SEGUNDA CORÍNTIOS
INTRODUÇÃO
O pensamento central das ESCRITURAS é que Deus deseja trabalhar a Si mesmo em Cristo, por meio do Espírito, para dentro de nós, de tal forma que Deus e nós, nós e Deus, possamos ser um em vida, em natureza e no Espírito. A Segunda Epístola aos Coríntios é a carta mais profunda da Bíblia a revelar-nos experimentalmente este desejo. É a carta voltada muito mais para o desfrute e experiência subjetivos de Cristo do que para a doutrina.
Segunda Coríntios também mostra que pode ser considerada como uma autobiografia do apóstolo Paulo. Se alguém deseja conhecer que tipo de pessoa Paulo era, precisa ir a essa carta. Nela vemos o retrato de uma pessoa que vivia no espírito. Para desfrutarmos experimentarmos Cristo de uma maneira rica, precisamos ser pessoas no espírito, conforme simbolizado pelos dez aspectos em II Coríntios:
Cativos,
Cartas,
Espelhos,
Vasos;
Embaixadores;
Cooperadores,
Templos,
Virgens,
Os que amam a igreja
10- Os que experimentaram Cristo.
É por todos esses aspectos que podemos ser completamente trabalhados por Deus e com Deus e ser constituídos ministros da nova aliança para a edificação da igreja. É nossa esperança que o professor e aluno ore muito para ser levado á realidade subjetiva das riquezas de Cristo, conforme revelado em II Coríntios.
O MINISTÉRIO POR MEIO DA CRUZ
Capítulo 1
II Co 1:4-6, 8-9,12,19-22.
Em II Coríntios, Paulo mostra-nos que se nossa intenção é ter um ministério em Cristo, temos de experimentar Cristo por meio da obra da cruz (1:9; 4:10-12), e o operar da cruz é para experienciarmos a unção, o selar e o penhor do Espírito Santo (1:21-22). O ministério provém desta experiência. A Segunda Epístola aos Coríntios dá-nos um modelo, um exemplo de como o mortificar da cruz opera, de como Cristo é trabalhado em nosso ser e como nos tornamos a expressão de Cristo. Isso constitui os ministros de Cristo e produz o ministério para a nova aliança de Deus. Efésios e Colossenses podem ser as cartas mais elevadas da Bíblia, contudo II Coríntios provavelmente é a mais profunda.
A BOA TERRA, O TEMPLO E A NOIVA.
O pensamento central das Escrituras é a intenção de Deus de trabalhar-se em nosso interior em Cristo e por meio do Espírito, a fim de que Deus e nós, nós e Deus, possamos ser verdadeiramente um em vida, em natureza e no Espírito. A fim de mostrar isso, Deus usa vários figuras ou símbolos na Bíblia. Primeiramente, Ele usa a figura da boa terra (Êx.3:8; Cl.1:12; 2:6-7). Deus salvou e libertou Israel do Egito e o levou pelo deserto para a terra de Canaã, que era o real desfrute para os filhos de Israel (Dt.8:7-10). A boa terra é um tipo de Cristo para nosso uso. Deus libertou-nos do mundo, trouxe-nos a Cristo (1ª Co. 1:30), e fez de Cristo a boa terra a fim de que possamos desfrutá-Lo a todo tempo. Tudo o que Ele é será trabalhando em nós (Gl.1:16; 2:20; 4:19), e toda s as Suas riquezas (Ef.3:8) serão nosso desfrute (Rm.10:12). Então, em experiência, serremos um com Cristo.
OUTRO grande símbolo na Bíblia é o tabernáculo ou o templo (Jo.1:14; 2:19-21; 1ª Co.3:16-17; Ef.2:21-22; Ap.21:3, 22). Tanto no tabernáculo como no templo havia o átrio exterior, o Santo Lugar e o Santo dos Santos. Se você for um sacerdote de Deus no padrão que Ele deseja, você será alguém no Santo dos Santos. Ser um com Deus no Santo dos Santos é desfrutar Deus sendo amalgamado com Ele. Desfrutar Deus no Santo dos Santos, no espírito (Jo.4:24), é ser amalgamado com Ele (1ª Co.6:17) como um em vida e natureza (1ª Jo.5:12; 2ª Pd.1:4).
ALÉM da boa terra de Canaã e do tabernáculo ou templo, há outra figura na Bíblia relacionada ao nosso desfrute de Cristo. Essa figura é a
Noiva (Jo.3:29),
Esposa (Ap.19:7,
Virgem (2ªCo.11:2).
Todo o povo redimido de Cristo é uma noiva, uma virgem para Cristo. Todos nós temos de ser na experiência uma noiva e uma virgem para Cristo a fim de podermos desfrutá-lo, e Ele desfruta-nos, para sermos um como Ele. Portanto, na Bíblia, existem esses três tipos:
A boa terra,
O templo,
A noiva, esposa e virgem para Cristo. Esses tipos podem também ser encontrados, em particular, em 2ª Coríntios.
Em 1ª Coríntios, os crentes ainda estavam no deserto, e não na terra de Canaã. Eles ainda estavam na carne (o átrio exterior) ou alma (o Santo lugar), mais ainda não estavam no espírito (o Santo dos Santos). Em 1ª Coríntios 5:7 a Páscoa é mencionada. O povo desfrutou a Páscoa no Egito. Então no capítulo dez estão o maná e a água viva proveniente da rocha fendida (vs.3-4). Esses itens também foram desfrutados pelo povo no deserto. Em 1ª Coríntios não podemos ver nada referente á entrada dos filhos de Israel na boa terra e do desfrute que tiveram dela. Portanto, o apóstolo Paulo os encorajou a prosseguir (1ªCo.9:24). Os coríntios podiam Ter os dons “espirituais” e o conhecimento, todavia Paulo disse-lhes que ainda eram carnais (1ª Co.3:1, 3) e almáticos (2:14). Não eram espirituais (3:1) porque ainda agiam e andavam na alma e na carne. Paulo estava encorajando-os a prosseguir para saírem da esfera da vida almática, a fim de viverem no espirito, sob a liderança do Espírito para desfrutarem Cristo como sua boa terra.
Em 2ª Coríntios, Paulo foi adiante, dizendo-lhes que temia que eles fossem distraídos de Cristo. Eles tinham sido desposados a Cristo, mas ainda almejavam algo além dEle (11:2-3). Paulo os exortou a esquecer todos os outros objetivos e a tomar Cristo como seu único alvo. Ele é o Noivo e eles eram a noiva. A Segunda Epístola aos Coríntios mostra-nos algumas pessoas que realmente entraram na boa terra e desfrutaram suas riquezas. Elas experienciaram Cristo no espírito para tornarem-se parte da noiva de Cristo.
AS experiências mencionadas nesse livro são experiências no Santo dos Santos. Esse livro retrata uma pessoa que estava no Santo dos Santos. Paul e seus cooperadores eram tais pessoas. Eles entraram na boa terra e estavam vivendo no espírito, experienciando Cristo todo tempo. Eles eram profundos, até mesmo os mais profundos na experiência de Cristo.
É bem difícil alguém extrair doutrinas dessa Epístola. Se alguém tenta tirar doutrinas dela estará entrando no território errado. Nesse território, dificilmente são encontradas doutrinas, mas experiências em sua maior parte. Essas experiências não se passam no Egito nem mesmo no deserto, mas na boa terra de Canaã. As experiências não são na carne ou na alma, mas no espírito. Paulo não exercitava sua sabedoria carnal, mas a sabedoria espiritual que é o próprio Deus. As experiências nesse livro são as mais profundas; ocorrem no espírito, no Santo dos Santos. 2ª Coríntios pode ser considerada como a autobiografia do apóstolo Paulo. Se você quer saber que tipo de pessoa o apóstolo Paulo era, deve examinar 2ª Coríntios.
O MINISTÉRIO
A Segunda Epístola aos Coríntios fala sobre o ministério, que é constituído, produzido e formado com as experiências das riquezas de Cristo por meio de sofrimentos, pressões consumidoras, e da obra mortificadora da Cruz. O ministério não é meramente uma questão de Dom. Uma pessoa pode ser capaz de falar fluente e eloqüentemente e de dar várias ilustrações e provérbios apropriados, mas isso somente é um Dom. O que as igrejas, o Corpo, necessita hoje é de o ministério. O Corpo precisa de alguns irmãos que foram trabalhados de forma completa por Deus e com Deus a fim de terem algo de Cristo, não simplesmente em sua mente, como conhecimento a ser ensinado para os outros, mas como as riquezas de Cristo em seu espírito e em todo seu ser interior, para ser transmitido a outros. Espero que estes se disponham a ir a certos lugares para contatar as pessoas a ter comunhão com elas. Por fim, será visto o crescimento em vida e a edificação dos santos nos lugares por eles visitados. Hoje existe muito ensinamento, muito conhecimento e muitos dons mas há uma grande carência de o ministério. Todos devemos ansiar por tal ministério. Precisamos orar: “Senhor, seja gracioso para comigo a fim de que eu seja libertado de meus conceitos relacionados aos dons. Como anseio ser trabalhado com algo de Deus em Cristo no espírito. Que eu tenha algo do elemento divino trabalhando em meu interior para ministrar aos outros a fim de Ter um ministério divino de Cristo”. A igreja necessita muito mais do ministério do que dos dons.
ENCORAJADOS POR DEUS
A Segunda Epístola aos Coríntios 1:4-6 diz “Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos” . Orar e ler estes versículos repetidamente nos ajudará a ver que a necessidade atual da igreja é o ministério. Deus nos encoraja em toda a nossa tribulação com um propósito: que sejamos capazes de encorajar a outros. A palavra grega para consolação no versículo 4 também significa encorajamento. Ser consolado por Deus significa ser encorajado por Ele.
O OPERAR DA CRUZ
QUANDO mais os sofrimentos de Cristo abundam em nós, mais encorajamento ou refrigério seremos capazes de desfrutar. Se desejamos ministra algo de Deus em Cristo aos outros, temos de sofrer (o sofrimento de Cristo) para Ter a experiência. É pelo caminho da cruz que teremos algumas riquezas de Cristo para ministrar aos outros. O ministério não surge de nenhuma outra maneira, mas somente pelo operar da cruz.
PAULO nos disse que Deus colocou-o numa situação onde foi “sobremaneira” (1:8) ou “excessivamente sobrecarregado” a fim de que ele pudesse confortar a outros. Você pode ser perguntar por que tem tantos problemas. Pode Ter problemas com o seu cônjuge, com os filhos e mesmo com seu corpo. Você percebeu que nessa carta existe a frase: “excessivamente sobrecarregado” ou “sobremaneira pressionado”? Você pode ser pressionado, mas é pressionada sobremaneira? Isso significa que a obra da cruz terminou com você, levou-o a um fim.
PAULO diz-nos que ele e seus cooperadores foram excessivamente sobrecarregados acima de sua capacidade ou força de modo que se desesperaram da própria vida (1:8). Muitos dos irmãos jovens têm força. Porém mais cedo ou mais tarde, o Senhor pressionar-lhe-á repentinamente, e você tentará suportar o sofrimento. Por fim dirá: “Senhor, abandono minha resistência porque a Tua pressão é algo bem acima das minhas forças.” Quando você se encontra sob determinado tido de sofrimento, nunca tente exercitar sua própria força para suportá-lo sozinho. Nunca tente vencê-lo por si mesmo. Você deve perceber que por fim o Senhor irá pressioná-lo acima de suas forças. Quando vem a pressão, você pode exercitar toda sua força: fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Mas quanto mais você exercitar sua força mais será pressionado. Por fim, admitirá que a pressão está bem acima de suas forças. Louvada seja o Senhor pela pressão sem limite acima de osso poder!
DEPOIS que Paulo nos disse que ele e seus cooperadores foram tão sobrecarregados que se desesperam até da própria vida, ele disse: “Contudo, já em nós mesmos tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e, sim, no Deus que ressuscita os mortos” (1:9). Quando os apóstolos estavam sob a pressão da aflição, desesperados até da própria vida, devem Ter-se perguntado qual seria o resultado de seu sofrimento. A resposta era a morte. A experiência de morte, contudo, introduz-nos na experiência de ressurreição. Ressurreição é o próprio Deus que ressuscita os mortos (Jo.11:25). A obra da cruz termina com nosso ego para que possamos experimentar Deus em ressurreição. A experiência da cruz sempre resulta no desfrute do Deus da ressurreição. Tal experiência produz e forma o ministério (2ª Co.1:4-6). Esta experiência é descrita mais detalhadamente em 4:7-12.
