” as mulheres, e não “acima” das mulheres (Lc 1.28,48); título dado à semelhança de Jael — mulher guerreira e vitoriosa nos dias dos Juízes de Israel. Veja Juízes 5.24. Entretanto, adorar Maria (ou venerá-la) é pecado terrível; isso é idolatria, já que apenas devemos adorar o Deus Eterno (Mt 4.10). A mariolatria foi condenada pelo próprio Jesus (Lc 11.27,28). Maria não roga por ninguém no céu, pois “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5; cf. Hb 7.25; 9.15; Jo 14.6).
O Romanismo, no entanto, colocou uma pedra em cima do aspecto simbólico da passagem de Apocalipse 12 e sentou-se, ainda, sobre ela!... Esconder a verdade, para quê? “Nada podemos contra a verdade, a não ser pela verdade” (2Co 13.8).
2 – O lugar de Israel na história e na profecia
Biblicamente, Israel tem lugar na história e na profecia. Lugar este que lhe é insubstituível. A Igreja não tomou, de modo algum, o lugar de Israel na palavra profética.
a) Deus prometeu uma terra a Israel. Apesar de os judeus estarem debaixo do severo castigo de Deus por sua incredulidade (Mt 27.25; Ne 1.8; Jr 15.4; 25.4-7; Am 9.9; Ez 33.11,29), e apesar da profecia de que eles rejeitaram seu Messias por séculos (Jo 1.11), o Todo-Poderoso prometeu dezenas de vezes em Sua Palavra que eles seriam preservados da destruição total (Jr 30.10-17; 46.28), e que levantaria um remanescente deles no tempo do fim (Rm 9.27; Sf 3.13; Ap 12.17). Finalmente, Ele os restabeleceria em sua própria terra. E que terra é essa? A Terra Prometida — ou Terra da Promissão —, conhecida anteriormente como terra de Canaã, ocupada pelos cananeus, que foram mortos ou expulsos pelos israelitas, por ordem de Deus, devido à sua maldade. Hoje a Terra Prometida chama-se Palestina; todavia, esse nome foi dado pelos romanos, em 135 d.C., e é usado até hoje em todo o mundo, mas, na realidade, é a terra de Israel, que será devolvida aos judeus pelo Messias “desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates” (Gn 15.18-21; 26.3,4; 28.13-14; Ez 36.22-24). A Terra da Promissão aos judeus é uma aliança perpétua (Gn 17.7,13,19; 2Sm 23.5; 1Cr 16.17; Sl 105.8-11; Is 55.3; 61.8; etc.). A prova é que Deus começou restaurar Israel, em 1948, fazendo-o renascer como Estado dentre as nações – Lc 21.28-31 (embora em incredulidade), de sorte que o Altíssimo há de levantar o remanescente de Israel nos piores dias da humanidade, quer dizer, na Grande Tribulação (Dn 12.1; Jr 30.7; Rm 9.27; Sf 3.13; Ap 12.17). Depois disso, o Messias retornará para socorrê-los no Armagedom (Ap 16.16; 19.19,21; Zc 12.3,9,10; cap. 14) e ocupar o trono de seu pai, Davi. Veja detalhes em Jeremias cap. 31; Ezequiel caps. 34,36 e 37; Jeremias 16.14-21. A integridade de Deus está ligada a essa restauração de Israel em sua própria terra, de onde nunca mais será tirado (Jr 46.27,28).[5]
b) A Igreja não tomou o lugar de Israel. A Igreja Católica Romana rejeita essas promessas porque afirma ser a substituta de Israel. A maioria dos calvinistas (presbiterianos e outros) também assume uma postura “reformada” semelhante, de que Israel foi substituído, mas pela igreja protestante. É espantoso o número de pessoas que afirmam ser cristãs, mas aparentemente não têm temor do Deus da Bíblia, que se autodenomina 203 vezes como o “Deus de Israel”. É estarrecedora a quantidade de cristãos verdadeiros que interpretam corretamente a maior parte da Bíblia, porém se opõe de forma inflexível ao que a Escritura diz tão claramente a respeito da futura restauração completa de Israel em sua terra, nos últimos dias (Jr 31.35-36).
