Só o fato de um cristão estar aqui, e não no Céu, é uma prova de que algum trabalho espera por ele.¹ . Devemos estar sempre prontos para realizar aquilo que é essencial no viver de uma vida cristã normal debaixo da graça, segundo a vontade revelada de Deus, como por exemplo:
- Receber a Palavra com alegria.
- Ofertar.
A generosidade é um distintivo do cristão. Este sabe que tudo o que tem em suas mãos pertence a Deus e, portanto, deve exercer uma sábia mordomia de tudo aquilo que lhe é confiado. Concordo com o que disse o teólogo inglês John Wesley: "Devemos ganhar tudo o que pudermos, poupar tudo o que pudermos e repartirmos tudo o que pudermos". A ética cristã regulamenta tanto o que ganhamos como o que gastamos. Orienta tanto os investimentos como também os gastos. Um cristão trabalha com esmero e reparte com generosidade. Acumular riquezas e fechar os olhos aos necessitados é uma negação da fé e uma traição àquele que, sendo rico se fez pobre, deixando-nos o exemplo de que mais bem aventurado é dar do que receber. Paulo nos ensina a compartilhar as necessidades dos santos. Devemos ter o coração aberto e as mãos abertas. Um coração convertido sempre desemboca num bolso aberto para a prática da misericórdia. Devemos fazer o bem a todos, mas especialmente aos domésticos da fé. Devemos cuidar de todos, mas principalmente dos membros da nossa família, porque aquele que não cuida dos membros de sua própria casa é pior do que o incrédulo e tem negado a fé. Conhecemos um verdadeiro cristão não apenas pela eloquência de sua confissão, mas, sobretudo, pela generosidade de sua doação.³ “compartilhai as necessidades dos santos...” (Rm 12:13), é a recomendação bíblica imposta a todos os filhos do Reino.
- Testemunhar do Senhor.
“Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, o meu servo a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Is 43:10) O cristão é o recurso visual que Deus traz ao palco quando ele começa a falar à pessoa não-convertida. A tarefa do cristão é tornar o Senhor Jesus visível, inteligível e desejável.Uma testemunha em uma corte de justiça precisa apresentar provas; uma testemunha cristã precisa ser uma prova. Esta é a diferença entre a lei e a graça! *Infelizmente em nossa era contemporânea há muitas testemunhas antropocêntricas, mas poucas teocêntricas.** Porém, testemunho não é sinônimo de autobiografia! Quando estamos realmente testemunhando, não falamos de nós mesmos, mas de Cristo.* Não há lugar para Deus naquele que está cheio de si mesmo; não há lugar para si mesmo naquele que está cheio de Deus. Charles Wesley foi pontual nesse aspecto dizendo:
“Meu coração está repleto de Cristo e anseia
Seus assuntos gloriosos declarar!
Sobre Ele lindos hinos compor irei.
Pronta, minha língua se apressa a cantar
As glórias de meu celeste Rei.”
- Lutar pelo nosso Deus.
Você não receberá permissão para escapar furtivamente para o céu na companhia de Cristo sem um conflito e uma cruz... Nenhum dever pode ser cumprido sem luta. O cristão precisa de sua espada tanto quanto de sua colher de pedreiro.* “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.” (2 Co 10:3-6)
Quando o crente é convocado a batalhar na guerra do Senhor, ele dever saber que“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31b) Nessa luta o crente não estará sozinho, pois Cristo é nosso Rei que sempre nos socorre em todo o tempo. “O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis.” (Ex 14:14) Quando Gideão subiu contra os midianitas por decreto do Senhor, foram somente trezentos homens com ele, enquanto o exército inimigo eram multidões ao redor. Porém, a minoria de Deus é mais forte do que as maioria dos homens, pelo que, quando Gideão e seus homens chegaram ao lugar do confronto, eles apenas “tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam na mão esquerda as tochas e na mão direita, as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo SENHOR e por Gideão! E permaneceu cada um no seu lugar ao redor do arraial, que todo deitou a correr, e a gritar, e a fugir. Ao soar das trezentas trombetas, o SENHOR tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, que fugiu rumo de Zererá, até Bete-Sita, até ao limite de Abel-Meolá, acima de Tabate. Então, os homens de Israel, de Naftali e de Aser e de todo o Manassés foram convocados e perseguiram os midianitas.” (Jz 7:20-23)
O chamado ao compromisso cristão não é basicamente um chamado para a felicidade, mas para as dificuldades. É impossível ser um verdadeiro soldado de Jesus Cristo e não lutar. Não há santidade sem luta.* “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Rm 8:37)
Graças a Deus, temos um Capitão invencível que é por nós, Jesus Cristo. Nessa guerra precisamos estar revestidos com as armas espirituais providenciadas por nosso Senhor. “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6:14-18) Graças a Deus que nos dá vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.