A palavra de Paulo nos mostra que precisamos ser terminados. Necessitamos chegar ao fim. Aí, então, aprenderemos a não confiar em nós mesmos, mas em Deus. Dizer que precisamos confiar em Deus e não em nós é fácil, mas sermos completamente trabalhados nessa questão requer bastante experiência. Deus está trabalhando por meio da cruz para terminar conosco. (Obs. A cruz terminou para Jesus e quando disse que tudo estava consumado estava também dizendo para nós que a cruz ficava como herança para nós daí o texto que diz para tomarmos nossa cruz e Segui-lo). Deus está trabalhado para levar-nos a um fim, até mesmo para que nossa espiritualidade, nossas conquistas espirituais, sejam levadas a um fim. Você pode confiar muito em suas conquistas espirituais, mas até isso tem de ser terminado.
EM 1:12, Paulo diz: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e principalmente convosco” (VRC). Em sua consciência, Paulo tinha o testemunho de que andava, movia-se e tinha seu ser nesta terra não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus. Para alguns, sabedoria pode ser uma maneira inteligente de enfrentar determinada situação, mas essa sabedoria vem da nossa mente. A sabedoria humana é algo que você possui visando fazer algo para si mesmo. A graça de Deus é que você não faça nada, mas que Deus faça tudo em seu interior. Não é você fazer algo para enfrentar a situação, mas permitir que Deus faça tudo em você e por você (Isto é: o grande problema é o seu PERMITIR. A única coisa a fazer é o PERMITIR e isto não é fácil. Não podemos fazer nada humanamente falando: ir ao monte, jejuar, comprar seu passaporte com dízimos, com campanhas. O nosso papel no tomar a cruz é o de forçar mente e deixar que a ESPADA penetre dentro de nós e nos corte dividindo o que o pecado misturou e lutar pela transformação de nosso entendimento. O esforço, como disse não é humano pois sem fé é impossível agradar a Deus e fé é o firme fundamento ). Isso é a graça de Deus.
PAULO disse que se conduzia na simplicidade e sinceridade de Deus. Simplicidade pode também significar singeleza. Deus é simples e Deus é singelo. Quanto mais estamos na carne e na alma, mas complexos somos. Então não temos simplicidade, mas complexidade. Uma pessoa almática é muito complexa. No entanto, quanto mais permanecemos no Santo dos Santos, no espírito, mais simples nos tornamos. Quanto mais ficamos no espírito, mais somos simples e sinceros. Somos sinceros na motivação, no objetivo e em tudo o que desejamos. Em 1:12 estão a simplicidade ou singeleza de Deus, a graça de Deus e a sinceridade de Deus. Se fomos tratados com a cruz, de tal maneira que ela nos levou ao fim, seremos pessoas pacíficas que desfrutam e experimentam a graça de Deus cuidando de tudo por nós. Assim seremos tão simples e tão sinceros em nossa motivação e em nosso objetivo. Desfrutaremos a graça de Deus e teremos a simplicidade e sinceridade de Deus.
A UNÇÃO, O SELO E O PENHOR DO ESPÍRITO
QUANDO a cruz de Cristo trabalha em você, este trabalho introduz a ressurreição. Portanto, em 1:21-22 diz-se que Deus nos ungiu, selou e nos deu o penhor, o antegozo do Espírito. Se desejamos ministrar algo de Cristo a outras, temos de experimentar Cristo pelo operar da cruz, e o operar da cruz é para a unção, o selar e o penhor do Espírito. O ministério provém de tal experiência. Estamos agora em Cristo e Cristo é nossa porção, mas experimentamos Cristo pelo operar da cruz. Necessitamos da obra da cruz porque temos o ungir, o selar e o antegozo, a garantia do espírito em nosso interior. Se você não foi levado a um fim, ser-lhe-á muito difícil se importar com a unção e o selar interiores. Ser-lhe-á difícil desfrutar do penhor interior do Espírito. O operar da cruz destina-se á experiência da unção interior, do selar e do desfrute interior do penhor do Espírito. Todos necessitamos do operar da cruz a fim de desfrutarmos o penhor do Espírito e para que possamos experimentar a unção e o selar do Espírito
1º A unção;
2º O selar
3º O penhor.
Deus nos ungiu Consigo mesmo. A unção é como uma pintura. Quanto mais alguém pinta mais tinta deposita-se sobre a coisa que está sendo pintada. Hoje Deus é o pintor divino. Ele nos pinta com todos os Seus elementos. Quanto mais nos pinta com seus elementos divinos, mais esses elementos de Deus serão lavrados em nosso interior. Portanto, a unção de Deus em nós é a sua transmissão de todos os Seus elementos divinos dentro de nós. Quando éramos incrédulos, não tínhamos os elementos divinos. Somente tínhamos o elemento humano. Desde que nos tornamos cristãos, Deus está ungindo-nos Consigo mesmo em nosso interior para que possamos ter os elementos divinos dispensados para todas as nossas partes interiores. Deus unge-nos Consigo mesmo a fim de podermos ser totalmente mesclados a Ele, com os Seus elementos divinos, para sermos totalmente um com Ele.
A unção transmite os elementos de Deus para o nosso interior e o sela imprime os elementos divinos para expressar a imagem de Deus. Se, com um carimbo carimbarmos um pedaço de papel, a figura do carimbo será deixada no papel. O selar nos dá a figura ou a imagem. Deus não somente nos ungiu com todos os Seus elementos, como também selou-nos com Sua própria imagem. Quanto mais somos selados por Deus, mais teremos a sua imagem.
Finalmente temos o penhor do Espírito. O penhor do Espírito é o antegozo de Deus como uma amostra e garantia do pleno gozo de Deus. Deus colocou-se em nós como um tipo de sinal de pagamento ou o antegozo para que possamos prová-lo em nosso interior.
Devemos ser impressionados pelo fato de Deus Ter-nos ungido para todos os seus elementos, selado com sua própria imagem e Ter-se colocado em nós como um tipo de sinal de pagamento para nosso desfrute. Devemos aprender a perceber a unção interior, a como cooperar com o selar interior e como desfrutar o penhor interior, o sinal do pagamento, a garantia, o antegozo do Espírito Santo. Fazemos isso pelo operar da cruz. A cruz tem de levar-nos ao fim. Então poderemos dizer: “Senhor, agora tenho a sentença de morte. Estou desesperado de minha vida. Estou acabado. Estou terminado.” Imediatamente sentiremos a unção interior, o selar interior e mesmo o penhor interior do Espírito. Por meio dessas três experiências do Espírito que unge como a unção, o selar e o penhor, juntamente com a experiência da cruz, o ministério de Cristo é produzido. Mediante o operar da cruz com a unção, selar e antegozo ou penhor interiores, teremos a experiência adequada de Cristo. Então teremos o ministério de que o Corpo de Cristo necessita desesperadamente nos dias de hoje. Que o Senhor seja misericordioso para conosco a fim de que sejamos levados á percepção de como precisamos do operar da cruz levando-nos ao fim e de quanto precisamos experimentar a unção interior, o selar e o penhor do Espírito a fim de que tenhamos um ministério verdadeiro para o Corpo de
UMA PESSOA NO ESPÍRITO
Capítulo 2
II Co 1:9,12; 2:13; 4:13,16; 12:18; 10:3-4; 3:14; 4:4.
Se você penetrar no espírito das Epístolas de Paulo a os Coríntios, verá que ao escrever essas duas cartas tinha por pano de fundo a história dos filhos de Israel. Toda a história dos filhos de Israel é um tipo completo das experiências dos cristãos no Novo Testamento (1ª Co.10:6 a11). Muitos cristãos estão claros quanto ao fato de que a Páscoa (1ª Co.5:7), o êxodo do Egito (1ª Co.10:1-2), a peregrinação no deserto (Hb.3:7-19) e o desfrute do maná celestial e da água proveniente da rocha fendida (1ª Co.10:3-4) são todos tipos de nossa experiência cristã atual. Mas a maioria dos cristãos não está tão clara de que entrar na boa terra, viver, andar, trabalhar e labutar nela também são tipos de nossa experiência cristã (Cl.2:6-7). Nossa necessidade é conhecer mais e mais acerca do viver, andar, trabalhar, lavrar e também da luta do povo de Israel na boa terra.
QUANDO Paulo escreveu essas duas cartas, ele deve Ter tido como pano de fundo essa história. Em 1ª Coríntios 5:7 ele disse que Cristo era nossa Páscoa. Então, no capítulo dez, disse-nos que hoje estamos desfrutando o maná celestial e estamos bebendo a água viva da rocha fendida (vs.3-4). Isto significa que em 1ª Coríntios o povo havia sido levado para fora do Egito e peregrinava no deserto. Essa era a verdadeira situação dos coríntios, e com respeito a isto, atualmente muitos cristãos são coríntios. Não devemos pensar que somos melhores do que os coríntios. Alguns falam sobre a igreja celestial na carta de Efésios, contudo, muitos dentre eles, não são celestiais. Pose-se falar sobre a boa terra, Canaã, mas ainda se pode estar no Egito ou no deserto. Quando está em seu espírito, você está nos lugares celestiais (Ef.2:6) porque os lugares celestiais não podem ser separados de seu espírito. Os lugares celestiais estão no espírito, e o espírito está nos lugares celestiais ( Hb.4). Sempre que vive no espírito, você é elevado e encontra-se nos lugares. Mas você acha que hoje esta andando plenamente no espírito?
OS coríntios falavam muito acerca de coisas espirituais, mas faziam-no de maneira carnal e almática. O apóstolo Paulo disse-lhes na primeira carta que eram carnais, não espirituais (3:1). No capítulo dois da primeira carta ele falou de homens almáticos (v.14). Um homem espiritual (2:15) é alguém que não se comporta segundo a carne ou age segundo a vida da alma, mas que vive segundo o espírito, ou seja, segundo seu espírito, ou seja, segundo seu espírito (Rm.1:9) amalgamado com o Espírito de Deus (Rm.8:16; 1ª Co.6:17). Essa pessoa é dominada, governada dirigida, movida e guiada por este espírito amalgamado. Embora os coríntios falassem muito sobre as coisas espirituais, o apóstolo Paulo chamou-os de carnais e almáticos. Estavam falando sobre coisas espirituais na alma e na carne. Alguns podem falar acerca das coisas celestiais em Efésios, mas o fazem como os coríntios: na alma ou na carne.
A Segunda Epístola aos Coríntios é bem mais profunda que a primeira. Parece que não muitos têm dado atenção a esta Segunda carta. Em Romanos há a justificação pela fé, e em Efésios, está a igreja como o Corpo de Cristo. Mas qual é o conteúdo de 2ª Coríntios? Que impressão você extrai desta carta? Devo dizer-lhe que esta carta é totalmente no espírito. Muitos cristãos estão vivendo na carne ou na alma, não no espírito. Muitos conhecem algo acerca do Espírito Santo, mas poucos conhecem acerca de seu espírito humano no qual o Espírito Santo habita.
A - Após a carne e a alma em 1ª Coríntios, chegamos ao espírito em 2ª Coríntios.
B - Após o átrio exterior e o Santo Lugar, chegamos ao Santo dos Santos;
C - Após o Egito e o deserto, chegamos a boa terra, á terra de Canaã.
Nesta carta você pode ver a boa terra. Também pode ver a vida prática do Santo dos Santos. Nesta carta pode-se ver alguns seres humanos absolutamente no espírito.
NÃO CONFIAR EM NÓS MESMOS, MAS EM DEUS
EM 2ª Coríntios 1, Paulo diz-nos que ele e seus cooperadores foram “sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos” (V.8- IBB-Ver). Neles mesmos já tinham tido a sentença de morte a fim de não confiarem em si, mas no Deus que ressuscita os mortos (v.9). Necessitamos ser impressionados com estas palavras em 1:9). “Para que não confiássemos em nós, mas em Deus” (VRC). Pela redenção de Cristo, o próprio Deus, que está nos céus, veio até nós, para dentro de nosso espírito (Cl.1:27;2ª Tm.4:22). Agradecemos ao Senhor por ele estar agora em nosso espírito, chamando-nos para esquecer as coisas almáticas e para voltar-nos ao nosso espírito para encontrá-lo. Devemos não mais confiar em nosso ego ou em nossa alma, mas em Deus que está em nosso espírito. PODEMOS conhecer a doutrina acerca de não mais confiarmos em nós mesmos, mas em Deus. Dizer que confiamos em Deus é fácil, mas em nossa experiência pode ser diferente. Se a esposa não for agradável para seu marido, a primeira coisa que ele normalmente fará é exercitar a mente para considerar a situação de sua esposa. Esse é o significado de confiar em si mesmo. Se realmente aprendemos a lição de não confiar em nós, primeiramente exercitaremos o espírito, não a mente puramente humana e exercitaremos o espírito após termos a mente de Cristo. Imediatamente voltaremos ao espírito e exercitaremos o espírito para contactar Deus. Isso significa, na prática, que não confiarmos em nós, mas em Deus. Todos precisamos deste tipo de experiência hoje.
