Os Santos da Tribulação
1 – Principais eventos escatológicos
Em que ordem as últimas coisas devem acontecer? É apresentada abaixo uma sequência geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, se tenha em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil aos estudiosos dessas doutrinas examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo.
O Arrebatamento da Igreja (a Primeira Fase da Segunda Vinda de Cristo). Nos ares — vem para a Igreja (1Ts 4.16,17) de maneira repentina (1Co 15.51-53); antes da Grande Tribulação (1Ts 1.10; Ap 3.10; Lc 21.34-36). Esse rapto dos salvos desencadeará uma série de eventos.
O Tribunal de Cristo. Ainda nos ares, onde os santos serão galardoados (Ap 22.12; 1Pd 5.4).
As Bodas do Cordeiro. No Céu, onde ocorrerá o casamento entre Cristo e a Igreja (Ap 19.7-9; 2Ts 2.1; 2Co 11.2).
A Grande Tribulação. Enquanto ocorrem o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação ocorre na Terra, por sete anos (Dn 9.25-27; Mt 24.21). A Grande Tribulação abrange a Septuagésima Semana de Daniel, que, por ser profética, durará 7 anos (Dn 9.27). O termo original traduzido por semana, em Daniel 9.27, é literalmente setenário, isto é, sete anos.
A Vinda de Jesus à Terra (a Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo). Em poder e grande glória vem com a Igreja glorificada (Cl 3.4; Mt 25.31), para a batalha campal do Armagedom (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16; 17.14; Mt 24.30,31). Este Glorioso Retorno, sim, “todo o olho verá” (Ap 1.7).
Fim do Império do Anticristo (Ap 19.19-21).
O Julgamento sobre Israel. Há de ser o julgamento dos judeus que sobreviverão à Grande Tribulação (Ez 20.34-38; Mt 25.1-13).
Julgamento das Nações. O Senhor Jesus julgará as nações no que toca à conduta e ao tratamento que proporcionaram a Israel e à Igreja (Zc 14.1-21; Jl 3.12-14; Mt 25.31-46).
O Milênio. Após a prisão de Satanás, Cristo institui Seu Reino literal e visível sobre a Terra (Ap 20.1-6; Is 35).
A Revolta do Diabo e seu Julgamento. Após o Milênio, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele — em última instância — e suas hostes serão julgadas (Ap 20.7-10; Jo 16.11; Rm 16.20).
O Juízo Final (Ap 20.11-15).
Novos Céus e Nova Terra (Ap 21—22; 2Pd 3.7).
. Passagens que confirmam absolutamente a salvação ao pecador na Grande Tribulação
Serão apresentadas as passagens que absolutamente confirmam que, após o Arrebatamento da Igreja, haverá oportunidade de salvação na Grande Tribulação. Cada passagem é acompanhada de um exame bíblico para que, incisivamente, seja compreendido que negar a salvação para os povos, nações e tribos — na Tribulação — é um enorme desvio da verdade, uma atitude própria de enganadores e falsificadores da Palavra de Deus.
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Apocalipse 6.9-11: E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó Verdadeiro e Santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.
Exame Bíblico
Apocalipse 6.9-11 fala sobre a abertura do quinto selo e do juízo que o sucede, além do julgamento e do martírio dos Santos da Tribulação. Esses santos perseguidos não são parte da Igreja, que naquele momento já estará no céu, uma vez que foi trasladada pelo Arrebatamento (1Ts 4.16,17) e recebeu a glorificação (1Co 15.51-53). Entrementes, a Igreja estará recebendo os galardões eternos pelos seus feitos na terra em favor do Evangelho de Cristo (1Co 3.12-15; Ap 22.12) e, seguidamente, a Noiva unir-se-á definitivamente ao Senhor Jesus, consumando-se a “Esposa de Cristo”, nas Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Tais pessoas perseguidas serão as que receberam Jesus Cristo após o Arrebatamento e durante o início da Grande Tribulação. De acordo com Apocalipse 7.9, pessoas de todas as nações se converterão durante a Tribulação. Mesmo assim, esse será um período de perseguições pungentes e martírios para muitos que aceitaram Jesus (Ap 13.7,10; Dn 7.21; Ap 18.24), visto que os poderes do império do mal estarão multiplicados desenfreadamente (Ap 12.12,17; Lc 21.22-26).
Apocalipse 6.9 refere-se a eles, dizendo: “vi, debaixo do altar, as almas”. Desde o Antigo Testamento o sangue dos sacrifícios era derramado debaixo do altar (Ex 29.12; Lv 4.7). Em Apocalipse 6.10, João escuta-os clamar, perguntando por que Deus não vingou as suas mortes e julgou os seus perseguidores. A resposta está em Apocalipse 6.11, onde eles ouvem que demoraria pouco tempo até que o plano de Deus fosse cumprido. Esse breve período de tempo é uma lembrança do que ocorrerá na Tribulação.
O Dr. John Walvoord em sua obra The Revelation of Jesus Christ, p. 134, escreve:
A revelação do quinto selo deixa claro que no tempo futuro em que ocorrerá a Tribulação será mais difícil declarar a fé em Jesus Cristo. É provável que, naqueles dias, será morta a maioria daqueles que crerem em Jesus Cristo como Salvador. O que é confirmado em Apocalipse 7, em que é dada outra descrição sobre os que morreram a Tribulação. O mesmo ocorre em Apocalipse 13, cuja morte é infligida a todos aqueles que não quiserem adorar a Besta. O martírio, naqueles dias, será tão comum quanto é raro hoje em dia. Milhares serão martirizados — salvos pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (Ap 7.14; 12.11) — mas selarão seu testemunho com seu próprio sangue. Aqueles que crerem em Jesus naqueles dias serão forçados a enfrentar o difícil teste de permanecerem fiéis até a morte.
Os santos martirizados serão ressuscitados no final da Grande Tribulação e entrarão na bênção do Reino Milenar (Ap 20.4-6). É nesse ponto que eles receberão seus corpos ressurretos, ou seja, corpos glorificados.4
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Apocalipse 7.9,10,13,14 (ACF): Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
Exame Bíblico
A passagem sobredita é bem clara acerca dos salvos da Tribulação. A essa altura, seis selos já foram abertos, trazendo juízos sobre a terra. O texto é um interlúdio nos juízos. É como se o autor interrompesse a sua narrativa a respeito dos juízos para falar destes salvos — os mártires da Grande Tribulação; e, de logo, prosseguisse a mensagem dos juízos, retomando o sétimo selo e partindo para as sete trombetas.
Outrossim, alude aos novos mártires que, antes, caíram nas mãos da falsa religião apóstata e ecumênica, que, sob a direção do Falso Profeta, prestava culto ao Anticristo e o reverenciava como deus (2Ts 2.3,4; Ap 13.11-15). Serão povos — dentre os quais judeus (Ap 7.1-8) e gentios (Ap 7.9) — que não foram selados com a marca de identificação dos adeptos do Anticristo – o sinal da Besta (Ap 13.16-18); logo, foram brutalmente martirizadas (Ap 13.7,10; Mc 13.19; Ap 16.6); porém, ao sucumbirem e morrerem, clamaram na Glória por justiça (Ap 6.9-11).
No céu — a chegada ao trono dos mártires do quinto selo: as palmas em suas mãos falam de sua participação pessoal no triunfo contra o império das trevas. As palmas em suas mãos significam a justiça. E ela será aplicada! Quando os mártires chegarem ao Céu, grande parte dos santos já terá entrado na Nova Jerusalém pelas portas. As palmas em suas mãos são a senha de que ainda não ressurgiram dos mortos. Suas almas voltarão aos seus corpos no final da Grande Tribulação para dar complemento à salvação (Ap 20.4,5), a fim de entrarem na Cidade pelas portas (Ap 22.14).⁵
Outras verdades são extraídas de Apocalipse de Apocalipse 7. Veja:
a) “trajando vestidos brancos” (v.9): Os Santos da Tribulação terão participação na vitória de Cristo, pois “vestes brancas” são símbolos de santidade, pureza genuína e perdão de pecados; estes apenas são provenientes de Cristo Jesus.
b) “lavaram seus vestidos” (vv.13,14): Se eles lavaram, indubitavelmente, é porque tiveram fé de serem purificados. Por isso, a fé no Senhor Jesus os tornou santos e justos.
c) “as branquearam no sangue do Cordeiro” (v.14): No tempo da Grande Tribulação, a salvação será tão somente pelo sangue de Jesus. Nunca houve salvação sem sangue, e os judeus compreendem isso mui bem (Hb 9.22). Alguns, equivocadamente, dizem que a salvação, nos dias terríveis da Grande Tribulação (Mt 24.21), ocorrerá pelo derramamento do sangue do próprio homem. Isso é absolutamente falso! O sangue do Cordeiro continuará trazendo salvação. Os sacrifícios pessoais não acontecerão para que a pessoa seja salva, mas pelo fato de ela ser salva. A causa eterna de salvação é o sangue de Jesus (Hb 10.4,12-14), porém, na agonia e nas atrocidades daqueles dias (Ap 6.15-17; Mc 13.19), a morte — para muitos — será o efeito que a salvação resultará na vida humana (Ap 6.9-11; Dn 7.21; Ap 17.6). Os salvos da Tribulação são pessoas que lavaram suas vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 7.14). O sacrifício de Jesus tem efeitos eternos! (Hb 9.12).
