Eu e a Minha Casa Serviremos ao Senhor
Leitura Bíblica: Js. 24.14-24
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito da decisão de Josué, com sua família, de servir ao Senhor. Inicialmente mostraremos que essa foi uma decisão que não poderia ser postergada, em seguida, que se tratava tanto de uma decisão individual quanto coletiva, e por fim, que o serviço, ou mais precisamente, o culto, deve ser direcionado ao Senhor, somente Ele, e não outro, é digno da nossa adoração. Ao final, faremos o mesmo desafio de Josué, a fim de conclamar as famílias cristãs a servirem ao Senhor, e não optarem pelos valores deste mundo tenebroso.
1. ESCOLHEI HOJE A QUEM SERVIS
Josué não impõe ao povo que esse deveria servir, por obrigação, ao Senhor, antes deveria fazer uma opção. Ele diz: “se vos parece mal o servirdes ao Senhor”, isto é, “se não desejais fazê-lo de bom grado, por contentamento”, escolhei a quem queres servir. Deus não obriga quem quer que seja a servi-lo, fomos dotados, desde o princípio, com o livre-arbítrio, a opção pela decisão. No tempo de Elias o povo estava debatendo-se entre dois pensamentos, e, às vezes, queriam servir tanto a Deus quanto a Baal (I Rs. 18.21). A vontade de Deus é que todos se arrependam, mas Ele deixa que as pessoas façam a sua escolha (At. 17.11; II Pe. 3.9). As famílias podem optar se quem servir ao Deus da Bíblia ou aos deuses do mundo. Esses deuses hoje são materializados através das ideologias, principalmente as materialistas, que negam a existência de Deus, e reduz tudo ao tangível. Mas essa decisão não pode ser postergada, é arriscado deixar para depois, as famílias precisam escolher “hoje” a quem servirão. Muitas famílias se debruçam apenas sobre os valores terrenos, estão fundamentadas no consumismo, transformaram o entretenimento em um deus. Estão adiando a decisão de servir a Deus, os valores midiáticos, que contrariam a Palavra de Deus, são colocados em primeiro plano. A sociedade moderna já fez sua opção, ela prefere o humanismo ateísta, ou um deus de acordo com seus deleites, que não a chame à responsabilidade. O deus desse século está entenebrecendo as pessoas em seus vis prazeres, conduzindo-as à perdição (II Co. 4.4). O hedonismo se tornou a razão de existir, ninguém tem expectativa em relação ao futuro, por isso, comem e bebem, aguardando apenas a morte (I Co. 15.32). Como resultado dessa condição, o desespero está tomando conta das famílias. A riqueza, que também é endeusada, não compra a paz, por isso muitas famílias estão angustiadas diante das incertezas da vida (Mt. 6.25-34).
2. PORÉM, EU E A MINHA CASA
Mas há um “porém”, uma alternativa, outra possibilidade, a de não se coadunar com os valores deste mundo (Rm. 12.1,2). Diante dos muitos deuses disponíveis daquela época, inclusive o dos amorreus (Js. 24.18), o povo de Israel tinha outra opção. Esse “porém” precisa ser observado pelas famílias cristãs como uma contracultura. Não somos obrigados a seguir a “onda” do mundo. Não podemos esquecer que o mundo jaz no maligno (I Jo. 5.19), e que aqueles que vivem na carne não podem agradar a Deus (Rm. 8.8). Há um “porém” para a igreja de Jesus Cristo, bem como para as famílias que dela fazem parte. Os líderes das famílias, assim como fez Josué, precisam tomar a iniciativa. Josué precisava dar o exemplo, ele mesmo precisava colocar-se diante da sua família. Muitos pais já não estão fazendo o mesmo, não se comprometem com o bem estar da família. Há quem esteja delegando a criação dos filhos aos avós, ou mesmo à escola, ou televisão. O culto doméstico não será levado adiante a menos que alguém tome a iniciativa. Os maridos crentes não podem fugir da responsabilidade, cabem a eles a tarefa de chamar a família para o altar. Josué admitiu que a sua casa o seguisse porque aquela era uma sociedade patriarcal. Dificilmente seus filhos se negariam a servir ao Senhor, pois ele já havia tomado essa decisão por eles. De igual modo agiu o carcereiro de Filipos, após perguntar “que farei para ser salvo?”. Ao que Paulo responde, “crê no Senhor Jesus e será salvo tu e a tua casa” (At. 16.31). Essa não é uma promessa, mas uma possibilidade, quando os pais tomam uma decisão por Cristo, os filhos, principalmente aqueles que estão em tenra idade, são criados no caminho do Senhor, e quando crescerem, poderão permanecer no temor a Deus (Pv. 22.6). Esse texto de Provérbios também não é uma promessa, mas um princípio geral, que tem sua aplicação. Quanto mais investirmos na instrução dos nossos filhos na Palavra de Deus, menores serão as chances de esses se desviarem.
3. SERVIREMOS AO SENHOR
A declaração de Josué demonstra sua resolução, isto é, que ele sabia o que deveria ser feito. Após avaliar as grandes coisas que o Senhor havia feito por Israel, tirando-o do Egito, conduzindo-o pelo deserto, e trazendo-o à terra prometida, não havia razões para ir após outros deuses. O povo respondeu a Josué dizendo “serviremos ao Senhor, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz” (Js. 24.24). A história demonstrará, posteriormente, que esse povo, com o passar do tempo, optou pelos deuses das nações vizinhas. O livro bíblico de Juízes revela o ciclo de pecado, sofrimento, súplica e salvação do Senhor. Mas não importa o que o mundo escolha, muito menos o que farão as futuras gerações, nós, hoje, devemos tomar nossa decisão pela Palavra de Deus. Precisamos aprender a servir ao Senhor com alegria, apresentar a Ele com cânticos, e hinos de louvor e adoração (Sl. 100.1,2). Fomos chamados para servir a Deus, o serviço é marca fundamental do cristão. Jesus é o maior exemplo, pois o filho do homem veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.35). O serviço cristão é tanto horizontal quanto vertical, devemos tribular louvor e adoração a Deus, de todo coração, fundamentado em nosso amor e gratidão (Mt. 22.37). Mas também precisamos servir aos nossos irmãos, a igreja é um ambiente de serviço, não de intrigas e disputas por cargo. Quando alguém quiser ser o maior na igreja, deve saber que somente poderá fazê-lo servindo cada vez mais (Mt. 20.26). O serviço cristão é uma disposição espiritual, não carnal, para ser usado por Deus, e como nos dias de Josué e Elias, ninguém pode servir a dois senhores, pois haverá de agradar a um e aborrecer ao outro (Mt. 6.24). O serviço ao Senhor está relacionado também à adoração, e o princípio bíblico a esse respeito é o de que Deus busca adoradores. E esses o fazem não através do engano e da idolatria, mas em verdade, em Cristo, revelado nas Escrituras, e em espírito, não através do que pode ser visto ou tocado, mas no Espírito, que nos eleva a Deus em Cristo (Jo. 4.24).
CONCLUSÃO
O mundo já tomou sua decisão, segue após os seus princípios, que nada têm de cristãos. Muito pelo contrário, o que predomina no mundo é a “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (I Jo. 2.15). Nós, porém, com as nossas famílias, permanecemos naquilo que aprendemos, e de que fomos inteirados, sabendo de quem aprendemos (II Tm. 3.14,16). Enquanto o mundo coxeia entre dois pensamentos, e segue após o deus deste século, nós, as famílias cristãs, decidimos por servir ao Senhor, e como Josué, declaramos: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24.15).
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