NÃO EM SABEDORIA CARNAL MAS NA GRAÇA DE DEUS
EM 1:12 Paulo disse que se conduzia “não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus” (IBB-Ver.) Confiar em si é ruim, mas Ter sabedoria carnal é pior. Paulo não disse sabedoria humana, mas sabedoria carnal. Geralmente entendemos que sabedoria relaciona-se á mente, mas Paulo fala de um tipo de sabedoria relacionada á carne. Sabedoria carnal está em oposição á graça de Deus. A sabedoria carnal é algo que liga a alma á carne. A graça de Deus está no espírito, operando por meio da alma e do corpo. Confiamos em Deus e este Deus está operando em nosso interior. Graça é o próprio Deus que opera em nosso interior. Ele está operando a partir de nosso espírito, alcança do nossa alma e corpo a fim de que todo o nosso ser esteja debaixo de Seu operar. Não devemos Ter nenhuma confiança em nós, mas em Deus. Conversar, andar, viver neste mundo não devem ser feitos em nossa sabedoria carnal, mas na graça de Deus. Isso significa que paramos com nossos atos e que agora Deus é quem opera em nosso interior a partir do nosso espírito alcançando nossa alma e corpo. (Cuidado com a sabedoria carnal, isto é, com os falsos ensinadores dizendo que as verdades de Deus se acham em seus ensinos carnais e que sempre estão dentro de costumes ou até de textos bíblicos isolados. Sabedoria carnal é exatamente estes ensinos que tem levado as religiões a se discordarem e, logicamente, a fações.) Todo nosso ser está sob o operar de Deus. Esse tipo de pessoa está sob o operar de Deus. Este tipo de possa está vivendo e andando no Santo dos Santos todo tempo.
EM MEU ESPÍRITO
POR ser uma pessoa vivendo no Santo dos Santos, Paulo podia dizer: “Não tive, contudo, tranqüilidade no meu espírito” (2:13). Paulo não disse que não teve tranqüilidade na mente ou no coração. Se quer entender 2ª Coríntios, você tem de assimilar as frases principais, tais como:
“não confiássemos em nós, mas em Deus”;
“não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus”: e
“não tive, contudo, tranqüilidade no meu espírito”.
Paulo não disse que não tinha tranqüilidade no Espírito, mas “no meu espírito”. Paulo era uma pessoa que vivia, andava, trabalhava e tinha seu ser no seu espírito. Não era um homem vivendo na alma ou na carne, mas uma pessoa vivendo no espírito. Dessa forma, podia dizer que não tinha tranqüilidade no seu espírito.
Isso os mostra que Paulo não se importava com as circunstâncias nem com aquilo que pensava ou podia ver. Somente se importava com seu espírito. O irmão Tito não havia chegado, portanto ele não teve tranqüilidade em seu espírito. Gosto deste termo: “no meu espírito”. Temos de ser lavados á percepção de nosso espírito, aprender como fazer tudo em nosso espírito. Se ficamos felizes, devemos ficar felizes no espírito. Se ficarmos tristes, temos de estar tristes no espírito. Muitas vezes estamos felizes meramente em nossa emoção. Podemos não saber como ficar felizes no espírito. Mas temos de aprender a ser felizes no espírito, aprender a como ter tranqüilidade no espírito e a ser pessoas vivendo no espírito.
Então em 4:13 Paulo fala-nos que ele e os irmãos com ele tinham “o mesmo espírito da fé”. Todos temos de aprender a exercitar o espírito a tal ponto. Em tudo o que fizemos em tudo que dissermos, temos de estar certos de que temos o mesmo espírito, de que estamos no mesmo espírito. Não se trata de algo na alma ou na carne, mas no espírito Quando vamos visitar um irmão, temos de ir no espírito. Quando temos comunhão, devemos tê-la no espírito.
O HOMEM EXTERIOR SE DESGASTANDO, CONTUDO O HOMEM INTERIOR SENDO RENOVADO
“Por isso não desanimamos: pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo o nosso homem interior se renova de dia em dia”. (4:16) O homem interior é o nosso espírito regenerado como a vida e a pessoa, tendo nossa alma renovada como seu órgão. O homem exterior é nosso corpo como o órgão com nossa alma como sua vida e pessoa. O homem exterior está perecendo, desgastando-se, ou sendo enfraquecido, reduzido e consumido. Mas o homem interior está sendo renovado, refrescado, encorajado e fortalecido por ser nutrido como o suprimento refrescante da vida de ressurreição. Á medida que nosso corpo moral, nosso homem exterior, está sendo consumido pela obra aniquiladora da morte, nosso homem interior, isto é, nosso espírito regenerado com as partes interiores de nosso ser (Jr.31:33; Hb.8:10; Rm.7:22, 25) está sendo metabolicamente renovado dia a dia com o suprimento da vida de ressurreição.
O homem exterior tem de ser consumido. Ele está desgastando-se e sendo reduzido. O homem interior tem de ser encorajado e refrescado. Para entender o pleno significado daquilo que Paulo apresenta aqui, temos de juntar os quatro primeiros capítulos. No primeiro capítulo, ele os diz que foi pressionado sem limite (v.8). Então no quarto capítulo ele nos mostra como foi pressionado por todos os lados ou atribulado em tudo (v.8), Os versículos 7 a 18 do capítulo quarto mostram que os apóstolos viviam uma vida crucificada em ressurreição ou uma vida ressurreta sob o aniquilar da cruz, ara levarem a cabo o seu ministério. Paulo foi muito atribulado e aturdido, mas percebeu que tais aflições e perplexidades realizavam um bom trabalho para reduzir seu homem exterior. Porém, enquanto o homem exterior estava sendo reduzido, o homem interior era refrigerado e encorajado dia a dia. Isso significa que temos de ser mantidos lo9nge de nossa alma, o deserto o Santo Lugar. Devemos ser mantidos plena e totalmente no Santo dos Santos. Temos de viver e agir no Santo dos Santos.
DISCUTIR com a s pessoas é nutrir ou alimentar nossa vida da alma. Quanto mais você discute, mais forte torna-se o homem exterior. Algumas vezes esposas e maridos são tentados a contender ou argumentar. Suponha que a esposa esteja irada, mas que o irmão não diga uma única palavra para discutir com ela. O irmão poderá dizer que não disse nada porque tem aprendido a sofrer. Esse modo de agi, no entanto, não é o modo cristão, pode ser a maneira dos seguidores de Confúcio ou de Buda. Se você me perguntasse porque não discuto com minha esposa, diria que não gosto de alimentar ou nutrir minha alma. Quanto mais discuto com minha esposa, mais alimento a minha alma. Temos de aprender a lição de matar a alma de fome, de reduzi-la. O homem exterior tem de ser reduzido. Devemos perceber que tudo o que ocorre conosco tem um propósito. O propósito de Deus é que nosso homem exterior seja reduzido de maneira que o homem interior possa ser fortalecido, refrescando, encorajando, nutrindo e renovado de dia em dia.
Quando osso homem exterior é reduzido e nosso homem interior é renovado, somos guardados no Santo dos Santos. É aqui no Santo dos Santos, no nosso espírito, que desfrutamos e temos a experiência em Cristo. É aqui que você experimenta todas as coisas divinas com Deus e em Deus. Gradualmente nós próprios nos tornaremos um ministério. Não seremos meramente um ministro, mas um ministro com um ministério. Então ministraremos vida, Deus e as riquezas de Cristo aos outros. Não somente passaremos aos outros certos ensinamentos, doutrinas e conhecimento. Tudo o que fizermos será um ministrar Cristo, Deus, aos outros. Essa é a necessidade atual.
ANDAR NO MESMO ESPÍRITO
Em 2ª Coríntios 12:18 Paulo diz que ele e Tito andavam no mesmo espírito. Esse versículo e os outros versículos sobre os quais tivemos comunhão mostram-nos que tipo de pessoa o apóstolo Paulo era. Ele era uma pessoa total, absoluta e inteiramente vivendo no espírito. Ele nunca era tirado do espírito.
LEVAR CATIVO TODO PENSAMENTO Á OBEDIÊNCIA DE CRISTO
Por viver em seu espírito, Paulo aprendeu a lição de como t ratar os pensamentos das pessoas. Em 2ª Coríntios á três passagens relacionadas com a questão dos pensamentos. Em 3:14, Paulo diz-nos que os pensamentos dos filhos de Israel foram endurecidos. Então em 4:4 ele diz que os pensamentos dos incrédulos foram cegados pelo deus deste século. Finalmente, em 10:5; Paulo indica que os pensamentos devem ser capturados par obedecerem a Cristo. Os pensamentos podem ser endurecidos pelo ego, cegados pelo deus deste século ou ser capturados por aqueles que têm o ministério. Eles são capturados por aqueles que guerreiam, que lutam a batalha, não segundo a carne, mas com as armas que são poderosas em Deus (v.4). Quando você tem o ministério, quando é uma pessoa realmente vivendo e andando no espírito, você não está lutando a batalha segundo a carne, mas é equipado, qualificado a fazer uma obra para capturar os pensamentos das pessoas, para levar todos os seus pensamentos cativos á obediência de Cristo.
Você nunca subjugará as pessoas através de argumentos. Quanto mais argumenta, mais estimula os pensamentos das pessoas. Algumas pessoas podem ir até você para desafiá-lo a argumentar com elas, mas se o fizer, somente estimulará seus pensamentos. Contudo, se você for alguém que tem o ministério interior, será qualificado e equipado com as armas espirituais que são poderosos em Deus para abater ou derrotar os arrazoamentos e para levar cativo todo pensamento á obediência de Cristo.
O QUE A IGREJA NECESSITA HOJE: O MINISTÉRIO DE CRISTO
Em 1ª Coríntios existem os dons, o conhecimento e os ensinamentos. Mas em 2ª Coríntios não podemos encontrar tais coisa. Não podemos achar milagres ou curas. Em vez disso, há o espírito na carne de Paulo que o Senhor recusou-se a tirar mesmo após Paulo Ter rogado a Ele três vezes (12:7-9). Paulo pediu ao Senhor para realizar um milagre tirando o espírito, mais o Senhor recusou-se a faze-lo. Nessa carta não vemos milagres, mas sofrimento para reduzir o homem exterior a fim de que o ministério possa ser produzido. Quanto mais sofremos, mais o homem exterior é reduzido, e mais teremos do ministério. Então teremos algo das riquezas de Cristo para ministrar aos outros. Esta é a necessidade atual da igreja. A igreja não tem grande necessidade de milagres, dons, ensinamentos ou conhecimento desta ou daquela nação com seus costumes (tradições). Hoje a igreja necessita do ministério de Cristo. A história os tem mostrado que algo pode ser edificado por meio dos dons, mas que, por fim, o que foi edificado é derrubado pelos mesmos dons. Essa é a história trágica que se tem repetido muitas vezes.
Se desejamos ser humilhados pela graça do Senhor e aprender a como viver o espírito, o Senhor soberano atribuirá a cada um de nós certa porção de sofrimento. Quanto mais amamos o Senhor Jesus, mais sofreremos e mais seremos reduzidos. Por fim, certa porção de ministério será produzida e a igreja será edificada. Isso é o que a igreja necessita hoje.
CAPTURADO POR CRISTO
Capítulo 3
II Co 2:14-16; 3:3-6
Como vimos os últimos dois capítulos, 2ª Coríntios dá-nos um retrato completo de uma pessoa vivendo na presença de Deus, isto é, no Santo dos Santos. Após o capítulo um, o apóstolo Paulo começa a dizer-nos que tipo de pessoa ele é enquanto está vivendo no Santo dos Santos. Ele menciona vários aspectos de tal pessoa que está vivendo na a presença de Deus, no Santo dos Santos, a todo tempo.
CATIVOS DE CRISTO
O primeiro aspecto de uma pessoa vivendo a todo tempo no santo dos Santos pode ser visto em 2:14 onde Paulo diz: “Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo”. W. J. Conybeare, em sua tradução de 2ª Coríntios, fala-nos que a palavra grega traduzida por “conduz em triunfo” era uma palavra especial usada na antigüidade para descrever uma procissão triunfal. No Império Romano quando um general ganhava uma batalha, ele capturava muitas pessoas. Então no Capitólio ocorria a celebração da vitória, e nesta celebração havia uma procissão da vitória obtida pelo general. O apóstolo Paulo adotou essa expressão para mostrar que Cristo é o General que obteve a vitória e que Deus hoje está celebrando a vitória de Cristo.
