Desvendando o Apocalipse
Entenda melhor o último livro da Bíblia
A simples palavra “apocalipse” atrelada às notícias diárias nos jornais – bombas terroristas no Oriente Médio, enchentes, guerras, violência em São Paulo e no Rio de Janeiro – pode apenas remeter a experiências desagradáveis para alguns, mas para milhares de pessoas, esses pequenos fatos do cotidiano indicam uma tragédia terrível – o fim do mundo. Essa constatação, porém, não é nenhuma novidade. Uma pesquisa feita pela AP-AOL News sobre as previsões e expectativas dos norte-americanos para este novo ano revelou que um em cada quatro americanos espera o Apocalipse em 2007. De acordo com o levantamento, 25% dos entrevistados acredita em uma segunda volta de Jesus Cristo. Além disso, seis de cada dez acreditam que o país será alvo de novos atentados e que terroristas utilizarão armas biológicas ou nucleares em qualquer parte do mundo.
A interpretação errônea do último livro da Bíblia, o Apocalipse, já provocou diversas tragédias. Vários líderes fanáticos levaram seus seguidores a praticarem suicídio. Durante a Reforma Protestante, por exemplo, o pregador Thomas Muentzer chefiou uma revolta de 8 mil camponeses que, esperando participar do Armagedon – a batalha final entre as forças do bem (céu) e do inferno (mal) descrita na Bíblia –, atacaram seus senhores, no leste da Alemanha, com foices e enxadas. A história mostra que eles foram massacrados. Outras seitas messiânicas também provocaram a morte de centenas de fiéis com base em interpretações equivocadas do livro da Revelação.
Para os estudiosos, o livro não deve ser reduzido apenas à compreensão do “fim do mundo”, mas deve lembrar e enfatizar uma mensagem de esperança porque mostra que é possível tomar uma outra atitude perante o sofrimento, a perseguição e a presença do mal na História. Enfim, apresenta Jesus Ressuscitado – com autoridade para julgar a Terra, refazê-la e governar em justiça – convocando a sua Igreja para a conversão constante.
A perspectiva de fim do mundo não é aterradora para muitos cristãos. Para este grupo, a visão do apocalipse não significa um desastre fatal. Pelo contrário, configura a existência do paraíso, para onde irão os justos e os escolhidos. “É um livro para ser lido com esperança”, diz Magno Paganelli, escritor do livro E Então Virá o Fim – que trata dos sinais da volta de Cristo e será relançado no primeiro semestre deste ano pela Arte Editorial.
Antes de entender como o livro deve ser aplicado nos dias de hoje, é preciso saber como, quando e os motivos que fizeram com que fosse escrito. Transcorria o ano de 845 pelo calendário romano quando expulsaram o apóstolo João para a ilha de Patmos, no mar Egeu. O evangelista era mais um entre as várias vítimas da campanha anticristã liderada por Domiciano, que estendera a perseguição a todos os cantos do seu império. Foi neste cenário de violenta perseguição contra os crentes que o apóstolo João, inspirado por um anjo, redigiu o Apocalipse, que significa “revelação”.
João teria escrito este livro entre os anos de 95 ou 96 d.C. e dirigiu a palavra profética às sete igrejas da província da Ásia (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia). O objetivo é dar encorajamento para os crentes que enfrentam o antagonismo de uma sociedade incrédula, além de prepará-los para a resistência. As profecias revelam o triunfo escatológico de Cristo sobre as forças do anticristo deste mundo – a começar pela tribulação, atingindo seu clímax na parousia (segunda vinda de Cristo), e chegando ao término com a plena concretização do reino de Deus.
A autoria do livro chegou a ser questionada – as formas gramatical e literária do Apocalipse eram inferiores ao do evangelho joanino e as das três epístolas de João. No entanto, R.H. Charles, o maior perito sobre literatura apocalíptica, considera a gramática deficiente como algo deliberado, com propósitos de aludir a textos vetero-testamentários em estilo hebraico, e não por motivo de ignorância.
