"O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua" Salmos 121:5,6.
O ensino moderno conhecido como “cobertura protetora” tem gerado uma enorme confusão e uma conduta cristã atípica. Este ensino afirma que os cristãos estão protegidos do erro doutrinal e do fracasso moral quando se submetem à autoridade de outro crente ou organização. Poderíamos crer que uma pessoa estaria debaixo da cobertura de um homem ou de uma mulher, se a cobertura estivesse coberta pela Bíblia. É surpreendente que a palavra “cobertura” apareça apenas uma vez em todo o Novo Testamento. É usada referindo-se à cabeça coberta da mulher. Ao passo que o Antigo Testamento utiliza pouco este termo, sempre o emprega referindo-se a uma peça do vestuário natural.
Nunca é utilizado de maneira espiritual ligando-o a autoridade e submissão. Se a Bíblia silencia com respeito à ideia da “cobertura” o que é que se pretende dizer com a pergunta, “Quem é tua cobertura”? A maioria, se insistíssemos, formularia esta mesma pergunta em outras palavras: “A quem você presta contas?”. Mas isso suscita outro ponto difícil. A Bíblia nunca remete a prestação de contas a seres humanos, mas exclusivamente a Deus! "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus". Romanos 14:12.
Conseqüentemente, a gente raras vezes reconhece que é isto que está na base da questão, pois se supõe que este ensino esteja bem ancorado nas Escrituras. São muitos os cristãos que creem que a “cobertura” é apenas um mecanismo protetor. Se examinarmos o ensino da “cobertura”, descobriremos que está baseado em um estilo de liderança do tipo cadeia de comando hierárquico. Neste estilo de liderança, os que estão em posições eclesiásticas mais altas exercem um domínio tenaz sobre os que estão debaixo deles. É absurdo que por meio deste controle de direção hierárquica de cima para baixo se afirme que os crentes estejam protegidos do erro. 1 João 2:1"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo".
O conceito humanista é mais ou menos o seguinte: todos devem responder a alguém que está em uma posição eclesiástica mais elevada. Na grande variedade das igrejas evangélicas, isto se traduz em: os “leigos” devem prestar contas ao pastor. Que por sua vez deve prestar contas a uma pessoa que tem mais autoridade. O pastor, tipicamente, presta contas à sede denominacional, a outra igreja muitas vezes chamada de “igreja mãe”, ou a um obreiro cristão influente a quem considera ter um posto mais elevado na pirâmide eclesiástica. De modo que o “leigo” está “coberto” pelo pastor, e este, por sua vez, está “coberto” pela denominação, a igreja mãe, ou o obreiro cristão. Na medida em que cada um presta contas a uma autoridade eclesiástica mais elevada, cada um está protegido ou “coberto” por essa autoridade. Esta é a idéia. Por isso mesmo nenhum homem ou mulher pode ser a nossa cobertura, porque quem pagou o preço na cruz, foi Cristo. Portanto, não sejamos escravos de homens. "Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens". 1 Coríntios 7:23.
Se formos aprofundar até as raízes, a ideia da “cobertura” repousa sobre uma noção hierárquica de autoridade altamente organizativa. Esta noção foi copiada das estruturas que pertencem a este mundo. De nenhum modo reflete o reino de Deus. Se parece muito com o mundo. Por outro lado, o ministério de Jesus com respeito à questão da autoridade clarifica os temas fundamentais que estão por trás da moderna doutrina da “cobertura”. Consideremos como o Senhor contrastava o modelo hierárquico de liderança do mundo gentílico com a liderança no reino de Deus. Depois que Tiago e João lhe pediram que lhes concedesse altas posições de poder e glória ao seu lado no Seu trono, Jesus os rebateu dizendo: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. "Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Mateus 20:25-28.
A liderança hierárquica está estabelecida em todas as esferas da cultura pagã. E lamentavelmente foi adotada pela maioria das igrejas cristãs de nossos dias. Irmãos foi o próprio Senhor Jesus que contrastou a liderança no reino com o modelo de liderança que caracteriza o mundo religioso. O Senhor expressa vividamente à perspectiva de Deus com respeito à autoridade, em contraste com o conceito religioso. Vamos ler Mateus 23:8-11. "Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus. Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Mas o maior dentre vós será vosso servo".
O “rol pastoral” profissional altamente especializado do moderno protestantismo é uma novidade pós-bíblica que evoca uma tradição sacerdotal inventada pelos homens. O rol pastoral é tão pernicioso que perverte a muitos que ocupam tal posição. Os que são seduzidos por símbolos do êxito que rodeia o clericalismo profissional, sempre terminam sendo virtualmente corrompidos por ele. Deus nunca chama ninguém para que carregue sobre seus ombros o pesado encargo de ministrar e suprir as necessidades da igreja. Muito pelo contrário, nós ministramos a Sua Palavra na dependência do Seu Espírito e Ele mesmo se incumbe de toda provisão das nossas necessidades. "E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades". Filipenses 4:19.
Infelizmente em nossos dias o “pastor” é tido como a figura mais valiosa da igreja, e seu nome brilha com destaque nas igrejas em todas as partes não só do Brasil, mas em diversas parte do mundo. O rol pastoral moderno sufoca a Chefatura de Jesus Cristo e tem um efeito espiritual paralisante na igreja. É por isso que as palavras do antigo profeta captam o desgosto do Senhor com esta maneira de pensar: "O meu povo escolheu reis sem me consultar e nomeou governadores sem a minha aprovação." Oséias 8:4a.(LH).
O ensino da “cobertura” em realidade enche de temor os corações de multidões de Cristãos quando afirma que aquele que assumir uma responsabilidade individual nas coisas espirituais sem a aprovação de um clérigo “ordenado”, será presa fácil do inimigo! Esta ideia de que estamos sob a cobertura de um pastor ou pastora soa muito mal aos olhos de Deus.
É como se nós exalássemos um cheiro do qual não é nosso. Exemplo: nós usamos perfume para que? A resposta é bem simples: para ficarmos cheirosos, certo? Sim! Mas na realidade aquele cheiro é para camuflar o nosso verdadeiro mau cheiro. Você já parou para pensar que tipo de cheiro você exala? Muitas pessoas, aliás, todas usam perfume para esconder o seu odor fétido. Às vezes nós deparamos com uma pessoa com um perfume tão gostoso e por isso pensamos que este cheiro é dela, mas não é, porque o seu cheiro é outro. Assim são aqueles que acham ter autoridade para serem coberturas de outras pessoas.
Irmãos quem possui toda autoridade é Cristo e não o homem. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra". Mateus 28:18.
Se somente Cristo tem toda autoridade, o que sobra para nós? Nenhuma autoridade. Infelizmente muitos supõem ter autoridade sobre a vida das ovelhas, e existem muitas ovelhas “bobas” e na sua tolice se tornam escravos de homens. Começam a depender de cuidados de homens e não do Senhor. Que tragédia! Somente aqueles que creram que morreram e ressuscitaram com Cristo, sabe que a excelência do poder é de Deus e não do homem. "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós". 2 Coríntios 4:7.
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