ENTRE tantos que foram capturados por Cristo, estava Paulo. Ele havia sido um dos maiores opositores a Cristo e a Seu Evangelho. Um dia, no caminho para Damasco, ele foi conquistado, subjugado e capturado (At.9:1-9). Daquele dia em diante, ele se tornou um cativo de Cristo. Podemos pensar que Paulo saía viajando por diferentes lugares como um pregador maravilhoso. Mas de acordo com o seu sentimento ele estava na procissão triunfal de Cristo como um cativo. Deus está celebrando a vitória de Cristo com uma procissão triunfal, com um desfile de cativos. Paulo era um cativo na celebração da vitória de Cristo Ele fora capturados por Cristo.
O primeiro aspecto de uma pessoa vivendo no Santo dos Santos é o aspecto de ser um cativo. Primeiramente, temos de ser cativos de Cristo no desfile, na procissão da celebração da vitória de Cristo. Se desejamos viver no Santo dos Santos, desfrutar Cristo como a boa terra, estar no espírito, primeiro devemos ser capturados por Cristo. Cristo tem de nos conquistar, subjugar e capturar. Falando sinceramente, muitos de nós devem admitir que em vez de sermos cativos de Cristo, Cristo é par nós um cativo. O dia todo você celebra a sua vitória, como Cristo como um cativo no desfile de sua comemoração. Na sua experiência, quem é o cativo, Cristo ou você? Quem está celebrando a vitória? Quem foi derrotado, você ou Cristo? Muitos de nós têm de admitir que quase todo o tempo, Cristo nosso Salvador tem sido derrotado e capturado por nós, tornando-se nosso cativo no desfile da celebração da nossa vitória carnal.
ESTE é o desafio neste capítulo: uma pessoa vivendo no santo dos Santos deve ser um cativo no desfile da procissão triunfal de Cristo, celebrando a vitória de Cristo na cruz. Em muitas coisas e em quase todas, não somos subjugados ou conquistados por Cristo. Pode ser que a nossa vontade, a vontade humana, a vontade própria, nunca tenha sido conquista. Por um lado, você, como um crente, é um escravo de Cristo. Mas, por outro lado, você ainda é um opositor, um inimigo de Cristo, porque até agora a sua vontade não foi subjugada. Devemos considerar se osso desejo foi ou não conquistado por Cristo. A partir de minhas próprias experiências percebo que até mesmo buscando coisas espirituais podemos ainda ser inimigos de Cristo. Enquanto estamos buscando coisas espirituais, ainda somos inimigos de Cristo porque buscam9s coisas espirituais da nossa maneira, de acordo com nós mesmos, segundo o nosso desejo. Você pode buscar o Senhor, e ainda O estar buscando segundo a sua vontade. Por um lado, você é alguém que busca o Senhor mas por outro, é um opositor de Cristo. Todos devemos perceber que primeiramente temos de ser conquistados. Temos de ser derrotados, orando das profundezas do nosso ser: “Senhor, derrota-me. Sê misericordioso para comigo e nunca permita que eu tenha a vitória. O Senhor, quão perigoso e lamentável será que eu seja vitorioso. Senhor, mantenha-me derrotado.”
DIA após dia, existem muitas lutas, não entre você e o mundo, mas entre você e o Senhor. Dia após dia, existem muitas batalhas não entre você e os pecados, mas entre você e o Senhor. Não se concentre no mundo nos pecados, mas atente para a batalha entre você e o Senhor. Se você somente desejar ser derrotado pelo Senhor, todo o mundo e todos os pecados estarão debaixo de seus pés. Por que você é derrotado pelo mundo? Porque você derrotou a Cristo . Porque você é derrotado por qualquer pecado que lhe assedia? Porque você a toda tempo está derrotando a Cristo. Todas as suas vontades, seus desejos, suas emoções, seus pensamentos e tantas coisas do ego ainda existem em você e dia após dia, hora após hora, Cristo tem sido derrotado por você. Esse é o problema. Espero que você concentre sua oração nesta única coisa: “Senhor, faz-me teu cativo. Nunca permitas que eu vença. Derrota-me a todo o tempo.” Após orar dessa maneira, você verá resultado.
PODEMOS pensar que fomos chamados para servir ao Senhor e que faremos alguma obra para ele. Podemos pensar que estamos servindo ao Senhor de forma absoluta, mas não conhecemos quantos elementos da rebelião ainda estão em nosso interior. Os germes, os elementos rebeldes estão em nosso interior, portanto temos de ser derrotados, conquistados, subjugados e, por fim, levados como cativos na procissão triunfal da vitória de Cristo. A Segunda Epístola aos Coríntios não é uma carta doutrina, mas a autobiografia de uma pessoa que se considerava um cativo no desfile da procissão triunfal onde Deus celebra a vitória de Cristo sobre seus inimigos. Paulo disse que Deus “sempre nos conduz em triunfo.” Quando jovem, pensava que se tratava de meu triunfa. Hoje, no entanto, percebo que este não é o meu triunfo, mas o triunfo dele. Deus sempre nos conduz como cativos no triunfo de Cristo.
VOCÊ deseja ser um cativo? É necessário dizer para si mesmo e dizer para o Senhor que você deseja ser um cativo de Cristo. Basta que algumas pessoas estejam desejosas de ser cativas de Cristo em sua procissão triunfal, para que todo os povos sejam grandemente afetados. Muitos buscam dons de poder, mas o que a igreja necessita, o que o mundo necessita não é de uma pessoa dotada, mas uma pessoa capturada. Hoje o que a igreja necessita não é um gigante espiritual, mas um pequeno cativo. Neste universo e nesta terra, Deus está celebrando o triunfo de Seu Filho, Cristo. Você quer ser somente um pequeno cativo nesta celebração? Se você desejar, então, onde quer que vá, algo irá ocorrer. Uma pessoa após outra será capturada. Assim como você é um cativo, eles também tornar-se-ão cativos de Cristo. Podemos considerar o apóstolo Paulo um grande pregador, mas ele se considerava um cativo. Deus nos conduz como cativos no triunfo de Cristo, celebrando sua vitória. Todos devemos estar desejosos de ser cativos de Cristo.
CREIO que hoje um grande número de jovens esteja pronto e desejoso de servir ao Senhor, mas me preocupo grandemente com o fato de sua busca ser relacionada a poder, dons, ensinamentos e conhecimento. Essa busca está na trilha errada. Primeiramente você tem de ser conquistado, derrotado e capturado por Cristo. Todos precisamos orar e dizer a Deus: “Senhor, quero ser teu cativo”.
CARTAS DE CRISTO
APÓS Paulo dizer-nos no capítulo dois que é um cativo, ele prossegue e diz-nos que temos de ser cartas de Cristo em 3:3. O segundo aspecto de uma pessoa que vive no espírito, o santo dos Santos, é que ele é uma carta. Em 3:3 Paulo disse que eles eram “cartas de Cristo, produzidas pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente.” Uma carta é algo que foi escrito. Mas se você nunca foi capturado por Cristo, nunca será escrito pelo Espírito do Deus vivo. Primeiramente, temos de ser capturados. Ser capturado por Cristo significa que nossas emoções são subjugadas, nossa vontade é subjugada e até mesmo nossos desejos são capturados. Então o Espírito tem um caminho livre para escrever em nós tudo aquilo que quer escrever de Cristo. Cristo foi colocado em você (Cl.1:27), e como o Espírito (2ª Co.3:17), ele está dentro de você para escrever os elementos, as riquezas de Cristo no interior de todo o seu ser. Mas se você for rebelde em sua mente, em suas emoções e em sua vontade, não há como o Espírito de Cristo escrever algo de Cristo no interior de seu ser. Ele está esperando você desejar ser capturado por Cristo. Se você for conquistado, derrotado, subjugado e capturado por Cristo, será um bom pedaço de papel para o Espírito escrever.
VOCÊ pode pensar que é capaz de sair para fazer algumas obra para o Senhor, mas você meramente pode ser “um pedaço de papel em branco” com não muito de Cristo escrito em você. Quanto de Cristo os outros podem ler em seu ser? Não é simplesmente uma questão de falar ou pregar, mas uma questão de ser lido pelos outros. Quanto de Cristo pode ser visto ou lido pelos outros em você? Isso depende de quanto de Cristo foi escrito em você.
O trabalhar interior do Cristo que habita interiormente é uma escrito interior. O Espírito de Deus vivo está dentro de você aguardando a todo o tempo por uma oportunidade para escrever algo de Cristo dentro de seu ser, em suas partes interiores. Mas digo novamente que enquanto não desejar ser capturado por Cristo, o Espírito não poderá escrever nada de Cristo em você. Cristo está em seu espírito (2ª Tm.4:22), mas não está tanto em sua mente, emoção e vontade. Você tem Cristo em seu interior, mas pode ser derrotado, conquistado, subjugado, não doutrinaria, mas praticamente em sua mente, emoção e vontade. Quando realmente estiver subjugado por Cristo, o Espírito Santo, que é o Espírito de Cristo em seu interior, terá a oportunidade, o caminho livre para escrever algo de Cristo gradualmente em cada parte de seu ser. Paulo usa a palavra “inscrita”, não meramente escrita. Cristo é inscrito em cada parte de osso ser interior com o Espírito do Deus vivo para fazer de nós suas cartas vivas, a fim de que ele possa ser expresso e lido pelos outros em nós.
SOU a favor de que se estude a Bíblia, mas se você estudá-la somente com o desejo de obter o conhecimento da letra, ganhará muito pouco. Não é o conhecimento das letras, mas é o Espírito que dá vida (3:6); não são os ensinamentos mas é o Espírito que dá vida. Se pensa que ler ou estudar a Palavra de Deus é meramente para obter algum conhecimento ou ensinamento, você está absolutamente errado. Ler e estudar a Palavra é principalmente para alimentar seu homem interior, para nutri-lo, não simplesmente para obter o conhecimento (Jr.15:16; 1ª Tm.4:6). Independentemente de quanto conhecimento obtemos da Bíblia, se não somos subjugados por Cristo e se não somos inscritos com o Espírito do Deus vivo, não podemos fazer nada pelo Senhor de forma a realmente edificar o seu corpo.
SE desejamos edificar o Corpo, antes de mais nada precisamos ser derrotados. Temos de ser conquistados. Então estaremos debaixo da escrita interior do Espírito a todo o tempo. Haverá um escrever, um inscrever, de Cristo agindo continuamente em nosso interior, não por meio de letras de conhecimento em nossa mente, mas por meio do Espírito vivo dentro e fora de nosso espírito. Algum elemento de Cristo será inscrito, será trabalhado nas partes interiores de todo o nosso ser. Algo de Cristo, será inscrito em nossa mente, emoção, vontade e toda nossa pessoa, todo nosso ser, tornar-se-á uma carta de Cristo Não é simplesmente você sair a pregar Cristo através de seu falar, mas que você será uma pessoa com Cristo inscrito em seu ser como uma carta viva de Cristo. Aonde quer que vá, as pessoas verão e lerão algo de Cristo no seu interior.
ISSO é uma questão de ministério, não de dom. Você pode receber um dom num instante, mas se quiser ter um ministério, necessitará de certo tempo para ser conquistado, subjugado e capturado por Cristo. Por fim, o caminho será pavimentada para que Cristo que habita interiormente escreva-se gradualmente, pouco a pouco, em seu ser. Então você tornar-se-á um ministro com um ministério, não apenas uma pessoa dotada de dom.
TUDO o que é revelado nas ESCRITURAS tem de ser escrito ou inscrito no seu interior, não meramente mediante seu estudo da Palavra ou leitura da Bíblia, mas por meio de seu ser estar desejoso de ser capturado por Cristo. Muitos cristãos pensam que se ouvirem boas mensagens para adquirir mais conhecimento bíblico, tornar-se-ão melhores crentes. Este é um entendimento errado. Se um ministro com um ministério para edificar o Corpo de Cristo não é uma questão de receber melhores ensinamentos ou de receber certa ajuda ou ouvir mensagens, mas uma questão de Cristo inscrever a si mesmo em nosso interior de modo vivo, real, ativo e prático.
REDUZIDO AO ESPÍRITO
Capítulo 4
II Co 1:17; 2:10; 10:1; 11:10; 12:9; 13:14, 3-5
VIMOS que em 2ª Coríntios Paulo mostra que ele era uma pessoa completamente no espírito. Era uma pessoa que aceitou ser instruída por Deus (“... aprendei de mim que sou manso...”), testada por Deus, (após aceitar ser discípulo) e até mesmo treinada por Deus para não viver na carne, mas no espírito. Nos capítulos anteriores, começamos a ver que o que a igreja necessita hoje não é de uma pessoa cheia de conhecimento, de educação, de dons poder, mas de uma pessoa que é reduzida no homem natural, exterior (4:16). O homem exterior tem de ser consumido, reduzido, todo o tempo. Então seremos reduzidos ao espírito e aprenderemos como viver completamente no espírito. Esse é o tipo de pessoa que a igreja necessita hoje. Ao longo da história da igreja, existiram muitos gigantes espirituais, pessoas dotadas, e grandes mestres, mas a igrejas não foi edificada. O Senhor necessita de algumas pessoas que foram reduzidas ao espírito para edificação da igreja, seu corpo.