Apesar dessa explicação, compreender o Apocalipse com toda a sua simbologia e extravagantes figuras de linguagem não é fácil. Para o pastor da Igreja do Nazareno, Luciano Duarte Silva, a interpretação deve ser feita a partir dos princípios da exegese histórica gramatical – contexto histórico e literário, vocabulário e gramática, o pensamento do autor e sua mensagem original aos destinatários próximos e remotos etc. “O critério de valorizar o texto passa pela compreensão da estrutura literária do livro e que tem seu significado mais elevado na Revelação de Jesus Cristo. Em Apocalipse, aquele que dá testemunho de Jesus tem uma visão tríplice: a visão da Graça de Deus, a visão do Governo de Deus na história, e a visão da Glória de Deus”, pondera.
Paganelli acredita que não é possível adotar um único critério em sua interpretação. Segundo ele, há passagens com interpretação histórica como, por exemplo, as igrejas dos primeiros capítulos. “Elas existiram de fato. Mas essas mesmas igrejas parecem retratar a igreja que atravessaria os anos seguintes”, explica. O escritor afirma ainda que há uma interpretação que situa o século XXI como sendo representado pela sétima igreja – a de Laodicéia – cujas características são semelhantes às de hoje. “A busca por riqueza existia naquela comunidade exatamente como vemos hoje nas igrejas que abraçaram a Teologia da Prosperidade”, exemplifica. Ele crê ainda que o capítulo 12 tem uma passagem que deve ser vista como um evento ocorrido no céu, na ocasião da queda de Lúcifer e, que por sua vez, também tem ligação com o nascimento de Jesus. “É preciso tratar cada porção do livro com a devida atenção, sem generalizar ou criar interpretações errôneas”, alerta.
Entre as passagens mais difíceis, foram apontadas as que falam sobre os selos, as trombetas e as taças. “Em conjunto, significam múltiplos juízos de Deus. A única mudança de significado entre eles está na intensidade do juízo”, explica Duarte Silva. Paganelli considera os capítulos 17 e 18 – que falam da falência ou queda da Babilônia – os mais complicados. O escritor José Luiz Nogueira, autor do livro O Segundo Selo, considera que não existem trechos difíceis. “Existem, sim, os diferentes estágios em que nos encontramos no estudo da Escatologia Bíblica”.
As dificuldades potencializadas em razão de o texto ter muitas alegorias e simbologias fazem com que muitos trechos sejam mal interpretados. Nogueira considera como erro mais comum o de avaliar que os selos (ligados à depravação do homem), as trombetas (parecem anunciar a atividade satânica e demoníaca) e as taças (pragas originadas na cólera de Deus), são situações que ocorrerão de forma seqüencial. “Eu entendo que podem acontecer simultaneamente selos e trombetas, bem como selos e taças”.
A marca da besta, seguida da identidade do anticristo e do falso profeta, além das duas testemunhas, são as porções do texto apocalíptico também mal interpretadas. “Há mais grupos de textos sobre os quais a interpretação é sofrível por parte das pessoas e até por ministros que ensinam sobre o Apocalipse, mas, no geral, essas são as passagens que sofrem mais especulações”, diz o escritor.
A atração que os assuntos apocalípticos exercem nas pessoas está exemplificada na famosa série “Deixados para Trás”, escrita por um pregador batista, Tim LaHaye, e um jornalista, Jerry B. Jenkins, que romanceia o drama do fim do mundo. Na obra, o anticristo – um inofensivo presidente da ONU – vem para causar a “grande tribulação” prevista na Bíblia. O tema atrai tanta leitura que a obra vendeu 53,6 mil exemplares – período de 2003 até 2006 – na versão para adultos, e 9,8 mil publicações, direcionadas aos teens, de 2003 a 2005. Um total de 63,3 mil exemplares. Nos Estados Unidos, o oitavo livro desta saga apocalíptica vendeu 32 milhões de exemplares para os adultos e outros 18 milhões na versão em quadrinhos e livros infantis. O sucesso editorial da série garantiu uma reportagem de capa da revista Time em 2002. Na matéria, a revista afirmava que 59% dos americanos, cerca de 170 milhões de pessoas, acreditavam que o mundo acabará da forma como descrita no Apocalipse.