Os capítulos 9 e 10 da Epístola de Romanos esclarecem da melhor forma possível a distinção que há entre a Igreja e o povo carnal conhecido como os judeus, que constitui a nação de Israel. Paulo afirma que estaria disposto a ir para o inferno eternamente se isso pudesse trazer a salvação a “meus compatriotas, segundo a carne [...] deles descende o Cristo, segundo a carne” (Rm 9.3-5). Mas uma pessoa precisa ser salva para estar na Igreja – a Igreja de Cristo na Terra é composta apenas de pessoas salvas. Além disso, na Igreja existem alemães, franceses, espanhóis, portugueses, uruguaios, brasileiros, australianos, angolanos, aborígenes, zulus – de fato, pessoas de toda tribo e nação da terra. Como variedade de povos poderia ser chamadas de “israelitas”, os “compatriotas, segundo a carne” de Paulo e de Cristo? Impossível! Mais adiante, ele diz que “a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos” (Rm 10.1). Paulo declarou que Israel não está salvo. Então, como Israel poderia ser a Igreja? Esse ensinamento vira a Bíblia do avesso![6]
c) Mas a Igreja não é o “Israel de Deus”? Sim, porém em outro sentido. Quando Paulo salienta que a Igreja é o “Israel de Deus” (Gl 6.16), não quis dizer que ela substituiu Israel, mas que os salvos da Igreja – nascidos de novo (cf. Gl 6.15), é o povo escolhido por Deus e tem Abraão como pai na fé, assim como Israel (Gl 3.7; Tt 2.14; 1Pd 2.9,10).
d) Apocalipse 12 é referencia ao Israel remanescente. Conquanto a incredulidade relativamente ao Salvador Jesus e à Sua Palavra esteja na maior parte dos judeus atuais, há a promessa gloriosa de um remanescente que surgirá dentre eles: E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus (Ap 12.17). Veja Romanos 9.27; Sofonias 3.13. Hoje em dia, todos os judeus que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador pertencem ao Corpo de Cristo. Mesmo assim, de acordo com Romanos 11.25-27, a cegueira espiritual de Israel nestes tempos é apenas temporária e esse povo será restaurado e terá uma relação viva e plena após a Segunda Vinda de Cristo. Durante toda esta era e até durante a Tribulação, existirão judeus que reconhecerão Jesus Cristo como seu Salvador. Dentre eles estarão os 144 mil “servos” mencionados em Apocalipse 7.1-4 e 14.4. Por isso, Israel e Jerusalém terão um papel muito importante no Milênio. O Milênio é a ocasião da restauração final física e espiritual de Israel. A restauração é descrita em Ezequiel 37 e resumida nos versículos 21 e 22: Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos. Por fim, a restauração de Israel incluirá a regeneração, reunião e posse da “terra”, e o restabelecimento do trono davídico.[7]
e) A causa dos que pregam que a “mulher” é a Igreja. A maioria dos que salientam que a “mulher”, no Apocalipse 12, é a Igreja, fazem-no por se achar substituto de Israel, ainda manifestam que a era atual é o Milênio e que Satã está preso; deste modo, não aceita que tal capítulo é uma referência aos remanescentes de Israel que surgirão nos últimos dias da história humana. Contudo é isso, terminantemente, que o capítulo 12 do Apocalipse quer dizer, pois o Milênio dar-se-á após a Segunda Vinda de Cristo, de maneira que, nesse tempo, o “leopardo se deitará com o cabrito, o leão comerá palha com o boi; um menino pequeno guiará o leão; a vaca e a ursa pastarão juntas; as crianças que mamam tocarão nas serpentes e os desmamados em suas moradas” (Is 11.5-9; Is 65.24,25). Atualmente, onde isso acontece? E saiba que o Diabo está bem solto, uma vez que “anda bramando como leão, em derredor, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8) e quer impedir os santos do Altíssimo de pregar o Evangelho (cf. 1Ts 2.18). Afinal das contas, as profecias e os fatos bíblicos provam por si: “Não desprezeis as profecias” (1Ts 5.20).