DEVEMOS perceber que o Senhor está voltando em breve. O Senhor nos disse que viria sem demora (Ap.22:20), mas alguém pode pensar que sua vinda tem demorado, pois já se passaram quase dois mil anos desde sua ascensão. Mas não se esqueça de que para ele mil anos são como um dia (2ª Pd.3:8). É impressionante como o fato de que os escritos proféticos enfatizam o restabelecimento da nação de Israel (ver Mt.24:32), A nação de Israel formou-se novamente em 1948 e Jerusalém retornou a Israel em 1967. Esse foi o feito maravilhoso do Senhor. Ninguém sonhava que a nação de Israel tornaria a ser formada ou que Jerusalém retornaria a Israel daquele modo. O cumprimento dessa profecia mostra-nos que o Senhor está preparando Israel e a igreja para a sua volta. O Senhor fez algo para cumprir a sua profecia concernente a Israel, e acredito que o Senhor fará algo rapidamente para preparar sua noiva. Temos visto que o Senhor prepara sua noiva não simplesmente por meio de dons ou por ensinamento, mas pela obra da cruz e pela unção do Espírito. Temos de ser reduzidos, e temos de ser conquistados, capturados por Cristo.
TODOS temos de ser reduzidos ao espírito. Nosso espírito não está vazio, não está desocupado, mas está ocupado por Cristo. Cristo está em nosso espírito (2ª Tm.4:22). Quando somos reduzidos ao espírito, encontramos Cristo. Portanto, ser reduzido ao espírito significa ser reduzido a Cristo, ser reduzido a viver por Cristo. 2ª Co3:17 é vital e preciosos falando-nos que Cristo, o Senhor, é o Espírito que habita interiormente em nosso espírito. Como o Espírito que habita interiormente ele está agora vivendo, movendo-se, agindo, e até mesmo esperando que sejamos reduzidos ao espírito. Temos de ser reduzidos ao espírito. Uma vez reduzidos ao espírito, encontraremos Cristo. A Segunda carta aos coríntios, por um lado, mostra-nos que o apóstolo Paulo vivia, agia, e trabalhava no espírito por mio de Cristo.
A PESSOA DE CRISTO
A Segunda Epístola aos Coríntios 2:10 menciona a “pessoa de Cristo”. A versão de João Ferreira de Almeida traduz esta frase como “presença de Cristo”. No texto original grego a palavra comum para presença é parousia. Mas a palavra para pessoa aqui é prosopon. Paulo disse: “A quem perdoais alguma coisa, também eu perdôo; porque de fato o que tenho perdoado, se alguma coisa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo”. Paulo perdoou um irmão na presença [presença] de Cristo. A palavra grega significa a face, a parte ao redor dos olhos, que é o índex de todos os pensamentos e sentimentos interiores para expressar a imagem completa da pessoa. A parte da face que circunda os olhos é o índex de todos os pensamentos e sentimentos interiores, expressando o que a pessoa pensa e como se sente interiormente. Paulo perdoou o irmão na pessoa de Cristo, segundo o índex de toda sua pessoa expressa em seus olhos. Paulo não vivia somente na presença do Senhor, mas também no índex dos sentimentos interiores e pensamentos de Cristo. Isso é muito profundo, muito afetuosos e muito refinado.
Não posso expressar totalmente o sentimento que tive em meu interior quando descobri o significado desta palavra “pessoa”. Curvei-me diante do Senhor e disse: “Senhor, por todos estes anos nunca percebi que tenho de viver não meramente em tua presença, mas em tua pessoa de tal maneira afetuosa”. Não se trata apenas de viver em sua presença, mas muito mais, em sua pessoa. Não creio que, nós cristãos comportamo-nos na pessoa do Senhor de tal modo afetuoso. Podemos dizer que vivemos, agimos e nos comportamos na presença do Senhor, mas quem se comporta na pessoa de Cristo, do modo como esposo fiel comporta-se na pessoa da esposa amada? Porém, aqui em 2:10, há uma frase dizendo-nos que Paulo era tal pessoa, procedendo todo o tempo no índex dos olhos do Senhor, o índex de seus sentimentos e pensamentos, mas segundo o sentimento, o pensamento daquele que habita em seu interior. Ele se comportava na pessoa de Cristo. Quando perdoou, ele o fez na pessoa de Cristo. Ele queria que os coríntios soubessem que não perdoara segundo ele mesmo ou segundo sua carne, mas na pessoa de Cristo. Esse é o significado de viver por Cristo. O apóstolo Paulo foi reduzido a tal ponto que nunca agia em sua própria pessoa. Ele se comportava na pessoa de Cristo, na face, no pensamento, na expressão do sentimento e pensamento de Cristo. Viver na pessoa de Cristo é tão terno e tão profundo. Paulo era uma pessoa reduzida a nada; ele tão-somente tomava Cristo como sua pessoa. Ele se conduzia na pessoa de Cristo.
A IMUTABILIDADE
EM 2ª Coríntios 1Co:17 Paulo diz: “Ora, determinando isto, terei porventura agido com leviandade? Ou, ao deliberar, acaso delibero segundo a carne de sorte que haja em mim simultaneamente o sim e o não?” Paulo não se propunha a fazer coisas segundo a carne de maneira que dissesse em determinado instante, sim, e em outro instante, não. Ele não era uma pessoa de sim e não. Paulo era uma pessoa na qual não havia nenhuma inconstância. Quando dizia sim, ele dizia com Cristo. Quando tomava uma decisão, o fazia com Cristo. Quando Cristo dizia sim, ele dizia sim. Quando Cristo dizia não, ele dizia não. Não havia inconstância nem mudanças em Paulo, porque ele não dizia sim por si mesmo nem segundo a carne, mas segundo o Cristo Que habita interiormente.
Em 1:18-20 diz: “Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para conosco não é sim e não. Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi por nosso intermédio anunciado entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não mas sempre nele houve o sim. Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio.” Em Cristo não há mudança. Uma vez que o Cristo que Paulo pregou segundo as promessas de Deus não se tornou sim e não, a palavra que pregou concernente a ele não foi sim e não. Não apenas sua pregação, mas também seu viver estava de acordo com o que Cristo é. Ele não era um homem de sim e não, mas alguém que era como Cristo. Foi uma pessoa que vivia por Cristo. Quando dizia sim, ele o dizia como Cristo. Paulo, em si próprio, foi reduzido a nada porquanto podia dizer que o seu sim era o sim de Cristo. Cristo não é sim e não, mas ele é sempre o mesmo. Paulo era sempre o mesmo, porque ele vivia por Cristo.
Precisamos orar para que o Espírito nos ajude a perceber e enxergar que tipo de pessoa era o apóstolo Paulo enquanto vivia nesta terra. Ele era uma pessoa totalmente reduzida a nada, mas que tomava Cristo como tudo em seu espírito. Todos devemos ser reduzidos a ponto de estarmos no espírito, tomando Cristo como tudo. Quando dissermos sim ás pessoas, devemos dize-lo com Cristo. Se Cristo não disser sim, não devemos dize-lo. Não temos nenhuma condição, direito ou posição para dizer qualquer coisa apartados de Cristo porque fomos crucificados com ele (Gl.2:20). Paulo foi reduzido ao espírito. Ele foi pressionado sem limites (2ª Co.1:8) de modo que não era mais ele, senão Cristo que vivia nele. Ou seja, quando dizia sim, dizia-o com Cristo.
Podemos amar ao Senhor e tentar viver por Cristo, mas quantos de nós praticam isso sempre que há uma pergunta a ser respondida? Você pensa em responde-la com Cristo? Por isso é que alguns irmãos sempre estão mudando: de manhã é “sim” mas a tarde é “não”. Todo tempo estão mudando. Mas se você tomar Cristo como sua resposta, como o seu sim, e como o seu amém, não haverá nenhuma mudança. Cristo é sempre o mesmo (Hb.13:8) e o apóstolo Paulo tomou-o como seu sim.
A MANSIDÃO E BENIGNIDADE DE CRISTO
Em 10:1 Paulo diz: “E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo”. Podemos ser mansos e benignos mas a nossa mansidão e benignidade são provenientes de Cristo? Todos concordamos que temos de rejeitar ou repudiar o caráter que não é manso nem benigno. Mas você já percebeu que tem de rejeitar sua mansidão e benignidade? Alguns irmãos e irmãs podem orgulhar-se de sua mansidão e benignidade. Certa irmã em seu interior pode considerar-se mais mansa do que as outras. Mas o apóstolo Paulo disse que rogava aos coríntios, não em sua própria mansidão nem benignidade, mas na mansidão e benignidade de Cristo. Isso novamente nos mostra uma pessoa vivendo no espírito, sempre tomando Cristo como seu tudo. Ele experimentava Cristo não somente como seu poder, mas também como sua mansidão e benignidade. Ele era uma pessoa vivendo por Cristo.
A VERDADE DE CRISTO
Em 11:10 Paulo diz: “A verdade de Cristo está em mim”. Todos diríamos que temos de rejeitar as mentiras e falar a verdade, mas você já se perguntou que verdade você fala? Você fala a verdade de Cristo ou sua própria verdade? Paulo disse que a verdade de Cristo estava nele. Temos de falar a verdade de Cristo, não a verdade da natureza humana, do velho homem, do ego. Temos de aprender a não somente repudiar todas as mentiras mas também renunciar ou rejeitar a nossa verdade. Você tem de repudiar a sua verdade tanto quanto as suas mentiras; então poderá tomar a verdade de Cristo. Paulo perdoou na pessoa de Cristo; rogou na mansidão e benignidade de Cristo; e disse que a verdade de Cristo estava nele. Uma vez que o apóstolo vivia por Cristo, tudo o que Cristo é tornou-se sua virtude em seu proceder.
O PODER DE CRISTO
No capítulo treze, Paulo diz-nos algo sobre o poder de Cristo (vs.3-5). O poder de Cristo não é experimentado quando somos poderosos, mas quando somos fracos. Paulo disse: “Porque quando sou fraco, então é que sou forte” (2ª Co.12:10). É mais difícil ser fraco do que ser poderoso. Paulo disse que Cristo foi “crucificado em fraqueza” (13:4). Sabemos que Cristo era o Deus Todo-Poderoso, mas, no momento em que foi crucificado, ele se tornou fraco. Se não se tivesse tornado fraco, como seres humanos poderiam crucificá-lo? Como o Deus Todo-Poderoso, como ele poderia ter sido preso? Quem poderia colocá-lo na cruz? Mas ele quis ser fraco, e tornou-se fraco. Portanto, o apóstolo Paulo diz: “Somos fracos nele” (v.4)
Você já aprendeu a lição de ser fraco em Cristo? Sempre gostamos de falar acerca de sermos poderosos em Cristo, mas alguma vez tentamos ser fracos em Cristo? O poder de Cristo nunca será aperfeiçoado ou manifestado até que sejamos fracos. O poder de Cristo, que é sua graça para nós, é aperfeiçoado em nossa fraqueza (12:9). Quando somos fracos, podemos experimentar o poder de Cristo em nossa fraqueza. Novamente vemos que 2ª Coríntios mostra-nos uma pessoa que foi reduzida a nada, sem nenhuma força, para que o poder de Cristo pudesse ser aperfeiçoado em sua fraqueza. Aqui há uma pessoa totalmente reduzida a nada, mas tomando Cristo como seu tudo.
A GRAÇA DE CRISTO E CRISTO FALANDO NELE
Em 13:13 Paulo refere-se á graça de Cristo e diz ele que Cristo está falando nele. Novamente vemos uma pessoa que foi reduzida a coisa nenhuma, senão a Cristo. Cristo fala nele:
A pessoa de Cristo é sua pessoa;
A mansidão de Cristo é sua mansidão;
A benignidade de Cristo é sua benignidade;
A verdade de Cristo é sua verdade;
A poder de Cristo é o seu poder;
A sua graça de Cristo é sua graça.
Tudo o que ele é, é Cristo.
Essa é uma pessoa que vive no espírito.
ESPELHO, CÂMARA FOTOGRÁFICA E VASO
Capítulo 5
II Co 3:13-18. 4:3-11, 16-18
Vimos que uma pessoa que vive na presença do Senhor, ou seja, no espírito, no santo dos Santos, é comparada a um cativo numa procissão comemorativa e a uma carta. Se tivermos seriedade para com o Senhor e desejarmos segui-lo no espírito, temos de ser cativos e termos de ser inscritos com o Espírito do Deus vivo para sermos as cartas de Cristo para expressá-lo. Nesse capítulo desejamos ver mais dois aspectos de uma pessoa que vive no Santo dos Santos.
