Estudo Biblico Sobre a História de Bartimeu
A História Por Traz da História
Ref: . (Marcos 10: 46-52) “Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim. E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são chamados “sinóticos”, ou seja, parecidos, pois contam muitas histórias em comum. O que diferencia as mesmas histórias nos seus respectivos Evangelhos é o fato de que cada autor as conta do seu ponto de vista. Isso é algo muito interessante! A posição geográfica, a visão da pessoa mediante um acontecimento e até mesmo o sua percepção pode mudar o modo como uma história será contada.
No texto que lemos acima, vemos Marcos contando a cura de um cego que se encontrava em Jericó. A mesma narrativa pode ser encontrada no evangelho de Mateus, capítulo 20, dos versículos 29 ao 34, porém ali o autor conta a história de dois cegos. Lucas também narra o mesmo fato de outra forma no capítulo 18, versículos 35 a 43, em seu evangelho, afirmando ser apenas um cego. O que nos leva a entender que as três narrativas tratam do mesmo fato é a localização aonde aconteceu a cura: a cidade de Jericó.
Mas particularmente, acredito que Marcos foi o autor que melhor narrou a história. Digo isso porque Mateus e Lucas contaram a história do cego de Jericó, porém Marcos contou a história de Bartimeu. Ele não se importou com o fato de Bartimeu ser cego, mas sim com a pessoa. Enquanto Mateus e Lucas apenas relataram a cura de um cego, dando a ideia de alguém indefinido e desconhecido, Marcos deu nome à personalidade e o tratou como um ser humano. Ouso dizer que Marcos viu Bartimeu como Deus o via: um homem que precisava de uma cura específica, mas não um qualquer, um homem com uma identidade.
Na verdade, a palavra Bartimeu significa “filho de Timeu”, porém, isso é suficiente para que possamos definir quem era esta pessoa, traçar a sua história e entender como ele chegou diante do Rei dos reis para ser curado. E é este detalhe principal da cura: saber exatamente quem as pessoas são e o que elas realmente precisam na sua individualidade. Todos nós precisamos de cura! Ela pode não ser física. Pode não ser a mesma que a de Bartimeu, que não enxergava. Mas quantos de nós temos ficado cegos, espiritualmente falando, porque fomos feridos na alma? Quantos de nós estamos com o Espírito em trevas porque este se encontra doente? Quantos de nós estamos estagnados na Obra de Deus, mendigando, como fazia Bartimeu, porque alguma situação nos traumatizaram, nos tornaram doentes e “incapazes” de crescer?
Baseado neste texto, primeiramente precisamos entender que, assim como Marcos relatou, Deus sabia muito bem quem era Bartimeu. Deus não trata pessoas como “sujeitos indefinidos ou ocultos”. Ele conhece a cada um de nós pelo nome, temos uma identidade diante dEle e somos sondados por Ele em todo o tempo. Ele conhece cada área de nossas vidas e principalmente, as que necessitam de cura. Porém, alguns detalhes na cura de Bartimeu nos chama a atenção:
1º) Ele não tinha raiva do pai
O historiador Flávio Josefo nos fornece algumas informações que justificam a referência forte paterna. Diz-se que Timeu foi um General que servia a Israel no destacamento de Betel e que ao aposentar-se tornou-se um bem sucedido na região. Quando o domínio do Império Romano aconteceu seus bens foram confiscados, o soldo da aposentadoria cortado. Tornou-se um revoltoso. Liderou várias sedições e que se moviam na direção de desestabilizar o governo romano na região. Identificado pelo império Romano como uma pessoa perigosa aos seus objetivos, Timeu foi perseguido, preso e morto crucificado por causa das suas sedições. Mandaram furar os olhos de Bartimeu após a morte de seu pai para evitar que se tornasse um revoltoso ainda mais perigoso do que foi seu pai. Naquela época era comum a crucificação de um grande número de pessoas que prejudicassem a ordem e o governo do império opressor. Como também era comum eliminar os filhos homens ou torná-los deficientes para que não seguissem o exemplo de seus pais. Tanto melhor se deixassem vivos com alguma deficiência porque seriam um verdadeiro Out-door ambulante avisando “não sigam o exemplo de Timeu”.
Esta história é muito triste! Porém, não encontramos nenhum relato nas Escrituras que mostram Bartimeu se lamentando e colocando a culpa de sua desgraça, de sua situação e de sua miséria em seu pai.
Hoje em dia, muitos de nós queremos achar culpados para os nossos problemas. Guardamos raiva, mágoas e traumas de pessoas e estagnamos o nosso crescimento. Nosso pensamento enganoso e egoísta nos leva a ver todas as situações para o lado mau. Muitas vezes as pessoas fazem algo ivolunrariamente, mas nós queremos acreditar que foi voluntário, de propósito para nos prejudicar. A personalidade humana sempre está armada para apontar culpados e erros dos outros, mas é também da natureza humana nunca acreditar que “eu sou o culpado” e que “o problema está em mim”. Pessoas que agem e pensam desta forma precisam de cura! Isso é uma enfermidade na alma!