Para o gerente editorial da Editora Hagnos, Juan Carlos Martinez, o sucesso da série reflete o desejo que o homem tem de saber o que vai acontecer no futuro. “Acreditamos que é por esta razão que livros apocalípticos fazem tanto sucesso. Dessa maneira, os ficcionistas aproveitam este gancho para escrever seus livros, já que é muito fácil usar a imaginação para escrever sobre o futuro e, inclusive, a própria Bíblia fornece informações sobre este assunto”, afirma. No entanto, ele alerta que nem sempre esses escritores retratam de forma correta o conteúdo do livro. “Muitos o exploram de forma errada”, dispara.
O interesse sobre o assunto também é demonstrado no sistema de busca Google, que registra 437 mil páginas em português quando se coloca a palavra “apocalipse” e cai para 237 mil opções quando a procura é por “livro do Apocalipse”.
Para o professor de Filosofia da Religião do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo, Joel Gracioso, o fato de as idéias de fim do mundo aparecerem com mais força em períodos de crise, como por exemplo, a destruição das Torres Gêmeas, em 2001, nos Estados Unidos, ocorre porque o sentido da vida e o sentimento de esperança são abalados profundamente. “É quando aflora na consciência das pessoas a fragilidade da existência. Muitas vezes, acontecimentos dolorosos, seja no âmbito pessoal ou coletivo, fazem com que a perspectiva sobre o futuro seja dominada pelo desespero e desânimo, restando falar de um fim inevitável, destruidor e dramático como único meio de punir os maus, de estabelecer uma nova ordem justa e encontrar um novo sentido de se viver.”
A ocorrência de tragédias – furacões, enchentes, guerras – como sinais que revelam que o fim do mundo está próximo dividem as opiniões. “As tragédias são conjunturais. São tristes realidades advindas da finitude da criação e outras tantas desfigurações e mazelas humanas”, afirma Duarte Silva. Na contramão, está Paganelli, que acha que eventos e fenômenos como efeito estufa, degelo polar, tsunamis e outros, estão associados com os sinais da proximidade da volta de Jesus. “As pessoas estão acostumadas a associar o Apocalipse com desgraças que acontecerão com seus netos e bisnetos. No entanto, esquecem-se de que se o arrebatamento for daqui a cinco minutos, o pano de fundo para aquelas narrativas já deverá estar posto. Portanto, esses fenômenos formam o pano de fundo, o cenário para o Apocalipse”, garante ele. Nogueira, que apesar de afirmar que ninguém sabe quando acontecerá a volta de Cristo, foi categórico em afirmar que a segunda vinda está próxima.
Algumas ocorrências contribuem para reforçar a tese da brevidade da segunda vinda. Entre elas está a que fala sobre o NT17 – um asteróide a caminho da Terra e que poderia atingi-la em 2019 – como mais um sinal da proximidade do fim. Porém, os cientistas afirmam que a chance de o planeta ser atingido é quase inexistente: uma em 6 milhões. Em relação ao anticristo, alguns acham que sua indicação está na Europa unificada, outros no poderio econômico e outros entendem que estará na ONU em uma versão fortalecida.
Nos Estados Unidos, a divisão clara entre o bem e o mal e o confronto iminente ganham importância política. A direita cristã apóia as políticas mais agressivas de Israel. Essa ala defende, por exemplo, o bombardeio da mesquita Al–Aqsa para a construção do Novo Templo, a fim de que se cumpra o que está escrito: o templo construído pelo rei Salomão terá que ser reconstruído. Porém, a mesquista Al-Aqsa – um dos maiores símbolos do islamismo – teria que ser destruída, o que significaria uma grande afronta. “Associar a mensagem do Apocalipse com o cenário internacional é um erro”, afirma Duarte da Silva. Paganelli concorda. “O atual presidente dos EUA (George W. Bush) incorporou uma aura messiânica em alguns momentos do seu governo. Mas acredito que isso seja apenas um discurso para as massas. No caso específico da mesquita, não acho que se trate de forçar o cumprimento ou a ocorrência de uma predição bíblica.”