UM ESPELHO CONTEMPLANDO E REFLETINDO A GLÓRIA DO SENHOR
A Segunda Epístola aos Coríntios 3:18 fala-nos que necessitamos ser espelhos contemplando e refletindo a glória do Senhor. Um espelho reflete tudo o que contempla. Quando estamos contemplando o Senhor, refletimos o Senhor. Contudo, se um véu for colocado sobre o espelho, nada será refletido. Paulo diz-nos que precisamos contemplar o Senhor com o rosto desvendado. Precisamos perguntar-nos o que vem a ser este véu a que Paulo se refere. Alguns podem ter a impressão de que este véu é a carne referida em Hebreus 10:20. Mas o véu de Hebreus 10 não é o mesmo véu de 2ª Coríntios 3. São dois tipos de véus. O véu em Hebreus 10 é o véu interno ao tabernáculo (Hb.9:3), mas o véu em 2ª Coríntios 3 é o véu posto sobre o rosto de Moisés (v.13). Em prefiguração era o véu posto sobre o rosto de Moisés, mas espiritualmente, que vem a ser isso? Provavelmente pouquíssimas pessoas algum dia consideraram de modo adequado o que é o véu neste capítulo. Precisamos ser impressionados pelo fato de o véu ser as tradições religiosas ou a religião tradicional. Por que havia um véu cobrindo o coração dos filhos de Israel quando liam o Velho Testamento? O véu no coração deles era a velha religião tradicional.
Devemos aplicar a nós este entendimento. Temos sempre a tendência de aplicar aquilo que lemos nas Escrituras aos outros e não a nós mesmos. Podemos pensar que os israelitas no V.T. eram tolos em diversos aspectos, e contudo, não percebemos que não somos diferentes deles. Você pode ter lido o N.T. muitas vezes sem contudo ter tido muita luz por estar encoberto. Você está coberto com as tradições religiosas, com as tradições cristãs. Está encoberto com a religião tradicional, com o cristianismo tradicional. A experiência do cristianismo pode ser um véu a cobrir-lhe. Temos de percebe que se desejamos viver no espírito, temos de ficar fora da religião e temos de ser libertados de todo tipo de tradição religiosa. Precisamos ir até o Senhor a fim de ver nossa verdadeira situação. Você ainda pode estar sob a cobertura do véu do cristianismo religioso e tradicional. Pode ainda estar sob cobertura dos ensinamentos tradicionais que recebeu no passado. Tudo isso pode tornar-se um véu cobrindo-o para que você não tenha a visão real do próprio Senhor.
A religião é de fato um problema para aquelas pessoas que buscam a Deus. Todo o dia muitos que buscam o Senhor são bloqueados e velados pela religião, que os impede de ver algo do próprio Senhor. O judaísmo e o cristianismo, incluindo o catolicismo e protestantismo, tornaram-se grandes sistemas religiosos impedindo os que buscam o Senhor de ter a experiência e desfruto de Cristo como sua vida e seu tudo. A religião é um estratagema do inimigo. Quem condenou o Senhor Jesus á morte: Os religiosos judeus com o V.T. nas mãos. O povo religioso condenou e sentenciou o Senhor Jesus á morte de acordo com seu entendimento do V.T. Quem tem perseguido os seguidores do Senhor ao longo de toda história da igreja? O povo religioso. Quem perseguiu os apóstolos? Os religiosos judeus. Quem persegui a Martin Lutero? Os católicos romanos. Algumas vezes, você pode ser seu próprio opositor por ser tão religioso. Você tem de ser livrado e libertado de toda a religião tradicional.
Em relação ao espelho há a necessidade de um rosto desvendado. Também há a necessidade de o espelho ser posicionado na direção correta. É por isso que 2ª Coríntios 3:16 fala-nos que quando o coração “se converte ao Senhor o véu lhe é retirado”. Nosso coração precisa estar voltado ao Senhor de modo a podermos contemplá-lo com o rosto desvendado. Você pode pensar que abandonou a religião com todas suas tradições há muito tempo. Pode até mesmo ter deixado as denominações, mas após isso, a quem você se voltou? Você pode ter voltado á direção errada. Um espelho tem de ser voltado em direção a seu rosto para contemplá-lo e refleti-lo. Quando o espelho é virado para você, ele o reflete. Você pode ter abandonado a religião tradicional, mas para onde está voltado? Que está procurando agora? Está direcionado para o Senhor? Você se voltou ao Senhor? Precisamos ser desvendados e voltados ao próprio Senhor.
Estes versículos em 2ª Coríntios 3 não nos devem ser meramente uma doutrina. A verdadeira libertação da religião tradicional não é algo meramente exterior, mas é algo no espírito. Quando realmente está andando, trabalhando, agindo e procedendo no espírito, você está fora da religião e tradições. Tenho dúvida se muitos de nós, que abandonaram o caminho das denominações, tem andado e vivido no espírito desde aquela época. Se não tem andado, agido e se comportado no espírito, pode Ter abandonado alguma tradições, mas você ainda está vivendo em suas próprias tradições. Você pode ter abandonado uma religião somente para formar outra. Fora do espírito, você até mesmo se tornar uma religião.
Ser libertado da religião e tradição é viver, andar, agir e proceder no espírito. Esse assunto é muito taxativo. Se está no espírito, está fora das denominações, das tradições e de todo tipo de religião. Se não está no espírito, aparentemente você pode estar fora da religião, mas, na verdade, ainda está em sua própria religião. Essa religião é um véu cobrindo-o de forma que a Bíblia não é um livro aberto a você. Sua religião é um véu cobrindo-lhe os olhos para que não veja a luz, a revelação, as visões do N.T. Temos de nos voltar de qualquer tipo de religião, até mesmo da religião auto-confeccionada. Temos de os voltar ao Espírito. (Quando falamos em não estar-mos na religião isto vem dizer que não podemos deixar que doutrinas meramente religiosas ocupem nossas mentes não nos deixando pensar e daí a impossibilidade de comunhão com Deus. A religião é como um navio: navega muito bem sobre as águas mas se estas entrarem dentro dele o desastre será irreparador).
Muitos queridos santos tem uma religião auto-confeccionada. Certa vez, um irmão veio dizer-nos que achava que orar-ler a Palavra não era tão correto. Ele achava que precisávamos adorar ao Senhor de maneira que todos ficássemos quietos e orássemos vagarosamente. Essa é uma religião auto-confeccionada. Outro irmão pode achar que deve sair ao exterior para ser um missionário. Isso também pode ser uma religião auto-confeccionada. Um irmão, certa vez perguntou-me por que em nossas reuniões da igreja os homens sentavam-se com os homens e as mulheres sentavam-se com as mulheres. Este irmão achava que essa não era a maneira correta de reunir-se. Isso também é uma religião auto-confeccionada. Essa religião imediatamente torna-se um véu, encobrindo-o para que não veja Cristo, e a verdadeira vida no Santo dos Santos. Muitos de nós podemos não estar cientes do fato de que temos nossa própria religião auto-confeccionada.
Todos temos de ser libertados do véu da religião. “Ora o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito Senhor aí há liberdade” (2ª Co.3:17). O Espírito nos liberta de todo tipo de religião. Adorar ao Senhor não é uma questão de separar os homens das mulheres nem de misturá-los. João 4:24 diz-nos que devemos adorar a Deus no espírito. Temos de viver no espírito e encontrar o Senhor no espírito. Não me importo com a maneira que os santos se sentam nas reuniões. Somente me importo com uma coisa: se estou ou não no espírito. O Senhor é o Espírito em nosso espírito (2ª Tm.4:22; Rm.8:16). Se nos mantemos no espírito, o véu imediatamente desaparecerá. Temos um rosto desvendado, não o rosto físico, exterior, mas o rosto espiritual, interior. Seremos capazes de ver o Senhor, outros o verão em nós por nós o refletirmos. Nos tornaremos um espelho contemplando e refletindo a Cristo.
Um homem vivendo no espírito deve ser um cativo de Cristo, uma carta de Cristo, e um espelho voltado ao Senhor com um rosto desvendado. Então esse homem contemplará e refletirá a glória do Senhor, e será, disposicionalmente, em seu próprio ser, transformado á imagem de Cristo de um estágio de glória a outro estágio. Essa transformação provém do Senhor Espírito e não tem nenhuma relação com qualquer religião, forma, regulamento, ensinamento diferente ou qualquer conhecimento morto. Temos de nos voltar ao espírito para contactar o Senhor Espírito com o rosto desvendado. Contemplar o Senhor com o rosto desvendado é ser libertado de toda religião. Enquanto nos importamos somente com o Espírito vivendo em nosso inteiro, dia após dia, e, hora após hora, seremos transformados á própria imagem de Cristo.
UM VASO, UMA MÁQUINA FOTOGRÁFICA
A Segunda Epístola aos Coríntios 4:7 diz: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro”. Somos os vasos para Cristo. Como vasos contemos um tesouro maravilhoso, o Cristo da Glória, que é a corporificação de Deus para ser nossa vida e nosso tudo. Se ler cuidadosamente os primeiros dez versículos do capítulo quatro, você perceberá que esse vaso é exatamente o mesmo que uma máquina fotográfica. Os quatro itens principais necessários para uma máquina fotografar são:
1-As lentes
2-O filme
3-O obturador para abrira a câmara e
4-A luz.
Através da luz o cenário é trazido para a câmara e impresso no filme, produzindo a fotografia. Sem a luz, o cenário nunca seria introduzido na câmara. Se tirarmos todas as fotos existentes no filme e não tirarmos a tampa da lente todas as fotos ficarão em branco.
Na esfera espiritual, a mente, com todos os seus pensamentos, é a lente, e o espírito correto com um coração correto é o filme no interior. Você precisa ter uma mente aberta com um espírito correto num coração correto. Então você necessita do obturador, que significa que necessita abrir-se ao Senhor. A luz divina está esperando por isso. Quando se abre ao Senhor, quando sua mente com seus pensamentos é aberta, e quando tem um espírito correto em um coração correto, a luz divina traz Cristo ao seu espírito e o imprime nele. Agora em seu interior há uma fotografia, uma imagem, e essa imagem é o próprio tesouro contido nos vasos de barro.
Nossa mente, com nossos pensamentos, necessita ser bastante aberta, e nosso coração necessita ser correto com um espírito puro e adequado. De dia e de noite, precisamos nos abrir ao Senhor e, então, Cristo, o cenário celestial e divino, será impresso em nós repetidamente. Não diga que já foi salvo e que Cristo já está em você. Cristo está em você em seu espírito, mas Ele não está tanto em seu coração. Você precisa repetidamente Ter uma mente aberta com todos os seus pensamentos governados por ele, e precisa de um coração adequado com um espírito puro e aberto. Durante todo o dia você precisa usar o obturador, o que significa que precisa se abrir ao Senhor. Então Cristo como o tesouro celestial será impresso em você.
Após permitirmos que Cristo venha ano nosso interior, precisamos ser quebrados. O vaso precisa ser quebrado para que o tesouro possa ser expresso. A primeira parte do capítulo quatro fala-nos como Cristo, como o tesouro, pode vir ao nosso interior. Então, a última parte fala-nos como este tesouro pode ser expresso por meio de o vaso ser quebrado. No versículo 7 é dito que “temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”, “perplexos”, “perseguidos”, “abatidos”, como “atribulados”, “perplexos”, “perseguidos”, “abatidos”, e “levando sempre no corpo o morrer de Jesus”. No versículo 16 Paulo nos fala que o homem exterior está se desgastando. Isso não é somente a redução do nosso homem exterior, mas também o quebrantamento do vaso.
Deus está fazendo uma obra não apenas para reduzir-nos, mas também para moer-nos, quebrar-nos. Não devemos tentar nos manter tão intactos, tão inteiros. Temos de ser quebrados. O Senhor quer quebrar nosso homem exterior, o homem natural, incluindo a alma e a carne. Nosso elemento humano, a vida da alma, o elemento carnal, todos têm de ser quebrados. Do lado positivo, você é uma máquina fotográfica com as lentes, com o filme adequado, e com o obturador permitindo que a luz penetre e traga o cenário divino, a imagem divina, para seu interior. Depois disso, contudo, você tem de ser preparado para ser quebrado, para ser moído, para ser destruído. No capítulo três o problema é o véu. No quarto capítulo o problema é o homem exterior. O véu, como vimos é a religião. O homem exterior é o ego com a vida natural, a vida da alma e com a carne. Saber o que o homem natural, a carne e a alma são é uma coisa, mas experimentar o quebrantamento do homem exterior, o santo quebrantamento, é outra coisa.