2º) Ele não se revoltou contra Deus
Outra situação comum que acontece quando as coisas não estão bem é colocar a culpa em Deus. Se não há ninguém que possamos culpar ao nosso redor, a culpa é colocada em Deus. Justificamos e tentamos barganhar com Deus, mostrando a Ele que “somos fiéis”, que “somos dizimistas”, que “estamos fazendo a obra e Deus não nos dá os livramentos sobre os contra-ataques” ou até mesmo que “nos dedicamos tanto a Deus e Ele não muda a nossa situação”. E aí estagnamos para dar “uma lição em Deus”.
Outra característica de Bartimeu é que não vemos Ele blasfemando contra Deus ou questionando o por quê de sua situação quando se encontrou com Jesus. Pelo contrário, Ele sabia que Jesus era o único que podia resolver o problema. Bartimeu provavelmente ouviu alguém pregar sobre Jesus de Nazaré, sobre seus milagres e seus feitos, e quando viu a oportunidade passar, não hesitou em correr atrás da cura.
Não podemos perder a oportunidade da cura! Sabemos que Jesus é o único que pode resolver este problema. Mas para isso, temos que deixar de pensar que Deus é o culpado de nossa situação e reconhecer que na maior parte das vezes, sofremos e erramos porque queremos escutar o nosso coração e não a voz de Deus; queremos que as coisas sejam feitas do nosso modo, e não da forma como Deus quer. Isso é uma enfermidade!
3º) Nunca se associou com pessoas “doentes”
Mateus diz que existiam dois cegos em Jericó. A mesma informação é contestada nos evangelhos de Lucas e Marcos. Então Mateus teria mentido em sua narrativa do fato? Não! Creio que Deus permitiu que fosse colocado desta forma para que entendêssemos uma realidade espiritual que nos rodeia: pessoas doentes se associam com pessoas doentes! Pessoas feridas na alma se associam com pessoas feridas na alma também! Maldizentes se associam com maldizentes! Pessimistas com pessimistas! Enfim, mesmo que não haja a doença, ficam na mesma condição do doente.
4º) Não teve medo de clamar e de se expor ao poder de Deus!
Bartimeu já havia ouvido falar de Jesus. Ouviu dizer que era um grande mestre e profeta que, por onde passava, curava os enfermos e operava grandes sinais e maravilhas.
Num certo dia, ouviu um grande alvoroço e o barulho de uma grande multidão. Perguntou o que estava acontecendo e ouviu uma resposta que mudaria a sua vida: “Jesus, o Nazareno, está passando”. Bartimeu poderia sustentar milhares de pensamentos que o impediriam de buscar a cura: “Você vai se expor desta forma?”. “Acha mesmo que o mestre vai se importar com você?”. “Certamente Ele vai passar por você sem te notar, pois é um simples cego que pede esmolas”. “Ele não vai se aproximar de você, pois é um miserável”.
Mas, novamente, outro detalhe chama a atenção na vida de Bartimeu. Ele clamou em alta voz: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. E mesmo repreendido por muitos na multidão, não se calou, mas clamou ainda mais alto: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Ele jamais se preocupou com o que iriam pensar dele ou com as repreensões que recebeu. O foco dele estava em ser curado, e não importava o quanto precisaria clamar ou se expor.
“Buscar a Presença de Deus é mais importante do que buscar a unção em si, porque a Presença antecede a unção” (Benny Hinn, em seu livro “A unção”)
5º) Se desfez do pensamento miserável e das marcas da doença!
Diante da oportunidade, Bartimeu não pensou duas vezes. Quando soube que Jesus o chamava, num salto, levantou-se e se desfez da sua capa. Historiadores dizem que, naquela época, era comum cegos ou outros deficientes e mendigos usarem um tipo de capa que os identificavam como “esmoleiros”. Desta vez, Bartimeu não clamava “Esmola! Por favor, uma esmola!”. Ele queria algo muito maior. Ele clamava: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. O clamor agora não era pelas migalhas, mas sim pelo banquete! O pensamento foi modificado! A partir do momento que ouviu Jesus chamá-lo, Bartimeu entendeu que o tempo da miséria, do sofrimento e da doença estava acabado e que era o momento de passar a viver uma nova vida e de escrever uma nova história.
Ele abandonou o pensamento miserável, mas não foi só isso! Se desfez também da capa que o identificava como esmoleiro, como pobre e doente. Se desfez da aparência da enfermidade! Da mesma forma nós, mediante as oportunidades, devemos nos desfazer da aparência da doença: nos desfazer das “caras fechadas e tristes”, nos desfazer das “atitudes que demonstram nosso estado” e dos pensamentos que nos mantém enfermos!