“As branquearam no sangue do Cordeiro”, portanto, é uma alusão ao perdão dos pecados e à purificação do pecador mediante a morte redentora de Cristo (cf. Jo 1.29; 1Jo 1.7; Ap 1.5; 3.5; 6.11).⁶
Em se tratando de Apocalipse 7, aos “judeus, fiéis em Cristo Jesus, o resto da nação judaica, foi dado um sinal na testa para que ficassem isentos dos sofrimentos na terra durante o período da Grande Tribulação (vv. 1-8), mas os gentios (v. 9), deixados na Terra e despertados pelo Arrebatamento dos Fiéis, depois de se purificarem no sangue do Cordeiro e morrerem, aparecerão no Céu, salvos da Grande Tribulação”.7
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Apocalipse 14.6,7: E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o Evangelho Eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
Exame Bíblico
A palavra “anjo” quer dizer “mensageiro”. Os anjos são os mensageiros celestiais dos crentes (Hb 1.14), e não das boas-novas de salvação aos pecadores. Os seres angelicais desejariam muito poder pregar o Evangelho: Foram-vos anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregaram o Evangelho: para as quais os anjos desejam bem atentar (1Pd 1.12). A palavra grega para “atentar” é “epithumeo”, significando “desejar ardentemente, desejar intensamente”. Depreende-se, no entanto, que os anjos possuem um forte e incontrolável desejo – que chega a arder neles – de pregar o Evangelho aos perdidos. Entretanto, nos dias em que vivemos, não foi aos anjos que o Senhor confiou essa tarefa: foi a nós! (Hb 2.4,5).
Todavia, após o Arrebatamento da Igreja, algo já previsto no cronograma divino, essa situação mudará, visto que a um anjo será permitido pregar o Evangelho. Trata-se de um anjo-pregoeiro (ou anjo-evangelista) que voará por todo o mundo com o Evangelho Eterno nas mãos, pelo qual O proclamará aos judeus e aos gentios — isto é, a todas as nações, tribos, línguas e povos uma mensagem de arrependimento (Ap 14.6,7). “Proclamar” é “anunciar solenemente em público e em voz alta”. Que tremenda a voz do anjo bradando a mensagem da salvação!
O Evangelho que o anjo-pregoeiro proclamará é o mesmo Evangelho de Cristo que hoje é pregado — o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16), também é o mesmo que o Senhor Jesus anunciou (Mt 9.35; 11.5; Lc 4.43), e que desde os tempos remotos foi pregado a Abraão (Gl 3.8). Por conseguinte, na Grande Tribulação, os piores dias da história humana — Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver (Mt 24.21) — a misericórdia e o imensurável amor do Todo-Poderoso se manifestarão; logo, o anjo-pregoeiro pregará o Evangelho aos que não subiram no Arrebatamento, quer judeus, quer gentios, a fito de temerem a Deus e se arrependerem, aceitando a oferta de salvação trazida pelo sacrifício de Jesus.
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Apocalipse 14.12,13: Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito — para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.
Exame Bíblico
Esta passagem ocorre por volta da metade da Grande Tribulação. Primeiramente, em Apocalipse 14.9-11, o anjo revela que, se alguém receber a marca da Besta na testa ou na mão, há de ser atormentado para todo o sempre com fogo e enxofre, quer dizer, passará a eternidade no Lago de Fogo. Em seguida, em Apocalipse 14.12, é feita uma ressalva neste ponto ou momento da Palavra Profética. No texto, tal momento é traduzido pela palavra “aqui”. Ou seja, será exigida a paciência, isto é, a perseverança dos santos que ficaram, os quais, a essa altura da Grande Tribulação, são tratados pelo Senhor como aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. Por conseguinte, é de suma importância frisar que, segundo as Escrituras, na Grande Tribulação, haverá pessoas obedientes aos mandamentos do Senhor, porquanto, embora rebeldes anteriormente, por conta disso não subiram no Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.16,17); agora, foram despertadas a honrar a Cristo e a obedecer-Lhe a qualquer custo.
Em Apocalipse 14.13, o Espírito Santo diz que os tais serão “bem-aventurados”, isto é, “serão salvos”, pois uma das definições de “bem-aventurado” é “aquele que vive eternamente em felicidade absoluta no céu”; “desde agora”, ou seja, desde aquele momento da Grande Tribulação em diante; “os que forem mortos”, quer dizer, os que recusarão a marca da Besta e serão martirizados.
Portanto, negar a salvação para os que morrerem no Senhor na Grande Tribulação, quer judeus, quer gentios, é o mesmo que se levantar contra o Santo Espírito, visto que essa mensagem, de Apocalipse 14.12,13, é proferida diretamente por Ele. Certamente, quem negar a salvação dos Santos Mártires da Tribulação, estará indo contra o testemunho do Espírito de Deus: “E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1Jo 5.6).
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Apocalipse 15.2: E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos da Besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus.
Exame Bíblico
Em Apocalipse 13, o Anticristo convence os povos do mundo que, portanto, é digno de adoração. A expressão dessa fidelidade será que toda pessoa deverá permitir que uma marca seja permanentemente implantada na mão ou na testa: E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis (Ap 13.16-18). Com o recebimento dessa marca, a pessoa reconhecerá Satanás como seu deus. A palavra "marca" é "charagma", no grego, e equivale à palavra "tatuagem". Não quer dizer que o sinal da Besta vai ser uma tatuagem, mas tal marca será visível a todos assim como as tatuagens o são — uma real demonstração de que houve submissão ao Diabo, operando por meio do Anticristo. É por isso que quem a receber estará condenado eternamente ao Lago de Fogo e Enxofre (Ap 14.9-11). Na Ásia Menor, os devotos das religiões pagãs faziam tatuagens para demonstrarem que pertenciam aos seus deuses e eram-lhes sujeitos. Sendo posta em local visível, à semelhança de uma tatuagem, ou seja, poderá ser percebida, só assim os seres humanos poderão "comprar e vender" – realizar quaisquer negócios. Aquele que não se subordinar a recebê-la, sofrerá o ápice de grande perseguição, dor, agonia e dificuldade (Ap 12.17).⁹
A palavra “mar”, na tipologia da Doutrina das Últimas Coisas, tipifica as nações (Lc 21.25). O mar é um símbolo perfeito da humanidade intranquila. As Escrituras apresentam as potências mundiais subindo da agitação do mar (Jr 46.7,8; Lc 21.25; Ap 13.1; 21.1). O mar pode ser traiçoeiro – e a traição participará ativamente desde o surgimento do governo do Anticristo. A inquietação também caracteriza o mar – e, no império do Antagonista de Cristo, haverá inquietude tal, visto que depois do período de paz e segurança, estabelecido por ele, “sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão” (1Ts 5.3). O mar, ainda, pode serdestrutivo; com efeito, quem se render às suas falácias, será condenado à danação eterna (Ap 14.9-11).¹º
Muitos — dentre os quais judeus e gentios — se recusarão receber a marcação da Besta, que será “a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos” (Ap 13.16). Estes serão martirizados e sofrerão torturas bárbaras e desumanas (Ap 20.4; 13.7,10; Dn 7.21; Mc 13.19,20), a ponto de suas almas, no Céu (Ap 7.9-14), pedirem justiça e vingança ao Santo Dominador pelos horrores do sangue derramado (Ap 6.9-11).
É justamente dentre o mar das nações desinquietas — tal “mar” será de “vidro misturado com fogo”, quer dizer, a perseguição, as torturas brutais e atrozes serão visíveis a todos, para os povos, sob pressão, aceitarem receber o sinal da Besta —; no entanto, em meio a tudo isso, muitos “saíram vitoriosos da Besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro [misturado com fogo]” (Ap 15.2).
Logo, como negar salvação nesse tempo àqueles que negarem a marca da Besta? Para que, portanto, a marcação da Besta se estenderia também aos gentios, se estes, após o Arrebatamento da Igreja, segundo alguns defendem, já estarão condenados? Se não haverá mais oportunidade de salvação aos gentios, para que préstimo eles, então, receberão a marca da Besta? Quem a ter, consoante a Escritura, poderá comprar, vender, negociar, comer, beber, etc. Adiantará sentir fome e sede; andar foragido; sofrer torturas, padecer barbáries e ser morto (Ap 13.16-18; Mt 24.15,16; Ap 13.7,10), se, mesmo assim, a vítima já estará condenada ao Lago de Fogo? Saindo pela tangente, não seria melhor aceitar o sinal da Besta? Contudo, espere aí, quem aceitar há de ser condenado (cf. Ap 14.9-11), e agora?! Mas não dizem aos berros, na cadeia internacional de emissoras de rádio, que os gentios estarão condenados após o Arrebatamento? O sinal da Besta aos gentios, no entanto, perde totalmente a significação, o sentido e o valor. Perceba o ensinamento vulgar, próprio de líderes estúpidos. Isso por si só mostra a incoerência da Igreja Deus É Amor, em negar a salvação aos gentios na Grande Tribulação. Ela deve, pois, rasgar as passagens que revelam a marca da Besta do Apocalipse do Senhor. Essas pessoas, na Grande Tribulação, serão salvas por terem sido fiéis ao testemunho de salvação por meio da morte vicária de Jesus, por isso não negaram o Seu Nome, recusando o sinal do Anticristo a fim de adorá-lo. Perderam tudo, sim; também sentiram fome, sede, andaram foragidos, penaram tremendamente e foram martirizados. Todavia, o sangue de Jesus os salvou! (Ap 7.14; 15.2; 14.12,13). Quem é o mísero pecador que isso pode negar? Infelizmente, o sinal da Besta, no pensamento “teológico” da Deus É Amor, vira uma charada!...