Ao seguir o Senhor não devemos esperar ter sempre uma “jornada tranqüila”. Ao tomar o caminho que leva á vida, o caminho estreito e apertado para seguir ao Senhor (Mt.7:14), você será atribulado, perplexo, perseguido e abatido. Será posto á morte, destruído, moído, quebrado. Você pode perguntar como isso ocorrerá. Não sei de que modo isso ocorrerá. Somente Ele sabe. O Senhor tem miríades de maneiras de moê-lo e de moer-me. Alguém pode dizer que é terrível casar-se. Então eu diria que é lamentável não se casar. Alguém pode perguntar se é melhor casar-se ou não. Não sei. Mas posso dizer-lhe não tente escapar do Senhor. Quanto mais tentar escapar, mais será envolvido. Se escapar de ser atribulado, cairá numa situação que o deixa perplexo. Se escapar de ser perseguido, será abatido. Precisamos perceber que não estamos em nossas próprias mãos. Estamos em Suas mãos. Ninguém sabe o que trará o amanhã. Até mesmo Davi disse no salmo 31:15 “Nas tuas mãos estão os meus dias”. Precisamos louvá-lo, contudo, pelo fato de Sua mão ser soberana, graciosa e misericordiosa. Não devemos temer. Necessitamos ficar em paz para tomar tudo o que Ele nos determinar, para tomar o que Ele designar para nós. Porque temos o tesouro dentro deste vaso, o destino do vaso é ser quebrado.
Para ser uma pessoa no espírito, no Santo dos Santos, necessitamos ser cativos, cartas, espelhos e vasos destinados a ser quebrados. Necessitamos trazer todos esses pontos ao Senhor e orar cabalmente. Precisamos de orar para dentro desses pontos de forma a percebermos subjetivamente que somos rebeldes cativos, cartas sob a inscrição do Espírito do Deus vivo, espelho com o rosto desvendado voltado a Ele, e vasos que estão sob o Seu tratamento, sob o Seu quebrantamento, para cumprir seu encargo de expressar o tesouro interior. Todos esses itens sã o gloriosos.
EMBAIXADORES E COOPERADORES
Capítulo 6
II Co.5:4,5,9,10,13,17,20; 6:1,4-10.
Neste capítulo desejamos ver o quinto e o sexto aspecto de uma pessoa que vive na presença do Senhor, no Santo dos Santos. Até agora vimos que tal pessoa é um cativo, uma carta, um espelho, um vaso e uma máquina fotográfica. O quinto e o sexto aspecto de tal pessoa são um embaixador e um cooperador.
UM EMBAIXADOR DE CRISTO
O apóstolo Paulo foi um embaixador de Cristo. Um embaixador é alguém que representa a mais alta autoridade. O governo dos Estados Unidos tem muitos embaixadores enviados a muitos países. Esses embaixadores representam o governo dos Estados Unidos. A mais elevada autoridade neste universo é Deus, e Ele deu toda a autoridade, nos céus e na terra, a Cristo (Mt.28:18). Deus designou a Cristo para ser o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (1ª Tm.6:15; Ap.17:14). Hoje Jesus é o Cristo, o Senhor de tudo, a mais elevada autoridade. Essa autoridade mais elevada tem necessidade de alguns embaixadores nesta terra que sejam qualificados para representá-lo. O ministério do senhor não é meramente uma questão de ser um pregador ou um mestre, mas de ser alguém que está comissionado com autoridade celestial, representando a mais elevada autoridade em todo o universo. Primeiramente, necessitamos ser capturados por Cristo e, por fim, necessitamos ser representantes de Cristo nesta terra para tratar as nações terrenas como embaixadores
Alguns cristãos têm o título “Embaixador de Cristo” impressos em seus cartões de visita juntamente com seu nome. Não somos apenas os cativos de Cristo. Por fim, temos de ser os embaixadores de Cristo, representando-o nesta terra em todos os seus interesses. Você pode pensar que isso é algo grandioso, enorme. Talvez algumas das irmãs pensem que são apenas os vasos frágeis. Podem desejar saber como ser embaixadores de Cristo, representando a autoridade mais elevada nesta terra. Não importa se é irmão ou irmã, todos somos membros do corpo de Cristo. A autoridade mais elevada é Cristo como cabeça e nós como membros do corpo temos de ser representantes do cabeça. Como representante do cabeça, você é embaixador. Não se considere pequeno ou muito fraco. Ser um embaixador não é uma questão de você ser pequeno ou fraco. Na verdade, temos de ser mais fracos, até mesmo fracos em Cristo (2ª Co.13:4).
NÃO VIVER POR AQUILO QUE SOMOS OU PODEMOS FAZER, MAS PELA VIDA IMORTAL: O PRÓPRIO CRISTO
Como um embaixador de Cristo, Paulo percebeu que tudo o que havia no seu interior, tudo o que ele era e tudo o que ele tinha era mortal (5:4). Tudo o que está sujeito á morte, é mortal. Nossa sabedoria é mortal e nossa capacidade é mortal. Tudo o que podemos fazer, tudo o que somos tudo o que temos, morrerá. É por isso que não devemos ter nenhuma confiança naquilo que somos. Temos de perceber que somos seres mortais, mas que Deus tem trabalhado para dentro de nós algo que é eterno, que nunca morrerá, algo que durará para sempre. Por termos recebido o Senhor Jesus e por ele viver em nós. Possuímos a sua divindade imortal. Por fim tudo no que somos, que é mortal, será “absorvido pela vida” (5:4). A mortalidade será absorvida pela vida divina.
Se desejamos representar Cristo nesta terra como seus embaixadores temos de estar claros de que somos mortais, que tudo o que podemos fazer, tudo o que somos, e tudo o que temos, morrerá. Não devemos viver por nós mesmos. Precisamos perceber que há outra Pessoa em nosso interior. Essa pessoa é a vida imortal, a vida divina (Jo.14:6). Devemos confiar nesta vida, viver por ela e agir por meio dela. Esta vida nos qualifica e equipa para sermos embaixadores de Cristo. Uma pessoa não está qualificada a ser um embaixador de Cristo mediante poder, dom ou conhecimento, mas mediante a vida imortal em seu interior. Precisamos esquecer de nós mesmos, abandonar tudo o que podemos fazer e tudo o que somos, e colocar a nossa confiança em tal vida imortal que é o próprio Deus em cristo. Essa é a primeira qualificação equipando-nos para sermos os embaixadores de Cristo.
DESEJOSOS DE AGRADAR A CRISTO
Tendo percebido que temos Cristo como a vida imortal em meu interior, tenho de esforçar-me com um profundo desejo de agrá-lo a todo o tempo (2ª Co.5:9). Se deseja ser um embaixador de Cristo, deve haver um dia em todo o universo em que você toma uma decisão, tomando os céus e a terra por testemunhas, de que agora você é absolutamente por Cristo, e que tem somente um desejo: agradá-lo. Deus trabalhou-se como a vida imortal para dentro de nós, de maneira que não devemos viver por nós mesmos, por tal vida. Agora temos de ser os que anelam agrá-lo.
NÃO quero dizer que você tem simplesmente de consagrar-se. A consagração é algo popular no cristianismo atual. Muitas pessoas nas reuniões de reavivamento podem responder a um chamamento, dirigirem-se á frente e se consagrarem. Podem consagrar-se e, contudo, ainda serem ambiciosas por si próprias e não por Cristo. Portanto, embora se tenham consagrado a Cristo, não podem representá-lo. Precisamos perguntar-nos qual é a nossa ambição hoje. Se desejamos representar Cristo nesta terra como seus embaixadores, devemos orar: “Senhor, tomo os céus e a terra por testemunhas de que meu desejo é um só: apenas agradar-te.”
CONSTRANGIDOS PELO AMOR DE CRISTO
Em 5:4 Paulo diz que o “o amor de Cristo nos constrange”. Devido ao amor de Cristo constrangê-lo, Paulo foi uma pessoa que viveu para o Senhor (v.15). Outro item que nos equipa para sermos embaixadores de Cristo é o amor constrangedor de Cristo. Devemos ser uma pessoa que é levada adiante pelo amor de Cristo. Em 2ª Coríntios 5:14-15 Paulo fala-nos que o amor de Cristo ao morrer é como ímpeto de muitas águas em nós, compelindo-nos a viver para Ele, acima do nosso próprio controle. Ser constrangido é similar a ser levado por uma forte correnteza de água. O amor de Cristo é tão forte como uma corrente de água que nos vence e carrega-nos. Precisamos ser inundados pelo amor de Cristo. Necessitamos ser constrangido pelo seu amor de forma a não termos nenhuma alternativa. Devemos ser capazes de dizer: “Não tenho outro caminho. Tenho de amar o Senhor pois seu a mor me constrange. Que posso fazer?” Quando chega a inundação, você não tem a escolha de recebê-la ou não. As águas numa inundação não lhe deixam escolha. Todos temos de ser constrangidos pelo amor de Cristo de tal maneira.
Devo confessar que orei diariamente, por anos, a fim de que o Senhor me mostrasse seu amor, para que fosse constrangido pelo amor de Cristo. Orava deste modo: “Senhor, constrange-me com teu amor.” Todos necessitamos orar dessa maneira. Os santos jovens que estão em nosso meio precisam perceber que, embora amem o Senhor hoje, ainda estão nas encruzilhadas de sua experiência cristã. Há muitas direções a serem escolhias a serem seguidas por eles. Você pode Ter muitas escolhas, mas uma vez que estiver inundado pelo amor de Cristo perderá todas elas.
CONHECER OS OUTROS SEGUNDO CRISTO NO ESPÍRITO
O quarto aspecto de uma pessoa que é um embaixador é não conhecer as pessoas Segundo a carne, mas segundo cristo no espírito. Nunca devemos considerar nada nem tentar conhecer uma pessoa pela aparência exterior, segundo a carne, mas sempre segundo Cristo no espírito. Suponho que ouça um irmão, que é muito eloqüente, inspirador, e que tem muito conhecimento. Você pode admirar a sua eloqüência e pensar que ele dá mensagens maravilhosas. Se disser isto, significa que você reconhece as pessoas ou constata as coisa pela aparência exterior Segundo a carne e não por Cristo segundo o espírito. Enquanto você o está ouvindo falar, tem de perceber quanto de Deus foi trabalhado nele. Não deve conhecê-lo segundo a sua eloqüência, seu conhecimento, seu dom ou segundo o que ele ensina, mas segundo o espírito. Você tem de perceber se há ou não algo de Cristo, de Deus trabalhando no interior dessa pessoa. Outro irmão pode compartilhar sem qualquer eloqüência, contudo, você percebe que nele existe um grande peso de Cristo. Por isso é que Paulo disse em 2ª Coríntios 5:16: “Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos Segundo a carne; e , se antes conhecemos a Cristo segundo a carne, já o conhecemos deste modo.” O reconhecimento de fatos e a percepção relativa á pessoa não efetuados segundo a aparência exterior na carne, mas segundo a medida de Cristo no espírito, é a Quarta qualificação de um embaixador de Cristo
A igreja necessita de um grupo de pessoas que possa representar praticamente a Cristo nesta terra. Se deseja ser esse embaixador, você não deve mais viver por aquilo que é ou por aquilo que pode fazer. Você tem de viver pela vida imortal que é o próprio Cristo e tem de ser alguém que deseja muito agradá-lo. Também necessita ser inundado e carregado pelo amor constrangedor de Cristo e aprender a reconhecer os fatos, a discerni-los, não pela aparência exterior, mas pela medida interior de Cristo no espirito. Então você será um embaixador de Cristo representando sua autoridade e interesse nesta terra.
UM COOPERADOR DE DEUS - ATADO A DEUS
O sexto aspecto de alguém que vive no espírito, no Santo dos Santos, é que ele é um cooperador de Deus (6:1). Não é algo fácil ser um cooperador de quem quer que seja. Você pode trabalhar com outras pessoas sem entretanto ser um cooperador. Se dois irmãos desejam ser cooperadores, Deus tem de atá-los juntos. Dois irmãos serem cooperadores é semelhante a ter as pernas amarradas junta, de modo a que passem a ter três pernas em vez de quatro. É difícil as pessoas correm juntas numa “corrida de três pernas”. Se dois irmãos podem trabalhar de tal maneira são cooperadores.
Ser um cooperador de Deus significa estar atado a Deus. Você tem de perder algo de si mesmo nele. Ser meramente um servo do Senhor é mais fácil do que ser um cooperador do Senhor. Pode ser mais fácil servir a um irmão do que ser seu cooperador. Ser um cooperador traz muita escravidão. Posso desejar levantar-me ás seus horas da manhã, mas o irmão que está comigo deseja ficar na cama até ás quinze para as oito. Uma vez que sou seu cooperador, tenho de esperá-lo. Você pode ter encargo de ir a uma cidade, mas o outro irmão pode ter encargo de ficar em outra cidade. Que fará? Você não pode escapar, pois está atado a ele. Você é seu cooperador.