Joel Gracioso considera que ao levar em conta o gênero literário, a situação e o contexto de forma correta – lembrando que a obra em questão é um gênero literário e, portanto, com suas peculiaridades – o texto deixa de ser um livro de terror e catástrofes para se transformar em um livro de esperança para aqueles que crêem que Jesus Ressuscitado aparece como o Senhor da História. Em sua opinião, não há motivo para terror ou desespero, apesar das perseguições, dos problemas e das incongruências da vida. “Não há destruição, mas renovação de tudo em Cristo. Assim, o importante não é tanto o dia e a hora em que o Senhor vai voltar (coisa que o autor do Apocalipse também não sabia)”. Gracioso, que também leciona Antropologia Filosófica e Ética, lembra da fala do apóstolo Paulo: “Quer vivamos quer morramos, o importante é pertencermos ao Senhor”.
QUEM É O ANTICRISTO?
O Messias de Satanás. João não nega que tal ser maligno virá no final desta era, mas também insiste que já existe uma atitude característica do anticristo. Paulo emprega o termo “o homem da iniqüidade” (2 Ts 2.3), em referência ao mesmo ser; ele se opõe à religião, alega ser Deus, deve seu poder a Satanás, mas será derrotado por Jesus. A identificação exata deste personagem ainda provoca muitas discussões.
O QUE ACONTECERÁ COM SATANÁS?
Ele será preso durante mil anos. Ele é jogado no abismo. Durante esse período de mil anos, Cristo reinará sobre a Terra, com seus santos ressurretos, mas no final do milênio, muitos nascerão e recusarão submeter o coração a Cristo. No final dos mil anos, Satanás é libertado e uma batalha final acontece. Esse acontecimento é seguido pelo julgamento perante o grande trono branco. Um novo universo é criado; dessa vez, sem ser destruído pelo pecado, morte, dor e tristeza.
OS SELOS, AS TROMBETAS E AS TAÇAS
Os selos, em sua maior parte, parecem originar-se da depravação dos homens.
Selo 1: militarismo, talvez por parte do ímpio anticristo, que dominará durante o período da Tribulação
Selo 2: guerra, resultante do militarismo
Selo 3: fome, resultante da guerra
Selo 4: morte, resultante da fome e de outras devastações da guerra (os quatro primeiros selos retratam os famosos quatro cavaleiros do Apocalipse)
Selo 5: perseguição aos santos e seu martírio (aqui a última geração da Igreja, conforme postura dos pós-tribulacionistas; mas haveria a menção a outros que se voltaram para Deus, após o arrebatamento da Igreja, segundo os pré-tribulacionistas)
Selo 6: os fenômenos celestiais que Jesus predisse para imediatamente antes da sua volta
Selo 7: silêncio nos céus, trovões, relâmpagos e um terremoto.
As trombetas parecem anunciar primariamente a atividade satânica e demoníaca.
Trombeta 1: saraiva, fogo (ou relâmpagos) e sangue, o que resultará na consumação de uma terça parte da terra
Trombeta 2: lançamento de um vulcão em erupção (grande montanha ardendo em chamas); no mar (terça parte do mar se transforma em sangue)
Trombeta 3: queda de um meteorito, descrito como uma estrela ardente chamada “absinto”, em uma terça parte do suprimento da água potável
Trombeta 4: escurecimento do sol, da lua e das estrelas
Trombeta 5: abertura do abismo por parte de uma estrela (provavelmente Satanás) caída dos céus em direção à terra
Trombeta 6: uma outra praga, na qual cavaleiros demoníacos fazem sucumbir uma terça parte da humanidade
Trombeta 7: os reinos deste mundo tornam-se o reino de Cristo, com relâmpagos, trovões, um terremoto e a chaga do tempo para impor o julgamento e doar os galardões.
João afirma explicitamente que as taças representam as pragas originadas na cólera de Deus, provavelmente concentradas todas nos momentos finais da tribulação.