3 – A verdadeira identidade da “mulher” e os fatos da interpretação de Apocalipse 12
Os fatos bíblicos desmontam a interpretação incoerente e banal do Catolicismo. Apocalipse 12 é um texto simbólico, por isso deve ser interpretado por passagens claras das Escrituras Sagradas; assim, não haverá erro doutrinário, pois os versos se harmonizarão e falarão por si. É digno de nota que o texto mostra até mesmo aspectos do passado e do futuro, tal qual a queda de Satanás quando quis tomar o lugar de Deus. No entanto, isso mostra que são fatos semelhantes, na história e na profecia bíblica. Ainda assim, não se aplica a Maria, uma vez que a figura da “mulher”, na tipologia bíblia é outra, e não Maria. Veja:
a) A mulher vestida do Sol representa a nação de Israel (v.1). O termo “mulher”, desde o Velho Testamento, era empregado à nação de Israel. Leia Isaías 47.7-9; 54.5,6; 66.7,8; Jeremias 4.31; Miqueias 4.9,10; 5.3.
O Romanismo, cujo afirma que a “mulher” é Maria, está em palpos de aranha! Para tal “mulher” ser Maria, apenas a maternidade lhe tornaria isso possível, pois não há vestígios de Maria ter sido perseguida, indo ao deserto e sendo cuidada por 1260 dias!... Em visível contraste a isso, foi o Menino Jesus que foi perseguido por Herodes, conduzido pelos pais ao Egito (e não ao deserto), porém não há menção de quantos dias ficaram por lá (Mt 2.13,14). Ainda assim, não foram 1260 dias, pois é pouco tempo, visto que permaneceram no Egito até a morte de Herodes (Mt 2.15). É pura embustice da Igreja de Roma!
Igualmente, a “mulher”, jamais será a Igreja de Deus, porque a Igreja não concebeu o Senhor Jesus, mas o Senhor Jesus — o Verbo feito carne, judeu da descendência de Davi (Jo 1.14; Gl 4.4; Ap 5.5) — concebeu a Igreja (Mt 16.18,19; Ef 3.21; 1Co 12.27; Rm 7.4). No livro de Apocalipse, a Igreja aparece até o capítulo 5, posteriormente não é mais vista, já que subiu com Cristo no Arrebatamento (1Co 15.51,52; Jo 14.1-3; 1Ts 4.16,17). O capítulo 6 ao 18 (do Apocalipse) trata-se especificamente da Grande Tribulação, logo, não se refere à Igreja de Deus.
b) Vestida de Sol e tem a Lua debaixo dos pés (v.1). No Antigo Testamento, o Sol, a Lua e as estrelas são usados com referência a Israel (cf. Gn 37.9). E tais símbolos sempre foram associadas à historicidade dos judeus (Jr 31.35; Jz 5.20; Sl 89.35-37; Js 10.12-14). Além do mais, aludem à supremacia de Israel ― uma nação que o Altíssimo escolheu (cf. Dt 7.6).
c) Tem uma coroa de 12 estrelas sobre a cabeça (v.1). Refere-se aos patriarcas, pois, por meio dos quais, se originaram as 12 tribos formadoras do povo de Israel: E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho: e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim (Gn 37.9).
d) Mulher grávida, e com dores de parto, com ânsias de dar à luz (v.2). Israel — nação de onde veio o Salvador do mundo — tem sofrido, passado lutas e perseguições horrendas até os dias de hoje, tal como a destruição de Jerusalém (em 70 d.C.), o Holocausto (de Adolf Hitler), a Guerra dos Seis Dias, etc. Até mesmo o Antigo Testamento já previa isso: Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto, e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor! (Is 26.17).
e) O dragão avermelhado (v.3). Sem sombra de dúvida, é Satanás (Ap 12.9; Is 27.1). É chamado de “grande”, pois é o “deus deste século” e possui força destruidora (2Co 4.4; 1Pd 5.8); é vermelho, uma vez que é violento, derrama sangue dos inocentes e faz guerra entre os homens (Jo 10.10; Ap 6.4); possui dez chifres, porque se refere à ditadura do Anticristo na Grande Tribulação, que será erguido política e economicamente por dez homens (governos ou bases de administração) influentes, cujos darão base total ao seu império: E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta (Ap 17.12); tem sete cabeças com dez diademas, pois denotam a autoridade que exerce sobre os reinos do mundo. Satanás dará esse mesmo poder ao Anticristo: “o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio” (Ap 13.2). Deste jeito, os homens se prostrarão diante dele e o servirão.
f) E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu (v.4). A cauda concerne à astúcia, à sutileza de Satanás e ao seu baixo caráter. Ele é engenhoso e engana sorrateiramente (Is 9.15). Assim, quando era querubim da guarda, enganou a terça parte dos anjos no céu, e com a sua queda, arrastou-a após si (Ez 28.14; Is 14.12-15; Jd v.6; 2Pd 2.4). Os anjos na Escritura, às vezes, são mencionados como estrelas (Jó 38.7; 25.5; Jz 5.20).