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Apocalipse 20.4: E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela Palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.
Exame Bíblico
Este texto dispensa comentários. Ele por si só resplandece mais que a luz do meio-dia e desmantela os que negam a salvação na Tribulação.
Apocalipse 20.4 concerne aos tronos para julgar (isto é, para “governar”, que é o significado mais comum dessa palavra no Antigo Testamento). A mensagem é para todas as igrejas (Ap 3.21,22), e indica que esse grupo compreende todos os crentes do período da Igreja, que permaneceram fiéis, vencendo, ou seja, conquistando, triunfando (Ap 2.26,27. 3.21; ver também 1Jo 5.4). Entre eles, como Jesus prometeu, estão os 12 apóstolos, julgando (governando) as 12 tribos de Israel (Lc 22.30) — visto que o Israel restaurado, purificado e cheio do Espírito Santo de Deus (Zc 12.10), sem dúvida nenhuma, ocupará toda a terra prometida a Abraão (Gn 15.18).
Além dos vencedores do período da Igreja, João viu “as almas”, quer dizer, as pessoas fiéis que haviam sido martirizadas durante a Tribulação (Ap 6.9-11; 12.15). Esses dois grupos são unidos para reinar com Cristo por mil anos.¹¹ “E viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” é uma referência à ressurreição corpórea, e não à ressurreição espiritual.¹²
Os corpos ressurretos serão os mesmos que possuíram na Terra, porém transformados de modo a se conformarem (ajustarem-se, amoldarem-se) com a natureza glorificada do corpo de Jesus (Fp 3.21; 1Jo 3.2). O corpo ressurreto do crente também é descrito como “espiritual”, em contraste com o presente, “natural” (1Co 15.44). Geralmente, concorda-se que “espiritual” não significa “constituído de espírito, nem se trata de corpo imaterial, etéreo, ou de falta de densidade física, mas que o corpo ressurreto assumirá qualidades sobrenaturais que envolvem poder e glória.¹³
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Atos 2.19-21: E farei aparecer prodígios em cima, no céu: e sinais embaixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e lua em sangue antes de chegar o grande e o glorioso dia do Senhor; E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Veja também Joel 2.30-32.
Exame Bíblico
Esta passagem prova absolutamente haver salvação na Grande Tribulação. O “Dia do Senhor” é um dos assuntos tratados pela Palavra Profética. Quatro facetas do Dia do Senhor são perceptíveis nas Escrituras. Quando for lido “Dia do Senhor”, na Bíblia Sagrada, deve-se prestar atenção no desenrolar do trecho bíblico, visto que o contexto esclarecerá qual das quatro facetas representa o “Dia do Senhor” da passagem. As quatro facetas do “Dia do Senhor” são:
Primeira, a histórica, ou seja, a intervenção de Deus na história passada de Israel (Sf 1.14-18; Jl 1.15) e das nações pagãs (Is 13.6; Jr 46.10; Ez 30.3);
Segunda, a ilustrativa, em que um incidente histórico representa um cumprimento parcial do Dia do Senhor escatológico (Jl 2.1-11; Is 13.6-13);
Terceira, subsequente aos sofrimentos e à morte de Cristo (Sl 118.16-23), havia uma profecia no Antigo Testamento que seria criado, pelo Senhor, outro dia especial para adoração e louvor (Sl 118.24). Este dia é o domingo, porquanto foi nele que o Senhor Jesus ressuscitou corporalmente, vencendo definitivamente os grilhões da morte! (Mc 16.9). Após a ressurreição de Cristo, os principais eventos da Igreja deram-se no domingo (Jo 20.19,26; At 20.7; 1Co 16.2). A palavra “domingo”, do grego kyriake hemera, e do latim dominica die, significa literalmente “o Dia do Senhor” e foi criada pelo Apóstolo João, na Ilha de Patmos, no século 1.º. A palavra “domingo”, bem como as suas equivalentes, não existia em nenhuma língua do mundo até o apóstolo inspirado criá-la e registrá-la no Apocalipse. Foi no “Dia do Senhor”, isto é, no domingo, que João foi arrebatado e viu o Cristo glorificado: Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor (Ap 1.10, veja do versículo 11 ao 19). Não é um dia para ser guardado como era o sábado pelos judeus, pois no Novo Testamento não há mandamento para guarda de dias, meses ou anos (Cl 2.16,17; Gl 4.9-11); todavia, é um dia especial de louvor e adoração em memória do evento mais importante ocorrido, em todos os tempos, no céu e na terra: a ressurreição de Jesus, o Filho de Deus (1Co 15.14).
Quarta, a escatológica (alusiva ao fim); este dia “escatológico” inclui o período da Grande Tribulação (Is 2.12-19; 4.1; Sf 1.18; 2Ts 2.2; Jr 30.7), a Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo (Jl 2.30-32; At 2.19,20), e o Milênio (Is 4.2; cap. 12; 19.23-25; Jr 30.7-9).
Os sinais apontados tanto em Joel (2.31) como em Atos (2.19,20) — sangue, fogo e vapor de fumo; o sol se convertendo em trevas, e a lua em sangue — são abalos e fenômenos que ocorrerão na Grande Tribulação (cf. Mt 24.29; Ap 6.12-14; 16.8,18). Depois de tais abalos e fenômenos, conforme os dois textos sobreditos, há de vir o “Dia do Senhor”. E o que ocorrerá no fim da Tribulação? A Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo (Ap 16.13-16; 17.14; Mt 24.30,31), a qual representa “o Dia do Senhor” — cumprindo literalmente a profecia suprarreferida.
Por conseguinte, antes do “Dia do Senhor” — a Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo — é dito “que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21; Jl 2.32). Em que momento invocarão o Nome de Jesus, antes do terrível “Dia do Senhor”? — Na Grande Tribulação, uma vez que é a época em que estarão vivendo. A despeito disso, a Palavra salienta que os tais serão salvos! Aleluia!
Mais uma prova contundente que haverá oportunidade para aqueles que ficarem após o Arrebatamento.
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Daniel 11.32-35: E aos violadores do concerto ele com lisonjas perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará proezas. E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. E alguns dos entendidos cairão para serem provados, e purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda no tempo determinado.
Exame Bíblico
O Arrebatamento acontece antes da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 4.16,17). Na passagem citada, os “entendidos entre o povo” representam as pessoas que não subiram no Arrebatamento da Igreja. Esses crentes, que outrora foram rebeldes, embora estejam na Tribulação, são chamadas de “santos”, uma vez que se humilharam e perseveraram guardando a fé e os mandamentos de Jesus (Ap 14.12). Todavia, eles “cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias”; quer dizer, passarão horrendas perseguições, sofrerão torturas bárbaras, atrozes, cruéis, desumanas (Ap 13.7,10; Dn 7.21; Mc 13.19,20) por não aceitarem a marca da Besta (Ap 15.2; 14.9-11). Por fim, serão brutalmente martirizados por amor à Palavra de Deus; entretanto, salvos pelo sangue de Cristo (Ap 20.4; 6.9-11; 7.9-14).
Por que é dito no trecho bíblico “pequeno socorro”? O Senhor Jesus disse: “E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias” (Mc 13.20). Certamente, os sete anos da Grande Tribulação representam o “pequeno socorro”, que, por sua vez, fazem alusão aos “dias abreviados pelo Senhor”. E perceba: O Altíssimo abreviou os dias porque neles ainda há escolhidos; há “carne”, qual seja, “seres humanos” para serem salvos!
“Pequeno socorro” e “dias abreviados” são entendidos a partir da percepção das Setenta Semanas reveladas pelo Santo de Israel a Daniel (Dn 9.25-27). Deve ser levado “em consideração que estas semanas são proféticas. Ou seja: cada uma delas equivale a sete anos segundo a cronologia humana. Logo: temos ao todo 490 anos designados por Deus para que Israel vença todas as suas dificuldades, e firme-se novamente como povo da aliança”.14
Segundo a Palavra Profética, as 70 semanas dividem-se em três períodos. O Missionário Eurico Bergstén explica de modo surpreendente o cumprimento desta profecia, divida em três períodos:
A primeira metade compreende “sete semanas”, isto é, 7 x 7, ou 49 anos (Dn 9.25), e destaca, com clareza, o começo da contagem dessas “semanas” — “desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém” [...] (Ne 2.4-9). Daquela data até à conclusão desse trabalho (Ne 6.15) passaram-se realmente 49 anos.