6º) Correu atrás da cura
O último detalhe que nos chama a atenção na história de Bartimeu é o fato de que, ao ouvir dizer que Jesus o chamava, deu um salto, largou a sua capa e foi ao seu encontro. Ele poderia pensar “Como Jesus me chama até Ele sabendo que eu sou cego? Não seria mais fácil ele vir até mim?”.
Mas o desejo de ser curado era tão real na vida de Bartimeu que ele não se importou se o que teria que fazer para alcançar aquilo fosse trabalhoso ou não. Isso nos mostra que a cura está disponível em Deus. Sempre ouviremos Jesus dizer: “Que queres que te faça?”. Todavia, a cura está nEle, mas o buscar está em nós! Pode até parecer um jargão de pregações o que vou dizer, mas “Deus nunca vai fazer aquilo que eu posso fazer. Ele só vai agir quando o meu raio de ação já não puder mais operar!”. E então, ouviremos a resposta: “Vai, a tua fé te salvou”
Todos nós, em alguma(s) área(s) de nossas vidas precisamos de cura. Que o exemplo de Bartimeu nos sirva de aprendizado para que possamos nos tornar pessoas verdadeiramente curadas, sempre atentas ao “detalhe da cura”.
bom dia!, obrigado pela lição, gostaria de saber em qual capitulo do Flavio josefo está registrado esta passagem do Timeu? desde ja agradeço.
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirGostei.
Deus abençoe
Um grande estudo bíblico , não importa se está na Bíblia ou não ,o que importa é que sirva de lição está história linda do cego de gerico
ResponderExcluirMuito bom gostei
ResponderExcluirRealmente é "Um grande estudo..." Mas IMPORTA SIM "...se está na Bíblia ou não...", pois ele cita que: Bartimeu não tinha raiva do pai, por que ele deveria ter raiva do pai, se não há fontes as quais me diz quem foi seu genitor?
ResponderExcluirO autor do estudo faz uma analise em cima de uma conjectura.
Um estudo gradificante
ResponderExcluirgostei muito !! muito bom!!!
ResponderExcluiré o estudo relatado pelo Flávio Josefo pode ter sido enteressante, mais não tem nenhum respaldo bíblico, ele é historiador e quem garante que o relato contado é verdade, a biblia só relata quem o cego era filho de timeu, entendo que tudo que não esta explicitamente na bíblia tem que ser analisado com muito cuidado para não cometer erros, principalmente quando se trata da palavra de Deus.
ResponderExcluirDiscordo do amigo que disse não importar de qual fonte saí o estudo sobre o cego Bartimeu, a bíblia é o manual que dá diretrizes seguras para a pessoa que quer ter conhecimento verdadeiro sobre os relatos escritos nela, é claro que existem bons livros que serve como suporte para aprofundarmos mais ainda nos relatos bíblicos porém é de sumo importância que os mesmos estejam em concordância com a palavra de Deus senão passará confiabilidade, como passa a bíblia sagrada, porque diferente da bíblia que foi escrita por homens, mas inspirada pelo espírito santo, mas outros livros por bons que sejam são inspiração unicamente humanas, por isso o cuidado ao afirmar os mesmos como verdade.
ResponderExcluirPaz do SENHOR pra tds,irmaos temos que enteder que o google e como um dicionario ou como uma biblioteca que tds podem acessar so isso,ignorancia da nossa parte dizer estudo tirado da internet sei la.
ResponderExcluirtemos que examinar td reter o que ebom so isso,o mais quem revela e o Espirito Santo.
Paz não tem respaldo biblico sobre Ele era sego e nem seu pai isso é invenção e nem josefo cita isso tirando isso estudo é otimo
ResponderExcluirVamos ao relato de Bartimeu! Porém se a Bíblia relatasse toda a história em sua íntegra, de cada personagem iria ser um livro sem fim... mais existem historiadores capacitados e que todas as evidências levam a algumas afirmações! Sabemos que Jonas esteve dentro de um grande peixe, podem me afirmar se era uma baleia ou não? Sabemos que espécies de animais estiveram dentro da arca, existem alguns que não sobreviveram e foram extintos? O fruto do Jardim do Édem qual era? Então meus queridos irmãos os fatos descritos na história devem e sempre terão alguma relevância, pois os grandes historiadores se valem de fatos através de evidências encontradas e como deve ser difícil e demorado colher tantas informações e por vezes somente para explicar um fato em 20 linhas escritas... eu particularmente vejo uma grande explicação no contexto histórico e que Deus abençoe aquele que postou toda essa explicação minunciosa.
ResponderExcluirParabéns...vc foi muito feliz no seu comentário!
ExcluirBom relato, mas queria saber onde acho esse relato no livro a história dos hebreus de Flávio Josefo por favor.
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