g) O Menino que regerá as nações (v.5). Ele é percebido nestas passagens: Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei (Sl 2.7); E com vara de ferro as regerá: e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai (Ap 2.27). Compare agora estas com o que diz Apocalipse 12.5. E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. Quem Ele é? Jesus Cristo, o Filho de Deus! Além do mais, Ele quem veio de Israel; sua genealogia, quando feito carne, era judaica: Nasceu Jesus, que se chama o Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até à deportação para a Babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a Babilônia até Cristo, catorze gerações (Mt 1.16,17). Por isso, é o “Leão da Tribo de Judá e a Raiz de Davi” (Ap 5.5).
h) E seu filho foi arrebatado para Deus e para o Seu trono (v.5). Cristo, após levantar da sepultura, ressuscitado em corpo (Jo 2.19-21; Lc 24.1-12), vencendo definitivamente os aguilhões da morte (Ap 1.18; 1Co 15.55), ascendeu gloriosamente ao céu e assentou-se sobre o Seu trono (At 1.9-11; At 2.30). Ao que vencer lhe concederei que se assente Comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e me assentei com Meu Pai no Seu trono (Ap 3.21).
i) E a mulher fugiu para o deserto (v.6). Segundo as Escrituras “haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Dn 12.1). Terá sete anos (Dn 9.27 – esta semana profética representa sete anos, pois é a ultima parte das Setentas Semanas) – divididos em duas partes de três anos e meio cada. Os últimos três anos e meio são os piores dias da história humana: a Grande Tribulação (Mt 24.21; Ap cap. 6 ao 18). Esse período é descrito nas Escrituras por estas expressões: 1260 dias (Ap 12.6,14; 11.3), 42 meses (Ap 11.2; 13.5) e “um tempo, tempos e metade de um tempo” (Ap 12.4; Dn 7.25). Após os primeiros três anos e meio, o Anticristo, incitado pelo Diabo, quebra o pacto de paz feito com os judeus (cf. Dn 9.27; Is 28.15). Por isso que é dito que “a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6). Ou seja, os judeus fugirão do Anticristo para os deserto e montes (Mt 24.15-21; Ap 12.6), mas o Senhor os preservará por três anos e meio, os quais correspondem a 1260 dias. Por que tal fuga? O Anticristo se assentará no templo querendo ser adorado como Deus (2Ts 2.3,4) e o povo de Israel contemplará a abominação no lugar santo (Mt 24.15; Dn 11.31); decerto, eles não adorarão outro deus, senão o Deus da Bíblia! (Dt 6.4).
j) A batalha no céu e a precipitação de Satanás (vv.7-12). Hoje o quartel-general deSatanás é nas regiões celestiais (Ef 2.2; 6.12), porém, de acordo com Apocalipse 12.7-12, no meio da Tribulação, ele será lançado de lá e passará a operar precisamente na Terra por meio da trindade satânica (Ap 16.13; 20.10), a concentrar de forma direta a sua atuação contra os moradores da terra (Ap 12.12). Enquanto ocorre a guerra na terra entre o Anticristo e os dez reis, também há uma guerra ocorrendo no céu. O conflito entre o arcanjo Miguel e suas forças e o Arqui-inimigo de Deus, Satanás, e seus anjos. Miguel será vitorioso, pois clamará o sangue do Senhor Jesus, e os demônios serão lançados e confinados à terra. O confinamento de Satanás traz dois resultados:
Primeiro, o relativo acesso de Satanás é removido e ele não mais poderá ficar diante do Trono de Deus e ser o acusador dos Seus servos (Jó 1.6; Zc 3.1,2). Por isso, haverá muito regozijo no céu (Ap 12.10-12). Quem regozijará? Os santos que subiram no Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.16,17; 1Co 15.51,52), que se dará antes da Tribulação (1Ts 1.10; Lc 34-36; 2Ts 2.3,7,8; Ap 3.10), e os santos mártires da Grande Tribulação (Ap 13.7,10; 15.2; 7.9-14; Dn 11.33-35), uma vez que estão diante do Cordeiro (cf. Ap 12.11,12).