Um cooperador de Deus é alguém que está atado a Deus. Quando Deus trabalha, ele trabalha. Quando Deus anda, ele anda. Quando Deus para, ele para. Você pode ser uma pessoa diligente que deseja fazer mais obra para Deus , mas Deus pode dizer: “Neste momento não quero que você faça mais obra para mim; quero que descanse comigo. Estou descansando, portanto você tem de descansar comigo.” Muitos dos assim chamados servos do Senhor simplesmente não podem suportar descansar junto com ele. O que a igreja necessita não é de um grupo de obreiros capazes, mas de um grupo de pessoas que estão atadas a Deus, que são cooperadores de Deus. Quando Deus trabalha, você trabalha. Quando Deus descansa, você tem de descansar. Quando Deus recua, você recua. Quando Deus prossegue, você prossegue. Você precede assim porque está atado a ele, como uma unidade.
OS SINAIS DE UM COOPERADOR
Precisamos agora ver os sinais que provam que alguém é um cooperador de Deus. A 2ª Epístola aos Coríntios 6:4-10a , Paulo lista dezoito qualificações de um ministro da Nova aliança:
1- na muita paciência,
2- nas aflições,
3- nas privações,
4- nas angústias,
5- nos açoites,
6- nas prisões,
7- nos tumultos,
8- nos trabalhos,
9- nas vigílias,
10- nos jejuns,
11- na pureza,
12- no saber,
13- na longanimidade,
14- na bondade,
15- no Espírito Santo,
16- no amor não fingido,
17- na palavra da verdade e
18- no poder de Deus.
Do meio do versículo 7 até o versículo 10 Paulo fala de três grupos de coisas e de sete tipos de pessoas. Paulo disse que ele recomendava a si mesmo como um ministro de Deus por meio de três grupos de coisas:
1ª- As Armas da Justiça, quer ofensivas, quer defensivas;
2ª- Por desonra;
3ª- Por infâmia e por boa fama (vs.7-8).
Também se recomendava como um ministro de Deus de sete maneiras, como sete tipos de pessoas:
1-“como enganadores, e sendo verdadeiros;
2-como desconhecidos, e entretanto bem conhecidos;
3-como se estivéssemos morrendo e contudo eis que vivemos;
4-como castigados, porém não mortos;
5-entristecidos, mas sempre alegres;
6-pobres mas enriquecendo a muitos;
7-nada tendo mas possuindo tudo” (v.8b-10).
Os versículos de 4 a 10 do capítulo seis mostram-nos as qualificações, as provas e os sinais de um cooperador de Deus.
POR INFÂMIA E BOAS FAMA
Se você se considera um cooperador de Deus, precisa perguntar-se se existem ou não infâmias a seu respeito. Já falaram mal de você? Se nunca foi falado, temo que você não seja um cooperador de Deus. Ser fiel em cooperar com Deus faz com que as pessoas falem mal de você. Se realmente é fiel a Deus e comporta-se em unidade com Deus, haverá muita infâmia a seu respeito. Somente os políticos tentam agradar a todos. Muitas pessoas podem atribuir boa fama a um político. Mas se você for um cooperador de Deus, e fiel ao seu objetivo, ofenderá muitas pessoas. Enquanto cooperávamos com o Senhor na China Continental, algumas pessoas diziam: “Eles tem uma obra maravilhosa na China, mas há ‘uma mosca na sopa’”. Quando perguntava a esses tais o que era a mosca na sopa, eles não tinham nada definido a dizer.
A infâmia vem dos opositores e dos perseguidores (Mt.5:11). A boa fama vem dos crentes e daqueles que receberam a verdade pregada e ensinada pelos apóstolos. Com o passar dos anos essa tem sido a nossa situação. Temos recebido tanta infâmia como boa fama. Se sempre recebe boa fama, provavelmente você não é honeste e fiel ao Senhor. Se é fiel ao Senhor e honesto para com a igreja e os santos, você receberá tanto infâmia como fama. Devido a estar cooperando com Deus, você receberá a infâmia.
Necessitamos aprender a ser cooperadores fiéis a Deus. Precisamos aprender a sofrer, a aceitar todos esses sinais e provas de ser um cooperador de Deus. Quer o Senhor levante, em muitas localidades, santos que estão cooperando com Deus. Por meio dessas pessoas, haverá zelo pelo interesse de Deus nesta terra.
O TEMPLO E A VIRGEM
Capítulo 7
II Co 6:14-18. 7:1; 11:2-4.
O TEMPLO DE DEUS
Em 2ª Coríntios 6:14 – 7:1 vemos o sétimo aspecto de uma pessoa vivendo no Espírito: o templo de Deus. Nesses versículos Paulo menciona algumas coisas negativas que podem contaminar o templo de Deus. No versículo 14 estão os incrédulos, a iniqüidade e as trevas. No versículo 15 há Belial, isto é, satanás, diabo, ou melhor dizendo, a oposição. Finalmente, no versículo 16 estão os ídolos. Essas são as cinco coisas negativas impuras que podem contaminar o templo de Deus. Como o templo de Deus, temos de ser separados dessas coisas. Dizer isso é fácil, mas colocar em prática essa questão de separação não é tão fácil. Como parte do templo de Deus, você precisa considerar se é ou não total e completamente separado de todas essas coisas negativas. Você se separou dos incrédulos, da iniqüidade, das trevas, do inimigo opositor, e de tudo aquilo que envolve ídolos?
Um cativo precisa ser capturado; uma carta precisa ser escrita; um espelho precisa ser desvendado; um vaso precisa ser quebrado. E um embaixador necessita ser absolutamente pelo interesse do Senhor nesta terra, estando sob a sua autoridade. O embaixador dos Estados Unidos na Alemanha está li pelo interesso dos Estados Unidos, e está completamente sob a autoridade do governo americano. Num cooperador existe a necessidade de estar atado a Deus. Como o templo de Deus precisamos ser santos ou separados. Em 7:1, Paulo diz: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” A impureza da carne e do espírito neste versículo refere-se ás cinco coisas negativas mencionadas em 6:14-16. Alguns desses itens contaminam sua carne enquanto outros contaminam seu espirito. Os ídolos e Belial contaminarão seu espírito, portanto, você tem de separar-se, purificar-se de todas as coisas negativas.
Uma habitação é sempre a expressão de quem lá habita. Ao olhar para o interior de uma casa americana, pode-se reconhecer que ali mora um americano. Se olhar para a residência de um brasileiro, você imediatamente saberá que ali mora um brasileiros. Isso ocorre porque a habitação é sempre a expressão de quem lá habita. Uma vez que somos o lugar de habitação de Deus, devemos ser a expressão de Deus que é o morador. Você pode dizer que é uma parte do templo de Deus e, ainda assim, estar unido em alguma coisa com um incrédulo. Podem existir em você algumas coisas que são muito iníquas e que estão em trevas. Talvez esteja envolvido com algo ligado a Belial ou aos ídolos. A fim de ser o templo de Deus em realidade, temos de ser separados absoluta e completamente para que aperfeiçoemos a santidade no temor de Deus.
Santidade é separação para Deus, separação de todas as coisas que não ele próprio. Como o templo de Deus precisamos separar-nos de tudo o que é contrário á natureza divina e ao caráter santo de Deus. Aperfeiçoar a santidade é tornar essa separação plena e completa, ter todo o nosso ser - espírito, alma e corpo - total e perfeitamente separados, santificados para Deus (1ª Ts.5:32). Isso é ser totalmente reconciliado com Deus. Uma vez que percebemos que somos o templo de Deus, temos de nos separar, de aperfeiçoar a santidade no temor de Deus. Tememos que se não o fizermos ofenderemos a Deus e sua glória SHEKINAR deixar-nós-á (segundo o Dicionário Wesbster, SHEKINAH significa “na teologia hebraica, a manifestação da presença de Deus; a presença divina”).
UMA VIRGEM PARA CRISTO.
Paulo disse aos coríntios em 11:2: “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”. Todos os santos, especialmente os irmãos, precisamos perceber que são parte da virgem para Cristo. Diante do Senhor e para ele temos de considerar-nos como mulheres. Temos de amar o Senhor assim como uma virgem ama seu marido. Um irmão pode ser um marido, mas para Cristo ele é uma parte de sua esposa. Todas. Todos os crentes são as virgens, quer sejam irmão os irmãs (Ct.1:3). Todos somos virgens e somos parte da virgem corporativa para Cristo. Se você se comportar como um homem diante de Cristo, isso estará errado. Se o fizer insultará o encabeçamento do Senhor: você tem de comportar-se como uma virgem diante do Senhor. Não muitos irmão têm o conceito de que embora sejam homens, são uma virgem para Cristo. Paulo desposou os crentes como uma virgem casta e pura a Cristo.
Em 11:3, Paulo diz: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo”. Como uma virgem precisamos ser puros, singelos e simples. Simplicidade nesse versículo também pode ser traduzida para singeleza, referindo-se á lealdade de um coração singelo, á fidelidade de uma mente singela dos crentes para Cristo. Em relação a você mesmo, como uma virgem, você precisa ser puro. Para seu marido, você precisa ser simples. Os divórcios são o resultado da complexidade. Se as esposas se mantivessem em simplicidade em relação aos maridos, não haveria divórcio. Uma vez que uma mulher se casa, ela deve ser muito simples com relação a seu marido. Mas muitas mulheres são seduzidas e tentadas a ir da simplicidade, á complexidade. Uma esposa pode refletir sobre seu marido e perceber que ele não é tão bem-educado. Mas quando olha para outro homem, acha-o mais educado. Quanto mais compara seu marido com outros homens, mais ela percebe que ele não é tão bom quanto os outros em certos aspectos. No passado a serpente enganou a Eva por meio de sua astúcia, e a mesma serpente ainda está enganando muitas Evas.
Os apóstolos ministravam Cristo ás pessoas de uma maneira simples. Seus ensinamentos a respeito de Cristo eram muito simples. Até o próprio Cristo apresentou-se de maneira simples. No livro de João, ele disse que era a porta (10:1), a videira (15:1), e o pão da vida (6:48). O apóstolo Paulo ministrou Cristo aos outros de modo simples apresentando-lhes Cristo como seu único Marido. Entretanto, naquela época, alguns pregadores foram pregar a Cristo de maneira complicada. É por isso que Paulo referiu-se aqueles que pregavam “outro Jesus” (2ª Co. 11:4). Devido a alguns pregaram a Cristo não de maneira simples, mas complexa, Paulo se preocupava com os coríntios, com o fato de seus pensamentos serem seduzidos ou corrompidos apartando-se da simplicidade que é devida a Cristo. No início, Deus apresentou para Adão e Eva a árvore da vida de modo bastante simples (Gn.3:9). Então, o sedutor, o tentador, a serpente, (ciência) fez com que Eva se tornasse complicada. Relacionando á árvore da vida existe somente um elemento: vida. A árvore da vida é simples, mas a árvore do conhecimento do bem e do mal com elemento da morte é complicada.
Para seguir o Senhor, andar no Espírito, viver no Santo dos Santos, precisamos ser muitos simples. Alguns vieram a mim para aconselhar-me a abrir os olhos das pessoas para que vissem muitos tipos diferentes de ensinamentos. Quando Adão e Eva comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal, a Bíblia diz-nos que: “Abriram-se, então os olhos de ambos” (Gn.3:7). A serpente (ciência) até mesmo disse a Eva: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn.3:5). Os olhos de Eva realmente foram abertos, mostrando-nos que é melhor ter nossos olhos fechados na simplicidade que é devida a Cristo. Devemos Ter a atitude de nada saber, exceto a simplicidade a respeito de Cristo como nosso Salvador, nosso Senhor, nossa vida, nosso marido e nosso tudo; a respeito da igreja, como a única expressão de Cristo, e a respeito da prática da vida da igreja na única base da unidade. Isso é muito simples. Nossa atitude deve esta dentre tanto do dito em Gênesis como do dito de Paulo, isto é, examinar tudo e reter o bem ou examinar o fruto da árvore e não prova-lo.
Todos os diversos ensinamentos que diferem do ensinamento dos apóstolos, o qual é centrado em Cristo e na igreja, dão origem a muita complexidade. Por isso Paulo rogou a Timóteo que admoestasse certas pessoas a não ensinaram diferentemente (1ª.Tm. 1:3). Muitos cristãos não sabem que direção tomar porque uma pessoa “espiritual” diz isto, e outra pessoa “espiritual” diz aquilo. Os diversos ensinamentos diferentes no cristianismo atual fazem com que muitos cristãos sequiosos querem saber quem está certo. Todos precisamos aprender a ser um tanto tolos em nossa simplicidade devida a Cristo.
Todos precisamos aprender a fechar os ouvidos aos ensinamentos diferentes.
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