A segunda etapa compreende “sessenta e duas semanas”, isto é, 62 x 7, ou 434 anos, tempo que abrange da restauração de Jerusalém ao Messias, o Príncipe, Dn 9.25. É realmente impressionante observar que desde a data do decreto para a restauração até à data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10) passaram-se exatamente 69 “semanas” ou 69 x 7, que são 483 anos.
A terceira parte compreende a última semana, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a profecia diz: “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá o assolador...”, Dn 9.27. Comparando esta expressão com a palavra de Jesus, quando profetizava sobre esses acontecimentos (Mt 24.15,21), fica provado que a septuagésima semana, sem dúvida, representa o tempo da grande aflição.¹⁵
Portanto, a “Septuagésima Semana” (semana número 70) é o último período das Setentas Semanas, durante o qual terá lugar o reinado do Anticristo e a Grande Tribulação. Esta semana será inaugurada logo após o Arrebatamento da Igreja (2Ts 2.7; Ap 3.10). Como as demais terá a duração de sete anos; será dividida em duas partes de três anos e meio cada: a primeira será ocupada pelo reinado do Anticristo; a segunda será marcada pela Grande Tribulação (Ap 11.2,3; 12.6). No final dessa semana, aparecerá o Senhor Jesus, juntamente com a Sua Igreja (Jd v.14; Ap 19.11-21; Cl 3.4), para implantar na Terra o Reino Milenar (Ap 20.1-6; Is 35).¹⁶
Os sete anos da Grande Tribulação — a “Septuagésima Semana” — são os “dias abreviados” nos quais o Todo-Poderoso preparou um “pequeno socorro”, embora difícil e escabroso (como visto acima), para os judeus e os gentios receberem a salvação. Por conseguinte, o texto de Daniel 11.32-35 é claríssimo!
Resposta às objeções dos que negam a salvação na Grande Tribulação
A seguir, apresento a análise e a resposta bíblica a todos os 10 argumentos citados pelos que ensinam que não haverá oportunidade de salvação após o Arrebatamento da Igreja. Há de ser visto, portanto, “quem está pregando doutrina nova”, “quem foi enganado pelo Diabo”, “quem é falso profeta”, “quem é divisor”, “quem pregou doutrina falsa e enganosa”.
Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus (Jo 3.20,21). Quem está com a verdade não teme!
1.º Argumento
Em Apocalipse 7.14, a Grande Tribulação não representa um evento futuro que virá sobre a Terra, porém apenas faz alusão aos terríveis sofrimentos e martírios dos cristãos dos dias dos apóstolos?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7.14, na Almeida Corrigida Fiel). Alguns tomam o particípio presente “têm vindo”, isto é, “vieram” (erchomenoi, em grego), para dizer que a parte da grande multidão (Ap 7.9) já havia passado pela Grande Tribulação nos próprios dias dos apóstolos.18 Ou seja, asseguram que os primeiros cristãos mortos nas arenas, comidos por leões, apedrejados, queimados vivos, enforcados, decapitados, esquartejados, empalados, serrados, etc., foram os que passaram pela Grande Tribulação.
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: As terribilíssimas, atrozes e bárbaras perseguições sofridas pela Igreja nos dias dos apóstolos, na Idade Média, na Inquisição, etc., não têm a ver com a Grande Tribulação do Apocalipse. A Grande Tribulação é um evento único e ocorrerá após o Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.16-18; Lc 21.34-36; Rm 5.9; 2Ts 2.3,7,8; Ap 3.10). Por acaso, o Arrebatamento já aconteceu? Os crentes fiéis desapareceram abruptamente?
A Grande Tribulação, descrita no Apocalipse 7.14, não diz respeito aos martírios dos primeiros cristãos. Assim sendo, diz respeito aos que vêm da Grande Tribulação final e são mártires acrescentados ao número de conservos e irmãos revelados na visão do quinto selo (Ap 6.9-11).
A Primeira Ressurreição é uma das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus. A ressurreição de Cristo é a prova concreta que acontecerá a Primeira Ressurreição (cf. 1Co 15.20-23). De tão gloriosa, ela abrange vários períodos da história humana. Veja:
a) Cristo, as primícias dos milhares que serão ressurretos (1Co 15.20,23; Ap 1.18; Cl 1.18);
b) Todos os santos redimidos, no momento do Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.16; 1Co 15.23);
c) As duas testemunhas, durante a Grande Tribulação (Ap 11.11);
d) Os santos martirizados durante a Grande Tribulação (judeus e gentios), que ressurgirão antes do Milênio (Ap 6.9-11; 20.4-6); e
e) Todos os crentes do Milênio, após o seu término, ressuscitarão (ou serão transformados) às vésperas do Trono Branco, uma vez que, no Juízo Final, o Livro da Vida, em cujo há os nomes de todos os salvos (Fp 4.3; Ap 3.5; Ex 32.32), também será aberto; por conseguinte, subentende-se que, nesse mesmo instante, ocorra a transformação dos fiéis que morreram ou permaneceram vivos durante o Milênio (Ap 20.12,13; Dt 29.29).
Consequentemente, em resposta à objeção exibida acima, os cristãos do século 1.º mortos nas arenas, comidos por leões, apedrejados, queimados vivos, enforcados, decapitados, esquartejados, empalados, serrados, etc., ressuscitarão no momento do Arrebatamento, e não há lógica pensar que eles ressuscitarão depois. Por que o Senhor não os ressuscitaria em corpos glorificados no momento do Arrebatamento, deixando-os para trás? Lembre-se: “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4.16); “os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1Co 15.52). Os Santos da Tribulação, como pode ser visto acima, fazem parte de outro estágio da Primeira Ressurreição, pois eles serão ressurgidos no final da Grande Tribulação e entrarão na bênção do Reino Milenar (Ap 20.4-6). É nesse ponto que eles receberão seus corpos ressurretos, quer dizer, glorificados.
2.º Argumento
Mas, afinal, Apocalipse 7.14 refere-se às tribulações, lutas, aflições e amarguras que os crentes passam atualmente ou faz alusão à Grande Tribulação, descrita no Apocalipse para o fim dos tempos?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Para alguns teólogos, Apocalipse 7.13,14 não alude a esse tempo de angústia, posto que — segundo eles — os servos de Deus ali mencionados são os que sofrem aflições e tribulações hoje (cf. Rm 8.18; Jo 16.33). Afinal, “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus (At 14.22).²º
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Entretanto, ao lermos o contexto imediato (Ap 6.9-11), vemos que tais servos serão “os mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (v.9), vítimas do Anticristo (Ap 13.7,15). E estes — vestidos de branco (Ap 6.11; 7.13) — virão “da Grande Tribulação” (Ap 7.14 ― Almeida Revista e Atualizada), um período de sofrimento que atingirá todos os habitantes da terra.²¹ Não “de Grande Tribulação”, como em algumas traduções, mas “da Grande Tribulação”; um período de tribulação sem igual, sobre toda a terra. Sobre um período de Tribulação “como nunca houve... nem tampouco há de haver”, vide Jeremias 30.4-7; Mateus 24.21,22; Apocalipse 3.10.
3.º Argumento
É verdade que Apocalipse 7.14 diz que a grande multidão virá “de” grande tribulação, e não “da” Grande Tribulação; portanto, não haverá oportunidade de salvação após o Arrebatamento da Igreja?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Dizem que a grande multidão que estará diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas mãos, virá “de” grande tribulação. Deste modo, destacam que eles virão “de” — denotando as tribulações que os crentes passam nos dias de hoje —, e não “da” Grande Tribulação, pois o “da”, na visão deles, é que define precisamente a Grande Tribulação do Apocalipse. Nesse caso, não se pode provar que haverá salvação na Grande Tribulação fundamentando-se em Apocalipse 7.14.
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Embora a Almeida Revista e Corrigida traduza: “Estes são os que vieram de grande tribulação” — inserida a preposição “de” — isso não é relevante, pois mesmo o “de” não tira o sentido da passagem. Todo o contexto corrobora que essas almas procederão da Grande Tribulação, já que tal período é tratado detalhadamente do capítulo 6 ao 18 do Apocalipse.
O esboço dos temas expostos no Apocalipse, em todos os capítulos, é o seguinte: Capítulo 1 — A visão de Cristo Glorificado; Capítulos 2 e 3 — A Igreja no passado e no presente; Capítulo 4 — A Igreja arrebatada; Capítulo 5 — A Igreja glorificada; Capítulo 6 ao 18 — A Grande Tribulação; Capítulo 19 — A volta pessoal de Jesus em glória; Capítulo 20 — O Milênio e o Juízo Final; Capítulos 21 e 22 — O perfeito Estado Eterno.²³
Sendo assim, tanto o “de” como o “da” jamais tirarão o real sentido do contexto, porquanto o capítulo 7 de Apocalipse não descreve a Igreja; entretanto, faz alusão especificamente à Grande Tribulação. Logo, não se refere às tribulações que os crentes fiéis passam aqui, visto que nem aqui estarão!...
Posto que o “de” ou o “da” não tire o sentido daqueles que sairão salvos da Grande Tribulação, os estudiosos das línguas originais da Bíblia asseveram que, apesar disso, a melhor tradução seria “da Grande Tribulação”, uma vez que se harmonizará com o grego, que é a língua em que foi escrito o Novo Testamento.