Segundo, Satã estará cheio de ira contumaz (Ap 12.12). Sua ira é devido ao fato de saber que lhe resta pouco tempo. Quanto daria este “pouco tempo”? 1260 dias, que correspondem aos últimos três anos e meio da Grande Tribulação (Ap 12.6,12). Por causa da cólera do Diabo é dito: “Ai da terra e do mar” (Ap 12.12). Nessa altura, o verdadeiro caráter e a intenção do Anticristo são revelados na chamada “abominação da desolação” (Mt 24.15; Dn 11.31). E, nesse tempo, inicia-se a terrível perseguição contra os judeus.
k) Duas asas de grande águia (v.14). Com a queda de Satã das regiões celestiais, ele passará a perseguir brutalmente o povo judeu, instigando o Anticristo e as nações para dar cabo de Israel (Ap 12.13). Por consequência, Israel ganha “duas asas de grande águia”, quer dizer, representam o livramento do Todo-Poderoso. O Eterno o conduzirá a um lugar a fim de livrá-lo de Satã. Lá estará protegido contra o mal (Ex 19.4; Sl 27.5; Sl 91.1,4).
l) A serpente lançou água na mulher (v.15). A água, à semelhança do rio, que o dragão (Satã) lança contra a mulher (Israel), são “povos, nações e línguas” (Ap 12.14; 17.15). Ou seja, as nações se levantarão contra Israel por se recusar a adorar o Anticristo e a receber a marca da Besta (2Ts 2.4; Ap 13.16-18).
m) “a terra ajudou a mulher... tragou o rio” (v.16) — Isso tange à interveniência de Deus a favor dos judeus (cf. Rm 11.25-27). O Senhor Jesus, vindo nos ares com a Igreja (Jd v.14; Cl 3.4; Ap 19.11-21; Zc 14.4,5), livrará Israel por meio de Seu Glorioso Retorno (Zc 14.2-9), visto que os judeus O verão nos céus com Seus exércitos, o mesmo que eles traspassaram; de modo que receberão o Espírito Santo e confessarão a salvação que só pode ser concedida mediante a Pessoa de Cristo! (Zc 12.10; Ap 1.7). Consequentemente, Jesus amarrará a Besta do mar (o Anticristo) e o Falso Profeta, lançando-os no Lago de Fogo, também destruirá os exércitos contrários a Israel (Ap 19.20). Assim, Israel é livre e entra no gozo do Milênio com Cristo (Ap 20.1-6; Is cap. 35; cap 11; Dn 2.44, etc.).
Conclusão
As provas bíblicas são incontestáveis: a “mulher” de Apocalipse 12 não é a Igreja, e muito menos Maria...
Representa, certamente, segundo a Palavra Profética, os remanescentes que o Altíssimo levantará na Grande Tribulação: “E o dragão irou-se contra a mulher [Israel], e foi fazer guerra ao resto da sua semente [os judeus, qual seja, os remanescentes que se levantarão na Grande Tribulação], os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus”.
A Bíblia, que interpreta a Si própria (e fala por Si), é aquela que assegura tal asserção: “Assim, pois, a Palavra do Senhor lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali” (Is 28.13). Quando o cristão procura interpretá-la diante de outros textos claros, jamais será conduzido a heresias, como as que foram apresentadas e respondidas no estudo em apreço.
Por isso, foi de suma importância o esclarecimento da verdadeira identidade da “mulher” de Apocalipse 12, uma vez que, para haver real compreensão da revelação profética das Escrituras concernente ao fim dos tempos, é indispensável que se tenha em mente o papel de Israel no cenário da profecia.
A mulher de Apocalipse 12 é Maria pois foi ela que gerou Jesus.Depois que Jesus falou que estava consumado na cruz, a Antiga Aliança findou e a partir daquele momento a Igreja passa substituir Israel. Não tem lógica a Igreja(povo de Deus) subir no santo arrebatamento e Deus ter um plano especifico para os judeus(povo de Deus)aqui na terra ou seja parte do povo de Deus sobe no arrebatamento e parte fica na grande tribulação,que lógica há nisso?? Seguindo o raciocínio que os judeus ficarão na grande tribulação para os judeus serem salvos terão que aceitar Jesus se tornando assim parte da Igreja(membros) logo só existe a Igreja depois da morte, ressurreição e ascenção de Jesus. Deus ama muito Israel e o povo judeu e também ama todos os povos.
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