- Sofrer pelo Senhor.
Nesse processo de edificação da igreja de Cristo o sofrimento dos santos não é algo casual, mas tudo o que é colocado em nossas mãos é proveniente das mãos que foram traspassadas, e tudo o que nos sobrevêm é ordenado pelo Senhor que morreu por nós. A face de Jesus precisa estar muito próxima da nossa, quando os espinhos de sua coroa de sofrimento pressionam nossa testa e nos ferem.* Foi nos dada a graça da bem-aventurança de sofrer pelo nome do Senhor e não somente de crer nele. “E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome.” (At 5:41)
Os tempos de sofrimento são tempos de aprendizado. As mais fortes almas têm emergido do sofrimento, os caracteres mais maciços estão cheios de cicatrizes.*“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mt 5:10-12)
Os perseguidos neste contexto podem ser considerados aqueles que sofrem qualquer sacrifício para permanecerem dentro da vontade de Cristo. John R. W. Stott dizia: "Afirmo... que alguma forma de sofrimento é praticamente indispensável para a santificação". Não se conhece o homem por sua animação, mas pela quantidade de sofrimento verdadeiro que ele é capaz de suportar pelo Senhor. A Bíblia tem muitas coisas a dizer sobre o sofrimento, e grande parte delas é animadora. O Calvário é a grande prova que Deus dá de que o sofrimento segundo a vontade divina sempre conduz à glória.*
- Aguardar o retorno do Senhor.
No primeiro advento, Deus escondeu sua divindade para provar os fiéis; no segundo advento, ele manifestará sua glória para recompensar-lhes a fé. Cristo nos disse que virá, mas não revelou quando, para que nunca tiremos nossas roupas nem apaguemos nossas lâmpadas. * George Whitefield declarou: "Estou diariamente esperando a vinda do Filho de Deus". E também D. L. Moody expressou-se em sua época: “Nunca prego um sermão sem pensar que é possível que o Senhor venha antes de eu ter oportunidade de pregar outro.” “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20)
Essas palavras, as últimas de Cristo que foram registradas por escrito, confirmam Sua promessa anterior: “...voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.3).
Paulo faz referência ao cumprimento dessa promessa: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, ...e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; ...depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).
Como resposta a essas promessas de Cristo, “o Espírito e a noiva dizem: Vem!” (Ap 22.17); ao que João adiciona, jubilante: “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20b). Quem é essa Noiva? Após declarar que esposo e esposa são “uma só carne”, Paulo explica: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.32). A igreja de Cristo deve estar anelando pela volta do Seu Amado. Como Samuel Rutherford anelava, igualmente devemos ter a mesma aspiração: “Oh, que Cristo venha a passos largos! Ah! se ele dobrasse os céus como uma capa e tirasse do caminho o tempo e os dias!”
“Pai celestial, Tu já nos têm providenciado todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo do Senhor que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Agora, desejamos mais chegarmos a Ti. Desejamos viver estas realidades que agradam e glorificam ao Senhor. Que possamos por sua graça sermos luzeiros neste mundo, resplandecendo a tua própria luz para que Tu sejas glorificado através das obras que Tu mesmo já preparaste antes da fundação do mundo para que andássemos nelas. Capacita-nos em nossa finitude, pois a nossa suficiência vêm de Ti. Oramos no nome do Senhor Jesus, a quem seja a glória, pelos séculos dos séculos. Amém.”
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