Praga 1: úlceras malignas
Praga 2: transformação do mar em sangue, resultando na morte de toda a vida marinha (uma intensificação da praga anunciada pela segunda trombeta)
Praga 3: todos os rios e fontes de água serão transformados em sangue (intensificação da terceira trombeta)
Praga 4: calor escaldante
Praga 5: trevas e dores
Praga 6: convocação das hordas provenientes do Oriente para a batalha de Armagedom, com a convergência das nações gentílicas na direção da Palestina
Praga 7: “Está feito” – um terremoto, trovões, relâmpagos e a derrocada das potências pagãs.
DÚVIDAS FREQÜENTES
O QUE ACONTECERÁ QUANDO CRISTO VIER?
Ele virá pessoalmente arrebatar os crentes e também haverá a ressurreição dos salvos que dormem no Senhor.
O QUE ACONTECERÁ AOS CRENTES VIVOS QUANDO CRISTO VOLTAR?
Serão glorificados. Seus corpos serão transformados de modo que não envelhecerão e nem se deteriorarão. Após serem glorificados, se juntarão aos ressuscitados que os precederam na glorificação e se encontrarão pessoalmente com Jesus nos ares.
O QUE ACONTECERÁ AOS CRENTES DURANTE O JUÍZO?
Parece que o Tribunal de Cristo acontecerá depois que os crentes forem levados para ficar com Jesus porque as recompensas se seguem à ressurreição. No Tribunal de Cristo, apenas os salvos estarão presentes. Os incrédulos comparecerão diante do trono branco, o que acontecerá mil anos depois. Ou seja, os indivíduos presentes no Tribunal são apenas os que creram em Jesus como Salvador pessoal.
O julgamento será objetivo, completo e justo. Há quatro fundamentos – dois negativos e dois positivos. Os dois primeiros são: 1) A salvação não será determinada, porque apenas os salvos estarão presentes. A oportunidade de salvação aconteceu quando as pessoas estavam na Terra e aceitaram a Jesus como Salvador. 2) Não será um julgamento ou castigo pelos pecados porque os erros dos crentes já foram julgados na cruz do Calvário. Os positivos são: 1) Revelar o caráter essencial dos crentes. Em vez de expor os pecados secretos dos salvos, esse julgamento apresentará sua justiça e demonstrará que eles pertencem de direito ao céu, a fim de ficarem para sempre com Jesus. 2) Será com o propósito de receber recompensas pela mordomia cristã. Alguns receberão mais recompensas que outros, mas não haverá inveja, ciúme ou lamentação pelas recompensas que não foram recebidas.
QUANDO ACONTECERÁ O MOMENTO DAS BODAS DO CORDEIRO?
A passagem de Apocalipse 19.7 revela que as bodas ocorrerão entre o momento em que os salvos serão levados para ficar com Jesus e o instante em que Ele voltará à Terra com seus planos para estabelecer seu reino. O local das bodas deve ser o céu.
A MARCA DA BESTA
Poucos elementos da visão que João teve na ilha de Patmos causaram tanto impacto na imaginação pública como a marca da besta. Segundo o relato, o apóstolo viu a besta com dois chifres emergir da terra, com grande poder para fazer sinais e compelir as pessoas a adorarem a besta de sete cabeças e dez chifres que emergiu do mar. A besta do mar é o anticristo, e a besta da terra, o falso profeta.
A besta da terra faz com que cada pessoa receba uma marca na testa ou na mão direita, que lhe permite comprar e vender. João explicou que essa marca identifica a besta do mar por um número ou nome: 666 (Ap 13.18). O falso profeta será um governante mundial que controlará a economia e forçará a adoração ao anticristo após o arrebatamento da Igreja.
TRIBULAÇÃO E MILÊNIO
Sobre o período da Tribulação, existem três correntes:
1) Pré-tribulacionista: os estudiosos afirmam que o arrebatamento acontecerá antes dos sete anos do governo do anticristo.
2) Midi-tribulacionista: o povo de Deus passará parte deste período aqui, sendo que o arrebatamento acontecerá aproximadamente no meio do período de sete anos.
3) Pós-tribulacionista: o povo de Deus passará toda a tribulação aqui, sendo que o arrebatamento só irá acontecer após tudo se consumar.