A expressão “de grande tribulação” não é uma tradução precisa, isto é, satisfatória, clara, definida. O texto grego diz: ek tes thlipseos tes megales, ― e não admite a tradução “de grande tribulação”, mas a tradução correta, que se harmoniza com a realidade dos fatos narrados em Apocalipse 7, é “da Grande Tribulação”. A presença do artigo definido tes indica uma tribulação específica, e não qualquer tribulação. Esse artigo deve ser mantido em nossa língua.24
Além dos argumentos expostos acima, os quais arrebentam e reduzem ao pó os “estudiosos” que negam a salvação aos povos, nações, tribos e línguas na Grande Tribulação, 99% das traduções da Bíblia Sagrada para a Língua Portuguesa traduzem que essas almas, vestidas de branco, virão da Grande Tribulação. Isso é um pingo d’água que destrói completamente as objeções dos falsificadores da Palavra de Deus, que se venderam a Satanás ao negarem a supremacia das Escrituras, trocando-a por opiniões de líderes e/ou visões pessoais alienadas de Deus.
Teologicamente, e nalguns casos no que tange às doutrinas históricas e fundamentais da fé cristã, é digno de nota que não concordamos de todo com algumas traduções que serão citadas. Porém está sendo citado um caso específico com fins didáticos, cujo se harmoniza com a verdade apregoada e é mais coerente com o original grego.
Anexas as traduções da Bíblia para o português. Observe que a expressão da estará grifada.
Almeida, Edição Revisada e Atualizada: “Estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.
Almeida Corrigida e Fiel (ACF): “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.
Almeida Revista e Atualizada (ARA): “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Almeida Edição Contemporânea (AEC): “Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.
Almeida Clássica: “Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Alfalit: “Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.
Tradução Brasileira: “Estes são os que vêm da grande tribulação, lavaram as suas vestiduras e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”.
Versão Textual Expositora: “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.
Versão di Nelson (VDN): “Estes são os que vêm da Grande Tribulação, e lavaram suas estolas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”.
Nova Versão Internacional (NVI): “Estes são os que vieram da grande tribulação e lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Reina-Valera em Português (RVP): “Estes são os que vieram procedentes da grande tribulação e lavaram suas roupas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”.
Bíblia Judaica Completa: “Essas são as pessoas que vieram da Grande Perseguição. Elas lavaram suas roupas e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas: “Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”.
King James em português: “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Versão Matos Soares: “Estes são aqueles que vieram da grande tribulação, lavaram os seus vestidos e os embranqueceram no sangue do Cordeiro”.
Bíblia de Jerusalém: “Estes são os que vêm da grande tribulação: lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro”.
Bíblia – Edição Pastoral: “São os que vêm chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas roupas no sangue o Cordeiro”.
Bíblia da CNBB: “São os que vêm chegando da grande tribulação. Eles lavaram e alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro”.
Bíblia dos Monges de Maredsous (Editora Ave Maria): “Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
Versão Figueiredo (1867): “Estes são os que vieram d’uma grande tribulação, e lavaram suas roupas, e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”.
4.º Argumento
É verdade que, segundo Lucas 21.24, estamos a viver nos “tempos dos gentios”; por isso, após o Arrebatamento da Igreja, não haverá mais chance de salvação aos gentios, mas somente terão oportunidade de salvação os judeus?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Muitos citam o texto de Lucas 21.24 para dizer que vivemos atualmente nos “tempos dos gentios”. Para tais intérpretes da Bíblia, os tempos dos gentios findam-se com o Arrebatamento da Igreja; por conseguinte, o Senhor apenas tornará a tratar com Israel, dando-lhe chance de salvação. Portanto, os gentios não terão outra oportunidade de salvação após o Arrebatamento, pois os tempos deles se completaram, ficando estes, no entanto, sem chance de salvação.
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: A frase “os tempos dos gentios” está em Lucas 21.24 e refere-se ao tempo em que Jerusalém estava dominada pelos gentios: E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem. Essa era teve início em 586 a.C., quando Nabucodonosor governava a Babilônia e, consequentemente, exercia o seu poder gentio sobre Israel. Isso continuou ocorrendo até a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. e irá continuar durante a Grande Tribulação. Os “tempos dos gentios” não acabaram quando o moderno Estado de Israel tomou Jerusalém em 1967, como alguns ensinam, porque a cidade estará sob domínio gentio durante o período da Grande Tribulação. Durante o segundo período da Grande Tribulação — os últimos três anos e meio —, novamente os judeus serão perseguidos e expulsos se Jerusalém (cf. Dn 9.27; Mt 24.15-22). Esse período de tempo será os últimos dias dos “tempos dos gentios”, quando o Anticristo tiver no poder e iniciar sua perseguição aos judeus. Somente “o tempo dos gentios” terá fim na Segunda Fase da Segunda Vinda de Jesus — após a Grande Tribulação (Zc 14.1-4; Ap 19.11-21) —, quando o Salvador Jesus estabelecerá o Milênio — Seu Reino literal e visível, o foco da criação, sobre todo o mundo (cf. Dn 2.44; Ap 20.1-6; Is 35). Depois desse tempo, Jerusalém nunca mais estará sujeita ao domínio dos gentios.²⁵ Portanto, há carência de provas bíblicas à alusão que os tempos dos gentios findam-se no Arrebatamento. Na certa, pelo embasamento das profecias da Escritura e pela fartura de textos sagrados, os tempos dos gentios culminam na Segunda Fase da Vinda de Jesus, que se dará no fim da Grande Tribulação.
Não adianta forçar uma passagem da Bíblia (como é o caso desta supracitada) a fim sustentar uma visão errada de um líder ou de uma denominação. Seria melhor agir cristãmente e corrigir o erro doutrinário, expondo a realidade (Pv 28.13; Gl 2.11-18). Como a liderança possui uma terrível altivez — atitude orgulhosa de quem se crê, mesmo estando no erro, superior a todo o mundo, principalmente em relação aos modos e às palavras com que se expressa, quando a verdade vem à tona, o argumento é reduzido a cinzas (cf. Pv 16.18), pois lhe faltam provas históricas e bíblicas (1Co 4.6; Pv 30.5,6). Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova (Mt 15.14).
5.º Argumento
Escutei dizer que não haverá salvação na Grande Tribulação, pois após o fechamento da porta da arca, que Deus havia ordenado Noé fazer, ninguém mais se salvou. Assim será também na Vinda de Jesus. Isso está certo?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Alguns pregam que, após o Arrebatamento da Igreja, os que ficarem na Grande Tribulação não terão nova chance de salvação, uma vez que a Vinda de Jesus será como nos dias de Noé: depois do fechamento da porta da arca ninguém se salvou; isto é, após o Arrebatamento, de igual modo, ninguém se salvará (Mt 24.37-39).
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: A Grande Tribulação, nas Sagradas Escrituras, é citada aproximadamente 49 vezes no Antigo Testamento e em torno de 15 vezes no Novo Testamento (cf. Jr 30.7; Dn 9.27; Is 26.20; 28.15,18,21; 34.8; 35.4; 61.2; Dt 4.30; 32.35; Ob vv.12,14; Dn 11.35,36; 12.1; Sf 1.15,16; Am 5.18,20; Jl 2.2; 1Ts 1.10; 5.2,3,9; Ap 7.14; 3.10; 8.16,17; 11.18; 14.7,10,19; 15.1,7; 16.1; Mt 24.21,29; etc.). Os detalhes fornecidos em todas essas passagens bíblicas tornam óbvio que esse é um evento futuro, pois nenhum período da história como os descritos jamais ocorreu na história humana.²⁶ Os textos que comparam os dias de Noé com a Segunda Vinda de Jesus não estão entre os textos que tratam diretamente acerca da Grande Tribulação.
O povo que não foi salvo nos dias de Noé não representa os infiéis que ficarão na Grande Tribulação. Os antediluvianos pereceram nas águas por rejeitarem a pregação de Noé (1Pd 3.20). A arca do Cristianismo é Jesus (Jo 10.9; At 4.12). Quem rejeitar o Senhor Jesus não tem salvação (Jo 3.18,36). É condenado aquele recusar a oportunidade de salvação oferecida pelo Filho de Deus (1Jo 5.10-12; 2Co 11.4; Ap 3.20). Diferentemente da Grande Tribulação, uma vez que os registros bíblicos a respeito desse tempo são outros: aquele que rejeitar a marca da Besta (Ap 15.2), confessar o Nome de Jesus (At 2.21; Jl 2.32), purificar-se no sangue da expiação (Ap 7.14) e ser martirizado por abraçar a fé (Ap 13.10): será salvo! (Ap 7.9-14; 20.4).
Logo, as passagens que comparam os dias de Noé com a Segunda Vinda do Senhor Jesus (Mt 24.37-39; Lc 17.26,27), não se referem aos fatos que ocorrerão na Grande Tribulação após o Arrebatamento da Igreja, mas tais textos são concernentes aos fatos que antecedem o Arrebatamento.