Quanto ao reino milenar, existem três perspectivas:
1) Amilenismo: É a crença de que não há milênio futuro, e sim que a profecia será cumprida na eternidade.
2) Pós-milenismo: A igreja evangelizará este mundo, fazendo-o progressivamente melhor, até finalmente introduzi-lo no reino. Antecede a segunda vinda de Cristo.
3) Pré-milenismo: a segunda vinda de Cristo está programada para ocorrer antes do Milênio.
AS SETE IGREJAS
Éfeso: A igreja apostólica que trabalhava arduamente.
Esmirna: A igreja pós-apostólica que foi duramente perseguida.
Pérgamo: A igreja crescentemente mundana depois do império de Constantino, que virtualmente fez do cristianismo a religião oficial de Roma.
Tiatira: A igreja corrupta da Idade Média.
Sardes: A igreja da Reforma, com sua reputação de ortodoxia, mas ausência de vitalidade espiritual.
Filadélfia: A igreja dos reavivamentos modernos e dos empreendimentos missionários globais.
Laodicéia: A igreja contemporânea que tem ficado morna por causa da apostasia e da abastança.
O QUADRO TRÁGICO DE ALGUMAS SEITAS APOCALÍPTICAS
Seita Líder Local e Ano Nº de Vítimas O Templo do Povo Jim Jones Guiana /1978 914 Os Davideanos David Koresh Waco, Texas, EUA / 1993 82 Restauração dos Dez Mandamentos de Deus Joseph Kbwetere Kunungu, Uganda / 2000 + ou - 1.000
BATALHA DO ARMAGEDOM
Marcará o fim da Grande Tribulação, mas o mundo continuará, pelo menos, por mais mil anos. A batalha acontecerá no lugar que em hebraico se chama Armagedom (Ap 16.16). O nome significa “Colina de Megido”. É o local da conhecida Planície de Esdraelom – que se estende na direção leste, desde o monte Carmelo até o vale do Jordão, e para o sul, passando por Jesusalém até Edom: uma distância de mais de 300 quilômetros. Este será o cenário onde os exércitos – as maiores máquinas militares já conhecidas pelo homem – vão se reunir para entrar em guerra.
O LIVRO
Apocalipse da consumação. O título do livro no texto grego é Apokalypsis, “Apocalipse de João”. É conhecido por Apocalipse por causa da transliteração da palavra apokalypsis, que significa revelação, exposição. O livro é, de fato, a revelação de Jesus Cristo. Nele, o programa divino da redenção é completado e o nome santo de Deus é defendido e provado perante toda a criação. Começa e retrata sua autoridade sobre toda a Igreja. Ele é o Cordeiro que foi morto e declarado digno de abrir o livro de julgamento. Sua ira justa é derramada sobre toda a Terra, e Ele voltará em poder para julgar seus inimigos e reinar como Senhor. Ele reinará para sempre na cidade celestial, na presença de todos os que o conhecem. As Escrituras terminam com sua grande promessa: “Eis que venho sem demora”. “Certamente, venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus”.
QUATRO ALTERNATIVAS PRINCIPAIS PARA INTERPRETAR O APOCALIPSE
1) O ponto de vista simbólico ou idealista sustenta que o Apocalipse não é uma profecia de predição, mas um retrato simbólico do conflito cósmico de princípios espirituais.
2) O ponto de vista preterista (da palavra latina praeter, que significa passado) afirma que ele é uma descrição simbólica da perseguição romana da Igreja, da adoração ao imperador e do julgamento divino de Roma.
3) O ponto de vista histórico aborda Apocalipse como um panorama alegórico da história da Igreja (ocidental) do primeiro século até o segundo advento (a Grande Tribulação).
4) O ponto de vista futurista reconhece a influência óbvia que o conflito do primeiro século entre o poder romano e a Igreja teve sobre os temas deste livro. Ele também aceita a maior parte de Apocalipse como uma visão inspirada da época que imediatamente precede o Segundo Advento (a Grande Tribulação, geralmente vista como sete anos, estendendo-se da volta de Cristo até a criação do novo cosmos.)
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