Os dias de Noé são um sinal da vinda de Jesus e representam a similaridade dos últimos dias com os de Noé, caracterizado por, pelo menos, três coisas: materialismo, indiferença e violência. Não é o que vemos hoje, em grande escala? Os homens estão cada vez mais materialistas. Como vivem fazendo planos para aumentar o seu patrimônio (Lc 12.16-20), não conseguem pensar nas “coisas de cima” (Cl 3.1,2), relativas ao Reino de Deus (Lc 12.31). A Palavra do Senhor assevera que devemos nos guardar da idolátrica avareza (Ef 5.5; 1Tm 6.10).
O materialismo torna as pessoas indiferentes ao Criador. Os antediluvianos só pensavam em seu bem-estar; sentiam-se seguros. E é assim que muitos, em nossos dias, estão-se comportando. Mas a indiferença e a aparente segurança nada representaram diante do juízo divino: “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.38,39).
Além de indiferentes e materialistas, os antediluvianos eram violentos (Gn 6.11-13). O mundo nunca esteve tão cheio de violência como hoje! O que isso? Como diz a Palavra de Deus: “Perto está o Senhor” (Fp 4.5).27
Portanto, os dias de Noé não expressam os acontecimentos após o Arrebatamento, mas, sim, os eventos que hão de ocorrer antes do Arrebatamento.
6.º Argumento
Muitos presumem que não haverá salvação na Grande Tribulação, porquanto após Ló ter saído de Sodoma, caiu uma chuva de fogo do céu e consumiu a todos. Assim será também na Vinda de Jesus. Isso está certo?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Alguns pregam que, após o Arrebatamento da Igreja, os que ficarem na Grande Tribulação não receberão nova oportunidade de salvação, visto que a Vinda de Jesus será como nos dias de Ló: depois de sua saída repentina de Sodoma, não houve salvação para nenhuma pessoa; quer dizer, após o Arrebatamento, de igual modo, ninguém se salvará (Lc 17.28-30).
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Segundo os estudiosos da Escritura, a Grande Tribulação é citada em torno de 49 vezes no Antigo Testamento e aproximadamente de 15 vezes no Novo Testamento (cf. Jr 30.7; Dn 9.27; Is 26.20; 28.15,18,21; 34.8; 35.4; 61.2; Dt 4.30; 32.35; Ob vv.12,14; Dn 11.35,36; 12.1; Sf 1.15,16; Am 5.18,20; Jl 2.2; 1Ts 1.10; 5.2,3,9; Ap 7.14; 3.10; 8.16,17; 11.18; 14.7,10,19; 15.1,7; 16.1; Mt 24.21,29; etc.). Os detalhes fornecidos em todas essas passagens bíblicas tornam óbvio que esse é um evento futuro, pois nenhum período da história como os descritos jamais ocorreu na história humana. 28
Por conseguinte, a passagem que compara os dias de Ló com a Segunda Vinda do Senhor Jesus (Lc 17.28-30), não se refere aos fatos que ocorrerão na Grande Tribulação após o Arrebatamento da Igreja, mas tal texto concerne aos fatos que antecedem o Arrebatamento. E mais: Os “dias de Ló” não estão entre os textos que tratam diretamente da Grande Tribulação!
Antigamente, o comportamento libertino era uma exceção; a cada dia, torna-se uma regra. Muitas mulheres, em busca da “libertação”, resolveram se entregar aos próprios desejos carnais (Rm 1.26). Relacionam-se com pessoas que estão vendo pela primeira vez! Os homens, além dos pecados morais tidos como comuns, “se inflamaram em sua sensualidade uma para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (v.27).
Os dias de Ló são um patente sinal que antecede o desaparecimento repentino da Igreja. Jesus disse: “Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos” (Lc 17.28,29). As pessoas, naquele tempo, além de materialistas e indiferentes, eram imorais e amantes do prazer ilícito — antinatural (Gn 19.1-9). E, por isso, Deus destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra (vv. 24,25).²⁹ Hoje em dia, o crescimento desenfreado do homossexualismo é um sinal muito claro do retorno do Senhor Jesus.
Portanto, os dias de Ló não expressam os acontecimentos após o Arrebatamento, mas, sim, os eventos que hão de ocorrer antes do desaparecimento súbito da Igreja de Deus.
7.º Argumento
“Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc 18.8) — este texto prova que não haverá chance de salvação após o Arrebatamento da Igreja, uma vez que na Grande Tribulação ninguém terá fé para salvar-se?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Lucas 18.8 nega cabalmente a salvação depois do Arrebatamento, visto que, após a subida da Igreja, a fé será extinta (desaparecida, dissolvida, acabada) completamente e não será mais achada; portanto, não há como uma única alma salvar-se sem possuir a fé, pois a salvação é dada por meio da fé (Ef 2.8).
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Nem por sombras a passagem de Lucas 18.8 tem a ver com salvação na Grande Tribulação. Levar o nome de “profeta de Deus nesta terra” e forçar esse texto bíblico para negar a salvação no período tribulacional, é próprio de um líder estúpido, teimoso, ignorante e breve de inteligência! Jamais essa é a atitude de um profeta, que se ufana falar em nome de Deus. O Senhor jamais vai contra a Sua Palavra (Tt 1.2). Tanto assim que, conquanto difícil (Ap 12.12,17; 13.4,7,10), na Grande Tribulação as pessoas terão fé (Ap 13.10; 14.12) e serão salvas (Ap 7.9-14; 15.2; 20.4; Jl 2.32). Contra fatos não há argumentos!...
A palavra fé aparece em torno de 247 vezes na Palavra de Deus. Em hebraico, “fé” é “emunah” e possui o significado de “fidelidade, firmeza, estabilidade”. Já, em grego, “fé” é “pistis”, e siginifica “convicção, confiança, crença”. Deve ser levado em conta o contexto de cada passagem em que aparece a palavra fé, pois ela possui vários sentidos na Bíblia Sagrada. Eis os exemplos de cada sentido do vocábulo “fé:
1) Fé natural — leva a pessoa a crer em qualquer coisa avaliada à luz da razão;
2) Fé salvadora — é por meio desta que o homem arrepende-se e passa a crer no sacrifício de Cristo a fito de obter a salvação (Ef 2.8,9; Rm 10.9,10);
3) O dom da fé — é a “fé miraculosa”, a “fé especial”, isto é, a capacidade sobrenatural de confiar no Altíssimo para realização de obras impossíveis (1Co 12.9; Jo 11.40);
4) Fé como “Fruto do Espírito” (traduzido em algumas traduções como “fidelidade”) — é a manifestação do Espírito Santo na natureza do ser humano, outorgando-lhe a fé necessária a fim de ser fiel a Jesus Cristo (Gl 5.22);
5) Fé significando corpo de doutrinas bíblicas (Gl 1.23; Jd v.3; 2Co 13.5).
Em se tratando de Lucas 18.8, a “fé da qual falou o Senhor não é aquela usada em benefício próprio. Antes, implica confiança, fidedignidade, fidelidade e lealdade, nesses tempos que antecedem o Arrebatamento.³º Ter fé implica possuir fidelidade e confiança inabaláveis em Deus, haja o que houver (Hb 11.1; Fp 4.10-13). Esta virtude faz o cristão ter a certeza de que pertence ao Senhor, ainda que venha sofrer e morrer (Rm 8.38,39; At 14.22).³¹
Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lc 18.8). Esse texto é uma amostra de como a humanidade estará nos dias que antecedem o Arrebatamento, ou seja, tão infiel aos preceitos do Todo-Poderoso e sem fé na Obra de salvação efetuada por Cristo.
Esse tempo chegou, e está sendo cumpridos nos dias atuais; por isso, a são doutrina é desprezada (2Tm 4.1-4). Para muitas pessoas, a verdade objetiva é substituída por emoções e experiências subjetivas. Para outras, o intelectualismo e o ceticismo têm legitimado o que parece ser um aperfeiçoamento e um progresso razoável da Igreja nos últimos dias; pelo contrário, na verdade, é um ledo engano!
Aqueles que realmente conhecem o Senhor e dão atenção a tais advertências não se entregam ao espírito dos últimos dias.
8.º Argumento
“E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mt 25.10) — essa passagem, na Parábola das 10 virgens, é uma prova fatal de que a porta da salvação será totalmente fechada após o Arrebatamento?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: A Parábola das 10 virgens é uma forte prova contra os que pregam que haverá chance de salvação na Grande Tribulação. Ela é explicada da seguinte forma: 1) As cinco virgens prudentes representam a Igreja; 2) As bodas são as “Bodas do Cordeiro”; 3) O Noivo é Jesus Cristo; 4) O azeite é o Espírito Santo (até aí tudo bem, mas seguem...); e 5) A porta representa a porta da salvação. Isto é, após a Igreja subir no Arrebatamento e entrar para as bodas, as cinco virgens imprudentes — os crentes infiéis que não subiram — não terão absolutamente outra oportunidade de salvação na Terra. Por isso, a expressão “fechou-se a porta” (Mt 25.10) quer dizer que a porta da salvação há de ser fechada completamente depois do traslado da Igreja de Cristo.
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Esse é o texto preferido citado pelos “estudiosos” que negam a salvação na Tribulação. Eles torcem terrivelmente as passagens das Escrituras a fim de alicerçarem a visão de seu líder. Tal passagem já foi citada em seus programas de rádio e em suas reuniões ministeriais. É mais fácil, para eles, pisarem o Livro de Deus do que “sujarem” — comprometerem — a imagem do “missionário” deles! Todavia, torcem as Escrituras, ocultam a verdade e serão condenados eternamente, caso não se arrependam! (2Pd 3.16; Lc 13.3).
A Parábola das 10 virgens não trata nem de longe dos fatos ocorridos durante a era da Grande Tribulação. Esse período é tratado minuciosamente em torno de 49 vezes nas profecias do Antigo Testamento e à volta de 15 vezes no Novo Testamento — nos Evangelhos, nas Epístolas e no Apocalipse; mas, de forma alguma, é aludido especificamente na Parábola das 10 virgens. Tal parábola, ainda que escatológica, não condiz com os fatos que acontecerão imediatamente após o Arrebatamento da Igreja. Para os estudiosos das profecias bíblicas, em sua maioria, isso é incontestável.
Com efeito, se a passagem em apreço não tem a ver com os fatos da Grande Tribulação que sobrevirão logo após o Arrebatamento, é indubitável que a salvação na Grande Tribulação não é referida nem muito menos dada a entender na Parábola das 10 Virgens. Portanto, a expressão “fechou-se a porta” (Mt 25.10) e as cinco virgens, que não entraram para as bodas, nem por sombras têm a ver com os cristãos rebeldes que ficaram após o Arrebatamento! E mais: Nem de longe negam a salvação no período tribulacional!
Herbert Lockyer, em sua obra clássica “Todas as Parábolas da Bíblia”, diz:
Há os que a aplicam totalmente à era atual, e outros rejeitam essa interpretação e a aplicam ao tempo quando a Igreja verdadeira for arrebatada, e os judeus crentes que restarem esperarão a vinda do Messias. Talvez a parábola tenha uma aplicação dupla, ou seja, a necessidade de vigilância por parte dos salvos, enquanto esperam seu Senhor que virá do céu e, por outro lado, uma referência a um período futuro na história de Israel, porque os judeus, assim como a Igreja, são vistos como a uma “virgem” (Is 23:12; 37:22; Jr 14:17).³³
Embora — com a devida precaução — não seja vedado pregar a Parábola das 10 virgens como exortação à vigilância por causa da hora inesperada do Arrebatamento; no entanto, deve-a restringir-se a isso, e só! O máximo que ela pode expressar é a doutrina da “iminência”, isto é, “o ensino neotestamentário de que Cristo pode voltar a qualquer momento e arrebatar a Sua Igreja sem sinais ou advertências prévias”.34 Não se pode ir mais longe, nem tampouco querer harmonizar a Grande Tribulação com essa parábola, uma vez que ocorrerá em grave erro doutrinário e em desfecho de inúmeras heresias. E a Bíblia Sagrada — o Livro de Deus — é quem prova a salvação na Grande Tribulação (Ap 6.9-11 comp. 7.9-14; 20.4; 15.2; Dn 11.33-35; Jl 2.32; At 2.20; Mt 24.22). Logo, Ela não se contradiz nunca! (Hb 6.18; Tt 1.2; Lc 21.33; Is 34.16).
Por que existem restrições para pregar as 10 virgens, atendo-se somente à “eminência”, e não a comparando com a Grande Tribulação? Porquanto o verdadeiro sentido dessa parábola é o “julgamento sobre Israel”. A cronologia dos acontecimentos profetizados é resumida com base nas instruções ilustrativas da palavra “então”, em Mateus 25.41. Na Parábola das 10 Virgens, o Senhor declara que, após o ajuntamento de Israel (Mt 24.31), que não se dará no Arrebatamento, mas, sim, por ocasião da Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo — esta acontecerá no final da Grande Tribulação e após o Armagedom —, o próximo acontecimento será o julgamento do Israel vivente na terra para saber quem entrará no Reino do Milênio.
Antes de tudo, deve-se ter em mente que, na profecia, existem vários acontecimentos importantíssimos que serão descortinados no Glorioso Retorno (a Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo), os quais darão margem à entrada no Milênio: a) os Santos da Tribulação ressuscitarão (Ap 20.4-6); b) o julgamento dos judeus vivos que sobreviveram à Grande Tribulação (cf. Ez 20.34-38); c) o julgamento das nações no que tange à postura e ao tratamento que prestaram a Israel e à Igreja (Zc 14.1-21; Mt 25.32-46) .
Eis os fatos da correta interpretação, interpretados à luz da cronologia bíblica dos eventos finais:
Primeiro, a palavra “então” é uma chave de interpretação, pois une a Parábola das 10 virgens ao texto anterior, não havendo interrupção para o novo discurso do texto posterior. Quando o Reino dos Céus é semelhante a 10 virgens? Ora, quando o Senhor Jesus voltar, no fim dos tempos, para instituir o Seu Reino visível e literal sobre a Terra. E quando isso se sucederá? Após a Segunda Fase da Sua Segunda Vinda, dado que ajuntou Israel para ser julgado a fito de gozar a bênção do Milênio. Por conseguinte, o período indicado pela palavra “então” (Mt 25.1) não seria uma referência à era da Igreja, mas continuaria a cronologia dos acontecimentos ligados a Israel, à medida que o Senhor continua a responder à pergunta original cujo referencial de tempo fora interrompido por “agora”, em Mateus 24.32.
Segundo, já que o Senhor está voltando a Terra como Noivo para as bodas, Ele deverá estar acompanhado pela Noiva. Logo, os que estão esperando na Terra não poderiam ser, em hipótese alguma, a Noiva; isso é fato! Portanto, a Noiva é a Igreja que subiu no Arrebatamento (1Ts 4.16,17; 2Co 11.2; Ef 5.27). As virgens representam o ajuntamento do Israel que sobreviveu às catástrofes do Armagedom (Lc 17.37; Ap 16.16; 19.11-21; Zc 12.3,9; Mt 24.31). É preciso distinguir entre as Bodas do Cordeiro e as “bodas” da Parábola das 10 virgens (Mt 25.10). As Bodas do Cordeiro ocorrem no céu logo após o Arrebatamento da Igreja (Ap 19.7-8), uma vez que é o casamento da Noiva com o Noivo, a saber, da Igreja com Jesus (Ap 21.9). Já as “bodas”, da parábola suprarreferida, representam o Milênio, ou seja, o Senhor julgará e determinará os fiéis judeus que gozarão do Seu Reino. Além do mais, é digno de nota que, perante os testemunhos das Escrituras, haja um banquete na Terra na instauração do Reino visível e literal do Cristo de Deus — o Milênio (cf. Lc 12.35-37; Mt 8.11; 25.10). Conseguintemente, há duas celebrações, uma no céu, após o Arrebatamento, e a outra após a Segunda Vinda (o Glorioso Retorno), na Terra.
Terceiro, posto que não seja como nos dias de hoje (habitando nos crentes e fazendo deles o Seu templo, 1Co 6.19); contudo, o Espírito Santo continuará atuando após o Arrebatamento. Haverá uma relação do Espírito Santo com os Santos da Tribulação, e especialmente com as duas testemunhas (Ap 11.3,4) e com os 144 mil judeus (Ap 7.3-8; 9.4; 14.1 comp. Ef 1.13). Assim sendo, é lógico que o Espírito agirá na manifestação do Cristo em glória (após o Armagedom), na culminação da Grande Tribulação. É por conta disso que a parábola salienta “o azeite” (Mt 25.3,4,7,8 e 9), que é um símbolo do Espírito Santo. Logo, a referência ao Espírito Santo é apropriada, pois o Espírito de Deus há de ser derramado sobre os judeus no momento da Segunda Vinda: E sobre à casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de Graça e de Súplicas; e olharão para Mim, a Quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito (Zc 12.10).
Quarto, na parábola não só as virgens prudentes, mas também as virgens loucas, que estavam destinadas ao julgamento, foram ao encontro do Noivo (Mt 25.10-13). Isso não pode retratar o Arrebatamento, pois, como este grande evento é inesperado, não tem como nenhuma pessoa não-salva subir ao encontro de Cristo naquela hora. A retirada será brusca e rápida, por consequência, quem ficou, ficou; quem partiu, partiu! Não dará tempo de os rebeldes irem até o Senhor Jesus e perguntar o porquê de não subirem, visto que o Arrebatamento e a transformação são “num momento, num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.52).
Quinto, o termo “choro e ranger de dentes” (Mt 25.30), apurado pelo contexto, em inúmeras passagens, refere-se aos gentios condenados; de igual modo, há bastantes ocorrências que se referem a Israel nos Evangelhos (Mt 8.12; 13.42,50; 22.13; Lc 13.28) e parece referir-se também a Israel aqui.
Sexto, a principal consideração nessa parábola parece estar no versículo 10: “as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas”. Portanto, o Senhor está ensinando que, após o Seu Glorioso Retorno (a Segunda Fase da Segunda Vinda) e o ajuntamento de Israel, haverá um julgamento na terra para o Israel vivente, a fim de determinar quem entrará no Reino, isto é, no Milênio, que também é chamado na parábola de “bodas”, e quem dele será excluído.
Finalmente, as dez virgens representam o remanescente de Israel após a Igreja ser levada. As cinco virgens prudentes são o remanescente fiel, as cinco virgens néscias são o infiel, que apenas nominalmente professam estar esperando o Messias vir com poder. Por isso, a expressão “fechou-se a porta” (Mt 25.10) quer dizer que, após o ajuntamento para o juízo de Israel, as virgens loucas — que não receberam o Espírito Santo nem se arrependeram — serão condenadas e não gozarão a entrada no Milênio com o Senhor Jesus Cristo. Veja Ezequiel 20.34-38.
9.º Argumento
É verdade que não tem como haver salvação na Grande Tribulação, pois o ser humano a obteria com seu próprio esforço, anulando, assim, o sacrifício de Jesus na cruz?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Alguns apregoam que a salvação na Grande Tribulação é uma doutrina diabólica, uma vez que, se a pessoa for martirizada e obtiver salvação após o Arrebatamento, será anulada a salvação pelo sacrifício de Cristo na cruz, dando lugar a outro tipo de salvação — pelo esforço humano.
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: À fé, os que assim apregoam, falta-lhes o bom-senso “e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos símplices” (Rm 16.18). Tal argumento é sem nexo e de gente estúpida quanto às verdades cruciais da fé! São condutores cegos; são indoutos e inconstantes, que torcem as Escrituras para sua própria perdição (Mt 23.24; 2Pd 3.16). Nenhum líder ou denominação tem o direito de contrapor-se à Palavra de Deus por mero capricho, interpretações incoerentes, fins pessoais ou arrazoados que não resistem à exegese bíblica confiável.
Ao considerar a importante questão da base ou do método da salvação durante a Tribulação, certas afirmações — arrimadas nos fartos testemunhos das Escrituras — dão à luz esta realidade: haverá salvação, sim, incontestavelmente, no período da Tribulação; e a Bíblia mostra a base ou método da salvação nesse tempo, o qual não difere muito de outras épocas. É a Palavra do Senhor contra a palavra dos líderes inconsequentes!
a) A salvação na Grande Tribulação será por meio da fé. A salvação na Tribulação certamente será baseada no princípio da fé. Hebreus 11.1-40 deixa claro que o único indivíduo aceito por Deus era o indivíduo que cria em Deus. O princípio do versículo 6 — “sem fé é impossível agradar a Deus”, não se limita à presente era, mas vale para todas as épocas. A fé de Abraão é dada como exemplo do método de abordagem de Deus (Rm 4.2) e será o método de abordagem na Tribulação.³⁶ Os Santos da Tribulação, conquanto sofram nas garras do Anticristo (cf. Ap 13.7) e vivenciem os juízos do Todo-Poderoso (Ap 14.7), dentre os quais: “O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue...” (Jl 2.31; At 2.20 comp. Mt 24.29; Ap 6.12,13), eles terão a fé de invocar o Nome do Senhor e serem salvos (Jl 2.32; At 2.21). E mais: é dito que os Santos da Tribulação guardarão os mandamentos e a fé no Senhor Jesus (cf. Ap 14.12).
b) A salvação na Grande Tribulação será tão só pelo sangue do Senhor Jesus — a causa eterna de salvação. As descrições dos salvos na Tribulação deixam claro que serão salvos pelo sangue do Cordeiro. Sobre os judeus salvos, diz-se que “são os que foram redimidos dentre os homens” (Ap 14.4), e Israel jamais conheceu uma redenção que não fosse baseada no sangue. Sobre os gentios de “todas as nações, e tribos, e povos, e línguas” (Ap 7.9), diz-se que “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7.14). Em Apocalipse 12, Satanás ataca o remanescente de Israel, pois tal é o significado da “mulher” nesse capítulo. O remanescente fiel é mencionado no versículo 10 como “nossos irmãos”. O instrumento de vitória dos “irmãos” nos é dado no versículo 11 — “eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro”. Então, uma vez mais, os crentes são salvos e libertos pelo “sangue do Cordeiro”. Em Apocalipse 12.17, oferece a razão da animosidade, ou seja, da antipatia, da hostilidade e do rancor de Satanás: eles “têm o testemunho de Jesus”. É por causa da mensagem que esse remanescente fiel proclama que Satanás é apresentado como “furioso”. Essa é só mais uma mostra da mensagem proclamada no período tribulacional.
10.º Argumento
É verdade que, por causa do Arrebatamento, o Espírito Santo desaparecerá deste mundo, subindo aos Céus com a Igreja; por consequência, como é Ele quem faz o homem arrepender-se, não tem como haver nova oportunidade de salvação na Grande Tribulação?
A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Alguns pregadores, a pensar que hão de calar a boca do mundo com tal objeção, asseveram que, por conta do Arrebatamento da Igreja, o Espírito de Deus será tirado deste mundo; por conseguinte, negam a salvação na Grande Tribulação, pois, para os tais, não há como haver oportunidade de salvação sem o Espírito, visto que é Ele que convence o ser humano do pecado (Jo 16.7,8).
CORRIGINDO A INTERPRETAÇÃO ERRADA: Tal asserção não passa de uma aberração; e a verdade bíblica desmonta facilmente esse argumento, já que fala por si!
A presença especial do Espírito Santo como aquEle que habita nos santos e faz deles o Seu templo (1Co 6.19), terminará abruptamente [bruscamente, repentinamente] no Arrebatamento, assim como abruptamente começou no Dia de Pentecostes (At 2.1-4). Uma vez que o Corpo de Cristo — a Igreja (1Co 12.27; Ef 4.12) — seja arrebatado aos Céus, o ministério do Espírito Santo voltará a ser aquele que Ele tinha para com os crentes do período do Antigo Testamento. Sua função de restringir o progresso do mal por meio do Corpo de Cristo (Jo 16.7-11; 1Jo 4.4) cessará, tal como cessou o Seu ministério de contender com o homem nos dias de Noé.38Acerca disto, a Tradução Brasileira diz: Então disse Jeová: ‘O Meu Espírito não permanecerá para sempre no homem; por causa do seu errar, é ele carne; portanto, os seus dias serão cento e vinte anos’.
Assim, no período tribulacional, o Espírito Santo, que é onipresente (Sl 139.7-10), fará o mesmo trabalho de regeneração que fazia quando Deus lidava anteriormente com Israel, mas sem um ministério de habitação. A atual habitação está relacionada à capacitação, à união com o crente por causa da sua relação com o Templo de Deus; porém, a habitação é totalmente diferente do trabalho do Espírito na regeneração. Logo, devemos reconhecer claramente que, apesar de o Espírito não habitar os salvos na Grande Tribulação (operando nelesdiretamente), Ele ainda pode operar na regeneração deles (que é operar sobre eles, isto é, indiretamente).
Conclusão
A salvação na Tribulação é ensinada não com o objetivo de a humanidade deixar de arrepender-se e recusar a salvação oferecida por Jesus Cristo nos dias atuais. Que esta geração porfie por encontrar-se com o Senhor Jesus e ir às mansões celestiais no Arrebatamento da Igreja! (1Ts 4.16,17; Jo 14.1-3). Se hoje já é difícil professar a fé genuína entregue aos santos do Senhor, quanto mais naqueles dias em que o império do mal dominará desenfreadamente! (Ap 12.9,12,17; cap. 13).
Este é o momento da oportunidade. A Bíblia salienta que hoje é “o dia da salvação e o tempo aceitável” (2Co 6.2). Os homens devem largar o engano do pecado “no tempo que se chama Hoje” (Hb 3.13) e “buscarem o Senhor enquanto se pode achar” (Is 55.6). O Todo-Poderoso anuncia “agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30), pois Ele sabe, em sua presciência, os horrores e as aflições que os seres humanos passarão na Grande Tribulação. Um ditado ressalta: “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”.
Todavia, para aqueles que não subirem no Arrebatamento, indiscutivelmente, é provado que haverá oportunidade de salvação na Grande Tribulação. Nesse tempo, judeus e gentios — ainda que com terribilidade, dificuldade, dureza; sob bárbaras, desumanas, atrozes, pungentes, dolorosas e cruéis perseguições, torturas e martírios (Dn 7.21; Mc 13.19,20 Ap 13.7,10; 18.24; 20.4) — através da pregação do Evangelho (Ap 14.6,7; Mt 24.14) e unicamente pelo Sangue do Concerto Eterno, terão oportunidade de arrependerem-se e serem salvos (Hb 13.20; Ap 7.14).
Os mensageiros do Senhor desejam ardentemente, nos dias de hoje, que os perdidos corram para os pés de Cristo, abracem a vida eterna e estejam preparados para subirem no Arrebatamento. Entretanto, a Palavra de Deus não pode ser negada. Não se deve esconder a verdade sobre os Santos da Tribulação. Quem é o homem para contender com Cristo, o Salvador? “Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” (Is 45.9).
Quer aos judeus, quer aos gentios — quem negar ou omitir a oportunidade de salvação após o Arrebatamento da Igreja vai contra a verdade do Evangelho e cairá sob a ira de Deus: E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da Árvore da Vida, e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro (Ap 22.19).
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